Em uma novela sobre relações de amor que são expostas às agruras da vida e aos tormentos do destino, a personagem Hilda (Maria Padilha) parece ser um ponto de equilíbrio entre as irmãs Helena (Christiane Torloni) e Heloísa (Giulia Gam). Dona de uma delicatessen onde vende doces e salgados que ela mesma faz, Hilda é casada com o advogado Leandro (Carlos Eduardo Lago) e mãe da adolescente Elisa (Giselle Policarpo). É uma mulher centrada e que dá bons conselhos. No entanto, ao longo da trama de ‘Mulheres Apaixonadas’, ela vê sua vida mudar ao receber a notícia de que está doente.
“Eu acho que o mais desafiador no papel foi construir essa leveza na personagem, quando parecia que não aconteceria nada com ela. Todas as cenas dela eram muito cotidianas, com a irmã, com o marido e a filha. Então, foi construir essa característica sem que ela ficasse monótona, porque, às vezes, quando os personagens são muito felizes, o público acha que não está acontecendo nada, que não é interessante. Eu sempre fiz personagens mais excêntricos e a Hilda é uma mulher muito bem resolvida, muito tranquila”, relembra Maria Padilha. A atriz também destaca recordações dos bastidores do trabalho: “Eu guardo memórias muito boas do elenco, um elencaço! Era uma novela feita em cima das coisas que estavam acontecendo no momento, quase que uma novela jornalística, então a gente tinha que estar muito preparado para fazer as cenas, para decorar o texto”, conta.
Na entrevista a seguir, Maria Padilha também fala sobre a relação com o elenco da obra e com o texto de Manoel Carlos. E revela que cena foi mais marcante para ela neste trabalho, que estará de volta à TV Globo no próximo dia 29.
ENTREVISTA COM MARIA PADILHA
A sua personagem em ‘Mulheres Apaixonadas’ faz parte do núcleo da protagonista da trama. Como foi a experiência de contracenar com a Christiane Torloni e a Giulia Gam, que eram suas irmãs na novela?
Foi muito rico, porque nós realmente ficávamos muito próximas e tivemos que construir uma relação crível de irmãs. A Christiane e a Giulia são atrizes muito diferentes e foi muito interessante poder estar com elas. As duas são muito talentosas, então foi muito legal. Como a gente fala, a bola correu entre nós com muita facilidade, muito empenho e com muito amor. Foi muito bom.
A Hilda é uma mulher muito centrada e que sempre dá bons conselhos às irmãs. A vida dela parece tranquila, com o marido e a filha, quando é surpreendida com a notícia do câncer de mama. Como foi lidar com esse drama da personagem na época?
Eu sabia que alguma coisa ia acontecer com a Hilda quando comecei a personagem, mas não sabia bem o quê. Então, quando veio, foi meio rápido. Eu já havia feito personagens que recebem uma notícia muito ruim relacionada a alguma pessoa de quem gosta, um parente ou um amor que está doente. Mas eu nunca tinha feito um personagem que recebesse uma notícia ruim sobre si mesma. Eu perguntei a algumas pessoas se já haviam passado por situação semelhante e como tinham se sentido; isso me ajudou muito. Lidar com esse drama foi bom, por um lado, porque a gente começa a conhecer mais as coisas e saber que também está ajudando, de certa maneira, quem está vendo a novela a se cuidar, a fazer exames de tempos em tempos. E para mim, como atriz, é um conflito interessante; foi um material muito rico que o Maneco [Manoel Carlos] me deu.
O que foi mais desafiador nesse papel?
Eu acho que o mais desafiador no papel foi construir essa leveza na personagem, quando parecia que não aconteceria nada com ela. Todas as cenas dela eram muito cotidianas, com a irmã, com o marido e a filha. Então, foi construir essa característica sem que ela ficasse monótona, porque, às vezes, quando os personagens são muito felizes, o público acha que não está acontecendo nada, que não é interessante. Eu sempre fiz personagens mais excêntricos e a Hilda é uma mulher muito bem resolvida, muito tranquila; eu nunca tinha feito isso. Foi desafiador, mas muito rico para mim ter a chance de fazer um personagem assim.
Que cena da personagem considera a mais marcante?
Foram muitas marcantes, mas eu posso dizer a cena mais difícil, que foi quando ela recebe a notícia de que tem um câncer. Nessa cena, eu lembro que eu estava com a Helena (Christiane Torloni) no médico, interpretado pelo Emílio di Biasi, e ele falava o que ela tinha. Eu tinha que receber essa notícia de maneira crível, sem muito drama, dentro da personagem da Hilda, que era uma pessoa ‘equilibrada’. Acho que essa foi a cena mais marcante, de que até hoje eu lembro.
A novela foi exibida originalmente há 20 anos. Que memórias guarda da época das gravações?
Eu guardo memórias muito boas do elenco, um elencaço! Era uma novela feita em cima das coisas que estavam acontecendo no momento, quase que uma novela jornalística, então a gente tinha que estar muito preparado para fazer as cenas, para decorar o texto. Guardo uma recordação muito boa da convivência com o elenco e com os diretores, Ricardo Waddington, Papinha (Rogério Gomes), José Luiz Vilamarim. Só tinha gente muito bacana nessa equipe. Além das duas irmãs, tinha o Eduardo Lago, o Marcello Antony, com quem eu contracenava muito, o Tony Ramos… era um elenco adorável. As recordações são as melhores possíveis, pela convivência com o elenco e com os diretores, que eram muito talentosos e pessoas muito generosas.
De volta a partir do dia 29 de maio, no ‘Vale a Pena Ver de Novo’, ‘Mulheres Apaixonadas’ tem autoria de Manoel Carlos, com colaboração de Fausto Galvão, Vinícius Vianna e Maria Carolina. A novela tem direção de núcleo e geral de Ricardo Waddington e direção geral de José Luiz Vilamarim e Rogério Gomes, com direção de Ary Coslov e Marcelo Travesso.