“É TUDO VERDADE: MARTÍRIO”: SEGUNDA-FEIRA: 11/09/2017
A produção faz uma extensa contextualização de como os Guarani Kaiowá foram e continuam sendo exterminados brutalmente ao longo dos anos sem qualquer intervenção do poder público, preocupado quase exclusivamente com os interesses de empresários do agronegócio nas terras demarcadas para os indígenas. O diretor menciona os massacres ocorridos desde a Guerra do Paraguai, passando pelo ciclo do mate, as políticas humanitárias e integracionistas de Marechal Rondon na metade do século, as interferências do Estado Novo de Getúlio Vargas, o regime militar e os governos democráticos. Com grande material de arquivo e imagens recentes produzidas especialmente para o documentário, é possível acompanhar como a violência contra a tribo evoluiu e como seus destinos foram traçados nos corredores de Brasília – em discursos higienistas sobre como os indígenas atrapalham a chamada evolução. A obra conquistou os Candangos de prêmio especial do júri e do júri popular no Festival de Brasília; melhor documentário na Mostra Internacional de São Paulo; melhor longa-metragem no Festival de Cinema de Mar del Plata (Argentina); e melhor filme na Janela Internacional de Cinema do Recife.
“SALVE GERAL”: TERÇA-FEIRA: 12/09/2017
Lúcia (Andréa Beltrão) sonha em tirar o filho Rafael (Lee Taylor), de 18 anos, da prisão. A viúva da classe média paulistana faz visitas recorrentes a carceragem onde o jovem está preso por se envolver em um incidente resultante em um assassinato. Nas frequentes idas à penitenciária, ela conhece Ruiva (Denise Weinberg), advogada de defesa de Professor (Bruno Perillo), líder do PCC. A identificação entre elas é imediata, e logo a jurista começa a encomendar missões ligadas à facção para a nova amiga realizar em liberdade pelas ruas da capital. No limiar entre a legalidade e o crime, a mulher aceita os desafios e começa a atuar em nome dos criminosos. Simultaneamente, o PPC passa por uma sangrenta luta interna de poder, amplificada pelos constantes confrontos entre os internos do sistema prisional de São Paulo.
“ROSINHA”: QUARTA-FEIRA: 13/09/2017
Vencedor do Prêmio Canal Brasil de Curtas no Festival de Gramado em 2016, o curta-metragem acompanha o cotidiano de Rosinha (Maria Alice Vergueiro), Assis (Andrade Junior) e Brandão (João Antonio). A mulher é uma idosa com dificuldades de locomoção que passa os dias sentada em uma cadeira de rodas. Assis é seu companheiro de vida e a ajuda com as tarefas do dia a dia. O outro homem é um amigo da família, de convívio presente com os demais. Ao longo do tempo, o trio vai mostrar que há algo além da amizade entre eles.
“A GIS”: QUARTA-FEIRA: 13/09/2017
Thiago Carvalhaes resgata a história de um assassinato brutal que chocou brasileiros e portugueses em documentário vencedor do Prêmio Canal Brasil de Curtas no Festival Curta Cinema. Gisberta Salce era uma brasileira transexual que vivia como imigrante em Portugal. Ela foi brutalmente assassinada há 10 anos e desde então se tornou símbolo da luta pelos direitos da comunidade LGBT. Este documentário constrói um retrato delicado, peça por peça, de uma mulher despedaçada por um mundo indiferente.
“SOM GUIA”: QUARTA-FEIRA: 13/09/2017
O segundo curta-metragem de Felipe Rocha conquistou o Prêmio Canal Brasil de Curtas no Festival de Vitória. O filme traz uma proposta ousada e de formato inusitado ao adotar uma falta de sincronia entre as falas, vozes e movimentações do elenco composto por Enrique Diaz, Mariana Lima, João Velho, Letícia Novaes, Verônica Debom e Mia Lima Rocha. Na brincadeira com o descompasso entre som e imagem, o roteiro tenta unir dois casais. A união eventualmente dá certo, mas há sempre espaço para a frustração. Esses sentimentos são expressados de forma bem-humorada, utilizando problemas de enquadramento, som e microfonia como metáforas para discussões em cena.
“PRAÇA DE GUERRA”: QUARTA-FEIRA: 13/09/2017
Edmilson Gomes conquistou o Prêmio Canal Brasil de Curtas no Festival É Tudo Verdade em 2016 com essa obra originada a partir dos cursos ministrados pelo cineasta Torquato Joel em várias cidades da Paraíba. Nos anos de 1960, surgiu em Catolé do Rocha, no interior do estado nordestino, um grupo de meninos que, munindo-se de sonhos e ideais de liberdade, compuseram um genuíno ato de resistência. Tendo como palco uma pequena cidade localizada no árido sertão paraibano, onde o coronelismo e a dureza de costumes somavam-se ao então regime militar que iniciava no pais, esses jovens começaram a praticar atividades consideradas subversivas pelo poder vigente da época. Ao serem descobertos, alguns foram condenados e presos, e o filme traz as memórias desses personagens e situações por eles vivenciadas.
“ECLIPSE SOLAR”: QUARTA-FEIRA: 13/09/2017
Vencedora do Prêmio Canal Brasil de Curtas na Mostra de Cinema de Tiradentes em 2016, a produção disseca as marcas de um clã repleto de ressentimentos com o passado. O curta fala sobre o relacionamento conturbado entre uma mãe, seu filho e a namorada dele, mostrando os sentimentos profundos de maternidade e como eles dialogam em uma mescla de amor, ciúme, raiva e outras ligações poderosas.. O raro diálogo entre mãe, filho e neto fornece a conta-gotas tanto as palavras quanto o tom da obra.
“RETALHO”: QUARTA-FEIRA: 13/09/2017
A cineasta não conheceu o protagonista de seu primeiro curta-metragem. Seu contato com José Marcos Pedrozo, um funcionário dos Correios com diversos vídeos publicados na Internet, foi totalmente virtual, através de mensagens trocadas na rede e das próprias imagens por ele gravadas e postadas em redes sociais. Vencedora do Prêmio Canal Brasil de Curtas no Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo – Curta Kinoforum, a diretora montou uma colcha de retalhos com as fitas publicadas pelo protagonista, uma série de filmes caseiros mostrando seu cotidiano e o de sua família, ouvindo música, conversando, dançando e brincando em festas de aniversário, retratando a intimidade de um completo desconhecido.
“O PROJETO DO MEU PAI”: QUINTA-FEIRA: 14/09/2017
A cineasta conquistou o Prêmio Canal Brasil de Curtas e a láurea de melhor filme na edição de 2016 do Anima Mundi com uma animação sobre sua própria infância. Com roteiro também de sua autoria, a desenhista narra as lembranças familiares da primeira fase de sua vida. Entre desenhos de traços infantis, recorda a ausência do pai após o divórcio com a mãe, como foi crescer sem uma figura paterna e as muitas desculpas dadas pelo progenitor para justificar sua falta.
“USP 7%”: QUINTA-FEIRA: 14/09/2017
Vencedor do Prêmio Canal Brasil de Curtas no Cine Ceará em 2016, o documentário de Bruno Bocchini e Daniel Mello discute o racismo presente nos corredores e salas de aula, a ínfima presença de negros e alunos oriundos de colégios públicos, e como a resistência na alteração do processo de admissão traz o preocupante dado que dá nome à película: apenas 7% dos estudantes são negros.
“ESTADO ITINERANTE”: QUINTA-FEIRA: 14/09/2017
Vencedor do Prêmio Canal Brasil de Curtas no Festival de Brasília em 2016, a produção traz a história de Vivi (Lira Ribas), que quer escapar de uma relação opressora. Em período de experiência como cobradora de ônibus, ela trabalha desejando não voltar para casa. A semana passa rápido, entre as paradas no ponto final e o itinerário os encontros com outras cobradoras fortalecem a mulher trabalhadora e seu desejo de fuga. Logo é final de semana e o centro de Belo Horizonte já não parece tão longe do bairro Boa Vista.
“REDEMUNHO”: QUINTA-FEIRA: 14/09/2017
Pela segunda vez em sua carreira, a artista assume o controle das câmeras para contar um roteiro de sua autoria, escrito em parceria com Virgínia de Oliveira, em filme vencedor do Prêmio Canal Brasil de Curtas no Cine PE. Em um sertão arcaico, vivem mãe e filho – vividos por Eleonora Montenegro e Daniel Porpino –, únicos sobreviventes de uma família tradicional. O rapaz é perturbado por acontecimentos do passado, obcecado por descobrir com quem fugiu sua esposa, Alzira, e entender por que a matriarca não chora pelo irmão morto.
“DESERTO VERDE”: QUINTA-FEIRA: 14/09/2017
Vencedor do Prêmio Canal Brasil de Curtas no Florianópolis Audiovisual Mercosul (FAM) em 2016, o documentário de Juliana Kroeger discute, a partir de entrevistas com moradores, trabalhadores rurais e especialistas, os efeitos nocivos dos chamados “Desertos Verdes”, plantações de Pinus, árvore matéria-prima da produção de celulose, mas que não colabora em nada com a flora e a fauna locais.
“PISCINA”: QUINTA-FEIRA: 14/09/2017
O cineasta Leandro Goddinho dedica seu filme à memória de milhares de homossexuais perseguidos, presos e assassinados durante o Holocausto nazista. Claudia (Luciana Paes) decide investigar o passado de sua avó recém-falecida. Por meio de uma carta ela conhece Marlene (Sandra Dani), uma idosa alemã que vive no Brasil e mantém suas memórias dentro de uma piscina desativada. Durante a visita, a senhora revela detalhes de sua vida que se cruzam com o passado da avó de Claudia.
“BRUNA SURFISTINHA”: SEXTA-FEIRA: 15/09/2017
Vencedor em três categorias do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro – melhor atriz (Deborah Secco), atriz coadjuvante (Drica Moraes) e roteiro adaptado –, a produção levou mais de dois milhões de espectadores às salas de projeção. Raquel (Deborah Secco) é uma adolescente de uma família de classe média alta de São Paulo. Ela não tem um bom relacionamento com os pais e o irmão e, apesar de bonita, não é a menina mais popular do colégio. A jovem sofre um grande baque emocional ao ser fotografada em um episódio de sexo forçado com um colega de classe. O rapaz espalha o clique por uma rede social e, em pouco tempo, ela é julgada por todos os companheiros de turma. Sem rumo, foge de casa, abandona a escola e encontra abrigo no prostíbulo de Larissa (Drica Moraes). Em pouco tempo, ela ganha visibilidade, atrai mais clientes e acirra a competição com as outras funcionárias do cabaré – principalmente com Janine (Fabiula Nascimento). Após uma discussão com a cafetina, Raquel faz as malas, deixa o bordel e começa a trabalhar em um luxuoso apartamento. Nesse ponto, ela adota o codinome de Bruna Surfistinha, apelido dado pelos antigos fregueses.
“CIDADE DOS HOMENS”: SEXTA-FEIRA: 15/09/2017
Laranjinha (Darlan Cunha) e Acerola (Douglas Silva) são amigos, que cresceram juntos em uma favela do Rio de Janeiro e agora estão com 18 anos. Acerola tem um filho de 2 anos para cuidar, mas sente-se preso pelo casamento e lamenta a paternidade precoce. Já Laranjinha está decidido a encontrar seu próprio pai, que não conhece. Paralelamente o morro em que vivem é sacudido pelo mundo do tráfico, já que Madrugadão (Jonathan Haagensen), primo de Laranjinha, perdeu o posto de dono do local para Nefasto (Eduardo BR).
“CONE SUL: AS LEIS DE FAMÍLIA”: SEXTA-FEIRA: 15/09/2017
Ariel Perelman (Daniel Hendler) é um jovem advogado, filho do também jurista Bernardo Perelman (Arturo Goetz), figura notória dos tribunais bonaerenses. A relação com o pai alterna frequentemente entre questionamentos sobre a rígida rotina seguida há décadas e a admiração pela competência e pelos traços curiosos da personalidade dele – como saber na ponta da língua o time de futebol do coração dos ascensoristas para evitar filas nos elevadores dos prédios públicos e as balas preferidas das secretárias dos juízes para garantir prioridade nos processos de clientes. O protagonista segue uma carreira diferente do experiente doutor, lecionando em uma faculdade local. Lá, ele se apaixona por Sandra (Julieta Díaz), uma de suas mais aplicadas alunas, mas a moça acaba por abandonar o curso em pouco tempo. O personagem principal não desiste do relacionamento e descobre que a discente é instrutora de Pilates. Para cortejá-la, começa a fazer sessões de exercícios e finalmente conquista seu coração. Recém-casado e com um filho pequeno, o homem começa a perceber o quanto está se transformando no próprio pai, trazendo traços da individualidade dele para sua própria rotina. O roteiro mistura pitadas de drama e comédia, com diálogos repletos de ironia, para mostrar como ambos os homens traçam pontos de encontram e atitudes dissonantes. Ao longo desse processo, Ariel sofre metamorfoses constantes, deixando o patamar de jovem, filho e solteiro para se tornar um adulto, pai de família e casado, com todas as responsabilidades trazidas nessa fase da vida repleta de novos desafios.
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