Na terra, quando plantada, a semente se desenvolve, germina e cresce. É nessa força da vida, transformada em esperança, e no desejo de justiça, que ‘Terra e Paixão’ chega como a nova novela das nove da TV Globo. A partir do dia 08 de maio, a trama de Walcyr Carrasco, com direção artística de Luiz Henrique Rios, traz um folhetim clássico, com histórias de amor, de superação, dramas familiares, disputas e segredos inconfessáveis. Uma jornada de esperança e luta, com personagens e histórias profundas, tão enraizados quanto as belas e grandiosas plantações do Mato Grosso do Sul.
A novela começa através da saga de Aline (Barbara Reis), uma jovem que vê sua família ceifada por um crime. Na coragem de quem enfrenta tudo e todos para defender seu legado, essa mulher mostra que a força e o amor, juntos, podem ser motor de transformação, justiça e esperança. Em meio à cultura e à beleza de um Brasil rural e moderno, Aline retoma sua história, movida pelo desejo de reparação, quando se cruza com a família de Antônio La Selva (Tony Ramos), dividida pela ambição e muitos segredos.
Ambientada no Mato Grosso do Sul, na fictícia Nova Primavera, a novela tem como cenário principal as grandes plantações, repletas de tecnologia, com toda a diversidade do universo rural, suas cores, culturas e vivências. Autor de grandes sucessos da televisão, Walcyr Carrasco define ‘Terra e Paixão’ como uma novela clássica: “A história apresenta um grande drama amoroso e uma luta por herança, dentro de um ambiente agrícola, rural, uma parte do país ainda desconhecida por muitos, de uma maneira que não estamos acostumados a ver em novelas. Estou fascinado pela tecnologia implantada na agricultura nos dias atuais, me apaixonei por esse ambiente e quis trazer para as telas”, revela o autor.
Estreando na direção artística do horário nobre, Luiz Henrique Rios destaca a importância de Aline e o feliz encontro com a protagonista Barbara Reis. “A Aline é uma grande lutadora, uma mulher brasileira, passando por uma situação de profunda injustiça, que vai se reconstruir. Ela é uma grande heroína e representa muito o Brasil. Fomos buscar possibilidades e Barbara (Reis) ganhou esse papel pela capacidade de construir a Aline que a gente precisava. Acho que as pessoas vão se surpreender com a simplicidade da representação dela, porque ela tem essa força”. Barbara conta que a viagem ao Mato Grosso do Sul a ajudou na construção da personagem. “Aline é uma mulher simples, mas nobre de seus ideais. Ela é a força através da ação. É uma seta que só vai para frente, não retrocede e não desiste. Ela é a justiça. Quando pisei na terra, no Mato Grosso do Sul, entendi quem era Aline”, conta a atriz, animada com o desafio.
Criada e escrita por Walcyr Carrasco, a obra é escrita com Márcio Haiduck, Vinícius Vianna, Nelson Nadotti e Cleissa Regina, com direção artística de Luiz Henrique Rios, direção geral de João Paulo Jabur e direção de Tande Bressane, Jeferson De, Joana Clark, Felipe Herzog e Juliana Vicente. A direção de gênero é de José Luiz Villamarim e a produção é de Raphael Cavaco e Mauricio Quaresma.
Vem aí, um novelão
Entre os moradores da fictícia Nova Primavera, onde a história é ambientada, está Aline (Barbara Reis), uma jovem professora de matemática, seu marido, Samuel (Ítalo Martins), e filho, João (Matheus Assis). Após um atentado em sua casa, ela se vê sozinha com o menino diante das terras deixadas pelo marido. É nesse momento crítico que Aline conhece Caio (Cauã Reymond), filho do poderoso fazendeiro da região, Antônio La Selva (Tony Ramos). Ele a acolhe e pede a ajuda de Cândida (Susana Vieira), uma antiga conhecida, dona do bar e bordel da cidade, para essa missão.
Não bastasse a tragédia, Aline logo descobre que Caio é filho de Antônio, o principal suspeito do crime que matou seu marido. Com o objetivo de recuperar suas terras, que hoje pertencem à Aline, o fazendeiro usa os filhos Caio e Daniel (Johnny Massaro) para convencê-la a vender sua propriedade. Mas para ela, a honra fala mais alto e seu único bem é inegociável. Sua atitude chama a atenção dos irmãos, que se surpreendem com a coragem da jovem ao enfrentar o poderoso Antônio La Selva. Ciente das dificuldades que vai enfrentar, Aline decide assumir o trabalho na terra com a ajuda do primo do marido, Jonatas (Paulo Lessa), que nutre por ela um amor platônico, e de sua mãe, Jussara (Tatiana Tiburcio). Aline quer deixar um legado para o filho e para o mundo.
Em meio à disputa pela terra, o amor entre os irmãos Caio e Daniel é colocado em xeque quando ambos – sem um desconfiar da relação do outro – se apaixonam por Aline e se descobrem rivais. Com sua beleza, seu jeito simples, cativante e sua força, ela divide o coração dos irmãos, que ao se verem envolvidos por ela, não imaginam que se trata da mesma mulher. Antes mesmo deste conflito, os dois já viviam um drama pela sucessão de Antônio. A herança dos negócios tem como principal incentivadora Irene (Gloria Pires), sua segunda esposa, mãe de Daniel e Petra (Debora Ozório), que não mede esforços para conseguir que um de seus filhos assuma o lugar do pai. Já Caio sofre desde pequeno com o desdém de Antônio, que o culpa pela morte da mãe Agatha (Bianca Bin) após o parto, e se vê sozinho nessa disputa. Ele não aceita ser colocado para escanteio, afinal, conhece bem os seus direitos e é o único que trabalha na plantação e na colheita da fazenda. A sucessão familiar movimenta a casa dos La Selva.
Embora tenha sentimentos conflituosos com a família, Caio é próximo e amoroso com o irmão Daniel e tenta ajudar a irmã Petra em suas questões emocionais, que envolvem o vício em remédios tarja preta. Ele e Luigi (Rainer Cadete), um italiano interesseiro, a ajudam na condução do problema. Daniel é puro de sentimento e será desafiado a lutar pelo amor de Aline ou se render às armações da noiva Graça (Agatha Moreira), que terá Irene como aliada. A ambição move a rotina dessa família e todos vão precisar externar seus desejos para seguir em frente.
Com os pais envolvidos em mentiras, intrigas e traições, Graça também busca o poder e uma vida confortável. Filha de um grande aliado do sogro, Tadeu (Cláudio Gabriel), o presidente da cooperativa da cidade, é dona da butique da região e faz do local o palco para suas aventuras secretas. Esse comportamento se justifica quando o pai, uma de suas referências na vida, se revela em um casamento aparentemente tradicional com Gladys (Leona Cavalli), sua mãe. Por trás da postura conservadora, se mostra um homem repleto de desejos e fantasias. Durante seu expediente, gosta de entrar em sites adultos, onde conhece Anely (Tata Werneck), sem saber que ela mora na mesma cidade. Enquanto isso acontece, sua esposa Gladys, diretora da escola local, mantém um relacionamento às escondidas com Luigi, o mesmo italiano que se envolve com Petra. Ambas o conhecem pela internet e não imaginam que ele é um trambiqueiro. Gladys sonha em sair do casamento para viver essa paixão, mas os valores familiares falam mais alto e assim ela vive em conflito com a situação.
Lucinda (Débora Falabella), gerente da cooperativa, tem uma vida dedicada ao trabalho e à família. Ela vive o drama de conviver com o sofrimento do filho, Cristian (Felipe Melquiades), por conta dos episódios de bullying recorrentes na escola, em função de ele ser uma criança com albinismo. Casada com Andrade (Ângelo Antônio), dono da pousada da cidade, Lucinda precisa lidar ainda com as agressões do marido, que se torna um homem violento quando bebe. Apesar de não aceitar a situação e se impor com frequência, ela tenta ajudar o marido a se livrar do vício, por amor à família. Lucinda cultiva uma relação de muita parceria e afeto com a irmã Anely (Tata Werneck), que também mora na pousada da família. Anely tem uma personalidade secreta: quando está sozinha, para ganhar dinheiro, faz strip-tease em um site adulto. Enquanto se dedica a essa atividade, a jovem finge estar envolvida com os estudos e engana não apenas a família, mas também o namorado Odilon (Jonathan Azevedo). Muito ciumento, ele não tem a menor ideia do que ela apronta. Lutador, é dono da academia de Krav Maga da cidade e sonha em se casar com Anely, com o apoio de Lucinda.
Além de administrar as questões familiares, em seu trabalho Lucinda faz o possível para ajudar Aline a conseguir se tornar uma produtora rural, principalmente quando ela defende Cristian de atitudes violentas dos amigos da escola. Depois de receber o incentivo de Jonatas e a ajuda de Caio com as primeiras sementes, Lucinda é a pessoa com quem Aline vai poder contar em sua trajetória.
A dona dos segredos
Todos os dramas dos moradores de Nova Primavera são conhecidos por Cândida (Susana Vieira), dona do bar da cidade, um ambiente dançante, ponto de encontro dos moradores, ao som de shows sertanejos e palco de grandes segredos da trama. Luana (Valéria Barcellos), sua fiel escudeira, administra os serviços dos funcionários, sonha em ser proprietária do local e tenta desvendar os mistérios que só a patroa sabe e que podem transformar a vida do maior produtor rural da região, Antônio La Selva (Tony Ramos). Cândida tem em mãos informações sobre o passado de Irene (Gloria Pires) e a verdade sobre Agatha (Bianca Bin), a mãe do primogênito de Antônio, Caio (Cauã Reymond).
Uma imersão no Mato Grosso do Sul
Bem antes do início das gravações, a equipe de cenografia e produção de arte começou a conceber o conceito e reunir as referências para os cenários e a cidade cenográfica de ‘Terra e Paixão’. As obras com cores vivas marcantes de artistas populares da região Centro-Oeste, como Siron Franco e Moacir Sodré, serviram de inspiração para cenários de diversos personagens, como a fazenda de Antônio (Tony Ramos), a casa de Aline (Barbara Reis), o bar de Cândida (Susana Vieira) e o quarto de Anely (Tata Werneck), entre outros.
Quadros dos artistas fazem parte da decoração do interior da fazenda de Antônio, da pousada de Andrade (Ângelo Antônio) e Lucinda (Débora Falabella) e da casa de Ademir (Charles Fricks). A pintura da praça da cidade cenográfica da fictícia Nova Primavera foi feita pelo goiano Kboco. A natureza e a paisagem das plantações de Dourados e Deodápolis, principais locações na região, dão o tom de toda a cenografia, assinada por Cris Bisaglia e Ana Aline, e da produção de arte, de Eugênia Maakaroun, que também assina a direção de arte.
“Trabalhamos com os tons da terra da região, bastante vermelha, e trouxemos muitas cores da natureza para o nosso cenário e para dentro das casas. Esse processo foi muito diferente do que estamos acostumados, pois nos preocupávamos mais com o momento das plantações, o dia em que a fazenda que a gente estava gravando iria plantar e colher a soja. Nosso trabalho foi muito em função do que iria acontecer durante a viagem. Íamos correndo atrás desses acontecimentos e construindo o cenário da nossa história, à mercê da natureza”, conta Eugênia Maakaroun, conhecida como Didi.
Gravar uma novela que se passa em um ambiente com uma economia rural trouxe um desafio a mais para as equipes de cenografia e arte em relação ao maquinário e à imensa tecnologia implantada, além da necessidade de reproduzir esse universo em gravações externas no Rio de Janeiro. A parceria com fazendas locais ajudou a ter em cena máquinas grandiosas, como tratores, plantadeiras, semeadeiras e colheitadeiras, além de drones e outros equipamentos tecnológicos, mas ainda assim foi preciso conseguir máquinas em outro estado devido à demanda intensa das gravações no Mato Grosso do Sul. “Trouxemos maquinários e equipamentos agrícolas do Paraná para o Mato Grosso do Sul. Estávamos em época de colheita, então precisamos correr atrás de mais colheitadeira, plantadeira e o trator de outro estado que não estava exercendo a colheita naquela época. Foi uma curiosidade interessante desse trabalho”, conta Eugênia.
Nas externas no Rio de Janeiro, ‘Terra e Paixão’ tem cenas gravadas em Guaratiba, Mangaratiba, Seropédica e Itaguaí, entre outros lugares. “Encontramos locações em que podemos trazer fragmentos das plantações do Mato Grosso do Sul. Lá é uma grandiosidade, horizontes sem fim, mas aqui também conseguimos contar essa história, ter um cenário próximo, só que um pouco menor”, explica a diretora de arte.
A fazenda de Aline fica em uma das cidades cenográficas da novela e precisou passar por um processo de reconstrução ao longo das gravações, já que acontece um incêndio no primeiro capítulo e na história a casa é toda reformada após o atentado. A cidade cenográfica que representa Nova Primavera traz a Cooperativa, o bar de Cândida (Susana Vieira), a escola municipal onde Gladys (Leona Cavalli) é diretora, a delegacia, a academia de Krav Magá de Odilon (Jonathan Azevedo) e a butique de Graça (Agatha Moreira), entre outros cenários. As principais referências para ambientar os lugares da trama estão em Dourados. A parte externa da fazenda de Antônio fica em outra cidade cenográfica dos Estúdios Globo. A área interna, construída em estúdio que possibilita os cenários serem fixos, também precisou de muita pesquisa e referências diversas. “Essa é uma fazenda bem maximalista. Quando visitamos o Mato Grosso do Sul pela primeira vez, entendemos que existem casas com conceitos maximalistas, com muitas cores, animal print, bastante dourado. Aqui na região sudeste as pessoas gostam mais dos cinzas e beges e lá eles gostam dos coloridos. É um cenário que foi muito significativo compor”, finaliza a diretora de arte.
Da naturalidade de Aline à ‘agro girl’
Para o figurino de ‘Terra e Paixão’, as referências encontradas no Mato Grosso do Sul também serviram de inspiração, além de muita pesquisa na moda atual. Uma peça de roupa que marca o trabalho da figurinista Paula Carneiro no início das gravações é o vestido vermelho com estampas alaranjadas que Aline (Barbara Reis) usa no momento em que a casa onde vive com a família é invadida e pega fogo. A intenção é que a roupa represente as faíscas do incêndio e também se sobressaia no escuro, já que a personagem foge à noite pelo meio do mato com o filho pequeno. A peça foi confeccionada com um tecido desenvolvido pela artista e designer baiana Goya, uma das pioneiras a trabalhar de maneira criativa com a moda afro-brasileira. “É uma história que criei enquanto pensava no figurino da Aline. É um vestido muito especial porque eu consegui juntar um pouco o olhar da representatividade, sem necessariamente trazer uma etnia, ou uma estampa africana e, ao mesmo tempo, conseguir contar uma história do meu imaginário, de que a protagonista é uma faísca que está saindo daquele fogo para sobreviver”, conta Paula. Após escapardo atentado, Aline passa a usar roupas emprestadas da amiga Menah (Camilla Damião) e começa a trabalhar na terra. Basicamente veste jeans, camiseta e bota. O que não vai mudar muito depois que ela consegue comprar roupas novas. “É assim que a gente vai ver a Aline na maior parte do tempo porque ela não está preocupada em estar bonita e sim em plantar, colher, se tornar uma produtora rural naquele lugar. Não tem vaidade, mas é muito bela e feminina”, explica Paula.
A vaidade está em outras personagens, especialmente Irene (Gloria Pires). No entanto, a bela e ambiciosa esposa do fazendeiro Antônio (Tony Ramos) não se veste com cores vivas ou escuras, como é mais comum em personagens com essas características de personalidade. “No primeiro momento eu e minha equipe logo pensamos na personagem usando cores fortes como roxo, rosa pink e laranja. Mas depois pensamos que a Irene comete tanta maldade na história que seria interessante um contraponto, que ela só usasse tons bebês de rosa, azul, amarelo. E fiz um estudo dos últimos 10 anos de trabalhos da Gloria na televisão, ela nunca tinha usado uma paleta como essa, sempre vestiu muito preto, vermelho, muita cor. Achamos então interessante seguir na linha que pensamos, já que o público nunca a viu usando essas cores mais claras”, conta Paula, que ressalta que a extravagância do figurino da personagem está na forma e no tecido das peças. “É um figurino todo confeccionado nos Estúdios Globo, as peças têm manga comprida, volume, comprimento, detalhes difíceis de encontrar nas peças prontas. E ela também usa muito cetim, muita seda com brilho”, exemplifica.
Já o figurino do marido Antônio segue um caminho mais comum dentro do universo em que está inserido. O personagem de Tony Ramos usa chapéu e muitos acessórios de couro e camurça, e colete, pois no Mato Grosso do Sul é uma peça bastante usada pelos fazendeiros. “Nos coletes têm as iniciais do Antônio, e ele usa um cinto com a inicial também. Veste calça jeans, bota, a intenção é trazer um jeito de vestir no estilo ‘olho por olho, dente por dente’, mostrar o coronelismo enraizado e uma personalidade muito forte”, conceitua Paula. Os figurinos do filho mais velho de Antônio, Caio (Cauã Reymond), e do filho de Gentil (Flávio Bauraqui), Jonatas (Paulo Lessa), também irão representar bastante o estilo de se vestir dos produtores rurais e as roupas passam por um processo de envelhecimento. “O Caio usa uma espécie de uniforme, como se ele não trocasse de roupa nunca, porque é um cara abandonado de atenção que não perde tempo escolhendo roupa. Ele veste praticamente jeans, camiseta branca e jaqueta jeans. Temos 30 camisetas brancas no guarda-roupa do personagem, que vestem ele muito bem e que trabalhamos um envelhecimento avermelhado por conta da terra. Já o Jonatas é um cara que pega pesado no trabalho na terra, então trabalhamos com tons terrosos, muito verde musgo, marrom, mostarda. Ele usa camiseta regata com camisa de tecido que às vezes amarra na cintura e está sempre de boné. Faz um estilo bem charmoso”, conta a figurinista.
Como os figurinos de novela costumam lançar tendência, Paula aposta nas peças de Graça (Agatha Moreira), a dona da butique mais chique da cidade. “A Graça é nossa ‘agrogirl’, a nossa influencer. Nos inspiramos nas blogueiras e vestimos o que quisermos nela, desde que seja chique, cool, diferente. Ela é a personagem que lança a tendência, que dita a moda”, acredita Paula, que destaca entre as peças de Graça que irão chamar a atenção o vestido que irá usar no noivado com Daniel (Johnny Massaro). “O vestido de noivado dela é um sonho, criado pela estilista Andrea Almeida. Ele é todo de franja de seda e branco perolado, quando ela se mexe o vestido dança. É um negóciolindo”, empolga-se a figurinista.
Na caracterização, a personagem de Agatha Moreira também exigiu criatividade e empenho da equipe. A atriz veio do trabalho em ‘Verdades Secretas 2’ com os fios curtíssimos e na pele de Graça ostenta fios loiros e longos. “A Graça é a nossa bonequinha ‘agropop’, quisemos fazer algo diferente no visual da personagem. Optamos pelo megahair, mas com cabelo natural do tom de loiro que criamos para a personagem. Foi difícil encontrar, precisamos trazer o cabelo do sul do país. O processo durou 10 horas só para descolorir e tratar as mechas e mais umas 16 horas para colocar o megahair. E a cada três meses esse processo vai exigir uma manutenção”, conta a caracterizadora Gilvete Santos.
Outra personagem que tem um processo demorado de caracterização é Irene, que usa lace, uma prótese feita fio a fio em uma tela de microtule. Neste caso, os fios são colocados um a um sobre o tecido, o que permite um efeito mais semelhante ao couro cabeludo. “Lace significa três horas em uma cadeira, é ter muita paciência, muita disciplina. A Gloria (Pires) está muito feliz com o resultado e nós também”, explica Gilvete. Enquanto alguns personagens carregam uma produção maior no cabelo e na maquiagem e estarão sempre impecáveis em cena, Aline, a protagonista da história vivida por Barbara Reis, tem o visual o mais natural possível. “Para a Aline optamos pelo cabelo como ele realmente é. Todos os dias no Mato Grosso do Sul antes de a Barbara (Reis) ir dormir eu ia no quarto dela e falava: ’vamos fitar o cabelo’. Fitar é o que a gente chama para ficar um cabelo o mais natural possível, sem usar secador, eu fazia isso e misturava o creme que a própria atriz usa. Também deixamos a cor mais escura, ela estava com as pontas loiras no trabalho anterior. E mantemos o frizz que existe na maioria das pessoas. Você olha e diz: ‘a personagem é uma pessoa do nosso dia a dia’, explica.
Entrevista com o autor Walcyr Carrasco
Colecionador de sucessos e ganhador de um Emmy Internacional, Walcyr Carrasco iniciou a carreira profissional como jornalista e trabalhou nas redações de grandes jornais e revistas. Aos 28 anos, publicou seu primeiro livro, ‘Quando Meu Irmãozinho Nasceu’. Depois, escreveu ‘Vida de Droga’, ‘Em Busca de Um Sonho’, ‘Anjo de Quatro Patas’, ‘Juntos para Sempre’ e hoje tem mais de 60 títulos escritos. Como dramaturgo, assinou peças de sucesso como ‘Batom’ (1995) e ‘Êxtase’ (1997), pela qual recebeu o prêmio Shell de melhor autor. Em 2008, Walcyr ingressou na Academia Paulista de Letras e, em 2010, ganhou o prêmio da União Brasileira dos Escritores pela tradução e adaptação de ‘A Megera Domada’, de Shakespeare e recebeu o Prêmio Jabuti de 2017 pela tradução e adaptação de ‘Romeu e Julieta’. Para a TV, começou a escrever no final da década de 1980, com a novela ‘Cortina de Vidro’, produzida e exibida pelo SBT. Na Globo, já soma 16 produções que marcaram época. A primeira novela na Globo foi ‘O Cravo e a Rosa’ (2000), dirigida por Walter Avancini, com quem repetiu a parceria em ‘A Padroeira’ (2001). As novelas ‘Chocolate com Pimenta’ (2003), ‘Alma Gêmea’ (2005), e ‘Êta Mundo Bom!’ (2016), dirigidas por Jorge Fernando, consagraram o autor no horário das seis. A estreia na faixa das sete foi com a comédia romântica ‘Sete Pecados’ (2007). Depois, escreveu ‘Caras & Bocas’ (2009) e ‘Morde e Assopra’ (2011). A primeira novela das nove foi ‘Amor à Vida’ (2013), grande sucesso de crítica e público. Para a faixa das onze, Walcyr escreveu ‘Gabriela’ (2012) e ‘Verdades Secretas’ (2015), que conquistou o Emmy Internacional, além do Troféu APCA e do Prêmio Extra de Televisão como Melhor Novela. Voltou ao horário das nove com ‘O Outro Lado do Paraíso’ (2018), ‘A Dona do Pedaço’ (2019) e fez ‘Verdades Secretas 2’ (2021), exibida no Globoplay e, na TV Globo, em outubro de 2022.
Como você define ‘Terra e Paixão’?
É uma novela clássica, que mostra a força do amor e a superação. Com uma trama que se apresenta através de um grande drama amoroso e uma luta por herança, dentro de um ambiente agrícola, rural, uma parte do país ainda desconhecida por muitos, de uma maneira que não estamos acostumados a ver em novelas.
Qual foi sua principal inspiração para começar a escrever essa história?
Nasci no interior de São Paulo, em Bernardino de Campos, e fui criado em Marília, meus avós vieram da Espanha para trabalhar no campo. A agricultura me fascina e descobrir o nível de tecnologia a que se chegou nos dias atuais foi surpreendente. Meu tio foi missionário em Dourados (Mato Grosso do Sul), quando eu era criança, e lembro que fui visitá-lo com a minha mãe. Foi uma viagem inesquecível, que me marcou muito, onde conheci a famosa terra roxa, ou como também se diz, terra vermelha, uma terra muito fértil. Isso ficou em minha memória. Com isso, voltei ao Mato Grosso do Sul duas vezes, realmente fiquei fascinado pela tecnologia implantada na agricultura nos dias atuais. Subi em uma colheitadeira, que, só para chegar na cabine, tinha dois lances de escada ao entrar. Descobri um computador que monitorava todo o mecanismo da máquina, e seus resultados. Foi uma experiência única, que me impactou. Um Brasil que eu pouco conhecia e imaginei que seria um bom cenário para a trama dos personagens. Um país que, assim como eu, muitas pessoas não conhecem, porque poucas vezes foi mostrado dessa maneira na televisão.
‘Terra e Paixão’ vai trazer vários temas além dos contidos na história central. Delicados, como a trama da Petra (Debora Ozório), viciada em remédio tarja preta, até os relacionamentos em sites e aplicativos de conteúdo adulto. Por que tratar esses temas na novela?
Acho que é papel da novela trazer temas que são sensíveis e comuns a todos nós. Vejo conversas sobre drogas proibidas por lei, mas muito pouco das que são dadas com receita médica e que provocam vício também. A personagem da Debora mostra exatamente essa situação, é importante lembrar que todo agente químico tem reações e por mais que a princípio seja legalizado, pode viciar. Um drama muito real e atual. Já a Anely (Tata Werneck), eu conheci pessoas que ganham a vida através de sites eróticos, mostrando o corpo. É algo extremamente atual, uma discussão curiosa. Tata saberá fazer esse personagem com maestria, humor e, ao mesmo tempo, a seriedade que também precisa.
A violência doméstica será abordada na trama de Lucinda (Débora Falabella) e Andrade (Ângelo Antônio). Em outras obras suas, como ‘O Outro Lado do Paraíso’, esse tema também esteve presente. Acredita na força da novela para ajudar pessoas que passam pelo mesmo problema?
Infelizmente a violência doméstica é um tema sempre presente na nossa sociedade, muitas mulheres sofrem agressões dentro de casa. É uma forma de defender a mulher, de dizer que há alternativas, que essa dor pode ter cura.
Como foi o processo de escalação do elenco?
Participei de todo o processo de escalação do elenco, mas alguns atores já estavam na minha cabeça quando comecei a escrever a novela.
Como está sendo a parceria com o diretor artístico Luiz Henrique Rios, com quem está trabalhando pela primeira vez?
Luiz Henrique não é só um diretor maravilhoso, mas se tornou um amigo. Dividimos todos os assuntos, é um prazer trabalhar com ele.
Suas novelas são marcadas como grandes sucessos. A que credita o êxito das histórias?
Eu vivo intensamente cada personagem, choro e rio quando escrevo. Se minhas emoções são autênticas, acredito que o público saberá compartilhá-las. Sobre ‘Terra e Paixão’ ser um novo sucesso, a gente nunca sabe antes de estrear, mas prometo fazer o melhor. Sempre sinto um frio na barriga antes das estreias, ainda mais agora com um projeto tão importante, que mostrará aspectos lindos, mas também dramáticos da sociedade brasileira.
Qual mensagem pretende transmitir para o público?
A força do amor e a superação.
Entrevista com o diretor artístico Luiz Henrique Rios
Formado em Ciências Sociais, com especialização em Antropologia, Luiz Henrique Rios é diretor na Globo desde os anos 1990, quando dirigiu ‘Quatro por Quatro’. Esteve à frente ainda de produções de destaque como ‘A Indomada’, ‘Belíssima’, ‘Da Cor do Pecado’, ‘Passione’, ‘Totalmente Demais’, ‘Pega Pega’, ‘Pais de Primeira’, ‘Bom Sucesso’, ‘Além da Ilusão’ e, agora, em parceria com Walcyr Carrasco estreia no horário nobre assinando a direção artística de ‘Terra e Paixão’.
Como você define ‘Terra e Paixão’?
‘Terra e Paixão’ é uma novela sobre o amor, mas não apenas o amor romântico, é também sobre superação, justiça, reparação. E não uma reparação como vingança, e sim uma construção de um ideal de futuro. A protagonista, Aline, é uma mulher que vai fazer acontecer uma vida nova a partir de uma tragédia e buscar a justiça. É uma novela sobre a superação dos seres humanos, sobre a possibilidade de cada um se reconstruir mesmo carregando dores profundas.
Quais são os desafios da direção na abordagem desse cenário onde a novela é ambientada?
‘Terra e Paixão’ é uma novela que se passa no interior moderno do Brasil. Estamos discutindo esse lugar mais profundo de cada um, então esse interior é real, moderno, atual, mas, ao mesmo tempo, temos personagens que vivem conflitos muito próximos de todos nós. Acho que a história vai tocar profundamente as pessoas e conseguir envolvê-las na vontade de assistir o caminho desses personagens, porque eles falam daquilo que é mais íntimo de cada um de nós, dos nossos medos, necessidades, desejos, fantasias. É uma novela sobre o profundamente humano.
Como está a parceria com Walcyr Carrasco?
Esse é o meu segundo trabalho com o Walcyr. No começo dos anos 2000 fiz parte da equipe de direção de ‘A Padroeira’ e lá nos conhecemos. Desde então, não tivemos a oportunidade de nos encontrar novamente e está sendo um prazer, uma parceria muito sincera, franca, positiva. Estou muito encantado com a troca que a gente está construindo. É uma grande honra porque o Walcyr não é só um autor, ele é um ícone, então para mim está sendo uma descoberta maravilhosa.
Como foi a preparação do elenco? De que forma esse processo contribui para o sucesso da novela?
O processo de preparação de uma novela é fundamental. A equipe cria uma identidade a partir da relação e sua visão estética. Estamos falando de gente, e na construção da entrada do elenco na obra, na possibilidade de criar esse espírito de trupe. A arte, principalmente essa arte do audiovisual, é muito coletiva e eu acho que é preciso fazer com que todas as pessoas entendam que estão todos ali para dar o seu melhor e que cada um está em busca do melhor para o outro, porque a troca é o caminho da cena e é isso o que vai para o ar. Tentamos ao longo desse início construir um ar de conforto, de acolhimento, para que o público possa se sentir acolhido com o que a gente faz. Precisamos de muita intimidade, e essa intimidade tem de ser um lugar de respeito, de acolhimento e de carinho.
No núcleo do Bar de Cândida (Susana Vieira) teremos shows de música sertaneja. Como foi a escolha da trilha sonora?
Junto do Walcyr, conceituamos que a novela teria uma grande base de música que podemos chamar de sertanejo. Sertanejo é uma quantidade de estilos muito grande, estamos tentando ter um pouco de tudo, mas não só, para também não ter o efeito de um único estilo. Estamos com um aspecto bem interessante de canções tanto no universo country internacional quanto no universo sertanejo, das canções mais antigas às modernas. Esse aspecto também se abre um pouco, os personagens respiram outros universos e a trilha no sentido de ambiência é um lugar bem interessante. Acho que o público vai perceber algo entre o tradicional e o moderno que fala muito do que eu percebi no Mato Grosso do Sul. Tem algumas músicas mais clássicas do sertanejo que estamos regravando com vozes atuais, é uma maneira de a gente atualizar um pouco alguns clássicos e renová-los para que eles circulem novamente.
De que forma o universo do agronegócio será retratado na novela?
A novela não é sobre o agronegócio brasileiro, mas nesse cenário há uma família muito poderosa, dona de muitas terras, e uma mulher que resolve empreender e se transformar em uma produtora rural. A novela se passa em uma cidade fictícia do Mato Grosso do Sul, uma área que a gente pode chamar de um grande cinturão do agronegócio brasileiro e ali a gente conta um pouco, muito mais visualmente do que conceitualmente, desse universo. As pessoas vão se surpreender positivamente porque as imagens são muito grandiosas, muito bonitas, eu acho que mesmo quem vive nesse universo talvez não veja o tempo todo com esses olhos porque está ali produzindo, trabalhando.
Além do universo dos produtores e trabalhadores rurais, a novela apresenta temas como assédio sexual, relacionamento abusivo, violência doméstica, dependência química, albinismo, questões de gênero, entre outros assuntos. Como pretende abordá-los?
Em uma novela das nove, você acaba tocando em uma série de questões que são absolutamente reais dentro da sociedade brasileira. O que buscamos émostrar o quanto esses processos são ao mesmo tempo dolorosos e possíveis de serem superados. É um lugar de tentar colocar uma conversa inspiracional no caminho de busca de soluções. São personagens que vivem dentro dessas estruturas como vivem dezenas de milhares de pessoas, que sofrem de situações complexas. Estamos falando de gente, e essas pessoas vão viver isso. Buscamos o tempo todo o respeito e acolhimento.
Sobre a formação do elenco, temos muitos atores em seu primeiro trabalho em novelas ao lado de veteranos. Essa junção ajuda na direção do ator?
No início do projeto, ao ler a história, você começa a pensar rostos e eles são seres magníficos, os tais atores, muito especiais. Temos um monte de gente maravilhosa, pessoas que eu não conhecia, outras que já havia trabalhado, mas que estão me inspirando profundamente. Acho que vai ser fantástico para o público assistir a essas trocas de experiências entre o elenco. Quando você junta pessoas que têm uma experiência muito grande no veículo e pessoas que têm muito pouca ou nenhuma, isso resulta em troca. Isso gera um processo de energia que tem uma vibração diferente. Estou bastante feliz, espero que quando for ao ar as pessoas fiquem tão felizes quanto eu.
Como foi o teste de Barbara Reis para ser a protagonista dessa história? O que motivou a escolha da atriz?
Na busca por uma protagonista há um grande desafio,porque difere qual é a quantidade de histórias que essa atriz já percorreu, e a gente tinha uma missãoque era construir a Aline. Ela não é uma mulher qualquer, a Aline é uma grande lutadora, é uma mulher brasileira, é uma mulher passando por uma situação de profunda injustiça, que vai se reconstruir, ela é uma grande heroína e a gente queria que ela representasse a maioria do povo brasileiro. O representar o Brasil é um lugar importante e aí fomos buscar possibilidades. A Barbara ganhou esse papel pela capacidade de construir a Aline que a gente precisava. Essa não foi uma escolha simples, foi muito buscada, mas acho que as pessoas vão se surpreender com o lugar da simplicidade da representação da Barbara, porque ela tem essa força.
Você assinou a direção de muitos sucessos nos últimos anos. Agora em ‘Terra e Paixão’ é a sua estreia no horário das nove como diretor artístico. Estar à frente da direção desse projeto já te desafia de alguma forma?
A expectativa é que as pessoas gostem, se divirtam. Anovela é um lugar muito caro para os brasileiros e o desafio é conseguir de alguma maneira entrar na casa das pessoas, no lugar mais íntimo delas, e poder respeitosamente contar uma história.O que eu mais me interesso hoje, além de construir uma estética, uma narrativa, é o trabalho com os atores.
Perfis dos personagens
NÚCLEO DE ALINE
Aline Machado (Barbara Reis) – Professora, é casada com Samuel (Ítalo Martins) e mãe de João (Matheus Assis). Após um atentado em sua casa, se vê sozinha com o menino diante das terras deixadas pelo marido. Mulher forte, batalhadora e corajosa, aprenderá a plantar e a lidar com as máquinas e com o mercado de agronegócios. Tem em Jonatas (Paulo Lessa), primo de Samuel, um amigo fiel nas horas difíceis. Vai se aproximar dos irmãos Caio (Cauã Reymond) e Daniel (Johnny Massaro), filhos do poderoso fazendeiro Antônio (Tony Ramos), com quem precisará brigar para manter suas terras e, com eles, descobrirá sentimentos novos.
Samuel Machado(Ítalo Martins) – Pequeno proprietário que luta para manter suas terras. É pai de João (Matheus Assis) e casado com Aline (Barbara Reis). Sofre uma emboscada.
João Machado (Matheus Assis) – Filho de Aline (Barbara Reis) e Samuel (Ítalo Martins). É um garoto forte e corajoso.
Jussara Barroso (Tatiana Tiburcio) – Mãe de Aline (Barbara Reis) e avó de João (Matheus Assis). Teme que as decisões da filha a prejudiquem, e quer que ela venda as terras e volte para a cidade. Mas a apoia.
Jonatas Dos Santos (Paulo Lessa) – Filho de Gentil (Flávio Bauraqui), irmão de Menah (Camilla Damião) e primo de Samuel (Ítalo Martins). Tem um sentimento ativista, luta pelos direitos. Ajuda Aline (Barbara Reis), por quem sempre foi apaixonado, com as terras dela e o manuseio das plantadeiras.
Gentil Dos Santos (Flávio Bauraqui) – Pai de Jonatas (Paulo Lessa) e Menah (Camilla Damião). Tem uma relação próxima com Jussara (Tatiana Tiburcio), a mãe de Aline (Barbara Reis).
Menah Dos Santos(Camilla Damião) – Irmã de Jonatas (Paulo Lessa), filha de Gentil (Flávio Bauraqui). Fica próxima de Mara (Renata Gaspar), dona da transportadora.
NÚCLEO DE ANTÔNIO
Antônio La Selva(Tony Ramos) – Maior produtor rural da região, dono de terras a perder de vista. É um homem autoritário, crítico. Foi muito apaixonado por Agatha, mãe de Caio (Cauã Reymond), e culpa o menino pela morte da mãe no pré-parto. É casado com Irene (Gloria Pires), com quem tem dois filhos, Daniel (Johnny Massaro) e Petra (Debora Ozório). Ela tenta manipulá-lo em favor dos próprios filhos. Antônio quer tomar as terras de Aline (Barbara Reis), que foram desmembradas da sua propriedade, porque nelas há água.
Irene La Selva(Gloria Pires) – Esposa do segundo casamento de Antônio (Tony Ramos). É muito ambiciosa, gosta de tudo que se relaciona a dinheiro. Pretere e trata mal Caio (Cauã Reymond), e faz de tudo, até manipular, desejando que toda a fortuna seja gerida, mais tarde, por seus filhos Daniel (Johnny Massaro), e Petra (Debora Ozório). Tem um passado misterioso.
Caio La Selva (Cauã Reymond) – Filho de Antônio (Tony Ramos) com a primeira mulher, Agatha, que morreu em seu nascimento. Desde que nasceu, Antônio o culpa pela morte da mãe e ele se ressente com o pai. É um homem dividido, capaz de grandes gestos de amor e generosidade, e de atos de vingança, quando se sente rejeitado ou abandonado. Se apaixona por Aline (Barbara Reis). Tem inveja, mas também amor pelo irmão Daniel (Johnny Massaro) e tenta ajudar a irmã Petra (Debora Ozório) nas questões emocionais.
Daniel La Selva (Johnny Massaro) – Filho de Antônio (Tony Ramos) com Irene (Gloria Pires). É puro de sentimentos, ama o irmão Caio (Cauã Reymond) e não costuma ver maldade nas pessoas. É ambicioso, como todos da família, mas não faz jogos para ficar com a herança do pai. Apaixona-se por Aline (Barbara Reis) e, assim como Caio, tenta ajudar a irmã Petra (Debora Ozório).
Petra La Selva (Debora Ozório) – Filha de Antônio (Tony Ramos) com Irene (Gloria Pires) e irmã de Daniel (Johnny Massaro) e Caio (Cauã Reymond). É agrônoma. Guarda segredos e quer tomar posse da fortuna da família para ela, influenciada pelo italiano Luigi (Rainer Cadete), com quem se envolve. Também tem um lado frágil, por ser viciada em remédios tarja preta. Muitas vezes não tem limites e corre riscos.
Luigi San Marco(Rainer Cadete) – Italiano com um toque de humor, trambiqueiro. Ao conhecer Petra (Debora Ozório), percebe que pode se dar bem, mas no convívio com a jovem se torna figura importante no combate à dependência química dela. Tem boa lábia e consegue se tornar corretor de grãos na Cooperativa. Também se envolve com Gladys (Leona Cavalli).
Angelina Jordão (Inez Viana) – Embora não seja parente de Antônio (Tony Ramos), Angelina trabalha com ele há muito tempo. Cuidou de Caio (Cauã Reymond), Daniel (Johnny Massaro) e Petra (Debora Ozório). É bem-humorada e protetora, ama ternamente todos da família. É a única capaz de entender a dor de Caio, seu desespero e o sofrimento pela rejeição.
Ademir La Selva(Charles Fricks) – Irmão mais novo de Antônio (Tony Ramos). É produtor rural, mas não tão grande quanto o irmão. Tem uma ligação com Caio (Cauã Reymond), seu sobrinho, a quem ajudará comprando as sementes para Aline (Barbara Reis) plantar. Ademir é um bom sujeito, contrário aos desmandos de Antônio. Mora na cidade e frequenta diariamente o bar de Cândida (Susana Vieira). Há um mistério em torno dele.
NÚCLEO DE LUCINDA
Lucinda Amorim(Débora Falabella) – É gerente da Cooperativa, onde se dedica completamente. Tem um filho, Cristian (Felipe Melquiades) e é casada com Andrade (Ângelo Antônio), um marido violento, mas não engole a violência doméstica. Lucinda tenta de todas as formas amenizar os efeitos do bullying que seu filho sofre por ser uma criança com albinismo. Fica amiga de Aline (Barbara Reis).
Andrade Amorim(Ângelo Antônio) – Dono na pousada da região. É casado com Lucinda (Débora Falabella), com quem tem Cristian (Felipe Melquiades). Bebe demais. Descobre que a cunhada Anely (Tata Werneck) faz strip-tease online e passa a chantageá-la.
Cristian Amorim (Felipe Melquiades) – Filho de Lucinda (Débora Falabella) e Andrade (Ângelo Antônio). Sofre por uma criança com albinismo e é hostilizado pelos colegas na escola.
Anely Do Carmo (Tata Werneck) – Mora com a irmã, Lucinda (Débora Falabella), e ajuda a cuidar da pousada de Andrade (Ângelo Antônio). Às vezes trabalha como freelancer na butique de Graça (Agatha Moreira). Mas Anely tem uma outra personalidade. Quando sozinha, no computador, ela entra em um site adulto para fazer strip-teases. É onde realmente ganha dinheiro, e tem clientes de todo o país. Seu namorado, Odilon (Jonathan Azevedo), não desconfia. Em público, jura que só casa de véu e grinalda.
Odilon Pires(Jonathan Azevedo) – Namorado de Anely (Tata Werneck). Já sonhou em ser um grande campeão, mas hoje contenta-se com a academia de Krav Magá que possui em Nova Primavera, com uma boa clientela. Muito ciumento, não tem a menor ideia de tudo o que sua namorada apronta.
Marino Guerra (Leandro Lima) – É o delegado da cidade. Aliado de Antônio (Tony Ramos), fará de tudo para não desvendar a morte do marido de Aline (Barbara Reis), Samuel (Ítalo Martins). Vai se apaixonar por Lucinda (Débora Falabella), que é casada com Andrade (Ângelo Antônio).
POVOS ORIGINÁRIOS
Jurecê Guató(Daniel Munduruku) – Pajé, remanescente da etnia guató. Um homem cheio de sabedoria, um xamã. Tem plena consciência da situação dos indígenas. Seu povo foi praticamente extinto, e os que sobraram, estão vivendo na floresta. Mas olha para tudo isso de forma contemplativa, pois, em suas palavras, “outros mundos surgirão”.
Iraê Guató (Suyane Moreira) – Filha de Jurecê (Daniel Munduruku). Especialista em ervas, conhece tudo sobre a medicina da floresta. Tem um grande coração, mas sempre foi oprimida e sente medo dos fazendeiros. No decorrer da história encontrará um amor.
Yandara Guató (Rafaela Cocal) – Filha de Iraê (Suyane Moreira), neta de Jurecê (Daniel Munduruku). Resolve ir à luta por seu lugar no mundo. Ajudada por Graça (Agatha Moreira), dona da butique, ela se lançará como modelo, despontando para uma carreira internacional.
Raoni Guató (Mapu Huni Kui) – Filho de Jurecê (Daniel Munduruku) e irmão de Iraê (Suyane Moreira). Está sendo preparado para se tornar o xamã. É um indígena simpático, capaz de transmitir uma grande paz. É ele que em muitas ocasiões assume o papel de Jurecê.
Kawai (João Vitor da Silva) – É um amigo, da mesma etnia, com pouco mais de 20 anos. Vive entre o mundo dos brancos e o mundo indígena, faz uma ponte entre os dois. Também pode se tornar modelo internacional.
NÚCLEO DA COOPERATIVA E BUTIQUE
Tadeu Junqueira(Claudio Gabriel) – Melhor amigo de Antônio (Tony Ramos). Presidente da Cooperativa, sempre que puder, dará vantagens ao amigo. É um homem rígido e poderoso. Pai de Graça (Agatha Moreira) e casado com Gladys (Leona Cavalli). Gosta de entrar em sites adultos, onde conhecerá Anely (Tata Werneck), sem saber que ela mora na mesma cidade.
Gladys Junqueira (Leona Cavalli) – Mãe de Graça (Agatha Moreira), casada com Tadeu (Claudio Gabriel), é também diretora da escola local e, portanto, ex-chefe de Aline (Barbara Reis). Essa, sim, fica entre dois pólos: o dos produtores ricos e o de Aline, de quem foi amiga. Mas sempre vai apoiar a filha, Graça, mesmo quando souber que está errada.
Graça Junqueira (Agatha Moreira) – É filha de um grande produtor rural, Tadeu (Claudio Gabriel), e de Gladys (Leona Cavalli). Ama Daniel (Johnny Massaro), mas uma figura que projeta na sua cabeça e não como ele realmente é. Sofisticada, sonha com festas elegantes e viagens. É dona da butique da cidade, por onde passam todas as mulheres, e se dá muito bem com Irene (Gloria Pires). Arma uma falsa gravidez para que Daniel se case com ela.
Mara Ramalho (Renata Gaspar) – Dona da Transportadora. Ativa, ajudará com transporte, salvando, por exemplo, uma colheita de Aline (Barbara Reis). Casada com Elias (Lourinelson Vladmir), vai se aproximar de Menah (Camilla Damião).
Elias Mamberti (Lourinelson Vladmir) – É dono de uma loja de fertilizantes. É um homem rude e sombrio, que abandonou os filhos com a primeira mulher, no Paraná. Em Nova Primavera casou-se com Mara (Renata Gaspar), mas não é feliz. É agressivo com ela, que chega a procurar a delegacia.
Silvério Mesquita (Samir Murad) – Advogado que cuida das causas dos grandes proprietários rurais.
Rodrigo Pinheiro (Maicon Rodrigues) – Advogado em início de carreira, mas que ajudará muito Aline (Barbara Reis) e forçará a polícia a investigar a morte do marido dela.
Nina (Kizy Vaz) – Namorada de Jonatas (Paulo Lessa), secretária na Cooperativa. Mora na pousada, pois se mudou para a cidade há pouco tempo. É amiga de Lucinda (Débora Falabella).
Enzo Veiga (Rafael Gualandi) – Trabalha no setor de TI da Cooperativa. É craque em informática. É quem ajuda a restabelecer a conexão com a internet na casa de Antônio (Tony Ramos). Braço direito de Lucinda (Débora Falabella).
Sílvia Bomfim (Natascha Stransky) – Secretária na Cooperativa. Transita entre os figurões da Cooperativa e os populares.
MUNDO AGRÁRIO
Ramiro Neves (Amaury Lorenzo) – Capataz de Antônio (Tony Ramos). Faz o que o patrão mandar, inclusive recorrer à violência.
Sidney Lima (Paulo Roque) – Plantador e colhedor de soja. Veio do Norte do país e sonha em voltar para lá.
Ruan Alves (Tairone Vale) – Trabalhador da lavoura. É o espião de Antônio (Tony Ramos) nas terras de Aline (Barbara Reis) em troca de dinheiro. Sua irmã está presa e ele sonha pagar um advogado para tirá-la da prisão.
NÚCLEO DO BAR DE CÂNDIDA
Cândida Ferreira (Susana Vieira) – Dona do bar da cidade, conhecedora dos segredos e mistérios dos moradores. Ama Caio (Cauã Reymond), porque era ligada à sua falecida mãe, Agatha. Tem guardados dois segredos fundamentais: o passado de Irene (Gloria Pires) e também a verdade sobre a mãe de Caio. É áspera, mas ao mesmo tempo generosa.
Luana Shine (Valéria Barcellos) – Gerente do bar de Cândida (Susana Vieira), sonha em ser proprietária. É uma transexual. Gosta de fazer fofoca, mas é íntegra e generosa. Tem um amor secreto.
Fernando Galego (Ignacio Luz) – Conhecido como Nando. Cantor sertanejo que trabalha diretamente no bar, mas também faz às vezes de garçom. Seu sonho é se tornar um cantor famoso.
Kelvin Santana (Diego Martins) – Garçom simpático e bem-humorado, recebe a todos com um sorriso. Tem falas maldosas, faz piadas, mas é um amigo real de Cândida (Susana Vieira) e de Caio (Cauã Reymond). Vive um relacionamento amoroso secreto.
Graciara (Natalia Dal Molin) – Moça amarga que serve as mesas no bar de Cândida (Susana Vieira). Não espera muito da vida.
Ina Miranda (Mericia Cassiano) – Trabalha no bar, mas acha que é só o começo para uma carreira triunfal.
Flor Da Conceição (Leticia Laranja) – Mulher sexy, foi para a região para ganhar dinheiro. É mãe de Rosa (Maria Carolina Basilio) e apaixonada por Caio (Cauã Reymond).
Rosa da Conceição (Maria Carolina Basilio) – Filha de Flor (Leticia Laranja), que trabalha no bar de Cândida (Susana Vieira). É ela quem, ao entrar na escola, passa a proteger Cristian (Felipe Melquiades).
José Castilho/ Zezinho (Marcio Tadeu) – É o cozinheiro do bar restaurante. Faz bico na pousada de Andrade (Ângelo Antônio) e em festas chiques também.
Berenice (Thati Lopes) – Sobrinha-neta de Cândida (Susana Vieira).
OUTROS PERSONAGENS
Cacá De Assis (Igor Angelkorte) – É o cabeleireiro da cidade, sempre antenado com a moda. Vive em confusões, porque se interessa pelas clientes, tem casos com elas. Ao mesmo tempo, os homens o tratam com preconceito. Inclusive porque se veste de maneira muito moderna, contrastando com o estilo dos homens da cidade.
Laurita Correia (Bruna Aiiso) – Médica psiquiatra que veio do Sul. Tem um consultório na cidade. Cuida de pacientes com depressão. Uma delas é Petra (Debora Ozório), de quem se torna melhor amiga, a quem medica e acaba viciando com medicamentos. Não hesita em dar uma receita. Vai se envolver com Franco (Gil Coelho).
Franco Rezende (Gil Coelho) – Gerente do banco principal da região. Faz empréstimos aos plantadores, e por isso tem importância na cidade. Faz o jogo de Antônio (Tony Ramos). É um tipo simpático. Vai viver um romance com Laurita (Bruna Aiiso).