O cenário é o Rio de Janeiro da década de 90. Membros da alta sociedade, uma família riquíssima, que não sabe que sua fortuna está em risco devido às imprudências de Antero (Leopoldo Pacheco). Eloquente, educado e sagaz, Antero é um bon vivant, um tipo tão polido quanto dissimulado. Embora não seja um sujeito íntegro, no sentindo literal da palavra, é absolutamente honesto. Herdeiro de uma família tradicional da cidade, ele é casado com Mariana (Selma Egrei), com quem tem duas filhas, Madeleine (Bruna Linzmeyer/ Karine Teles) e Irma (Malu Rodrigues/ Camila Morgado).
Madeleine é subversiva por natureza e arrebata corações por onde vai. Embora conviva com a marcação acirrada da mãe, Mariana, ela vive rodeada de amigos. E pretendentes. Madeleine não dá a mínima para normas ou qualquer convenção social que a mãe tenta ditar. Enquanto sua irmã Irma reza pela cartilha da mãe, Madeleine reza pela do pai, blefando, aqui e acolá, para conseguir o que quer. Não tem medo de nada, muito menos de jogar alto.
É justamente essa vontade de viver que faz com que, ao conhecer José Leôncio (Renato Góes), Madeleine se fascine pela figura tão excêntrica e diferente de todos ao seu redor. E quase como uma brincadeira, ela se joga nesta aventura em uma noite que mudará para sempre sua vida. Mas nem tudo é leve como a jovem acredita ser. Esta noite com José Leôncio pode lhe trazer muitos prazeres, mas traz muitos inconvenientes também.
Mariana, a mãe de Madeleine, é uma verdadeira raposa, capaz de antever onde cada passo irá terminar. Afeita à vida em meio à alta roda, assimila uma personalidade controladora e moralista, sem se tornar hipócrita. Ela será a primeira a ir de encontro às escolhas de Madeleine após a filha conhecer o peão pantaneiro. Mariana não está sozinha, tem como aliado Gustavo Sousa Aranha (Gabriel Stauffer/ Caco Ciocler), ex-namorado de sua caçula.
Oriundo de uma tradicional família carioca e, seja pela vontade de Mariana, os laços entre os Sousa Aranha e os Novaes se estreitariam através do sagr éado matrimônio entre ele e Madeleine. Mestre em análise comportamental, Gustavo é equilíbrio, lucidez e a razão que Madeleine tanto carece. Ela, a paixão, o desejo e, de certa maneira, o tempero que a vida dele precisa. Embora seja capaz de analisar com profundidade todos à sua volta, Gustavo não encara seus problemas de frente e por isso, porque não se dá o devido valor, atende sempre aos apelos de Madeleine.
Enquanto Antero tenta amenizar os conflitos que esse encontro de Madeleine e José Leôncio trazem à Mansão Novaes; Mariana e Gustavo são os responsáveis por fazer o conflito crescer; e quem parece – só parece – estar alheia às escolhas da irmã é Irma.
Irma vive uma vida sem grandes emoções. Primogênita da família Novaes, nasce sob os firmes cabrestos impostos pela mãe, sem liberdade para muita coisa além de obedecer. Na juventude, tem um pudor extremo, é sempre muito cordata, obediente. Esse recato autoimposto a faz sofrer, sem que as pessoas imaginem o quanto lhe custa toda essa repressão. O que ninguém percebe também é o fardo que Mariana impõe a Irma sempre que a usa de sarrafo para a caçula Madeleine. Forjadas sobre esse paralelo constante, e injusto, cada uma reage à sua maneira. Enquanto Madeleine responde com rebeldia, Irma se embrenha cada vez mais no jogo da mãe, sem notar que a vida escorre por entre os dedos sem que ela tenha sentido sequer o seu sabor. A chegada de José Leôncio, contudo, promete mexer com essa personalidade tão delicada.
ENTREVISTA COM BRUNA LINZMEYER
Você não era nascida quando Pantanal foi exibida pela primeira vez. A novela marcou sua vida de alguma forma?
A minha avó nasceu no Mato Grosso do Sul. Acredito que há uma comoção com a novela. Antes de ir para o Pantanal resolvi assistir algumas cenas, foi legal ver.
Como foi sua rotina de gravações?
Depois que chegamos tivemos uns dias de adaptação, o que foi muito importante para entender o calor, o clima seco e o ritmo das coisas. Depois de ambientada, comecei a gravar todos os dias. Eu acordava e tinha meus rituais de preparação, meditava, fazia ioga, uns exercícios específicos para a construção de Madeleine. Eu acordava todo dia também para ver o nascer do sol, porque era lindo demais, depois seguia para a gravação. À noite a gente jogava buraco, tomava um vinho, uma cerveja. Com a internet, deu para fazer análise (risos).
Você e Madeleine se encontram nessa adaptação ao ambiente rural?
Não porque sou do interior de Santa Catarina, da roça mesmo. Posso dizer que reconheci, de alguma forma, a roça ali no Pantanal, uma realidade que vivi até os meus 17 anos. Apesar de serem lugares diferentes, têm muitas coisas iguais, inclusive as questões sociais. Mas também tenho alguma conexão com Madeleine, de querer ir embora. Assim como eu quis ir embora de onde cresci e nasci.
O que mais está sentiu falta durante esse período?
Não sou uma pessoa de muitas saudades. Não sei se porque saí cedo de casa, mas a saudade não é algo que me atazana. Mas senti saudades da minha namorada.
Como é sua relação com a natureza?
Eu cresci em um lugar com muita natureza, com um rio atrás de casa, muito perto do mato. Eu tenho um pouco essa visão de entender que não é a natureza e eu. Somos a mesma coisa. Tem uma oração que eu adaptei para o que acredito que é assim:
Eu sou filha da natureza, perfeita e saudável
Sou filha da natureza, por isso me sinto protegida pela natureza
E minha mente está sempre pacífica e calma
E às vezes eu mudo para:
Eu sou parte da natureza perfeita e saudável
Sou parte da natureza, por isso me sinto protegida pela natureza
E minha mente está sempre pacífica e calma
Isso diz um pouco sobre a minha relação com a natureza. Às vezes do nada a oração me vem à cabeça e me acalmo.
Como foi receber o convite para dar vida a Madeleine?
O Papinha (diretor Rogério Gomes) me ligou e falou que era uma personagem interessante, que ele sabia que eu poderia trazer algumas camadas para ela que não estavam à mostra. E eu acho a leitura dele boa mesmo, é exatamente o que eu gosto de fazer.
Quais referências usou? Assistiu à primeira versão da novela?
Tantas mulheres reais… Antes das cenas eu falava os nomes de todas elas para mim mesma. São mulheres que não viveram a vida delas, não viveram seus desejos, não conseguiram nem entender o que elas queriam, que orbitaram em torno do casamento, da maternidade, sem conseguir construir uma vida individual, para além desses dois pilares. É uma lista sem fim. Muitas inspirações. Inclusive no Pantanal, onde eu conheci algumas Madeleines.
Poderia contar um pouco sobre a preparação?
Eu adoro o set e adoro a construção do personagem. É algo que me divirto fazendo. Liguei para o meu professor de ioga, porque eu percebi que tenho o corpo muito relaxado. E eu achei que a Madeleine deveria ter a coluna ereta. Intuitivamente isso me veio, comecei a trabalhar essa abertura do peito, isso em maio de 2021. Comecei a trabalhar essa outra estrutura física para a Madeleine. Entendi que minha voz era muito doce, então liguei para a Leila, minha fonoaudióloga, para construir uma voz mais densa, que fosse ficando amargurada.
ENTREVISTA COM MALU RODRIGUES
Você já conhecia o Pantanal? Como foi estar lá?
Nunca tinha ido, foi maravilhoso. Foi muito rápida a minha parte nas gravações, então não deu para curtir tanto, mas tive uns dias de folga, consegui ir a fazenda do Almir (Sater), foi bem especial, muito gostoso. A equipe é incrível, o elenco é bastante querido. Foi uma viagem gostosa, mesmo rápida, mas voltei exausta. Dormi dois dias seguidos (risos).
Como foram as gravações?
Foram dias muito especiais para mim. O primeiro dia de gravação, que eu gravei com o Almir (Sater), gravei a Irma chegando ao Pantanal e depois ela indo embora. Minha ida embora eu estava muito emocionada. O Almir tem uma plenitude de pantaneiro. Ele vive em estado de plenitude, de poesia. Eu conheci o Almir lá, gravamos na sexta, sábado foi minha folga e domingo folga do elenco e fomos para a fazenda dele. O Gabriel Sater e a Paula, esposa do Almir, estavam lá e foi quando eu realmente mergulhei, senti o Pantanal,. Não só a Malu, mas minha personagem precisava disso também. Dessa vivência com o Pantanal. A Irma fica apaixonada pelo Pantanal, tanto que mais velha acaba se mudando para lá. Meu segundo dia de gravação foi na fazenda Rio Negro, foi super emocionante. O Papinha (diretor Rogério Gomes) colocou uma música e foi andando comigo fora de quadro, a Irma indo embora, olhando a casa. E o último dia de gravação foi quando eu gravei nadando sem roupa no rio, foi libertador. Se alguém tiver a oportunidade de fazer isso algum dia, faça. Eu entrei na água e não saí mais porque estava quase nua. De repente o Renato (Góes) olhou pra trás de mim e viu uns peixes pulando. Eu vi que tinha algo nadando próximo a mim, mas não vi o que era. Eu estava tranquila, mas ao mesmo tempo preocupada (risos). Um assistente de direção veio ajudar, deu uma espantada nos peixes, aí eu me acalmei. E com o Renato ao meu lado eu sabia que tinha mais alguém pro jacaré comer além de mim (risos).
Você não era nascida quando ‘Pantanal’ foi exibida pela primeira vez, mas quase todo brasileiro de aproximadamente 30 anos já ouviu falar da novela. O que você sabia sobre ‘Pantanal’ antes de ser convidada para compor o elenco?
A minha família inteira assistiu à primeira versão da novela. Eu tenho alguns amigos que fizeram a novela também. Eu conhecia por alto o que significa ‘Pantanal’, mas não assisti à novela. Mas assisti à reprise na internet, toda a primeira fase. Vi algumas coisas da segunda fase. E estou muito feliz de estar fazendo.
Como foi a construção da personagem? Poderia me contar sobre a preparação e os workshops que fez?
A gente não teve tantos encontros físicos, o que é muito novo. Eu já conhecia o Renato Goes, já conhecia o Gabriel Stauffer, mas nunca tínhamos trabalhado juntos. O Renato foi meu primeiro par romântico, a gente fez uma participação em ‘Pé na Jaca’ juntos. E o resto do elenco, a Bruna (Linzmeyer), que é um amor, o Leopoldo Pacheco tinha sido meu pai num filme de terror que fizemos. E a Andrea Cavalcanti, que é uma ótima preparadora, super gentil e disponível o tempo inteiro. É uma galera que parece que eu estou no teatro, a gente pensa no conjunto, e eu trabalho muito em conjunto. Por mais que a gente tenha se visto pouco, eu e Bruna fomos conversando na viagem, falando sobre o quanto foi importante a viagem para a gente. Foi muito importante nos conhecermos, termos uma certa intimidade que não tínhamos. Eu não conhecia a Bruna.
A composição foi feita toda em conjunto, eu tive dois encontros com a Camila (Morgado). A gente também se ligava e ficava horas ao telefone conversando. Desde meu primeiro dia trabalhando vou compartilhando tudo com ela, prova de figurino, acessórios, tudo. Essa troca é importante, tem todo esse processo de cuidado, de construção, de não imitar o que era, até porque era outra época. Tudo serve como inspiração.
Para você, quem é Irma?
A gente teve um cuidado muito grande porque tinha uma imagem de que a Irma era muito pura, apaixonada, mas a pureza de antigamente não é a mesma de hoje. Então a gente tentou não deixar ela tão pacata, tão menina, tão boba no bom sentido. Eu acho que o legal dessa novela é que ninguém é vilão ou mocinho. É o que acontece na vida. Ninguém é 100% correto na vida. A gente erra, se apaixona, se apaixona errado, na situação errada, acha que se apaixonou e não se apaixonou. A vida é feita de escolhas certas e erradas, o que sempre estamos tratando é que vemos a Irma como uma moça que foi criada presa, reclusa, e às vezes invejando um pouco a liberdade que a Madeleine (Bruna Linzmeyer) tem, querendo um pouco a vida da irmã. Não querendo fazer mal à irmã, mas desejando aquilo. E tem uma hora que ela cansa, cinco anos se passam, ela abraça o Jove (Gui Tavares/Jesuíta Barbosa) com todo o amor que tem, ela transfere o que sentiu pelo José Leôncio (Drico Alves/Renato Góes/Marcos Palmeira) para ele, pega esse amor platônico e transfere para o sobrinho que vira quase um filho. Então, ela tem uma certa dor, mas chega um momento em que ela decide fazer o que quer, do jeito dela, para que seja bom pra ela. Na vida a gente faz isso, tenta buscar a felicidade de todas as formas possíveis. E a gente tenta não fazer mal para ninguém, mas nem sempre consegue. É claro que tem pessoas más, mas não é o caso da Irma.
ENTREVISTA COM GABRIEL STAUFFER
Você já conhecia o Pantanal? Em caso positivo, poderia nos contar sobre essa viagem? Se não, o que mais lhe chamou a atenção e como foi gravar no Pantanal?
Não conhecia, foi a primeira vez que estive lá. Foi demais! Foi uma viagem que eu nunca tinha feito e eu amo viajar a trabalho, quem não gosta, né (risos). Conhecer esse bioma do Brasil que eu ainda não conhecia, nunca tinha ido para o centro do Brasil, conheço o Norte e Nordeste. É diferente de visitar de férias, como turista, estava indo trabalhar, então pude me envolver muito mais com as pessoas de lá do que eu me envolveria se estivesse num hotel fazenda. Estávamos no meio do Pantanal mesmo, bem distante de carro da cidade mais próxima. Fiquei lá 13 dias.
Como tem sido sua rotina de gravação?
O clima já estava ótimo antes da viagem. Aqui no Rio as gravações já estavam nessa expectativa da ida para o Pantanal, já existia esse frisson da equipe em querer ir para esse lugar. Meu personagem vai para lá contra a vontade dele, não estava pensando em ir para o Pantanal. A dona Mariana (Selma Egrei) faz a cabeça dele, ela é meio que a mente poderosa da família Novaes, que manipula e controla todo mundo, inclusive o Gustavo, e ele vai para o Pantanal sem querer muito ir, achando aquele lugar horroroso, e foi muito desafiador fazer as cenas com o personagem se perguntando o que ele estava fazendo naquele lugar, e eu olhando para o paraíso, tendo que desdenhar. O Gustavo odiando e a o Gabriel encantado. Eu estava fazendo essa cena, de repente chegam cerca de 30 cavalos para beber água no rio, a gente gravando, eu fazendo a cena e falando “o que eu vim fazer nesse lugar”, mas o Gabriel achando tudo lindo. Eu fiquei encantado, cada locação que a gente ia era um encanto diferente. É um lugar muito lindo, que a gente tem que cuidar demais. E o clima no set estava muito bom. É tão bom sair do lugar em que vivemos, estamos nessa pandemia, eu quarentemado há mais de um ano, você acostuma a olhar as coisas muito de perto, o celular está aqui na cara, o computador também. E de repente você está nessa imensidão onde você olha o horizonte a quilômetros de distância. O olhar muda, para tudo, foi muito legal.
Você não era nascido quando ‘Pantanal’ foi exibida pela primeira vez, mas quase todo brasileiro de aproximadamente 30 anos já ouviu falar da novela. O que você sabia sobre ‘Pantanal’ antes de ser convidado para compor o elenco?
Sim, minhas tias são apaixonadas pelo Almir Sater até hoje. Teve uma tia que ficou emocionadíssima quando mandei foto. Porque eu contracenei com o Almir, que é o chalaneiro Eugênio na trama. Eu já conhecia o Gabriel Sater porque tinha feito uma peça com ele aqui no Rio. Minha família ficou ensandecida, que luxo eu contracenando com o Almir, eu fazendo o Dr. Gustavo, porque ainda lembram do personagem, é algo que ainda está no imaginário das pessoas, a novela foi muito potente na época, deu muito certo. Eu fiquei muito feliz de estar nessa trama e minha família mais orgulhosa ainda. Eu mandei foto, contei do almoço que teve na fazenda do Almir, todo mundo ficou bobo (risos).
Como foi a construção do personagem? Poderia contar sobre a preparação e os workshops que fez?
Tivemos vários encontros virtuais. Encontros grandes, que duraram a tarde inteira, no primeiro conversamos com pessoas do Pantanal, para saber como era o dia a dia deles. Depois teve um encontro com o elenco da primeira versão para saber como foram as gravações na época. E umas três ou quatro leituras presenciais que foram muito importantes, faz muita diferença quando conseguimos fazer esse trabalho de preparação. É bom sentar, conversar, ter esse momento de troca para descobrir coisas novas, que vão dar estofo para um momento lá na frente.
Para você, quem é Gustavo?
É um cara que à primeira vista é um pretendente perfeito, educado, inteligente, racional, tem uma condição financeira legal e sabe analisar tudo muito bem, ele é um analista, um psicólogo, e faz esse trabalho muito bem, tem uma percepção muito boa das outras pessoas. Mas ao mesmo tempo não tem uma percepção muito boa de si, se vê preso e aficionado por essa mulher, a Madeleine (Bruna Linzmeyer). Ele fica preso a ela porque é apaixonado, mas sabe muito bem aconselhar outras pessoas que passam por algo parecido com ele. Acho que todo mundo é um pouco assim, sabemos aconselhar as outras pessoas, mas com os nossos problemas a gente não age com tanta lucidez. Ele é um cara que faz as coisas por amor, por essa paixão avassaladora que ele tem pela Madeleine. Às vezes ele tenta sair, vai até começar a tentar se relacionar com a Irma (Malu Rodrigues), tentar sair desse relacionamento horroroso, mas quando ele tenta a Dona Mariana (Selma Egrei) o manipula para que ele vá buscar a Madeleine no Pantanal.
O relacionamento dele com a Madeleine é complicado, não é saudável. É um casal que já existiu, não existe mais. São duas pessoas que se completaram num passado próximo porque ela é sensual e apaixonada, e ele um cara racional, mas ela não o ama como ele a ama. Ele quer se separar dela, mas toda vez que ele sente que vai perdê-la para sempre, corre para resgatá-la. Seja porque a Dona Mariana mandou, seja porque ele quer, ele sempre acaba indo atrás dela de novo. Ele tem uma fixação por ela, mais do que amor e paixão.
ENTREVISTA COM SELMA EGREI
Como recebeu o convite para estar em ‘Pantanal’? Você assistiu à novela antes?
Eu fiquei muito feliz, não assisti à primeira versão de ‘Pantanal’, mas quando recebi o convite, fui para a internet e assisti todos os capítulos disponíveis porque eu queria saber como era exatamente a novela. E foi muito gratificante, uma obra muito gostosa de assistir, muito boa mesmo.
Como está sendo a troca com os outros atores do elenco?
Muito boa! Eu tenho a experiência muito boa de estar na primeira e na segunda fase. Terminamos agora, semana passada, as gravações com os atores da primeira fase e foi muito gostoso. Formamos uma família Novaes ótima, foi muito legal, e agora estamos gravando já com atores da segunda fase. É interessante, como se fosse uma nova novela.
Como você está presente na primeira e na segunda fase, houve algum desafio especial em relação a isso? Mariana é a mesma pessoa nos dois momentos?
A Mariana da primeira fase é uma pessoa mais rígida, mais dura. Agora, na segunda fase, é uma pessoa mais sagaz, tudo o que ela faz é para garantir que a família continue tendo uma vida confortável. Na primeira fase, ela está começando a passar pelas dificuldades financeiras de um marido que foi perdendo muito no jogo. Na segunda fase, ela tem mais jogo de cintura, mas continua sendo muito irônica e mandona. Tem momentos em que ela é totalmente perdedora diante dos fatos, vê que não tem domínio sobre tudo, mostra um lado mais fraco. Mas de um modo geral ela mantém uma camada externa como se ninguém conseguisse atingi-la. É muito gostoso construir a Mariana.
Quais as expectativas para a estreia?
As melhores. Estamos gravando bastante, é uma novela difícil, com muitos personagens, locações, cenários, estúdios, às vezes são três, quatro frentes gravando por dia. É preciso ter uma equipe muito grande. Eu faço parte do núcleo da família Novaes, no Rio de Janeiro. Os pantaneiros gravaram no Pantanal, continuam gravando no Rio e eu não vi nada até agora, não sei como foram as gravações por lá. Então, tenho muita curiosidade de ver o resultado, de assistir ‘Pantanal’ inteira. Logo logo estaremos no ar. Acredito que será realmente uma grande novela.
ENTREVISTA COM LEOPOLDO PACHECO
Como foi receber o convite para estar no elenco de ‘Pantanal’?
Foi uma surpresa imensa, eu tinha acabado de fazer ‘Salve-se Quem Puder’, já tinha gravado durante a pandemia, e fiz ‘Paraiso’, do Benedito Ruy Barbosa, e um médico na primeira fase de ‘Velho Chico’. Tem, para mim, um gostar muito do Benedito; e tem um mito de ‘Pantanal’ para todos nós, uma novela que marcou muito uma época. É um prazer imenso de estar nessa obra.
A novela marcou de alguma maneira sua vida?
Eu não fazia televisão ainda na época, vim fazer depois disso. Foi uma época em que fiquei muito encantado com nosso Brasil. Com essa maneira de conhecer o nosso Pantanal. Foi uma das coisas que marcou não só a mim, mas gerações que tiveram a chance de ver o Brasil de um outro ponto de vista.
Como está sendo a troca com os outros atores do elenco?
Eu tenho um núcleo muito restrito: Antero, Mariana (Selma Egrei), Madeleine (Bruna Linzmeyer/Karine Teles) e Irma (Malu Rodrigues/Camila Morgado) são uma família do começo da história. Do Pantanal mesmo, eu me relaciono com José Leôncio (Drico Alves/Renató Góes/Marcos Palmeira) e o neto do Antero, Jove (Gui Tavares/Jesuíta Barbosa), com quem ele carrega uma história muito bonita. Eu tenho um carinho imenso pela Selma Egrei, já estive com a Bruna em outros trabalhos, Malu Rodrigues já tinha sido minha filha no cinema, Renatinho Góes a quem tenho um apego imenso e o pequeno Jove. É um trabalho feliz para mim.
Quem é Antero? Poderia nos passar suas impressões sobre o personagem?
O Antero é um cara de um período de apogeu do Rio, um cara da noite, um bon vivant, um cara da sociedade, como muitos que vemos por aí. Eu me inspirei muito no Ricardo Amaral, um cara que marcou uma época na cidade, marca até hoje. Ele foi minha inspiração.
Em sua opinião, qual é o papel de Antero na construção do jovem Jove?
O Antero tem um papel de pai para o Jove. O avô foi o parceiro dele, foi o encontro quase de pai e filho, eles são muito ligados nesse começo.
Quais as expectativas para a estreia?
São as melhores possíveis, estamos falando de um Brasil de dentro, que é bonito à beça, e é sempre bom falar sobre o Brasil, estamos precisando falar sobre o nosso país.
‘Pantanal’ é escrita por Bruno Luperi, baseada na novela original escrita por Benedito Ruy Barbosa. A direção artística é de Rogério Gomes, direção de Walter Carvalho, Davi Alves, Beta Richard e Noa Bressane. A produção é de Luciana Monteiro e Andrea Kelly, e a direção de gênero é de José Luiz Villamarim.