A tempestade em alto mar durante a viagem em comemoração ao aniversário de Frida Mancini (Arlete Salles) vai abalar as estruturas dos personagens e ditar o ritmo da nova trama das 19h na TV Globo, Família é Tudo. Para construir a sequência de cenas que culmina no desaparecimento da matriarca, a tecnologia foi o grande diferencial da produção e elemento chave na construção da maior parte do que é visto em tela: do navio às grandes ondas e ventanias, a produção utilizou recursos cinematográficos para trazer ainda mais realismo à trama.
Criado a partir de recursos de computação gráfica, o navio visto em alto mar nunca existiu fisicamente nas filmagens da novela – apenas algumas imagens no Porto de Santos, com uma embarcação parada, foram captadas para as cenas de embarque. Quando está em movimento, navegando em plano aberto ou durante a tempestade, o navio é resultado 100% do uso de computação gráfica. As imagens de Santos que aparecem através das janelas também foram desenvolvidas virtualmente a partir de técnicas de 3D, pintura digital, colagem de fotos, entre outras.
A sequência de cenas do temporal foi uma das mais desafiadoras para a produção. Foram utilizados elementos virtuais para retratar o mar agitado, os fortes ventos e as ondas gigantes, criados a partir de softwares de alto desempenho – amplamente utilizados pela Globo –, os mesmos utilizados em grandes produções cinematográficas. “Um dos desafios mais complexos é a simulação de fluído, pois muitos aspectos precisam ser considerados. Por exemplo, é preciso aplicar velocidade ao vento, considerar o peso do navio e o tamanho das ondas. Tudo isso é calculado e simulado para parecer perfeito”, explica Wesclei Barbosa, produtor de efeitos visuais da novela.
Já para retratar as áreas internas do navio, foram necessárias diferentes locações de apoio e um minucioso processo de pós-produção. Um shopping no Rio de Janeiro serviu de base para a gravação de algumas cenas: a estrutura com vitrines, escadas e corredores, ajudou a construir a ambientação do interior da embarcação, mesclados com o uso de Chroma Key para auxiliar na inserção virtual de outros elementos. “A sequência de cenas envolveu um trabalho artístico e integrado muito grande. Trabalhamos muito próximo ao time de figurino, pois havia mais de 80 figurantes e nenhum deles poderia estar com uma roupa que conflitasse com o Chroma Key, ou isso impactaria no nosso posterior trabalho de correção de imagem’’, relembra Wesclei.
Efeitos especiais
Além da computação gráfica, diversos efeitos especiais foram adicionados às gravações de forma simultânea, como as inundações, quedas, chuva, ondas, ventos, curtos-circuitos e outros elementos de aventura para retratar o caos dentro do navio. Gravadas nos Estúdios Globo, as cenas que mostram a tempestade dentro do navio contaram com movimentos de câmera para dar sensação de inclinação da embarcação. Foram construídas rampas elevadas para a água invadir os cenários, além de outros elementos que trouxeram dramaticidade à cena. “O grande desafio é coordenar tudo para que seja o mais real possível, conciliando os diversos efeitos especiais utilizados na gravação com a própria atuação do elenco e dubles, em um local estático que depois se tornou o navio em meio à tempestade. O resultado final é a união dos lados técnico e artístico para encantar e contar essa história”, completa o produtor de efeitos especiais Julio Cesar Lopes.
Para garantir ainda mais emoção às cenas, “Família é Tudo” é a primeira novela das 19h captada em 4K e com som imersivo Dolby Atmos. A trama é criada por Daniel Ortiz e escrita por Ortiz com Flavia Bessone, Nilton Braga, Daisy Chaves e Claudio Lisboa. Com direção artística de Fred Mayrink e direção de Felipe Louzada, Mariana Richard, Augusto Lana e Naína de Paula. A produção é de Mariana Pinheiro e Claudio Dager e a direção de gênero de José Luiz Villamarim.