Após dez anos, Vladimir Brichta vai fazer o seu retorno às novelas, gênero do qual está afastado desde que viveu Narciso em “Belíssima”. Ele, que, nesse meio tempo, se dedicou apenas ao universo das séries, tendo participado de “Sob Nova Direção”, “Faça Sua História”, “Separação”, “Amor em 4 Atos”, “Tapas & Beijos”, “Mister Brau” e “Justiça”, é responsável por interpretar o protagonista da próxima produção das sete da Rede Globo, “Rock Story” (de Maria Helena Nascimento), que vai substituir “Haja Coração” a partir do dia 9 de novembro, com direção de Cristiano Marques, Dennis Carvalho, Maria de Médicis, Noa Bressane e Pedro Peregrino.
Em entrevista exclusiva ao site Noticiasdetv.com, o ator fala sobre o comportamento do seu personagem, chamado Guilherme, além das relações sociais e familiares desse protagonista. Questionado, por exemplo, sobre a influência negativa que Lázaro (João Vicente de Castro) exerce na vida de Guilherme, apesar de ser o melhor amigo dele, o seu intérprete explica:
— A influência do Lázaro é uma coisa que o meu personagem não percebe. Acho que isso só vai acontecer com o passar do tempo. Na verdade, o Gui, meu personagem, acha que o grande vilão, o grande antagonista da história da vida dele é o Léo Régis (Rafael Vitti), que roubou sua música e sua mulher. Mas, na verdade, o Lázaro é a influência negativa, é o cara que carrega mais inveja. Eles foram amigos de infância e adolescência, tiveram uma banda de rock juntos. Ele saiu da banda para fazer carreira solo e o Lázaro virou empresário dele. Parece um arranjo correto e equilibrado, mas, na verdade, não é assim. E o Lázaro ainda foi namorado da Diana (Alinne Moraes) lá atrás. Então, ele carrega a frustração de ter sido abandonado pelo amigo artisticamente e, ao mesmo tempo, ter ficado com a mulher que ele gostava, por quem sempre nutriu uma paixão. É aquele vilão clássico. Isso acontece de um jeito muito sutil. O Gui não se dá conta disso, mas ele está sob a influência ruim desse amigo, que se faz passar por um amigo e, na verdade, não é. Acho que, com o passar do tempo, isso vai começar a acontecer.
Será que Vladimir Brichta já passou por isso na vida real, assim como Guilherme?
— Quanto a minha experiência com más influências, acho que pouco passei por isso. Uma vez apenas, na adolescência, tive a experiência com um amigo que era muito competitivo. Ele era prejudicial para mim e eu não sabia lidar com isso, era um garoto, só tinha 14 anos. Éramos colegas de surf e ele tinha uma rixa comigo e de uma forma meio cruel. E eu só me dei conta disso em uma viagem para uma competição. Foi quando percebi que ele estava me boicotando, me agredindo. Foi uma má influência nesse sentido.
Na história, Guilherme enfrenta um período de transição em sua carreira como cantor de rock, ao mesmo tempo em que se divorcia de Diana e se apaixona por Júlia (Nathália Dill). Ainda por cima, ele convive com Chiara (Lara Cariello) e luta pela aceitação de Zacarias (Nicolas Prattes), que são os seus dois filhos. Sobre tantas mudanças, o ator adianta:
— Sobre a separação do Gui e da Diana, acho que as coisas acontecem e estão escritas de uma forma muito interessante. Ao contrário desses personagens afoitos e impulsivos, a proximidade com a Júlia acontece de uma forma muito tranquila, muito em paz. No início, o Gui ainda está querendo manter o casamento com a Diana. Ele luta bastante por isso. Ele só se dá conta de que aquele casamento não estava certo quando descobre que a Diana mantém um caso com o Léo Régis. Ao contrário do que poderia ser uma aventura, um deslize, ela tem um caso fora do casamento e não esboça qualquer atitude no sentido de salvar o casamento, diferente do Gui até então. Ela carrega um arrependimento e ele uma frustração muito grande. A partir daí sim acontece o romance com a Júlia. Por um bom tempo ainda, na história, a Júlia mostra-se afim, disponível, mas o Gui evita se envolver por não ter cabeça para pensar em romance com outra pessoa naquele momento. O mundo dele desmoronou e ele está em busca de paz para lidar com isso. Então, a relação entre os dois acontece de um jeito maduro. Essa transição de relacionamento está super bem desenvolvida. E pelo fato de acontecer com essa harmonia, com essa calma que é necessária, os filhos acabam participando disso de um jeito mais tranquilo, menos afoito.
Como será que Diana vai reagir ao saber da existência de Júlia, apesar de estar com Léo?
— Em relação à Diana, acho que eles nunca tiveram muitas afinidades e a presença da Júlia vem só pra somar nessa relação dele com os filhos. E esse novo relacionamento do Gui vai afetar bastante a Diana. Apesar dela ter se envolvido com o Léo Régis, a relação com o Gui não terminou por falta de amor, e sim por falta de afinidade, um desencontro. Mas não por falta de afeto, de paixão. A presença de uma outra mulher e que transforma aquele homem que ela não conseguiu transformar, acho que isso afetará a Diana. Acho que também, mais uma vez, é uma condução madura da trama: lidar com isso de uma forma mais real mesmo, com as devidas dores que acontecem nesse tipo de situação. Você ver alguém que você gosta ou gostou com outra pessoa e esse alguém se transformar, isso, de alguma forma, toca você e te faz sofrer. Isso tudo vai ser vivido e contado.
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