Nesta segunda-feira (20), começa ‘Amor Perfeito’, a sua nova história de amor das seis. E os autores Duca Rachid, Júlio Fischer e Elísio Lopes Jr. falam sobre as emoções e tramas que prometem fazer da cidade fictícia de Águas de São Jacinto um lugar onde o mais sublime dos sentimentos transborda em suas variadas formas. Confira abaixo a entrevista:
Entrevista com os autores Duca Rachid, Júlio Fischer e Elísio Lopes Jr
Na sinopse vocês falam sobre uma trama baseada no “amor filial”, o que, de certa forma, vai atravessar todos os núcleos. Como vocês conceituam essa novela?
Duca – Nosso primeiro desejo foi mesmo falar de amor, não só do amor romântico, mas desse amor fraternal, amor entre pais e filhos. A gente tem várias histórias que falam dessa relação, principalmente porque a gente vai falar muito de mulheres nessa novela, da condição da mulher, que estava submetida a uma legislação muito patriarcal, uma sociedade muito machista, em que as mulheres ainda tinham a responsabilidade da criação dos filhos, a educação ficava a cargo das mulheres. Praticamente só elas se responsabilizavam pelos filhos. A novela parte do melodrama, do folhetim, do conto de fadas, com a história de uma mulher que é presa injustamente, porque cai em uma armadilha da madrasta. Esse é um ponto de partida para falar sobre questões como diversidade, machismo, preconceito, das relações entre mãe e filho, pai e filhos. A própria Marê se vê grávida sem o pai do filho dela, que volta e só depois vai assumir essa paternidade plena, e esse amor também, por ela. A gente tem o caso da Verônica (Ana Cecília Costa), que é a amante do prefeito Anselmo Evaristo ( Paulo Betti) e que cria o filho que teve com esse homem, Júlio (Daniel Rangel) acreditando que o pai está. Tem a Lívia (Lucy Ramos), que não pode ter filhos e adota uma criança, mesmo contra a vontade do marido. Então a gente quer falar muito dessa ausência do pai. Ausência física e afetiva.
Então podemos falar que “Marcelino Pão e Vinho” é uma das principais, se não a principal referência pra novela? Qual a relação de vocês com essa história?
Júlio – A gente aproveita esse fio de trama para criar outros núcleos, outros personagens, tratando desse mesmo tema – a relação entre pais e filhos, nas suas diferentes formas .
Duca – A primeira vez que eu fui ao cinema foi com a minha avó, uma imigrante portuguesa, analfabeta, foi para assistir ao filme ‘Marcelino Pão e Vinho’. Eu tenho uma relação muito afetiva com essa história. Devia ter uns seis ou sete anos de idade e foi muito marcante para mim. Júlio e eu fizemos essa sinopse há muitos anos, a gente escrevia juntos o ‘Sítio do Picapau Amarelo’.
Júlio – Isso foi em 2003, a Duca veio com essa ideia e começamos a criar a sinopse, que ficou guardada. Recentemente, há uns dois anos, ela me perguntou o que eu achava da gente revisitar aquela sinopse. Aí começamos a retrabalhar, dar uma outra forma para aquela sinopse, agora com um olhar mais amadurecido.
Duca – E com um propósito. Eu acho que todas as novelas que eu escrevi até hoje tinham um propósito, desde “Cama de Gato” (2008), por exemplo, a gente se inspirou muito, eu e a Thelma [Guedes], na tese de Fernando Braga da Costa um psicólogo social, que falava sobre trabalhadores invisíveis. A personagem principal era uma faxineira, que nunca tinha sido vista pelo herói da trama, que era o personagem do Marcos Palmeira, e é a mulher que vai testemunhar a favor dele, quando ele é acusado de um crime, vai salvar a vida dele. Fizemos uma novela, ‘Cordel Encantado’ (2011), em que o propósito era falar do Nordeste “ heráldico”, mostra a riqueza da cultura popular nordestina. Depois ‘Órfãos da Terra’ (2019), que trata do tema do refúgio, e ‘Joia Rara’, (2013) que fala de budismo. Agora o nosso propósito é dar luz para a essa excelência negra que sempre existiu no Brasil, e que ficou escondida.
Vocês já destacaram que a Marê (Camila Queiroz) não será uma mocinha e sim uma heroína romântica. Podem falar mais sobre as nuances da personagem?
Júlio – A mocinha geralmente sofre e fica à mercê de um vilão, de uma vilã. A nossa Marê, por ser uma heroína, se posiciona, se coloca. Desde o primeiríssimo capítulo, ela já se coloca contra o pai, não se submete. Ela tem a iniciativa de estudar na capital, no primeiro curso de Administração e Finanças, que foi aberto em 1934 por Getúlio Vargas, e ela é a única mulher da turma. Ela se coloca depois contra o pai, que não admite o relacionamento dela com o Orlando, por ser um homem negro. E depois ela não vai apenas reagindo ao mal que lhe é feito, mas ela vai plantando o destino dela. É nesse sentido que é uma heroína.
Duca – Ela, por exemplo, quer proteger o filho e foge da cadeia. Ela tem atitudes bem corajosas, ousadas.
Júlio – Ela é capaz de se colocar frontalmente contra as forças que querem derrubá-la. Vai atrás de justiça. Não se submete passivamente ao mal que lhe fazem.
O que o público pode esperar dos antagonistas da novela? Que tipo de vilões serão Gilda (Mariana Ximenes) e Gaspar (Thiago Lacerda)? Qual o limite da maldade deles?
Júlio – A Gilda (Mariana Ximenes) é uma vilã com nuances, sim, tem uma profundidade. É uma vilã muito perversa, mas no decorrer da novela a gente vai percebendo que essa maldade nasce de uma dor profunda, então a gente vai entendendo a raiz desse mal. Não é um estereótipo da maldade pura e simples. Embora a nossa história tenha uma referência de contos de fadas, ela não é uma bruxa, ela é mais que apenas a personificação do mal. A gente vai mergulhando aos poucos na dor dela, e descobrindo o que está na origem desse mal. No decorrer da novela a gente vai mostrando as fragilidades dela, a carência de amor, a infância miserável que ela teve. O Gaspar (Thiago Lacerda) também tem um arco dramático. No começo, ele é manipulado durante um bom tempo, porque ele tem uma moral “ elástica”, que herdou do pai, e uma fixação pela Gilda. Depois, ele vai dar uma virada e vai ganhar um objetivo próprio maior, e vamos vê-lo como que sendo disputado pelo bem e o mal que habitam nele (como em todos nós, aliás). A nossa intenção é explorar essas nuances, tanto do Gaspar como da Gilda, às últimas consequências. Humanizar, humanizar, humanizar.
Duca – Porque ninguém é totalmente mau, nem totalmente bom. Assim como o nosso herói, Orlando (Diogo Almeida), que começa pisando na bola.
Como vocês chegaram nessa configuração da Irmandade dos Clérigos de São Jacinto?
Duca – A gente é absolutamente encantado com essa ideologia [franciscana], é uma ordem que está muito mais próxima das religiões orientais, do budismo, das próprias religiões africanas. Eles têm uma leveza, uma alegria, relação prazerosa com a vida. Uma outra abordagem da fé, da religião. Um amor pelas pessoas, pelos animais e a natureza. Isso encantou a gente. Achamos importante falar disso nesse momento. Originalmente, era como no livro [“Marcelino Pão e Vinho]. Um convento franciscano. Mas a gente acabou pensando numa irmandade, com religiosos de diferentes ordens. Fomos pesquisar e vimos que existiam algumas irmandades de religiosos, que acolhiam padres idosos. E a gente falou: “por que não?”
Júlio – Não vamos fazer só franciscanos, só dominicanos, vamos colocar diferentes ordens, pra ampliar esse olhar para a diversidade, na maneira de se relacionar com Deus. Embora sejam todos cristãos, há diferenças entre as ordens. Entusiasmados com essa diversidade de ordens, fomos nos informar, com membros da Igreja, se uma irmandade nesses moldes seria possível e a resposta foi afirmativa. Apostamos muito nessa Irmandade como um celeiro de amor e de convivência harmoniosa baseada no respeito mútuo às diferenças.
Elisio – Amor e diversidade: é um exercício, o tempo todo, de amor.
Duca – E uma criança, um menino, sendo criado por esses padres, sendo cuidado, acolhido. É uma nova configuração de família.
Falem um pouco sobre nosso protagonista, o pequeno Marcelino (Levi Asaf)? Como vai ser abordada a relação dele com Cristo (Jorge Florêncio)?
Duca: Nesse ponto, a gente está sendo bastante fiel ao livro. Na verdade, a grande busca desse personagem, na nossa história, isso não é do livro, é pela mãe. Tudo que ele quer do Cristo (Jorge Florêncio) é saber onde está a mãe dele, e a fé dele é tão grande que em nenhum momento ele acredita que não vai encontrar a mãe. Uma hora ele desconfia que a mãe está morta, mas ele continua insistindo. O contato com Cristo faz parte da busca dele. Agora, a maneira como ele encontra o Cristo e como eles se relacionam, é bem fiel ao livro. Sobre o nosso protagonista, foi um verdadeiro achado o Levi. Fomos ao teatro, fomos vê-lo atuando na peça “O Pequeno Príncipe” e ficamos encantados com ele.
A cidade de Águas de São Jacinto é inspirada em Poços de Caldas. Essa inspiração se mantém? Vocês têm relação com essa cidade?
Duca – A minha mãe passou a lua de mel e provavelmente eu fui concebida em Poços de Caldas, porque eu nasci nove meses depois. É uma inspiração, mas na verdade a gente colocou essa cidade por ser uma cidade de águas termais que tem aquele glamour de época, que tinha Poços. E o café-concerto do Grande Hotel ocupa um pouco esse lugar de glamour porque recebe as atrações nacionais e internacionais, como Poços. Águas de São Jacinto é uma cidade que a gente imagina sendo um pouquinho mais para o interior de Minas, justamente por ter essa população miscigenada, mestiça, negra, muito presente, e ocupando todos os lugares sociais.
Em ‘Amor Perfeito’ teremos um núcleo cômico ou isso vai passear por diversos personagens?
Júlio – A irmandade não cumpre, estritamente, a função do núcleo cômico. Temos vários outros personagens que fazem esse papel. Um exemplo é o pessoal do armazém, a Ione (Carol Badra), a fofoqueira oficial e seu atormentado marido, o Ademar (Gustavo Arthidoro). São cômicos, mas também têm seus dramas.
Elisio – A Ione (Carol Badra) acaba indo para o lirismo também, isso responde um pouco da questão da brasilidade. A gente é um povo que tropeça e ri de si mesmo, levanta e vai. Esse humor está espalhado na novela, uma hora você está rindo, outra hora chorando, aí você se emociona e você se aborrece. Não vejo o humor num lugar só. Até os vilões têm cenas engraçadas.
Duca – Os padres têm esse traço, sim. Eles se implicam, são engraçados muitas vezes, agem um pouco como os sete anões da Branca de Neve. Tem um mais rabugento, tem um mais “caduquinho”, tem um mais alegrinho. No armazém, a Ione (Carol Badra) é o coro da novela. Ela comenta as situações, espalha as notícias. Mas ela também vai ter um momento de drama.
O que vocês destacariam como diferencial dessa novela?
Duca – Acho que o grande diferencial da novela é a tentativa de apresentar personagens negros, inspirados em pessoas e histórias que sofreram apagamento.
Júlio – A gente começa pelo fato de que o nosso Marcelino (Levi Asaf), na nossa versão, é um menino negro. Isso já norteia todo o desenvolvimento da história. Esteticamente, também, a gente está obedecendo a referências históricas. É uma cidade ficcional, sim, mas não é uma cidade fantasiosa. É uma cidade que bebe muito da realidade que a gente absorveu em pesquisa. Tão referências quase absolutamente desconhecidas da nossa chamada elite intelectual. Então é muito importante enfatizar essa questão de que não é um universo fantasioso que nós estamos colocando na novela, mas é um universo que existiu historicamente, mas que ficou à margem dos livros de história. Assim como, até há bem pouco tempo, o currículo escolar omitia quase completamente a importância da herança africana na formação da cultura brasileira.
Elisio – A gente tem um desejo, sempre que está escrevendo, de que a novela seja brasileira. É uma história universal que trata de fé, trata de amor de mãe e filho, mas ela está sempre contada no Brasil e num dos “ brasis” que não foi muito visto, principalmente nessa época e nesse tempo. Trazer essa história para esse universo de um Brasil de época, que ainda não é tão conhecido pelo espectador, gera, inclusive, uma inversão de expectativa de alguma forma. Você espera ver as pessoas num enquadramento, numa forma, e elas vão vir com outras cores, com outras formas, com sotaque, contando essa história de um jeito que ainda não é tão comum.
O que significa pra vocês estarem nesse projeto? Quais as expectativas?
Duca – Eu acho que a gente está sempre honrando alguém. Sinto um pouco isso escrevendo essa novela, inspirada nessa história que era muito cara à minha avó. Tenho essa vontade de espalhar um pouco de amor, empatia, essa ideia de solidariedade e fraternidade, de que a gente está tão carente. Sobre meus parceiros de jornada, o Elísio me faz uma pessoa e autora melhor. E não conheço ninguém mais franciscano que o Júlio. Ninguém faz novela sozinho. É um trabalho coletivo, que tem muitos pais e mães.
Júlio – Para mim, a importância primeira foi de voltar a trabalhar com a Duca. A gente foi parceiro como autores titulares durante um bom tempo no ‘Sítio do Picapau Amarelo’, depois eu fui colaborador da Duca em várias novelas. A gente voltar a trabalhar juntos é tudo de bom. Depois, a chegada do Elísio foi uma abertura na minha cabeça e na cabeça da Duca. O que o Elísio traz de informação, frescor, e esse olhar inteligente e sensível que ele tem para as coisas, isso é maravilhoso. Em terceiro lugar, essa novela representa voltar para um lugar que, para mim, é muito caro. Alguns anos atrás eu escrevi e produzi uma peça infantil que fez muito sucesso, ganhou todos os prêmios daquele ano, “A Canção de Assis”. Era a história de um menino de rua do século XIII, que procura um burrinho desaparecido e acaba chegando em Assis, porque ouve dizer que em Assis vivia um louco que conversa com pássaros. O “louco” era o jovem Francisco de Assis, no início de sua iluminação. Nessa época eu mergulhei muito nesse universo franciscano e publiquei a história da peça num livro da Editora Vozes. Para mim, essa equipe, esse trabalho é realmente um amor perfeito.
Elísio – A Duca foi a minha supervisora numa série que eu estava escrevendo ano passado e, quando a gente começou a trabalhar juntos, não parecia trabalho. A gente trocava muito no processo, foi algo tão fluido e tão amoroso, eu me senti muito livre para criar e colocar as minhas ideias. E aí ela me chamou para a novela, eu não conhecia o Júlio ainda. No finalzinho de março de 2022 a gente começou a se encontrar, e de sábado para domingo, quando temos a lacuna dos encontros, eu sinto uma falta. Eu me emociono muito com isso porque eu tenho uma reverência muito grande por quem veio antes, isso não tem preço. O Júlio é um poço de conteúdos, cada lugar que você puxa ele traz uma referência, sempre tem uma coisa para te agregar. E a Duca tem uma mão de te puxar de onde está e te colocar mais para cima, que é sobrenatural. Eu me sinto num lugar de aprendizado, com muito respeito, que não é tão simples de encontrar.
Duca Rachid é paulista, nascida em Mogi das Cruzes, São Paulo. Estreou na TV Globo como colaboradora de Walcyr Carrasco, em ‘O Cravo e a Rosa’ (2000) e ‘A Padroeira’ (2001). Em 2005, assinou a temporada de ‘Sítio do Picapau Amarelo’, ao lado de Júlio Fischer e Alessandro Marson. Iniciou a bem-sucedida parceria com Thelma Guedes, em 2006, com a novela das seis, ‘O Profeta’. As duas assinaram juntas, na sequência, as novelas ‘Cama de Gato’ (2008), ‘Cordel Encantado’ (2011), ‘Joia Rara’ (2013) e ‘Órfãos da Terra’ (2019), sendo as duas últimas vencedoras do Emmy Internacional de Melhor Telenovela. Em 2016, Duca supervisionou Manuela Dias na minissérie ‘Ligações Perigosas’.
Júlio Fischer é dramaturgo e roteirista, nascido em Porto Alegre (RS). Na TV Globo, é desde 1997 autor-roteirista, onde foi colaborador de autores como Walther Negrão, Elizabeth Jhin, Duca Rachid e Thelma Guedes, em mais de uma dezena de novelas, entre elas, ‘Era uma vez…’ (1998), ‘Desejo Proibido’ (2007) e ‘Cordel Encantado’ (2011). Como autor, esteve à frente do ‘Sítio do Picapau Amarelo’ (2001), com Duca Rachid e Alessandro Marson, e ‘Sol Nascente’ (2016), com Walther Negrão e Suzana Pires. Pós-graduado em Teatro pela Universidade de São Paulo, orientado por Barbara Heliodora, foi assessor de Bibi Ferreira no espetáculo “Brasileiro Profissão Esperança”, estrelado e dirigido pela atriz, e autor de peças como o musical “A Canção de Assis”, “Personalíssima – A vida e as canções de Isaura Garcia”, “Emilinha e Marlene, as Rainhas do Rádio”, em parceria com Thereza Falcão, e “As Brasas”, em parceria com Duca Rachid, baseado no romance homônimo de Sándor Marai.
Elísio Lopes Jr é roteirista, dramaturgo e diretor artístico, nascido em Salvador (BA), com atuação em teatro, televisão e cinema. Tem em seu currículo mais de 30 textos teatrais montados no Brasil, entre eles, o musical “Dona Ivone Lara – Um Sorriso Negro” (2019) e o drama “Liberté” (2022). No cinema é um dos roteiristas de “Medida Provisória” (2020) e “Ó paí ó 2”, com estreia prevista para 2023. Na TV Globo, assinou a redação final do programa ‘Lazinho com você’ (2017) e roteiros de programas como ‘Esquenta’ (2011). No Canal Brasil, assinou também roteiros do programa ‘Espelho’ (2005). Fez consultoria para os roteiros das séries ‘Filhos da Pátria’ (2017), de Bruno Mazzeo, e ‘Fim’, de Fernanda Torres. Assinou ainda o roteiro da série ficcional ‘Papo de Moleque’ (2013), na TV Brasil. Na literatura tem três livros publicados: “Carne Fraca” (1998), “Trilogia da Noite” (2017) e “Monocontos – Histórias para ler e encenar” (2021).
‘Amor Perfeito’ é criada e escrita por Duca Rachid e Júlio Fischer com direção artística de André Câmara. A obra é escrita com Elísio Lopes Jr, com a colaboração de Dora Castellar, Duba Elia e Mariani Ferreira. A direção é de Alexandre Macedo, Lúcio Tavares, Joana Antonaccio e Larissa Fernandes. A produção é de Isabel Ribeiro e a direção de gênero de José Luiz Villamarim. A novela tem previsão de estreia em 20 de março.