Depois de ser condenado injustamente e passar um período atrás das grades, Giovanni (Jayme Matarazzo) está disposto a recomeçar. A oportunidade de emprego como técnico de informática demora, mas finalmente aparece, para alívio do rapaz. A notícia é comemorada por toda a família di Marino, e Giovanni nem imagina que Aparício (Alexandre Borges) é quem está por trás da contratação. Logo um integrante da família Varela, responsável por levar para a prisão o filho de Francesca (Marisa Orth) sob a acusação de ter sido o executor da explosão no Grand Bazzar. Tudo isso impulsionado pelo depoimento de Camila (Agatha Moreira).
E quem poderia prever que Giovanni fosse se apaixonar justamente por Camila? A fotógrafa não faz ideia de que o atual namorado foi condenado em parte por sua culpa. Já Bruna (Fernanda Vasconcellos), a ex que acaba de descobrir que foi trocada pela arqui-inimiga, não se conforma com a situação.
Após confrontar Giovanni, a advogada revela para Enéas (Johnnas Oliva) a identidade do novo namorado de Camila. Dispostos a separar o casal, Bruna e Enéas armam para Giovanni. Durante um trabalho na Peripécia, Enéas dá um jeito de exibir no telão imagens de reportagens da época, mostrando a prisão de Giovanni e revivendo a história da explosão. Camila fica traumatizada, enquanto Enéas tenta provar que Giovanni se aproximou da fotógrafa apenas para se vingar. Confusa e arrasada, Camila não dá chances para Giovanni se explicar. Como se não pudesse piorar, Giovanni também é demitido da empresa.
‘Haja Coração’ é escrita por Daniel Ortiz, com a colaboração de Flávia Bessone, Isabel Muniz, Patricia Moretzsohn e Nilton Braga, direção artística de Fred Mayrink e direção de Bia Coelho, Luciano Sabino, Alexandre Klemperer, Teresa Lampreia e Allan Fiterman.
Entrevista com Jayme Matarazzo
Qual foi a sua reação ao saber do retorno de ‘Haja Coração’?
Fiquei muito contente. Foi um trabalho muito prazeroso, desafiante, intenso e cercado de bons amigos talentosos. Fui muito feliz na época e hoje, gosto ainda mais do resultado. Assistir à novela sem estar no ritmo intenso de gravações, sem poder fazer nada para alterar o andamento e sendo espectador é bem legal também. ‘Haja Coração’ é uma novela leve, alto astral, mas que mantém uma dramaturgia intensa e histórias bem amarradas. Uma alegria enorme rever.
O que o Giovanni significa em sua trajetória profissional?
Todo personagem sempre deixa um legado enorme na nossa caminhada profissional. Para um ator, cada criação e cada projeto servem de combustível para manter a nossa máquina criativa em constante movimento. A novela tem um papel importante no meu crescimento na profissão. Um personagem bem intenso, machucado por uma injustiça que o levou a dois anos de cadeia, mesmo sendo inocente. Ainda assim ele leva dentro de si uma pureza e uma certeza de que o amor é a única forma de cura e de perdão. Um menino obcecado por descobrir o paradeiro de seu pai, mas que esbarra em uma paixão maluca pela menina que o colocou atrás das grades. Uma trama bem interessante e dinâmica. Nos divertimos bastante. Isso foi o grande legado neste projeto.
Como foi o seu trabalho de composição para ‘Haja’?
Na época de preparação para a novela, fiquei muito tentado a assistir a versão original, que foi exibida em 1987. Eu nasci em 1985, portanto não havia assistido nada. Mas a própria direção da novela me aconselhou a começar uma construção do zero. Sem referência. E assim fiz. Não assisti a nenhum capítulo da versão original. Pude dar a minha leitura pura sobre essa personagem. E lembro que o trabalho de composição foi muito legal. Pesquisei bastante sobre histórias de pessoas presas injustamente e casos famosos de erros da justiça. Lembro que o mergulho no universo da feira foi muito legal. Adorava o fato do Giovanni ser de uma família de feirantes. De toda semana ter uma enorme feira cenográfica, onde nossa missão era fazer todas as cenas em constante movimentação na barraca de frutas. Lavando, descascando laranja e atendendo a clientela. Era divertido demais. E ter Marisa Orth ao lado todos os dias era um privilégio. Uma energia e uma força que contagiam qualquer um.
Você está vivendo um momento único, à espera do primeiro filho, Antonio. Como foi receber a notícia e como está se preparando para viver a paternidade?
Estamos vivendo em um sítio (na Serra da Cantareira) desde o começo da pandemia, e logo no início dessa mudança nos descobrimos grávidos. Desde estão, o mundo ganhou novas cores, novos sonhos e dias lindos estão por vir. É um momento para estar conectado com aquilo que realmente importa nessa vida. Família, amigos e natureza.
Que aprendizados e descobertas você acumulou neste período de quarentena?
Esse período de quarentena fez com que olhássemos mais para dentro de nós mesmos. Olhar para si, rever conceitos e prioridades. Olhar para o mundo com novas percepções. Entender de uma vez por todas o nosso papel como indivíduos nesse planeta que habitamos e que tanto castigamos. Entender que somos muito vulneráveis, mas também somos fortes. Tento acreditar que vamos passar esse período difícil transformados e olhando para o nosso dever como sociedade de uma nova maneira. E espero que possamos sair dessa mais fortes. Uma das poucas coisas que me deixaram feliz nesse período foi confirmar a importância da arte, do entretenimento e dos artistas em uma sociedade sadia. A arte, a TV, a música e as lives serviram de alívio e acalanto para tantas pessoas que precisavam também se preocupar com a saúde mental.
Quais são seus planos profissionais para o futuro?
Em primeiro lugar espero que esse futuro seja seguro. Podemos nos reinventar a cada dia e descobrir mil maneiras de atuar em tempos de pandemia e isolamento. Mas o delicioso da nossa profissão de ator é exatamente nossa dinâmica em grupo. É estar juntos contando histórias e dando vida aos personagens. Espero que possamos estar juntos o mais breve possível. Mas o momento requer paciência. Que 2021 seja um ano diferente. Cheio de esperança e de amor.