A Ladeira das Mina, casa de shows que Keyla (Gabriela Medvedovsky) e Tina (Ana Hikari) inauguram na temporada anterior da série Original Globoplay ‘As Five’, promete deslanchar nos novos episódios, que estreiam dia 1º de março na plataforma. Sociável, talentosa e responsável, Keyla consegue um novo sócio para investir no estabelecimento, o experiente Edu (Samuel de Assis). Porém, mais do que uma relação profissional, os dois se envolvem romanticamente, o que acaba abalando a cumplicidade entre as duas amigas. Se por um lado Tina não gosta da ideia de ver Keyla misturando a esfera pessoal com o trabalho, por outro, Keyla se sente pela primeira vez cuidada e amada por alguém que sabe exatamente o que ela vive.
Determinada a fazer o negócio dar certo, Keyla mergulha fundo no empreendedorismo e percebe que seu sonho de viver de música começa a ficar, cada vez mais, em segundo plano. No entanto, quando ela vê seu amigo Miguel (Marcos Oli) finalmente fazendo sucesso com os shows drag como Michelle, ela começa a se questionar sobre suas escolhas e sobre seu futuro.
Atriz formada em balé clássico, Gabriela Medvedovsky estrelou espetáculos como “Godspell Musical – Em Busca do Amor” e “Natal Luz 30 anos – Natal Pelo Mundo”, além de ter cocriado e participado de “Lugar de Escuta”, do Coletivo Motim. Entre seus papéis de destaque está a sua estreia na TV como Keyla, na novela ‘Malhação – Viva a Diferença’, de 2017.
Confira a entrevista com Gabriela Medvedosky:
1. Para você, o que os fãs podem esperar da terceira temporada de ‘As Five’?
Se na segunda temporada a gente vê um amadurecimento do grupo, na terceira isso fica ainda mais evidente. Para a Keyla, acontece um salto grande de uma temporada para outra, principalmente na carreira, quando assume mais responsabilidade no negócio com Tina.
2. Na terceira temporada, Keyla encontrou no caminho do empreendedorismo uma carreira, já que revela levar jeito para isso. Como ela se sente diante desse novo desafio?
Eu acho que ela se sente provocada, no bom sentido, nesse lugar onde ela não tem experiencia, mas ao mesmo tempo não é incomum, porque afinal de contas o pai dela foi empreendedor também, ao abrir uma lanchonete. Em algum momento ela vai encontrar uma repetição de padrão familiar, e se questionar se é o que ela quer pra vida dela mesmo, ou se ela vai em busca do sonho de seguir um caminho mais artístico. Contudo, ela se agarra a essa oportunidade e dá o melhor que ela tem, porque quando os desafios aparecem na vida da Keyla, ela se propõe a superar, e isso acontece porque ela não tem tempo de não superar. Ela sempre dá um jeito.
3. Neste caso, empreender exige que ela deixe um pouco de lado seu sonho de se tornar uma grande cantora. Percebemos bem isso pela maneira como ela reage às oportunidades que surgem bpara Michelle (Marcos Oli). Como é isso para Keyla?
Essa necessidade de focar as energias no empreendedorismo tira o foco dela da vida artística, e quando ela vê que um amigo está acontecendo nesse ramo, ela se questiona se não deveria ter insistido um pouco mais, ou se é isso mesmo; se agora é o momento de abrir mão desse sonho e focar no negócio. Essas reflexões vão vir e passam pelo questionamento sobre o quanto ela está repetindo os padrões da família. O pai dela viveu exatamente esse contexto, de ser um cantor, fazer sucesso e ser obrigado a seguir outro caminho por causa das necessidades da vida, de ganhar dinheiro para criar uma criança, que era ela. Acredito que esse paralelo na história da Keyla com a da família é algo bastante interessante.
4. Keyla também embarca num relacionamento com Edu (Samuel de Assis). Como você descreve a relação entre os dois?
Acho essa relação muito legal, porque é madura. O Edu traz para a Keyla essa maturidade, essa sensação de que as coisas vão se acalmando. Ele traz tranquilidade e centro pra ela, e isso é muito legal. Claro que eles vão se deparar com questões, mas pela primeira vez a Keyla tem a experiência de um relacionamento maduro e saudável, e isso é algo muito bom de se ver dentro da dramaturgia, um relacionamento onde existe uma construção, uma vontade de construir juntos e de aprender com os pontos positivos e negativos do outro. Eu amo Keyla e Edu!
5. Em quais principais aspectos você acredita que Keyla mais amadureceu?
Acho que profissionalmente, mas principalmente na relação afetiva, porque como a vida cobrou cedo demais alguns amadurecimentos, acho que outros aspectos acabaram ficando para trás. Então a presença do Edu traz esse amadurecimento pra ela, que está relacionado também ao trabalho, mas principalmente na vida amorosa, porque traz estabilidade. Ele tem uma filha, assim como ela tem um filho, e eles se encontram nesse lugar, é diferente isso pra ela. Sem contar como é positivo pra ela ter uma relação em que ela pode respirar, e dizer ‘está tudo bem, deixa que ele vai resolver’, porque ela sempre que teve de resolver tudo.
6. Como Keyla se sente ao descobrir que sua amiga e sócia, a Tina (Ana Hikari), tem problemas com alcoolismo?
Acho que ela se sente um pouco culpada. Primeiro por não ter percebido antes, já que ela era uma das que mais estavam presentes na vida da Tina, e também por ser responsável por possíveis gatilhos, afinal de contas elas abrem esse negócio que é um lugar propicio para atrapalhar o processo de recuperação da amiga, porque ali acontecem as oportunidades perfeitas para engatilhar e fazer com que ela volte para os padrões de comportamento do alcoolismo. Então a Keyla fica nesse lugar de culpa, mas ao mesmo tempo entende que a responsabilidade não é dela, porque ela não sabia. Mas ela pensa “puxa, se eu soubesse eu teria feito muitas coisas diferentes, teria tentado te proteger”.
7. De forma geral, como você descreveria Keyla nessa temporada?
Uma “business woman”, independente, mãe, gata, baladeira e amiga. Acho que ela assume as rédeas da vida, e isso é muito bonito. Claro que ela está cheia de questões, e essa maturidade vem com as abdicações que ela faz, principalmente por causa da alta demanda que tem; das responsabilidades que essa fase agrega, mas acho que pela primeira vez, com o filho mais velho, ela consegue dar o início de um voo solo, mesmo acompanhada de Edu. E é muito legal o início desse processo dela.
8. Teve alguma curiosidade nas gravações que você gostaria de compartilhar?
Uma das curiosidades mais bonitas foi uma cena de conflito entre Keyla e Michelle. Me sentei em um daqueles frízeres de bar, e ele era exatamente o que tinha na lanchonete do Roney, pai da Keyla em ‘Malhação – Viva a Diferença’, e começaram a vir as memórias da Keyla naquela época; da Keyla com Roney, que era seu pai; do Roney frustrado… e eu tive uma realização ali, de que a Keyla estava repetindo o padrão da família, uma sensação de “somos fracassados”. Então entrei num choro. Era uma memória da personagem, mas era uma memória muito real, porque eu vivi isso enquanto Keyla há anos atrás. Foi muito forte, quando me dei conta disso comecei a chorar muito, e quando o Rafa, o diretor, viu, ele disse ‘liga a câmera, vamos gravar’. Até comentei com o Lucinho [Lúcio Mauro Filho], ator que fez o papel do Roney, e ele ficou emocionado. Ele não está na série, mas naquele momento ele se fez totalmente presente. E isso é muito precioso, contar uma história que tem memória real, personagens tão complexos e profundos que têm histórias que a gente viveu. Poder viver uma personagem por tantos anos é um grande privilégio. São poucos profissionais que têm essa oportunidade. Então esse momento foi muito lindo na minha memória afetiva com a Keyla e na minha vida profissional. Acho que vou levar pra sempre essa experiência que tive no set.
Criada por Cao Hamburger e escrita por Cao Hamburger, Luna Grimberg, Maiara de Paula e Maíra Motta, com Cleissa Regina Martins, a terceira temporada de ‘As Five’, Original Globoplay, tem direção artística de Fabrício Mamberti e direção geral de Rafael Miranda. A produção executiva é de Isabela Bellenzani (Estúdios Globo), e a produção é de Caio Gullane e Fabiano Gullane (Gullane). A direção de gênero é de José Luiz Villamarim.
Sobre o Globoplay
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