Ele estreou na Globo em 1988, na novela Vida Nova e de lá pra cá já foram cerca de 40 trabalhos na televisão. Longe da emissora desde 2013, quando atuou em Flor do Caribe, Marcos Winter comemora sua volta em Segunda Chamada, nova série com estreia prevista para outubro. Na trama, ele será Alberto, o marido da professora Lúcia (Debora Bloch), que sofre as sequelas de um AVC. Ao Gshow, o ator conta detalhes de seu novo trabalho, relembra momentos marcantes da carreira e ainda revela como vê a estreia de sua filha com Paloma Duarte em Malhação.
“Quando eu comecei a trabalhar na Rede Globo não tinha nem o Projac (atual Estúdios Globo) ainda. Eu conheço pessoas de muitos anos atrás e ao mesmo tempo tem muita gente nova. É bacana essa troca”, reforça o ator ao comemorar sua volta.
Antes de começar a falar sobre seu novo trabalho, Marcos viaja pelo tempo em uma nostalgia de seus trabalhos anteriores.
“Eu fiz uma minissérie do Euclides da Cunha que nunca vou esquecer, que foi ‘Desejo’, dirigida pelo Wolf Maia. Outra novela que eu adorava fazer era ‘Felicidade’, do Manoel Carlos, com direção da Denise Saraceni. Eu fiz tanta coisa legal… A minha primeira novela também foi incrível, que foi ‘Vida Nova’, dirigida pelo Luiz Fernando Carvalho. A melhor escola que eu pudia ter, eu tive”, destaca.
Aos 53 anos e com tantos papéis inesquecíveis, o ator ainda lembra de sua fama de galã e fala como lidou com os rótulos ao longo da carreira.
“Tanto é um estereótipo, que eu nunca assumi de verdade. O Marcelinho Serrado falava uma coisa muito bacana: quando a gente começou, a gente era muito ingênuo, muito adolescente. A galera hoje já é absolutamente descolada. A gente não era.”
Já em Segunda Chamada, prepare-se para ver o ator bem diferente de tudo o que você já viu. Na pele de Alberto, ele precisou estudar muito para viver um homem que sofre com as sequelas de um AVC e passa a ficar dependente do cuidado da esposa, a professora Lúcia, vivida por Debora Bloch.
“É muito difícil, porque como sequela do AVC, ele fica torto, e a gente não sabe se ele tem algo que se chama ‘Síndrome do Encarceramento’, que entende tudo o que está acontecendo, mas não consegue se expressar.”
“Existe uma sequela na perna dele, ele perde a fala, tem uma deformidade no rosto, na boca, no braço”, conta o ator.
Marcos ainda revela que para passar credibilidade no corpo e nas atitudes do personagem contou com a ajuda de uma médica:
“Tive ajuda de uma neurologista maravilhosa de São Paulo, a doutora Evelyn. Se eu sou o pai do Alberto, ela é a mãe do Alberto. Ela me ajudou incrivelmente para não cair no estereótipo. A gente foi esmiuçando todos os detalhes pra ficar mais verossímil possível. Isso foi muito difícil. Tomara que seja muito crível.”
Mas não é só seu papel em Segunda Chamada que deixa o ator com motivos para comemorar. Ana Clara Winter, filha do ator com Paloma Duarte, fez sua estreia em Malhação, deixando o papai orgulhoso.
“É bacana demais, que ela faça muito bem, aprenda bastante, leia alguns livros que eu dei pra ela… Ela está descobrindo essa história. Mas ela é filha de ator e atriz, neta de atriz e de um artista, que é o Antônio Marcos. É bisneta do Lima Duarte e da Dona Marisa Sanches”, conta o ator.
Ele ainda reforça que a filha sempre esteve no meio artístico desde criança:
“Ela fez uma novela com a mãe quando era mais nova, foi criada em coxia de teatro, em corredor de televisão. A Paloma quando estava dando de mamar pra Clarinha já estava dentro de um estúdio. Elas foram muito criadas nesse meio”, conta.
Já estamos ligados em todos os detalhes de Segunda Chamada. A série da Globo gravada em São Paulo, em coprodução com a O2 Filmes, é a primeira escrita pelas autoras Carla Faour e Julia Spadaccini, com Maíra Motta, Giovana Moraes e Victor Atherino, e também marca a estreia de Joana Jabace na direção artística. A direção conta ainda com Breno Moreira, João Gomez e Ricardo Spencer e tem no elenco nomes como Carol Duarte, Felipe Simas, Mariana Nunes, Nanda Costa, Linn da Quebrada, Otávio Müller, José Dumont, Caio Blat e Arthur Aguiar, entre muitos outros.