‘Todo mundo tem sonho. A coisa que o ser humano sabe bem é sonhar.
Tem sonhos que você fala: ‘Eu vou batalhar o máximo pra
conseguir’. E tem aqueles que você deixa meio que no bolso, que
você gostaria de levar adiante, mas não dá’.
(Depoimento de Christofer Francis – Documentário ‘Meus 18 Anos’)
Impactada com o depoimento deste e de outros jovens que, ao completarem a maioridade, tiveram de deixar o abrigo para menores onde foram criados, a autora Lícia Manzo, ao assistir ao documentário ‘Meus 18 anos’, da GloboNews, começou a tecer o novelo central de ‘Um Lugar ao Sol’. “Ao perceber na maioria daqueles jovens a esperança preservada de estudar e ter um futuro, uma pergunta me veio de imediato: no Brasil de hoje, com apenas 14% dos adultos com curso superior, cerca de 13 milhões de desempregados, e um quarto da população vivendo em situação de pobreza – serão seus sonhos realizáveis?”, reflete Lícia. Assim nasceu a história dos gêmeos Christian e Christofer, separados na primeira infância. Enquanto Christian cresce em um abrigo em Goiânia, Christofer é adotado por uma família abastada do Rio de Janeiro, passando a se chamar Renato.
No início da trama, aos 18 anos, Christian acaba de deixar o abrigo para menores onde foi criado e se vê sozinho no mundo. Subempregado e sem perspectivas, viverá um dilema ético e moral quando a vida lhe apresentar a seguinte equação: livrar-se do que o oprime tomando para si o lugar e a identidade de outra pessoa.
‘Se fosse possível trocar sua vida, carente e desvalida, pela de outra pessoa, rica e privilegiada – o que você faria? Se para você as portas estivessem todas fechadas e subitamente uma se abrisse, sob a única condição de deixar sua identidade para trás – você iria adiante?’
Além da trajetória dos irmãos precocemente separados, ‘Um Lugar ao Sol’ aborda temas contemporâneos diversos, destacando as relações humanas em torno deles – uma marca de Lícia Manzo. Entre os assuntos abordados na trama estão gordofobia, preconceito social e racial, abuso emocional, os dilemas da mulher moderna após os 50 anos, gravidez na adolescência, liderança feminina, entre outros.
‘Um Lugar ao Sol’ é uma novela criada e escrita por Lícia Manzo com direção artística de Maurício Farias. A obra é escrita com Leonardo Moreira e Rodrigo Castilho, com colaboração Carla Madeira, Cecília Giannetti, Dora Castellar e Marta Goés. A direção geral é de André Câmara e direção de Vicente Barcellos, Clara Kutner, João Gomez, Pedro Freire e Maria Clara Abreu. A produção é de Andrea Kelly e a direção de gênero de José Luiz Villamarim.
A separação
Christian e Christofer perdem a mãe no parto. O pai, desempregado, não têm condição de criar os meninos; um deles com saúde frágil. Uma vizinha informa ao pai dos gêmeos que está na cidade um casal endinheirado, do Rio de Janeiro, em busca de uma criança para adoção.
Na tarde seguinte, um carro desponta na estrada. Em frente ao casebre, Elenice (Lorena Comparato/ Ana Beatriz Nogueira) desembarca acompanhada do marido, José Renato (Rafael Primot/Genezio de Barros). Diante do berço, prática, decide adotar apenas o menino que goza de boa saúde. ‘A criança é pequena demais para se lembrar de qualquer coisa’, responde ao marido quando questionada se não seria errado separar os irmãos.
18 anos
18 anos se passam e os irmãos completam a maioridade. Enquanto Renato (Cauã Reymond) acaba de ganhar da mãe, Elenice (Ana Beatriz Nogueira), o primeiro apartamento, Christian (Cauã Reymond) deve, por lei, deixar o lugar que acostumou-se a chamar de lar. Christian sai do orfanato prometendo a Ravi (10 anos mais novo, seu irmão de coração), que voltará para buscá-lo quando o menino completar a maioridade.
Sozinho no mundo e precisando dar conta do próprio sustento, Christian emprega-se como caixa num pequeno mercado. Tenta em vão estudar nas parcas horas vagas, enquanto vê seu sonho de cursar uma faculdade ficando cada vez mais para trás…
Renato, por sua vez, não demonstra interesse pelos estudos – tampouco pelo trabalho – já que sempre teve tudo sem esforço. Seus pais, José Renato (Genezio de Barros) e Elenice, nunca estiveram de acordo sobre a forma de educá-lo. Ao contrário da esposa, José Renato acredita que não deveriam ter omitido do filho a verdade sobre sua origem: ‘- Quem sabe assim ele não daria valor às oportunidades que tem?’
Hora da verdade
Inteligente e esforçado, Christian é reprovado no vestibular. Sem perspectivas na vida, volta ao orfanato em busca do nome de seu pai: ‘Alguma coisa ele me deve. Quem sabe ele não pode me ajudar?’. Com o endereço de Ernani (Márcio Vito) nas mãos, o jovem segue em busca do pai, que o rechaça. Antes, porém, Ernani quer saber: qual dos filhos está diante dele? Christian ou Christofer?
De volta ao abrigo, inquirindo uma antiga funcionária, Christian confirma a existência do irmão gêmeo, adotado por um casal do Rio de Janeiro. No alojamento onde está hospedado, busca o recorte amarelado de uma página de revista, guardado numa caixa de sapatos. Na foto, uma espécie de versão bem-sucedida de si mesmo: instalado na tribuna de honra do estádio do Engenhão, no Rio de Janeiro, vestindo camisa do Botafogo. A fotografia que Christian guardara, então, achando curioso que existisse no mundo alguém tão parecido com ele, súbito se converte em sua única pista…
Ao mesmo tempo, no Rio de Janeiro, o pai de Renato sofre um infarto, e, antes de morrer, revela ao filho que o adotara. Inconformado, Renato confronta Elenice que mente dizendo que seu pai biológico e seu irmão gêmeo, Christian, estão mortos.
Desencontro
Com o recorte de revista nas mãos, Christian parte para o Rio de Janeiro, em busca do irmão. Renato, por sua vez, tomado pela revolta de descobrir que fora adotado, deixa o Brasil sem passagem de volta.
10 anos depois
Um ônibus interestadual estaciona na plataforma e um rapaz desembarca: é Ravi (Juan Paiva), agora aos 18 anos. Christian (Cauã Reymond) vai ao seu encontro e os dois se abraçam, emocionados. Trabalhando como manobrista, Chris instala Ravi na comunidade onde mora e consegue um emprego para o amigo como faxineiro de um restaurante.
Lara
Trabalhando no restaurante, Ravi conhece Lara (Andréia Horta), cozinheira, encantando-se por ela. Ao ser convidado para o aniversário da colega, Ravi convence Christian a acompanhá-lo. Christian conhece Lara e os dois acabam se apaixonando. Ravi reage magoado a princípio, mas, com a autoestima baixa, avalia que Christian, inteligente, instruído, tem mais chances com a moça.
Um tempo se passa e Ravi conhece Joy (Lara Tremouroux), pichadora de rua. Joy acaba engravidando e Ravi, bom coração, insiste para que tenham o filho. Francisco nasce, então, assim como os conflitos entre o jovem casal: Joy não está disposta a renunciar à própria adolescência e Ravi, cada vez mais, se verá sozinho com a criança.
Uma nova vida?
Meses se passam e Christian (Cauã Reymond), por influência de Lara (Andréia Horta), volta a cogitar os estudos. Apaixonado pela moça e reconciliado com a própria vida, livra-se da obsessão que o consumia: conhecer o irmão e a vida que poderia ter sido sua.
Frente a frente
O acaso, no entanto, se interpõe: decidido a seguir sua vida, Christian (Cauã Reymond) se vê diante de Renato (Cauã Reymond), que está de volta ao Brasil. Os dois passam uma madrugada juntos, e, numa peça pregada pelo destino, Renato, sozinho e embriagado, sobe o morro para saldar uma dívida do irmão com os traficantes (Íntegro e correto, Christian terminara aceitando fazer um único ‘carreto’ para pagar a fiança de Ravi, preso injustamente). Tomado pelos traficantes como Christian, Renato é morto. E Christian acabará, então, assumindo sua identidade.
Noca
Avó de Lara (Andreia Horta), Noca (Marieta Severo) tem orgulho de ter conseguido, sozinha, formar a neta em gastronomia. Positiva, solar, pragmática, é a influência maior da vida de Lara. Ativa sexual e profissionalmente, irá chacoalhar as crenças dos frequentadores da terceira idade de seu restaurante, ‘Escondidinho da Noca’. Guarda um segredo em seu passado, que irá se desvendar ao longo da trama.
Bárbara
Namorada de Renato (Cauã Reymond), Bárbara (Alinne Moraes) é filha do empresário Santiago (José de Abreu), irmã de Nicole (Ana Baird) e de Rebeca (Andrea Beltrão). Órfã de mãe, cresceu em uma vida de luxo, porém instável emocionalmente. Codependente, é apaixonada por Renato e acredita que, através de seus esforços, poderá modificá-lo. De fato, ele se modifica: o novo Renato (na verdade, Christian) é um rapaz responsável, comprometido com o trabalho e a família. A tal ponto que a própria Bárbara estranhará tamanha mudança.
Rebeca
Rebeca (Andrea Beltrão) é filha mais velha de Santiago (José de Abreu) e meia-irmã de Bárbara (Alinne Moraes) e Nicole (Ana Baird). Ex-modelo de sucesso, vive oprimida pelo curto prazo de validade da carreira que abraçou. Descoberta na adolescência pelo olheiro de uma agência, saiu cedo de casa e voou literalmente para longe das irmãs e da família.
É mãe de Cecília (Fernanda Marques) e casada com Túlio (Daniel Dantas), mulherengo inveterado. Túlio tem um caso com Ruth (Pathy Dejesus), engenheira que presta serviços para a rede de supermercados Redentor, gerida por Santiago. Há tempos a relação de Rebeca com o marido se deteriorou, mas, em meio a tantas perdas (carreira, prestígio, juventude), Rebeca reluta em cravar um ponto final na relação.
Ao conhecer Felipe (Gabriel Leone), namorado de Bela (Bruna Martins), melhor amiga de sua filha Cecília (Fernanda Marques), Rebeca se verá incapaz de resistir à atração instantânea que sentem um pelo outro. A diferença de idade entre eles, no entanto, será motivo de grande conflito para o casal.
Nicole
Irmã de Rebeca e Bárbara, Nicole (Ana Baird) cresceu acostumada a suprir com comida o afeto que lhe faltara. Acima do peso desde a infância, vive em eterna briga com a balança. Ao longo da história, vai se envolver com Paco (Otávio Müller), dublador como ela. Relax com o próprio peso, Paco irá chacoalhar as crenças de Nicole de que é preciso ser magra para ser feliz – e amada. Paco é pai de Mel (Samantha Quadrado), que tem Síndrome de Down, e será através da afirmação de Paco da diferença da filha, que Nicole irá vislumbrar um caminho para amar o próprio corpo e a si mesma.
Ilana
Dona de uma produtora, Ilana (Mariana Lima) é ex-modelo e melhor amiga de Rebeca (Andrea Beltrão). Vive um casamento em crise com Breno (Marco Ricca). Ocupado com trabalhos publicitários frequentemente medíocres, Breno nunca foi capaz de se afirmar como fotógrafo de arte – sua real ambição. Hoje leva uma vida acomodada trabalhando na produtora da esposa, que além de chefe do marido, ganha mais do que ele. Workaholic inveterada, Ilana congelou os próprios óvulos para engravidar num momento mais tranquilo, que nunca parece chegar. Cobrada por Breno, Ilana, aos 45 anos, decide se tornar mãe.
Santiago
Íntegro e trabalhador, self made man, Santiago (José de Abreu) é pai de Rebeca (Andrea Beltrão), Nicole (Ana Baird) e Bárbara (Alinne Moraes) – as duas últimas de seu segundo casamento. Sabe que falhou como pai ao sair de casa e deixar Bárbara e Nicole pequenas sob os cuidados da ex-esposa, bipolar e instável. Empenhado em compensar essa falta, mimou as meninas e hoje carrega a culpa de tê-las “estragado”.
É dono da rede de supermercados Redentor, fruto do trabalho de toda uma vida. Agora, no entanto, recebe do médico um deadline para deixar o presidência do grupo. E irá oscilar entre os dois genros, Túlio e Renato, na hora de escolher um sucessor.
Personalidades refletidas no figurino e na caracterização
Durante as gravações de ‘Um Lugar ao Sol’, ao longo da pandemia, as equipes da novela tiveram que buscar formas criativas para se adaptar às normas de segurança e dar continuidade aos trabalhos. “Um dos nossos desafios foi conseguir entregar os figurinos propostos para cada personagem em condições que atendessem nosso protocolo de higienização, sem alterar ou ruir o estilo e a essência de cada personagem”, conta Antônio Medeiros, responsável pelo figurino da novela. Núbia Maísa, que concebeu a caracterização ao lado de Simone Batata, complementa: “Tivemos que nos reinventar: manter distanciamento, usar álcool e máscara o tempo todo, além de macacões e aventais.” Apesar dos desafios, a jornada foi concluída com sucesso e o público poderá conferir na tela o resultado do trabalho dessas equipes.
Entres as composições feitas está a dos gêmeos Christian e Renato, ambos vividos por Cauã Reymond. “Para construção do figurino desses personagens, partimos do ponto de origem dos universos que estamos retratando. Existe uma linha social que os distancia, mas que em algum momento na trama colide. Christian é o gêmeo que cresce em Goiânia. Pensamos em retratá-lo como parte desse universo, ambientá-lo como parte desse lugar, traçando recortes, influências, em um imaginário estético de composições e montagens sobrepostas de figurinos e peças desgastadas pelo tempo, levemente tingidas, em paleta de cor terrosa, com lavagens, para acentuar sua personalidade resiliente, contornando, assim, uma série de simbolismos que transmitissem a sua posição social, e retratasse a subjetividade de seu personagem. Já Renato é o irmão gêmeo adotado por uma família rica carioca, ambientada na Zona Sul do Rio. Novamente, construímos o figurino do Renato em seu ambiente. Traçamos os recortes de distanciamentos sociais dos irmãos, assim como o desdobramento entre os universos que orbitam, influenciando seus costumes. A paleta de cor do Renato flerta com os pretos e com jeans estonados”, detalha o figurinista.
Já sobre a caracterização dos gêmeos, Núbia destaca as diferenças entre eles: “Nas cenas em que tem 18 anos, Christian usa uma peruca com divisão lateral e naturalmente penteada, com aparência de um rapaz simples. Por outro lado, para o Renato, um rapaz rico, inconsequente, que tem tudo de melhor, apesar de nunca ter trabalhado ou estudado, optamos por uma peruca com corte médio, cacheado, mais despojado, além de uma tatuagem de um corvo nas costas. A partir da passagem de tempo na trama, optamos por uma caracterização mais prática possível, pensando em viabilizar as trocas durante as gravações, já que teríamos um ‘terceiro’ personagem, desde o momento em que um assume o lugar do outro”.
Ravi (Juan Paiva), que é o melhor amigo de Christian, tem um figurino que traça um paralelo do estilo proposto para Christian, seu grande espelho. “Ravi é um rapaz simples. Definimos para ele um corte de cabelo black baixo, com o topo um pouco mais alto. Durante a história, ele também passa por uma descoloração feita de qualquer modo pela namorada Joy (Lara Tremouroux), que é uma personagem que não usa maquiagem e tem o cabelo com dreads”, adianta a caracterizadora.
Já Bárbara (Alinne Moraes) tem figurino e caracterização de uma mulher sofisticada e intuitiva. “É um guarda-roupa que evidencia elementos de um feminino forte, ousado e contemporâneo. Em Bárbara encontramos bastante a presença da assimetria, em cores marcantes. Recortes, que propõem a quebra da rigidez, e flerta levemente com a rebeldia”, comenta Antônio Medeiros.
Noca (Marieta Severo) e Lara (Andréia Horta), outras duas figuras centrais da história, são mulheres com garra, persuasão e força. “A construção de seus figurinos evidencia e transborda suas personalidades. A Lara é muito ligada à liberdade, à leveza e tem um apego ao que é natural e artesanal. Seu figurino abraça uma variedade de modelagens, cores e tecidos, e traz em sua essência um regionalismo discreto, urbano e feminino. E a Noca é uma senhora prática e independente. Optamos por peças funcionais, confortáveis e casuais”, afirma Medeiros.
Em relação à caracterização, tanto Lara quanto Noca ganharam visuais que combinam com praticidade. “Lara é uma mulher bonita, simples, despojada, trabalhadora, com um corte de cabelo mais moderno e prático, a maquiagem mais leve, com um batom vermelho marcado apenas para algumas ocasiões. Noca vem como uma avó, muito pé no chão, conselheira, a frente do seu tempo com seus conselhos e atitudes firmes. Pensávamos em trazer essa personagem assumindo seus grisalhos e com pouca maquiagem. E logo veio a pandemia que nos trouxe esse cabelo platinado belíssimo da Marieta, e que foi perfeito para Noca”, ressalta Núbia Maísa.
‘Um Lugar ao Sol’ aborda ainda o universo da moda, com Rebeca (Andrea Beltrão) e Ilana (Mariana Lima), duas grandes amigas, ex-modelos. “Ambas foram personalidades badaladas no mundo da moda, independente do estilo de vida que possuem no presente, seria impossível o passado não se materializar em suas vidas atuais. São mulheres que vestiram a moda de sua época e que, de certa maneira, ainda carregam esse ruído”, pontua Antônio. “No dia a dia, Rebeca e Ilana estão o mais natural possível, com cabelos curtos, práticos, e com pouca maquiagem. Deixamos o glamour para festas, eventos, fotos e desfiles que temos durante a novela”, revela Núbia.
Realismo na cenografia e na produção de arte
As equipes de cenografia e de produção de arte também tiveram que encontrar novas formas de trabalhar. “Durante um bom tempo, não pudemos gravar fora dos Estúdios Globo. Tivemos que olhar para dentro dos espaços que já tínhamos e pensar em maneiras criativas de reaproveitá-los. Além disso, criamos espaços multiuso, com cenários em que todas as produções pudessem utilizar, como uma delegacia, um hospital e um restaurante”, conta o cenógrafo Cláudio Duque, que assina a cenografia da novela ao lado de Ana Aline de Lima.
Se não poder sair dos Estúdios Globo durante um período foi um desafio, por conta das restrições da pandemia, a nova forma de gravar a história também teve um lado positivo. “Como tivemos uma visualização de muitos capítulos à frente, pudemos prever de forma mais objetiva e ter uma previsão mais ampla do que faríamos, o que foi muito bom”, avalia Duque. “O fato de ir fazendo aos poucos nos deu a oportunidade de olhar de uma maneira mais macro e conseguir entender onde poderíamos melhorar”, concorda o produtor de arte Luiz Pereira.
Durante as gravações, foram montados nove cenários fixos. O maior deles, a mansão de Santiago (José de Abreu), com 320 metros quadrados. A casa de Bárbara (Alinne Moraes), que possui segundo andar, tem 200 metros quadrados. No total, só em estúdio, foram montados cerca de 300 ambientes.
A cidade cenográfica da novela, onde é ambientado o Méier, possui 5.300 metros quadrados. Ali foram montados espaços como o restaurante de Noca (Marieta Severo), com salão e cozinha. “Todos os objetos utilizados nas gravações, como celulares, talheres e copos, foram extremamente higienizados antes de entrarem no set”, destaca Luiz. “Nosso objetivo é que quem está assistindo se envolva com a história e acredite naqueles personagens”, torce o produtor de arte.
ENTREVISTA COM A AUTORA LÍCIA MANZO
Lícia Manzo estreou como autora aos 15 anos, assinando o primeiro texto encenado pelo grupo Além da Lua, fundado por ela e vencedor do Prêmio Molière como o melhor grupo de teatro para crianças, em 1984. Há 20 anos na Globo, escreveu para os humorísticos ‘Sai de Baixo’, ‘Retrato Falado, ‘A Diarista’, entre outros, e foi criadora do seriado ‘Tudo Novo de Novo’, com direção geral de Denise Saraceni, em 2009. Em 2011, Lícia emplacou sua primeira novela, o sucesso ‘A Vida da Gente’, reprisada recentemente em edição especial na faixa das seis. Em 2015, foi ao ar sua segunda novela, ‘Sete Vidas’, também das seis. Agora, com ‘Um Lugar ao Sol’, se prepara para estrear sua primeira obra no horário das nove. Mestre em Literatura Brasileira pela PUC/Rio, Lícia publicou o ensaio biográfico ‘Era uma vez: eu – a não-ficção na obra de Clarice Lispector’, indicado para o Prêmio Jabuti, em 2003. É ainda autora do sucesso teatral ‘A História de Nós 2’ (indicado para o Prêmio Shell na categoria melhor texto), e do espetáculo ‘Aquela Outra’, com direção de Clarice Niskier.
Como surgiu a ideia de escrever ‘Um Lugar ao Sol’? Quais foram as referências e inspirações?
Difícil saber de onde vêm as ideias. Lembro que havia terminado um trabalho, em 2017, e viajei de férias para São Miguel dos Milagres. Sentada na praia, ouvi uma canção de Tracy Chapman, ‘Mountain of Things’. Lembro de ter pensado pela primeira vez, ali, nas linhas gerais da história, que anotei no bloco de notas do celular. De volta ao Rio, assisti na Globonews ao documentário ‘Meus 18 Anos’, sobre jovens que, ao completarem a maioridade, precisam deixar o abrigo para menores onde foram criados. Lembro de ter ficado comovida com os depoimentos desses jovens: alguns sonhavam ser advogados, médicos, engenheiros, enfim. Aos 18 anos, estavam sozinhos no mundo, entregues à própria sorte. Ainda assim, sonhavam se tornar alguém, fazer diferença, ter um lugar ao sol. A partir daí, acredito, foi se formando para mim o novelo central da novela: dois irmãos gêmeos, idênticos, separados no nascimento. Um deles, Christian, encaminhado a um abrigo. O outro, Renato, adotado por um casal abastado. Ao trazê-los para o centro da trama, ou mais que isso, ao fundi-los em um só (na medida em que o primeiro deverá tomar para si a vida e identidade do segundo) questões como integridade, ética, desigualdade social são levantadas na novela, não de um ponto de vista estatístico ou factual, mas íntimo, subjetivo e humano.
Você disse há algum tempo em uma entrevista: “Relações humanas, familiares, tendem a ser, desde sempre, meu principal interesse”. Isso tem sido uma marca sua – e já foi até tema de monografia. Como isso está presente em ‘Um Lugar ao Sol’?
Não saberia, eu acho, abordar qualquer assunto a partir de uma perspectiva macro. A chave de compreensão, para mim, está sempre na perspectiva micro, particular, íntima. O fato importando menos, eu acho, que a repercussão do fato no indivíduo.
Outra característica das suas obras é retratar com profundidade o universo feminino, trazendo a força da mulher. ‘Um Lugar ao Sol’, apesar de ter um protagonista masculino, mantém essa linha de várias personagens femininas centrais na trama. É uma escolha ou isso vai surgindo naturalmente?
Mais que naturalmente. Mulheres representam metade da humanidade, embora até hoje sejam tratadas como uma espécie de minoria. Escrever uma trama sem personagens femininas centrais, seria escrever sobre um mundo manco. Um mundo que não conheço.
Seu processo de trabalho durante a pandemia foi muito diferente do habitual? Quais foram os maiores desafios?
Sim e não. O autor de novelas, de certo modo, já vive uma espécie de quarentena. Você não viaja, não vai a festas, não sai para beber com os amigos. O maior impacto, para mim, foi não poder encontrar minha equipe. Durante um ano e meio trabalhamos remotamente – o que num processo humano, sensível, criativo, pode ser desafiador. De todo modo, durante quase um ano, me refugiei no mato e escrevi de lá, cercada de cachorros, galinhas – o que ajudou a restaurar minha humanidade.
‘Um Lugar ao Sol’ é a sua primeira novela das nove. A expectativa (ou o frio na barriga) está sendo diferente das suas novelas anteriores?
Sim e não, novamente. Sem frio na barriga não existe criação. Mas a pandemia, nesse sentido, foi um desafio a mais. E ao assistir os primeiros capítulos em casa, me flagrei surpresa, incrédula, com o resultado impecável e com a capacidade de adaptação da equipe e da empresa, que rapidamente criou condições seguras para que o trabalho pudesse seguir.
Como foi a escolha do elenco?
Muito harmônica, junto com a direção. Se eu e Maurício divergimos em algum nome, eu nem me lembro. Desde que estive nas primeiras leituras, saí aliviada e com a certeza de que tínhamos feito as escolhas certas.
Como foi a parceria com o diretor Maurício Farias durante essa jornada?
Sou admiradora do trabalho dele. Me sinto muito feliz com esse encontro.
ENTREVISTA COM O DIRETOR MAURÍCIO FARIAS
Nascido em uma família tradicional do cinema brasileiro, Maurício Farias se interessou cedo pela sétima arte. Quando tinha 11 anos foi ator no longa-metragem ‘As Aventuras com tio Maneco’ (1970), dirigido por Flávio Migliaccio e produzido por seu pai, o cineasta Roberto Farias. Mesmo apaixonado por cinema, prestou vestibular para desenho industrial na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Não concluiu. No quinto período do curso, aceitou ser assistente de direção do pai em um especial da TV Globo, exibido na faixa de programação Quarta Nobre, e nunca mais deixou a televisão. Na emissora, dirigiu obras como ‘Tenda dos Milagres’ (1985), ‘As Noivas de Copacabana’ (1992), ‘Quatro Por Quatro’ (1993), ‘A Viagem’ (1994), ‘Cara e Coroa’ (1995), ‘Salsa e Merengue’ (1996), ‘Hilda Furacão’ (1998), ‘Pecado Capital’ (1998), ‘Esplendor’ (2000). Maurício também dirigiu episódios de ‘Você Decide’ e “Brava Gente”. Em 2002, assumiu a direção de ‘A Grande Família’, em que permaneceu até 2011, quando se tornou diretor de Núcleo. De 2011 a 2015, realizou em seu núcleo ‘Tapas & Beijos’, ‘Aline’, ‘Encontro com Fátima Bernardes’, ‘Casseta e Planeta’, ‘A Mulher do Prefeito’ e ‘Mr. Brau’, ao mesmo tempo em que foi um dos criadores do ‘Tá no Ar, a TV na TV’ e do novo ‘Zorra’. A partir de 2017, já como diretor artístico, esteve à frente de ‘Filhos da Pátria’, ‘Cidade Proibida’ e ‘Hebe’. Ao longo de sua carreira, dirigiu sete longas-metragens, entre eles ‘O Coronel e o Lobisomem’, ‘A Grande Família’, ‘Veronica’, ‘Vai que dá certo’ e ‘Hebe’. Com ‘Um Lugar ao Sol’, Maurício volta às novelas, como diretor artístico.
Com ‘Um Lugar ao Sol’, você retorna às novelas depois de 20 anos. Como está sendo essa volta?
Desde que parei de fazer novelas, acabei me dedicando à direção das séries, seriados, programas de humor. Foram anos maravilhosos, onde encontrei grandes parceiros e pude me dedicar a direção desses gêneros. Até que há uns três anos, na época em que eu estava filmando ‘Hebe’, recebi do Silvio de Abreu o convite para dirigir ‘Um Lugar ao Sol’. Agora estou trazendo essa experiência com séries para a direção da novela. E a parceria com a Lícia tem sido espetacular. É uma grande autora, com uma narrativa forte e moderna, com um olhar apurado e sensível para todas as questões que ela aborda.
Fora a viagem para a Praga, na República Tcheca, no início de 2020, toda a novela foi gravada durante a pandemia. Como foi esse processo?
Começamos a gravar a novela no início de 2020, em janeiro, e o resultado é surpreendente. Nos aproveitamos dos limites que a pandemia nos impôs para criar novas formas de trabalhar nas questões artísticas e técnicas. Eu tenho certeza de que isso está impresso na novela. Não foi fácil atravessar a pandemia. Foram meses de tensão, mas também de muita satisfação. Afinal, com tantas limitações, conseguimos realizar o trabalho.
Como foi o trabalho de ‘duplicar’ Cauã Reymond e colocar em cena os gêmeos Christian e Renato?
Usamos alguns efeitos muito interessantes e arrojados. A câmera se movimenta o tempo todo. Os dois personagens gêmeos se mexem a todo momento em cena e você realmente acredita que são duas pessoas. Têm horas que esquecemos que é o mesmo ator interpretando dois personagens. Eu estou muito feliz com o resultado. Temos um trabalho de computação muito sofisticado.
Fale um pouco sobre a escolha do elenco e o trabalho com esses atores.
Temos um elenco maravilhoso, de grandes atores, muitos com quem eu já tinha trabalhado. Acredito em parcerias no trabalho. O trabalho em televisão é em grande parte coletivo. Por isso uma equipe e um elenco com afinidades é tão importante. E ainda encontrei novos parceiros como Cauã Reymond, Alinne Moraes e Andreia Horta, com os quais nunca tinha trabalhado. Além de talentos jovens como o Juan Paiva e a Lara Tremouroux.
Como foi a parceria com Lícia Manzo?
É a primeira vez que trabalhamos juntos. Foi um encontro incrível com a Lícia, que é uma autora muito especial. Ela desenvolve as ações e as personagens de maneira espetacular, além de ser muito observadora e provocadora. Estou bastante contente com a parceria.
O que o público pode esperar de ‘Um Lugar ao Sol’?
Eu acho que a novela, por ter sido gravada durante este período da pandemia, gera ainda mais expectativa. O público está ansioso e saudoso das novelas. ‘Um Lugar ao Sol’ marca a volta das novelas completamente inéditas no horário das nove. Nós estamos felizes porque fizemos o nosso melhor. É uma trama com um texto maravilhoso, um grande elenco e um padrão altíssimo.
PERSONAGENS UM LUGAR AO SOL
Os gêmeos
Christian (Cauã Reymond) – Foi separado do irmão gêmeo Christofer (Cauã Reymond) prestes a completar 1 ano de idade e criado em um abrigo, em Goiânia, até os 18 anos. Estudioso, sonha com uma vida melhor. Quando completa a maioridade, começa uma busca pelo irmão. Se apaixona por Lara (Andréia Horta). Quando os caminhos de Christian e Renato se cruzam, e Renato morre, Christian toma o lugar do irmão. É melhor amigo de Ravi (Juan Paiva).
Christofer/Renato (Cauã Reymond) – Irmão gêmeo de Christian, foi adotado por uma família rica do Rio de Janeiro e cresceu sendo muito mimado pela mãe, Elenice (Ana Beatriz Nogueira). Com uma personalidade irresponsável e inconsequente, Renato, nome que ganhou da nova família, fica revoltado quando descobre sua verdadeira origem. É namorado de Barbara (Alinne Moraes).
Núcleo Lara
Lara (Andréia Horta) – Formada em Gastronomia, Lara é determinada e doce ao mesmo tempo. Se apaixona por Christian (Cauã Reymond) logo no início da trama e os dois vivem uma linda história, até que ela passa a acreditar que o jovem está morto. É neta de Noca (Marieta Severo), com quem tem uma relação de muita cumplicidade.
Noca (Marieta Severo) – Mulher forte e com um passado que guarda muitos segredos, Noca é avó de Lara (Andréia Horta). Apesar de em alguns momentos discordar da neta, será seu apoio em todas as situações.
Mateus (Danton Mello) – Namorado de adolescência de Lara (Andréia Horta). Os dois se reencontram e voltam a se envolver após a suposta morte de Christian (Cauã Reymond). Viúvo, Mateus é pai de Marie (Maju Lima).
Marie (Maju Lima) – Filha de Mateus (Danton Mello).
Geize (Stella Freitas) – Vizinha de Lara (Andréia Horta), também é grande amiga de Noca (Marieta Severo) e vai trabalhar com elas no restaurante que vão abrir.
Dalva (Ju Colombo) – Amiga de Noca (Marieta Severo), vai trabalhar com ela e com Lara (Andréia Horta) no restaurante que vão abrir.
Thaiane (Georgina Castro) – Jovem que nasceu na mesma cidade de Noca (Marieta Severo), em Minas Gerais, vai para o Rio de Janeiro e consegue emprego no restaurante de Noca e Lara (Andréia Horta).
Aníbal (Reginaldo Faria) – Aposentado, vai se envolver com Noca (Marieta Severo).
Núcleo Bárbara
Barbara (Alinne Moraes) – Na contramão de seu visual fashion, Barbara é uma jovem com um histórico familiar disfuncional e carente de autoestima. Noiva de Renato (Cauã Reymond).
Janine (Indira Nascimento) – Colega de Bárbara (Alinne Moraes) no curso de Escrita, é uma jovem humilde, que consegue uma bolsa de estudos para realizar o sonho de ser escritora. É enganada por Bárbara, que rouba a autoria de um de seus textos.
Núcleo Ravi
Ravi (Juan Paiva) – É o melhor amigo de Christian (Cauã Reymond). Os dois cresceram juntos no orfanato, em Goiânia, e sempre se apoiaram. Ao completar 18 anos, Ravi passa a morar com o amigo no Rio de Janeiro e se torna seu único confidente quando Christian decide deixar o passado para trás e assumir o lugar do irmão gêmeo. Vai se envolver com Joy (Lara Tremouroux).
Joy (Lara Tremouroux) – Pichadora, Joy se envolve com Ravi (Juan Paiva) e acaba engravidando do rapaz. Joy vê em Ravi a oportunidade de ter uma vida melhor do que a que sempre teve ao lado da mãe, Inácia (Yara de Novaes). Ela, no entanto, viverá o conflito de querer de volta a liberdade da juventude e ter que cuidar de uma criança.
Inácia (Yara de Novaes) – Mãe de Joy (Lara Tremouroux) e de Yasmin (Maithê Rodrigues), criou as filhas sozinha.
Yasmin (Maithê Rodrigues) – Irmã mais nova de Joy (Lara Tremouroux).
Adel (Samantha Jones) – Melhor amiga de Joy (Lara Tremouroux), também é pichadora.
Núcleo Rebeca
Rebeca (Andrea Beltrão) – Ex-modelo de sucesso oprimida pelo curto prazo de validade da carreira que abraçou, Rebeca é casada com Tulio (Daniel Dantas) e mãe de Cecília (Fernanda Marques). Se envolve com Felipe (Gabriel Leone). É melhor amiga de Ilana (Mariana Lima).
Tulio (Daniel Dantas) – De caráter duvidoso, Tulio faz de tudo para tirar vantagem nos negócios da Redentor, rede de supermercados do sogro, Santiago (José de Abreu). É casado com Rebeca (Andrea Beltrão) e mantém um caso com Ruth (Pathy Dejesus).
Ruth (Pathy Dejesus) – Engenheira que, além de ser amante de Túlio (Daniel Dantas), é cúmplice dele nos desvios de dinheiro da Redentor, rede de supermercados do sogro de Túlio, Santiago (José de Abreu).
Cecília (Fernanda Marques) – Filha de Rebeca (Andréa Beltrão), tem uma relação conflituada com a mãe, que piora quando Cecília é convidada para fazer uma campanha de moda. É com um misto de orgulho e incômodo que Rebeca assiste à filha desabrochar. Cecília ainda é contra a relação de Rebeca e Felipe (Gabriel Leone).
Bela (Bruna Martins) – Melhor amiga de Cecília (Fernanda Marques), no início da trama é namorada de Felipe (Gabriel Leone).
Edgar (Eduardo Moscovis) – Ex-marido de Rebeca (Andréa Beltrão) e pai de Cecília (Fernanda Marques).
Núcleo Felipe
Felipe (Gabriel Leone) – O jovem cursou Psicologia, mas também é apaixonado por música. É neto de Ana Virgínia (Regina Braga) e filho de Júlia (Denise Fraga). Se envolve com Rebeca (Andrea Beltrão).
Ana Virgínia (Regina Braga) – Psicanalista, é mãe de Júlia (Denise Fraga) e avó de Felipe (Gabriel Leone). Ana Virgínia tenta proteger o neto das atitudes inconsequentes da mãe.
Júlia (Denise Fraga) – Cantora fracassada, alcoólatra em recuperação, é mãe de Felipe (Gabriel Leone) e filha da psicanalista Ana Virgínia (Regina Braga).
Núcleo Ilana e Breno
Ilana (Mariana Lima) – Ex-modelo e hoje dona de uma produtora, Ilana vive um casamento em crise com Breno (Marco Ricca). É melhor amiga de Rebeca (Andrea Beltrão). Ao longo da trama, se envolve com Gabriela (Natália Lage).
Breno (Marco Ricca) – Fotógrafo e marido de (Mariana Lima), Breno não se sente realizado nem na profissão e nem no casamento. Leva uma vida acomodada trabalhando na produtora da esposa.
Gabriela (Natália Lage) – Médica obstetra, conheceu Ilana (Mariana Lima) na adolescência. Quando a ex-modelo engravida, as duas se reencontram.
Lucília (Cláudia Missura) – Irmã de Breno (Marco Ricca).
Domício (Luiz Serra) – Pai de Breno (Marco Ricca).
Núcleo Santiago
Santiago (José de Abreu) – Dono da rede de supermercados Redentor e pai de Barbara (Alinne Moraes), Rebeca (Andrea Beltrão) e Nicole (Ana Baird). Vai se envolver com Érica (Fernanda de Freitas).
Érica (Fernanda de Freitas) – Honesta, leva o trabalho como personal trainer com responsabilidade. Mãe de Luan (Miguel Schmid) que, assim como Santiago (José de Abreu), não recusa uma partida de xadrez. O empresário e Erica se aproximam depois que ela começa a acompanhar Santiago em seus exercícios físicos. Esse envolvimento não vai agradar em nada as filhas dele.
Luan (Miguel Schimid) – Filho de Érica (Fernanda de Freitas), é estudioso e ama jogar xadrez.
Stephany (Renata Gaspar) – A jovem enfrenta um relacionamento abusivo com Roney (Danilo Grangheia). É irmã de Érica (Fernanda de Freitas) e fará de tudo para se aproveitar do relacionamento da personal trainer com Santiago (José de Abreu).
Roney (Danilo Grangheia) – Marido de Stephany (Renata Gaspar), é um homem agressivo e ciumento.
Núcleo Nicole
Nicole (Ana Baird) – Filha de Santiago (José de Abreu) e irmã de Bárbara (Alinne Moraes) e de Rebeca (Andrea Beltrão). Trabalha como dubladora e cresceu acostumada a suprir com comida o afeto que sempre lhe faltou. É muito ligada a Bárbara. Vai se envolver com Paco (Otávio Müller).
Paco (Otávio Müller) – Dublador, é pai de Mel (Samanta Quadrado) e ex-marido de Helena (Cláudia Mauro). Mel tem Síndrome de Down e Paco sempre incentiva a filha a ter autonomia. Bem-humorado e relax com o próprio peso, ele vai se envolver com Nicole (Ana Baird) que, ao contrário, vive em guerra com a balança.
Mel (Samanta Quadrado) – Filha de Paco (Otávio Müller) e Helena (Cláudia Mauro), a jovem tem Síndrome de Down. Vai apoiar o relacionamento dele com Nicole (Ana Baird).
Helena (Cláudia Mauro) – Ex-mulher de Paco (Otávio Müller) e mãe de Mel (Samanta Quadrado).
Núcleo Elenice
Elenice (Ana Beatriz Nogueira) – Mulher fútil, vive de aparências, e é mãe adotiva de Renato (Cauã Reymond). Procurando compensar a frustração por não ter um filho biológico, sempre tentou fazer de Renato um filho perfeito, o que custou aos dois um distanciamento progressivo e irrevogável. Ainda assim, quando se trata de defender o filho, Elenice é capaz de qualquer coisa.
Teodoro (Fernando Eiras) – Irmão de Elenice (Ana Beatriz Nogueira). Ao mesmo tempo em que protege a irmã, tenta colocar um freio nas atitudes controladoras dela em relação a Renato.
Alípio (Isio Ghelman) – Vai se envolver com Elenice (Ana Beatriz Nogueira) acreditando estar dando um golpe nela.
José Renato (Genezio de Barros) – Marido de Elenice (Ana Beatriz Nogueira) e pai adotivo de Renato (Cauã Reymond).
Participações
Antônia (Betty Gofman) – Professora de Bárbara (Alinne Moraes) e Janine (Indira Nascimento) no curso de Escrita.
Avany (Inez Viana) – Diretora do abrigo em que Christian (Cauã Reymond) e Ravi (Juan Paiva) cresceram, em Goiânia.
Damón (Juan Aguiar) – Pichador, vai se envolver com Joy (Lara Tremouroux).
Ernani (Marcio Vito) – Pai dos gêmeos Christian e Christofer (Cauã Reymond).
Eva (Débora Duarte) – Mãe de Rebeca (Andrea Beltrão).
Gesiel (Antônio Pitanga) – Freguês do restaurante de Noca (Marieta Severo).
Gorete (Patricia Selonk) – Secretária na casa de Bárbara (Alinne Moraes).
Hannah (Juliana Schalch) – Amiga de Bárbara (Alinne Moraes) e Renato (Cauã Reymond) e namorada de Rodrigo (Diogo Monteiro).
Jerônimo (Thelmo Fernandes) – Patrão de Thaiane (Georgina Castro) em Minas Gerais.
Leila (Mayara Theresa) – Secretária na sede da Redentor.
Josias (Pável Reymond) – Manobrista no estacionamento do aeroporto junto com Christian (Cauã Reymond).
Maria Fernanda (Fernanda Nobre) – Teve um caso com Renato (Cauã Reymond) no passado.
Mercedes (Angela Figueiredo) – Empregada na casa de Santiago (José de Abreu).
Napoleão (Rui Rezende) – Conhece Noca (Marieta Severo) no hospital e a ajuda, indiretamente, a realizar o sonho de abrir o próprio restaurante.
Rodrigo (Diogo Monteiro) – amigo do Renato (Cauã Reymond) e da Barbara (Alinne Moraes) e namorado de Hannah (Juliana Schalch).
Romero (Tonico Pereira) – Ex-professor de Christian (Tonico Pereira), apoia o jovem a continuar os estudos.
Valdir (Roberto Alencar) – Marido de Inácia (Yara de Novaes) e padrasto de Yasmin (Maithê Rodrigues) e Joy (Lara Tremouroux).