Em ‘Além da Ilusão’, Julinha (Alexandra Richter) e Constantino (Paulo Betti) foram surpreendidos pela chegada de Santa (Arlete Salles) e seu papagaio Lindinho. Mãe de Julinha, a viúva aproveita a vida com a fortuna deixada pelo falecido marido e matém um relacionamento às escondidas com Enrico (Marcos Veras), um falido bon vivant, que vive atrás de mulher rica para aplicar o golpe do baú. Santa não desconfia das intenções do namorado, mas é alertada pela família. E enquanto alimenta os sonhos do jovem oferecendo dinheiro para ele se divertir, Enrico conhece Emília (Gaby Amarantos) no Cassino e fica animado com a possibilidade de se juntar a ela e ganhar mais.
A copeira de Violeta (Malu Galli) sonha em mudar de vida e não se conforma com a falta de ambição do marido (Cláudio Gabriel). Por isso, aproveita as roupas doadas por Isadora (Larissa Manoela), ajusta as peças e se arrisca como “nova rica” no Cassino de Constantino para faturar algo e comprar a bicicileta do filho Jojo (Nicolas Parente). Com medo de revelar sua identidade, ao conhecer Enrico, conta que é viúva e aceita os galanteios dele, que promete se aventurar com ela em outras noites no local.
Mas Emília precisa ter cuidado para não ser desmascarada, pois Giovanna (Roberta Gualda) flagra as saídas da copeira e percebe que ela esconde algum segredo. Cipriano nem imagina que a esposa está lhe dando uns perdidos porque costuma trabalhar na fábrica no horário que ela sai, mas Enrico mexe com a cabeça de Emília e a sonhadora começa a perder o controle sobre suas ações. A relação entre eles esquenta e Enrico passa mentir pra Santa também, que de boba não tem nada.
Seguem as entrevistas com Marcos Veras e Arlete Salles:
Entrevista com Marcos Veras
Como você define o seu personagem?
Enrico é um bon-vivant, um homem que gosta do bom e do melhor, porém não tem onde cair morto. É extremamente ambicioso, gosta do poder, de dinheiro, de luxo. Usa do charme, da sedução e da conquista para conseguir o que quer. Ele vive um dia após o outro, uma semana após a outra pensando: “quem eu vou conquistar essa semana para conseguir viver do jeito que eu mereço, do jeito que eu quero?” Seduz com seu charme e simpatia as mulheres que encontra pelo caminho, sejam elas pobres ou ricas – de preferência ricas – e sem se importar com a idade, até porque ele se relaciona com a dona Santa, que é uma mulher mais velha, com a Emília, que é uma mulher mais nova. O importante é ele usar o que tem de melhor: a lábia, a conversa, para conseguir os seus luxos, mesmo que pra isso faça coisas erradas, antiéticas e aplique golpes, que é o que ele vai fazer na novela.
Em que/quem se inspirou para fazê-lo?
Não nos faltam exemplos na política, próximos de nós. Se aguçarmos o nosso olhar, sempre veremos alguém que tem uma lábia muito forte na conversa, que é muito ambiciosa, mas eu sempre recorro ao texto, em que as características do personagem são muito presentes. Eu tenho esse apreço pelo texto, ele é muito claro. Quem é esse cara? Ele é um canalha, porém charmoso, é um covarde, porém simpático. É um personagem dúbio também. Eu sempre curto muito ver filmes, então recorri aos filmes de cassino. Um filme do Al Pacino chamado ‘Cassino’ é bom e remete muito a esse universo. As décadas de 1940 e de 1930 são muito ricas no vocabulário correto, no gestual muito mais classudo, mais rebuscado, então a minha visita a esses anos foram as minhas inspirações. E o bigode é uma grande homenagem ao meu falecido pai, que tinha exatamente esse bigode. Eu me olho no espelho hoje e vejo que estou a cara dele. Mas é bom deixar claro que meu pai não era nenhum golpista, era muito trabalhador. Mas no visual, estou bem parecido com ele.
Qual a sua expectativa para ver este trabalho no ar?
São as maiores expectativas, porque é muito difícil você acompanhar um trabalho que já está no ar, já é sucesso e foi abraçado pelo público, audiência e crítica especializada, e você ainda não ter entrado. Eu já estou gravando há algum tempo, mas nunca entrei em um trabalho com ele no ar, é a primeira vez que isso acontece. Isso me gerou, claro, uma expectativa maior ainda do que qualquer outro, porque é uma novela linda, uma obra que eu estou doido pra contribuir, porque já é um sucesso. Caiu no gosto do público que gosta de novela. É uma trama de muito bom gosto e eu estou doido para que o Enrico venha, apareça, tumultue, divirta, emocione e provoque raiva nas pessoas, que gere discussão, porque ele é um personagem que pode gerar isso, por ser um homem que se aproveita de algumas mulheres. Estou muito ansioso pra ver o meu trabalho e os comentários do público.
Comente sobre a relação de Enrico com dona Santa.
A relação do Enrico com a dona Santa é uma relação de interesses. Ele tem interesse nela pelo dinheiro que ela tem, pelas coisas que ela pode proporcionar: dinheiro, noites, luxos, roupas, joias; e ela tem interesse nele porque ele proporciona carinho amor, sexo, companhia… é uma relação explícita de interesse. Ela é uma mulher muito experiente, então também o domina, manda nele, e ele usa e abusa do charme e do romance para conseguir o que quer com ela. É uma dupla que se merece – cada um com os seus interesses e características. Mas é uma relação bonita de um homem mais novo com uma mulher mais velha. Há um sentimento verdadeiro ali, eles gostam da companhia um do outro. E pode gerar também uma discussão bacana dessa diferença de idades e desses relacionamentos da época em que as mulheres eram colocadas em julgamento por qualquer atitude que fugisse do senso comum. Qualquer mulher que tivesse um comportamento que fugisse do padrão era julgada. Então acho que é uma novela que também vai trazer essa força feminina através do romance, através de uma mulher mais velha, a dona Santa, que ama, ainda faz sexo, beija na boca. Eu acho isso muito interessante, porque a idade não importa.
E a relação de Enrico com Emília?
A relação de Enrico com Emília também é de interesses. Ele, porque viu aquela mulher deslumbrante, mais jovem que a dona Santa, mas uma mulher linda, potente, que canta lindamente, e se encanta por ela, porém, acha que ela é rica. É uma paixão, uma vontade de tê-la por perto, de beijar na boca, mas porque [acha que] ela é rica. Ela, porque vê nele um empresário, um homem que tem influência e que pode realizar o sonho dela de ser cantora, de se apresentar na rádio. Porém, nenhum dos dois tem onde cair morto. Ao contrário de dona Santa, que é uma mulher rica, tem posses, a Emília não tem e o Enrico acha que ela tem. Ali é uma relação de gato e rato. Os dois têm características bem parecidas, porque ambos sonham e usam da malícia e do interesse para tentarem conquistar as suas coisas. É claro que o Enrico, se comparado à Emília, tem muito mais malícia, trato e habilidade com o golpe. A Emília também tem interesses sexuais nele, assim como interesses para realizar esse sonho.
Como está sendo contracenar com Arlete Salles e Gaby Amarantos?
Confesso que sou muito abençoado nas minhas parcerias de elenco, e nessa novela não é diferente. Eu já tinha feito uma novela com a Arlete Salles, em 2015, ‘Babilônia’, minha primeira novela na Globo. A gente chegou a contracenar, mas não como amantes, namorados. É uma atriz espetacular, extremamente generosa, disponível, experiente para caramba, muito sábia, muito cômica, porque é também uma comediante de mão cheia, não só uma atriz. Então, eu fiquei muito feliz com a nossa parceria. Fizemos cenas ótimas, gravando de primeira, texto na ponta da língua, uma troca realmente muito especial que eu vou guardar para a vida. E a Gaby Amarantos é uma potência – como mulher, cantora, artista. Ela é uma mulher muito curiosa, talentosa, e vem se divertindo muito nessa primeira experiência dela em uma novela. Ela já tinha feito trabalho como atriz, mas acredito que seja a primeira em novela, e a nossa troca foi muito imediata, rápida, desde a preparação até a realização das cenas. Temos cenas mais densas e outras divertidas, e em ambas a gente se diverte muito. Tem sido muito gostoso passar essa experiência com ela porque eu já a conhecia, mas é a primeira vez que trabalhamos juntos. Eu só tenho a agradecer por essas duas lindas parcerias.
Como foi o convite para atuar em ‘Além da Ilusão’?
‘Além da Ilusão’ veio no convite do Luiz Henrique Rios, meu diretor também em ‘Pega-Pega’ (2017/2018), que é um cara com quem me dei muito bem trabalhando. Vivemos uma experiência linda ali. Ele me fez esse convite para viver o Enrico junto com o Fábio Zambroni, que também é um parceiro de longa data, produtor de elenco incrível e amigo, então foi um convite muito especial. O convite veio durante a pandemia. Receber um convite para voltar ao trabalho em um período que a gente ficou muito em casa, um período muito tenso, foi muito importante, e eu fiquei muito feliz. Estou feliz com o resultado que tenho visto da novela.
Entrevista com Arlete Salles
Como você define a sua personagem?
A minha personagem é uma mulher moderna. Uma mulher que você pode encontrar aí a qualquer momento na rua, entre seus amigos. Ela teve um casamento tradicional, nos moldes antigos e, de repente, ficou viúva e resolveu correr atrás do tempo perdido, de se divertir, ser feliz. Ela não tem mais expectativa em relação ao casamento. Quer a liberdade dela. Acho que o casamento de alguma forma a aprisionou, porque ela não tem uma boa ideia de casamento. Ela quer viver.
Em que/quem se inspirou para fazê-la?
Ela não é um personagem difícil de você reconhecer. Tem atitudes bem modernas, atuais. É como ela está escrita, né? E a Alessandra Poggi tem uma narrativa excelente. Tem um texto delicioso. O texto é o maior inspirador para um ator.
Qual a sua expectativa para ver este trabalho no ar?
Não adianta: a gente sempre vai criar expectativa em relação ao novo trabalho. Não é mais aquela expectativa de alguns anos atrás quando eu era uma atriz jovem, mas ainda existe expectativa de que o público goste, que o personagem tenha uma boa aceitação, de que seja uma alegria para mim e para minha carreira. Essa expectativa a gente sempre vai ter. A gente sempre trabalha para acertar. Já falei isso algumas vezes. E em algumas vezes a gente não consegue (risos). Eu espero conseguir dessa vez. Já consegui outras vezes.
Comente sobre a relação de Santa com Enrico.
Enrico e Santa vivem um clássico da história mundial romântica entre mulheres mais velhas com homens mais jovens. O mais jovem chega e não é bem intencionado, com raríssimas exceções. Principalmente ele, que é um homem pobre. Ela tem dinheiro. Ele tem só interesses materiais.
Comente sobre a relação de Santa com Julinha e Arminda.
Ela ama essa filha. É uma relação de afeto, bonita, de mãe e filha. E de avó também. Eu gosto muito das duas. Ela ama aquela filha, aquela neta. É uma relação bonita de família.
Como está sendo contracenar com Marcos Veras?
Contracenamos bastante em um único dia. Ah! Ele é um colega adorável, um rapaz bonito, tinha muitas cenas de beijos (risos). Até andei dando umas beijocas gostosas em Marcos Veras (risos). Ele é um ator empenhado, estudioso. Gostei de trabalhar com ele.
Como foi o convite para atuar em ‘Além da Ilusão’?
O convite chegou pelo diretor artístico da novela, Luiz Henrique Rios. Ele me telefonou uma noite perguntando se eu queria trabalhar com ele, me divertir um pouco, disse que era um personagem divertido. Foi uma boa surpresa, ainda mais em plena pandemia, porque o convite veio no ano passado. Trouxe um pouco de alegria para o meu coração, graças a Deus. As coisas retornando, uma esperança de que tudo isso passe logo, e estava passando. Chegamos até aqui melhores. O momento em relação ao vírus é bem melhor, nós estamos caminhando para o final deste horror que vivemos. Foi uma alegria, um bálsamo para o meu coração. “Ai, que bom. Vou voltar a trabalhar. Vou rever os colegas…” Eu fiquei superfeliz e ansiosa, porque demorou, né? Eu demorei a começar a gravar porque eu entrei com a novela no ar há algum tempo. Estava ansiosa para começar a gravar. O personagem é bem divertido, gostoso de fazer, é interessante e cativante. Eu, enquanto intérprete, me diverti muito.
‘Além da Ilusão’ é criada e escrita por Alessandra Poggi, com direção artística de Luiz Henrique Rios. A obra é escrita com Adriana Chevalier, Letícia Mey, Flávio Marinho e Rita Lemgruber. A direção geral de Luís Felipe Sá e direção de Tande Bressane, Jeferson De e Joana Clark. A produção é de Mauricio Quaresma e a direção de gênero é de José Luiz Villamarim.
Em ‘Além da Ilusão’, Julinha (Alexandra Richter) e Constantino (Paulo Betti) foram surpreendidos pela chegada de Santa (Arlete Salles) e seu papagaio Lindinho. Mãe de Julinha, a viúva aproveita a vida com a fortuna deixada pelo falecido marido e matém um relacionamento às escondidas com Enrico (Marcos Veras), um falido bon vivant, que vive atrás de mulher rica para aplicar o golpe do baú. Santa não desconfia das intenções do namorado, mas é alertada pela família. E enquanto alimenta os sonhos do jovem oferecendo dinheiro para ele se divertir, Enrico conhece Emília (Gaby Amarantos) no Cassino e fica animado com a possibilidade de se juntar a ela e ganhar mais.
A copeira de Violeta (Malu Galli) sonha em mudar de vida e não se conforma com a falta de ambição do marido (Cláudio Gabriel). Por isso, aproveita as roupas doadas por Isadora (Larissa Manoela), ajusta as peças e se arrisca como “nova rica” no Cassino de Constantino para faturar algo e comprar a bicicileta do filho Jojo (Nicolas Parente). Com medo de revelar sua identidade, ao conhecer Enrico, conta que é viúva e aceita os galanteios dele, que promete se aventurar com ela em outras noites no local.
Mas Emília precisa ter cuidado para não ser desmascarada, pois Giovanna (Roberta Gualda) flagra as saídas da copeira e percebe que ela esconde algum segredo. Cipriano nem imagina que a esposa está lhe dando uns perdidos porque costuma trabalhar na fábrica no horário que ela sai, mas Enrico mexe com a cabeça de Emília e a sonhadora começa a perder o controle sobre suas ações. A relação entre eles esquenta e Enrico passa mentir pra Santa também, que de boba não tem nada.
Seguem as entrevistas com Marcos Veras e Arlete Salles:
Entrevista com Marcos Veras
Como você define o seu personagem?
Enrico é um bon-vivant, um homem que gosta do bom e do melhor, porém não tem onde cair morto. É extremamente ambicioso, gosta do poder, de dinheiro, de luxo. Usa do charme, da sedução e da conquista para conseguir o que quer. Ele vive um dia após o outro, uma semana após a outra pensando: “quem eu vou conquistar essa semana para conseguir viver do jeito que eu mereço, do jeito que eu quero?” Seduz com seu charme e simpatia as mulheres que encontra pelo caminho, sejam elas pobres ou ricas – de preferência ricas – e sem se importar com a idade, até porque ele se relaciona com a dona Santa, que é uma mulher mais velha, com a Emília, que é uma mulher mais nova. O importante é ele usar o que tem de melhor: a lábia, a conversa, para conseguir os seus luxos, mesmo que pra isso faça coisas erradas, antiéticas e aplique golpes, que é o que ele vai fazer na novela.
Em que/quem se inspirou para fazê-lo?
Não nos faltam exemplos na política, próximos de nós. Se aguçarmos o nosso olhar, sempre veremos alguém que tem uma lábia muito forte na conversa, que é muito ambiciosa, mas eu sempre recorro ao texto, em que as características do personagem são muito presentes. Eu tenho esse apreço pelo texto, ele é muito claro. Quem é esse cara? Ele é um canalha, porém charmoso, é um covarde, porém simpático. É um personagem dúbio também. Eu sempre curto muito ver filmes, então recorri aos filmes de cassino. Um filme do Al Pacino chamado ‘Cassino’ é bom e remete muito a esse universo. As décadas de 1940 e de 1930 são muito ricas no vocabulário correto, no gestual muito mais classudo, mais rebuscado, então a minha visita a esses anos foram as minhas inspirações. E o bigode é uma grande homenagem ao meu falecido pai, que tinha exatamente esse bigode. Eu me olho no espelho hoje e vejo que estou a cara dele. Mas é bom deixar claro que meu pai não era nenhum golpista, era muito trabalhador. Mas no visual, estou bem parecido com ele.
Qual a sua expectativa para ver este trabalho no ar?
São as maiores expectativas, porque é muito difícil você acompanhar um trabalho que já está no ar, já é sucesso e foi abraçado pelo público, audiência e crítica especializada, e você ainda não ter entrado. Eu já estou gravando há algum tempo, mas nunca entrei em um trabalho com ele no ar, é a primeira vez que isso acontece. Isso me gerou, claro, uma expectativa maior ainda do que qualquer outro, porque é uma novela linda, uma obra que eu estou doido pra contribuir, porque já é um sucesso. Caiu no gosto do público que gosta de novela. É uma trama de muito bom gosto e eu estou doido para que o Enrico venha, apareça, tumultue, divirta, emocione e provoque raiva nas pessoas, que gere discussão, porque ele é um personagem que pode gerar isso, por ser um homem que se aproveita de algumas mulheres. Estou muito ansioso pra ver o meu trabalho e os comentários do público.
Comente sobre a relação de Enrico com dona Santa.
A relação do Enrico com a dona Santa é uma relação de interesses. Ele tem interesse nela pelo dinheiro que ela tem, pelas coisas que ela pode proporcionar: dinheiro, noites, luxos, roupas, joias; e ela tem interesse nele porque ele proporciona carinho amor, sexo, companhia… é uma relação explícita de interesse. Ela é uma mulher muito experiente, então também o domina, manda nele, e ele usa e abusa do charme e do romance para conseguir o que quer com ela. É uma dupla que se merece – cada um com os seus interesses e características. Mas é uma relação bonita de um homem mais novo com uma mulher mais velha. Há um sentimento verdadeiro ali, eles gostam da companhia um do outro. E pode gerar também uma discussão bacana dessa diferença de idades e desses relacionamentos da época em que as mulheres eram colocadas em julgamento por qualquer atitude que fugisse do senso comum. Qualquer mulher que tivesse um comportamento que fugisse do padrão era julgada. Então acho que é uma novela que também vai trazer essa força feminina através do romance, através de uma mulher mais velha, a dona Santa, que ama, ainda faz sexo, beija na boca. Eu acho isso muito interessante, porque a idade não importa.
E a relação de Enrico com Emília?
A relação de Enrico com Emília também é de interesses. Ele, porque viu aquela mulher deslumbrante, mais jovem que a dona Santa, mas uma mulher linda, potente, que canta lindamente, e se encanta por ela, porém, acha que ela é rica. É uma paixão, uma vontade de tê-la por perto, de beijar na boca, mas porque [acha que] ela é rica. Ela, porque vê nele um empresário, um homem que tem influência e que pode realizar o sonho dela de ser cantora, de se apresentar na rádio. Porém, nenhum dos dois tem onde cair morto. Ao contrário de dona Santa, que é uma mulher rica, tem posses, a Emília não tem e o Enrico acha que ela tem. Ali é uma relação de gato e rato. Os dois têm características bem parecidas, porque ambos sonham e usam da malícia e do interesse para tentarem conquistar as suas coisas. É claro que o Enrico, se comparado à Emília, tem muito mais malícia, trato e habilidade com o golpe. A Emília também tem interesses sexuais nele, assim como interesses para realizar esse sonho.
Como está sendo contracenar com Arlete Salles e Gaby Amarantos?
Confesso que sou muito abençoado nas minhas parcerias de elenco, e nessa novela não é diferente. Eu já tinha feito uma novela com a Arlete Salles, em 2015, ‘Babilônia’, minha primeira novela na Globo. A gente chegou a contracenar, mas não como amantes, namorados. É uma atriz espetacular, extremamente generosa, disponível, experiente para caramba, muito sábia, muito cômica, porque é também uma comediante de mão cheia, não só uma atriz. Então, eu fiquei muito feliz com a nossa parceria. Fizemos cenas ótimas, gravando de primeira, texto na ponta da língua, uma troca realmente muito especial que eu vou guardar para a vida. E a Gaby Amarantos é uma potência – como mulher, cantora, artista. Ela é uma mulher muito curiosa, talentosa, e vem se divertindo muito nessa primeira experiência dela em uma novela. Ela já tinha feito trabalho como atriz, mas acredito que seja a primeira em novela, e a nossa troca foi muito imediata, rápida, desde a preparação até a realização das cenas. Temos cenas mais densas e outras divertidas, e em ambas a gente se diverte muito. Tem sido muito gostoso passar essa experiência com ela porque eu já a conhecia, mas é a primeira vez que trabalhamos juntos. Eu só tenho a agradecer por essas duas lindas parcerias.
Como foi o convite para atuar em ‘Além da Ilusão’?
‘Além da Ilusão’ veio no convite do Luiz Henrique Rios, meu diretor também em ‘Pega-Pega’ (2017/2018), que é um cara com quem me dei muito bem trabalhando. Vivemos uma experiência linda ali. Ele me fez esse convite para viver o Enrico junto com o Fábio Zambroni, que também é um parceiro de longa data, produtor de elenco incrível e amigo, então foi um convite muito especial. O convite veio durante a pandemia. Receber um convite para voltar ao trabalho em um período que a gente ficou muito em casa, um período muito tenso, foi muito importante, e eu fiquei muito feliz. Estou feliz com o resultado que tenho visto da novela.
Entrevista com Arlete Salles
Como você define a sua personagem?
A minha personagem é uma mulher moderna. Uma mulher que você pode encontrar aí a qualquer momento na rua, entre seus amigos. Ela teve um casamento tradicional, nos moldes antigos e, de repente, ficou viúva e resolveu correr atrás do tempo perdido, de se divertir, ser feliz. Ela não tem mais expectativa em relação ao casamento. Quer a liberdade dela. Acho que o casamento de alguma forma a aprisionou, porque ela não tem uma boa ideia de casamento. Ela quer viver.
Em que/quem se inspirou para fazê-la?
Ela não é um personagem difícil de você reconhecer. Tem atitudes bem modernas, atuais. É como ela está escrita, né? E a Alessandra Poggi tem uma narrativa excelente. Tem um texto delicioso. O texto é o maior inspirador para um ator.
Qual a sua expectativa para ver este trabalho no ar?
Não adianta: a gente sempre vai criar expectativa em relação ao novo trabalho. Não é mais aquela expectativa de alguns anos atrás quando eu era uma atriz jovem, mas ainda existe expectativa de que o público goste, que o personagem tenha uma boa aceitação, de que seja uma alegria para mim e para minha carreira. Essa expectativa a gente sempre vai ter. A gente sempre trabalha para acertar. Já falei isso algumas vezes. E em algumas vezes a gente não consegue (risos). Eu espero conseguir dessa vez. Já consegui outras vezes.
Comente sobre a relação de Santa com Enrico.
Enrico e Santa vivem um clássico da história mundial romântica entre mulheres mais velhas com homens mais jovens. O mais jovem chega e não é bem intencionado, com raríssimas exceções. Principalmente ele, que é um homem pobre. Ela tem dinheiro. Ele tem só interesses materiais.
Comente sobre a relação de Santa com Julinha e Arminda.
Ela ama essa filha. É uma relação de afeto, bonita, de mãe e filha. E de avó também. Eu gosto muito das duas. Ela ama aquela filha, aquela neta. É uma relação bonita de família.
Como está sendo contracenar com Marcos Veras?
Contracenamos bastante em um único dia. Ah! Ele é um colega adorável, um rapaz bonito, tinha muitas cenas de beijos (risos). Até andei dando umas beijocas gostosas em Marcos Veras (risos). Ele é um ator empenhado, estudioso. Gostei de trabalhar com ele.
Como foi o convite para atuar em ‘Além da Ilusão’?
O convite chegou pelo diretor artístico da novela, Luiz Henrique Rios. Ele me telefonou uma noite perguntando se eu queria trabalhar com ele, me divertir um pouco, disse que era um personagem divertido. Foi uma boa surpresa, ainda mais em plena pandemia, porque o convite veio no ano passado. Trouxe um pouco de alegria para o meu coração, graças a Deus. As coisas retornando, uma esperança de que tudo isso passe logo, e estava passando. Chegamos até aqui melhores. O momento em relação ao vírus é bem melhor, nós estamos caminhando para o final deste horror que vivemos. Foi uma alegria, um bálsamo para o meu coração. “Ai, que bom. Vou voltar a trabalhar. Vou rever os colegas…” Eu fiquei superfeliz e ansiosa, porque demorou, né? Eu demorei a começar a gravar porque eu entrei com a novela no ar há algum tempo. Estava ansiosa para começar a gravar. O personagem é bem divertido, gostoso de fazer, é interessante e cativante. Eu, enquanto intérprete, me diverti muito.
‘Além da Ilusão’ é criada e escrita por Alessandra Poggi, com direção artística de Luiz Henrique Rios. A obra é escrita com Adriana Chevalier, Letícia Mey, Flávio Marinho e Rita Lemgruber. A direção geral de Luís Felipe Sá e direção de Tande Bressane, Jeferson De e Joana Clark. A produção é de Mauricio Quaresma e a direção de gênero é de José Luiz Villamarim.