Após assumir o comando da novela “Liberdade, Liberdade” no lugar de Márcia Prates, o autor-roteirista Mário Teixeira ganhou a confiança do diretor do núcleo de dramaturgia da Rede Globo, Sílvio de Abreu, motivo pelo qual já está preparando um novo projeto, desta vez com direção artística de Jayme Monjardim. Trata-se da minissérie “O Anjo de Hamburgo”, que vai falar sobre a vida de uma poliglota paranaense, chamada Aracy Moebius de Carvalho Guimarães, nascida no ano de 1908 e falecida no ano de 2011. Ela foi responsável por ignorar atos nazistas no Brasil, contrariando as ordens do governo do ex-presidente brasileiro Getúlio Vargas.
Filha de pai português e mãe alemã, Aracy nasceu no Paraná, mas foi criada em São Paulo. Após se casar com um alemão, ela se tornou mãe de um rapaz e se mudou para a Alemanha, só que depois do divórcio, com o pasar de cinco anos, continuou morando no exterior, com uma tia. Para se sustentar, ela começou a trabalhar como chefe responsável pela emissão de passaportes no consulado brasileiro de Hamburgo. Ela fazia questão de emitir vistos para que judeus entrassem no Brasil com vida e não morressem em atos nazistas, o que era proibido pelos dois países.
Apesar do Governo Getúlio Vargas ter restringido a entrada de judeus a partir do ano de 1938, Aracy colocava os papéis deles misturados com os dos estrangeiros de outras nacionalidades na hora de enviá-los para um cônsul geral assinar. Com isso, os judeus viajavam legalmente. Quando ocorria algum problema, Aracy os escondia em sua casa ou transportava seus bens valiosos em sua própria bolsa. O esquema funcionou até o ano de 1942, quando o Brasil rompeu as suas relações diplomáticas com a Alemanha. Depois disso, Aracy se casou com o cônsul João Guimarães Rosa no México e morreu de alzheimer no Brasil.
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