Marjorie Estiano foi convidada para interpretar a socialite mineira Ângela Maria Fernandes Diniz – conhecida como Ângela Diniz e vivida anteriormente por Ísis Valverde – na série “Praia dos Ossos” (de Elena Soarez), que vai ser exibida pela plataforma de vídeo por streaming HBO Max, sob a direção artística de Andrucha Waddington.
Ângela Diniz era filha de Newton Viana Diniz e Maria do Espírito Santo Fernandes Diniz. Casou-se aos 17 anos com o engenheiro Milton Villas Boas, 31 anos, com quem teve três filhos. O relacionamento durou apenas 9 anos e, quando terminou, o casal fez um acordo judicial de desquite, já que o divórcio não era permitido à época. No acordo, Ângela recebeu uma pensão mensal e uma mansão em Belo Horizonte, porém, a guarda dos três filhos ficou com Milton.
Em junho de 1973, José Avelino dos Santos (vulgo Zé Pretinho), então caseiro e vigia da casa de Ângela, foi assassinado à noite com um tiro no rosto. O corpo foi encontrado no lado de fora da casa, próximo à janela, e tinha uma faca na mão e a braguilha aberta com sinais de ejaculação. Inicialmente, Ângela assumiu a culpa, alegando legítima defesa. Entretanto, as investigações demonstraram que havia uma terceira pessoa na casa, e descobriu-se que Ângela era amante do milionário mineiro Arthur Vale Mendes, conhecido como Tuca Mendes, herdeiro do grupo Mendes Júnior. No depoimento, Ângela disse que teria assumido a culpa para proteger Tuca, pois ele era casado e o relacionamento dos dois ainda não era de conhecimento geral. Tuca alegou que havia visto um vulto do lado de fora da casa, foi verificar o que era e a pessoa o atacou, por isso ele reagiu, matando-o.
As circunstâncias reais do crime jamais foram esclarecidas. À época, surgiram boatos que Ângela e José Avelino teriam um relacionamento, Tuca descobriu e matou-o. Porém, pessoas próximas a Ângela negaram o caso, afirmando que ela seria racista demais para se relacionar com um negro. Outra hipótese é que Tuca teria encontrado José Avelino se masturbando escondido do lado de fora da casa, observando Ângela, e matou-o. Ao final, Tuca Mendes foi condenado a dois anos com sursis, isto é, com suspensão condicional da pena e liberado.
Devido ao escândalo causado pelo crime, Ângela e Tuca se separaram, e ela decidiu afastar-se de Minas Gerais e mudou-se para o Rio de Janeiro. Na capital carioca, conheceu o colunista social Ibrahim Sued, com quem teve um breve relacionamento, e que a apelidou de “Pantera de Minas”.
No Natal de 1974, Ângela visitou seus filhos em Belo Horizonte, e ao retornar ao Rio de Janeiro, decidiu trazer consigo sua filha, sem avisar a família do seu ex-marido. Milton Villas Boas deu queixa de sequestro. Mesmo Ângela retornando a menina a Belo Horizonte uma semana depois, Milton manteve o processo e Ângela foi condenada a seis meses de prisão pelo sequestro da sua filha.
Em 1975, por meio de uma denúncia anônima, Ângela foi presa sob a acusação de esconder mais de cem gramas de maconha em sua residência. Para poder responder ao processo em liberdade, ela admitiu ser viciada em drogas.
Ângela e Doca namoraram por quatro meses, mas a relação foi marcada por ciúmes e violência doméstica. Doca havia abandonado sua esposa e filhos para morar com Ângela, e em dezembro de 1976, ambos estavam veraneando na Praia dos Ossos, em Búzios, em busca de sossego das colunas sociais.
Na noite do dia 30 de dezembro de 1976, Ângela e Doca tiveram uma discussão e ele saiu de casa. Um tempo depois, ele retornou, houve uma nova briga e Doca assassinou a namorada com três tiros no rosto e um na nuca com uma pistola Beretta. Após o homicídio, Doca fugiu e permaneceu semanas foragido. Chegou a dar entrevistas antes de se entregar à polícia em 18 de janeiro de 1977.