Carolina é uma das personagens de ‘Verdades Secretas’, e também da carreira de Drica Moares, que mais mexeram com o público. Durante a reexibição da novela, que chega ao fim nesta sexta, dia 17, a atriz sentiu o mesmo alvoroço. As pessoas novamente ficaram indignadas com a ingenuidade da personagem ao não perceber o relacionamento da filha Angel (Camila Queiroz) com seu marido Alex (Rodrigo Lombardi). “A repercussão na época da exibição original foi um escândalo, eu recebia diariamente vários telefonemas, e a reação do público nas ruas era muito forte, todos muito espantados com a credulidade da Carolina, como ela podia não enxergar o óbvio, e agora na reprise também existe isso. Com ‘Verdades Secretas II’ no Globoplay todo mundo sabe que a Angel se tornou uma outra pessoa, então as pessoas ficam muito impressionadas, e comentam: Como aquele amor todo que a mãe deu para a filha não prestou para nada… Tem muita indignação e isso me mostra um lado bonito do público, de como valores como amor, respeito, solidariedade e ética são importantes”, revela Drica.
O final trágico de Carolina ficou fortemente marcado na memória do público e da atriz, que diz que prefere não julgar as atitudes e a forma de pensar da personagem. “Eu não julgo a Carolina porque acho que ela simplesmente faz parte de uma tradição de mulheres que acredita no amor romântico e isso é uma herança do nosso patriarcado estrutural, onde a mulher precisa de um homem dentro de casa para validá-la como pessoa, para torná-la merecedora das coisas boas. E a Carolina acreditou nesse homem cegamente em nome dessa parceria que muitas mulheres precisam. Acho que a mulher já caminhou bastante, o feminismo ajuda a gente a vasculhar um pouco o porquê de precisarmos tanto dos homens, porque não podemos sozinhas termos um lugar no mundo, uma história própria. Mas entendo que ela não suportou a dor da traição da filha, mais do que a dor da traição do marido”, analisa. Na entrevista abaixo, Drica conta mais sobre o trabalho e os bastidores de ‘Verdades Secretas’.
‘Verdades Secretas’ é escrita por Walcyr Carrasco, com direção de núcleo de Mauro Mendonça Filho e direção geral de André Felipe Binder, Natália Grimberg e Mauro Mendonça Filho, direção de Allan Fiterman, Mariana Richard e André Barros. A obra vai ao ar nesta quinta, dia 16, depois de ‘The Voice Brasil’ e o último capítulo será exibido nesta sexta, dia 17, após o ‘Globo Repórter’.
ENTREVISTA COM DRICA MORAES
Você assistiu novamente ‘Verdades Secretas’? Quais foram as impressões dessa vez, teve um novo olhar?
Não consegui assistir tanto porque estava gravando freneticamente e a quinta temporada de Sob Pressão, mas assisti um pouco no horário e também pelo Globoplay e tive de novo muito carinho pela minha personagem e pela Angel. Acho que a busca por um lugar no mundo e a busca de um amor verdadeiro são temas que atravessam o tempo.
Como você analisa a trajetória da Carolina ao longo da história? Acredita que o final da personagem foi o desfecho mais condizente com sua personalidade e suas escolhas?
Eu não julgo a Carolina porque acho que ela simplesmente faz parte de uma tradição de mulheres que acredita no amor romântico e isso é uma herança do nosso patriarcado estrutural, onde a mulher precisa de um homem dentro de casa para validá-la como pessoa, para torná-la merecedora das coisas boas. E a Carolina acreditou nesse homem cegamente em nome dessa parceria que muitas mulheres precisam. Acho que a mulher já caminhou bastante, o feminismo ajuda a gente a vasculhar um pouco o porquê de precisarmos tanto dos homens, porque não podemos sozinhas termos um lugar no mundo, uma história própria. Mas entendo que ela não suportou a dor da traição da filha, mais do que a dor da traição do marido
Quais foram os grandes momentos da personagem?
Foram vários bons momentos, ela começa como uma mulher revolucionária que desmascara o marido com a amante, depois vai para São Paulo, acho muito bonito o momento de reencontro com a mãe, reencontro com a fé, a restauração de valores do bem, do trabalho, da honestidade, do estudo. Tive grandes cenas com a Ana Lúcia Torre. E depois vem o encontro fatal com o Alex, a primeira saída com ele aparece muito essa ingenuidade da Carolina. Essa semana foi ao ar uma cena que acho muito boa, onde ela já pressente, já percebe o que está acontecendo com a filha e o marido, mas não consegue provas disso. É quando ela diz que toda mãe conhece um filho, mas será que conhece mesmo?
Considera a Carolina um dos papeis mais marcantes de sua carreira? Quais os motivos?
Sim, considero a Carolina um dos grandes personagens da minha carreira, eu vinha de uma saída dramática de ‘Império’, onde fiz um grande personagem e precisei sair antes da novela acabar, adoentada, o que não foi legal, e acho que foi um grande retorno, me senti muito bem amparada pela Globo ter me dado essa oportunidade naquele momento e sobretudo pelo Mauro Mendonça Filho e Walcyr Carrasco.
Como foi a repercussão da personagem com o público agora na reprise? O que teve de diferente da exibição original em 2015?
A repercussão na época da exibição original foi um escândalo, eu recebia diariamente vários telefonemas, e a reação do público nas ruas era muito forte, todos muito espantados com a credulidade da Carolina, como ela podia não enxergar o óbvio, e agora na reprise também existe isso. Com ‘Verdades Secretas II’ no Globoplay todo mundo sabe que a Angel se tornou uma outra pessoa, então os espectadores ficam muito impressionados, e comentam: Como aquele amor todo que a mãe deu para a filha não prestou para nada… Tem muita indignação e isso me mostra um lado bonito do público, de como valores como amor, respeito, solidariedade e ética são importantes.
Quais são seus próximos projetos profissionais?
Tenho alguns projetos para o ano que vem e ainda não sei como será a organização deles. Estou para desenvolver uma autobiografia, é um projeto que estou amadurecendo este ano e ano que vem irei arregaçar as mangas sobre ele. E tem o lançamento de dois filmes, um deles eu protagonizo, é o ‘Pérola’, com direção do Murilo Benício e roteiro da Adriana Falcão. O Outro é ‘A Verdades’, do José Eduardo Belmonte.