É no Oásis Cassino, na agitada Campos dos Goytacazes, que a simpática e divertida Julinha (Alexandra Richter), mãe de Arminda (Caroline Dallarosa), ama tentar a sorte no carteado. Apesar de ser o proprietário do lugar, seu marido, o boa praça Constantino Andrade (Paulo Betti), a proíbe de frequentar o espaço porque sofre com o vício da esposa em jogos. Mesmo com as restrições, Julinha sempre consegue dar suas escapadas, colocando Geraldo (Marcello Escorel), o crupiê do cassino, em maus lençóis com o patrão.
“A Julinha é uma mulher muito simpática, alegre, feliz no casamento, que adora o marido, a filha, mas que tem um probleminha com jogo. Como o Constantino é dono do cassino, ele a impede de jogar e ela fica na fissura”, conta Alexandra. Na trama, a personagem é filha da viúva Sandra Figueiredo, interpretada por Arlete Salles, que tem uma relação de gato e rato com o genro.
As peripécias da esposa, da filha e, até mesmo, da sogra prometem tirar a tranquilidade do bonachão Constantino. Grande empresário dos jogos, ele vai ter que lidar com o interesse de Julinha pela diversão no cassino, com as futilidades de Arminda e ainda com a intromissão da sogra em seus negócios.
“Constantino e Julinha são apaixonados um pelo outro, é um casal que está junto há algum tempo, mas eles têm química, um foguinho sempre aceso, isso é muito gostoso e eu acho que o público vai adorar um casal mais velho que se ama, que se curte, e briga também, porque ela o enlouquece, coitado, ele fica desesperado, não consegue segurar”, acrescenta.
Em entrevista, a atriz conta os detalhes da sua personagem, a relação divertida com seu núcleo e se emociona ao lembrar que recebeu o convite para a novela no mesmo dia em que morreu o ator Paulo Gustavo. Confira!
ENTREVISTA COM ALEXANDRA RICHTER
Como você define sua personagem?
A Julinha é uma mulher muito simpática, alegre, feliz no casamento, que adora o marido, a filha, mas que tem um probleminha com jogo. Como Constantino é dono do cassino, ele a impede de jogar e ela fica na fissura.
Em quem se inspirou para fazê-la?
Eu não tive uma inspiração única, porque a nossa preparação foi muito rica. Então fui me abastecendo durante o processo para a construção da personagem. Principalmente porque a gente entra depois na trama, então eu tive tempo para poder entender e amadurecer a Julinha. Mas, antes do convite, eu tinha acabado de assistir a uma série chamada ‘A Maravilhosa Mrs. Maisel’, que se passa nos anos 1950. Quando eu vi aquela família, a família Constantino, eu pensei: “hum… acho que vou beber um pouquinho dessa fonte” – porque é uma família colorida, ela tem essa vibe divertida também.
Qual a sua expectativa para esse trabalho?
A expectativa é de sucesso. Acho que essa história vai conquistar o público. É o momento certo, a história certa, acho que tudo se encaixa. As pessoas já estão comentando, já recebo várias mensagens de quem tem visto as chamadas, e eu tenho certeza de que essa história vai provocar encantamento. A novela está muito linda.
Eu estou amando porque o meu núcleo – eu, Paulo, Arlete, Escorel – é uma turma de teatro que já se cruzou muito por aí, embora não tenha trabalhado junto antes, então se criou uma sintonia muito rápida. E Carolzinha também acompanha, então estamos muito felizes, já deu uma liga, e isso é o mais gostoso. Eu sempre penso nisso, nos colegas de trabalho, em como será essa relação também.
Comente sobre a relação entre Constantino e Julinha.
Constantino e Julinha são apaixonados um pelo outro, é um casal que está junto há algum tempo, mas eles têm química, um foguinho sempre aceso, isso é muito gostoso e eu acho que o público vai adorar um casal mais velho que se ama, que se curte, e briga também, porque ela o enlouquece, coitado, ele fica desesperado, não consegue segurar.
Como foi o convite para atuar em ‘Além da Ilusão’?
A Julinha foi um presente. Depois desses dois anos de pandemia, tantas perdas, vivendo essa tensão toda, eu recebi esse convite. O Luiz [Henrique Rios] me ligou no dia 4 de maio, que foi um momento muito significativo, porque foi o dia da morte do Paulo [Gustavo]. Ele ligou e eu estava aos prantos, e até achei que a ligação fosse pra me dar um beijo, pela perda, porque nós trabalhamos juntos muito tempo, mas ele veio com o convite, e foi muito importante. Eu fiquei muito mexida, muito feliz ao mesmo tempo, e com uma sensação de que, quando as coisas estão em sintonia, elas seguem um fluxo. E o encontro também com a Alessandra [Poggi], o Luiz, toda a equipe, até a preparação foi completamente atípica. Pela primeira vez eu participei de uma preparação com a autora, com o diretor ali presentes, entendendo esse processo do ator, como a gente aos poucos descobre o personagem e o constrói. E foi lindo porque o grupo veio desse gap, dessa parada obrigatória, em que a classe artística sofreu muito, a gente não pôde trabalhar. E ali todo mundo estava completamente em sintonia. Um trabalho desde o começo pautado no afeto, e isso foi lindo.
E quando isso acontece, principalmente, porque essa é uma história de amor e de magia, eu acho que essa magia já veio acontecendo lá atrás. Foi mágico o Luiz me convidar no dia em que Paulo morreu, foi mágico fazer uma preparação com todo mundo muito emocionado… A gente fez a preparação de máscara, mas estavam todos tão expressivos, que parecia que a gente via tudo, o rosto inteiro, não só os olhos. Eu estou muito feliz!
Além da Ilusão’ é criada e escrita por Alessandra Poggi, com direção artística de Luiz Henrique Rios. A obra é escrita com Adriana Chevalier, Letícia Mey, Flávio Marinho e Rita Lemgruber. A direção geral de Luís Felipe Sá e direção de Tande Bressane, Jeferson De e Joana Clark. A produção é de Mauricio Quaresma e a direção de gênero é de José Luiz Villamarim.