Rio de Janeiro. Pós-pandemia. Tijuca, Barra, Leblon. Nesses bairros genuinamente cariocas, vivem e trabalham Neném (Vladimir Brichta), Paula (Giovanna Antonelli), Guilherme (Mateus Solano) e Flávia (Valentina Herszage). Os quatro, que não se conheciam até o dia em que o destino os coloca dentro do mesmo avião, têm as histórias contadas em ‘Quanto Mais Vida, Melhor!’, próxima novela das sete da TV Globo. Após passarem juntos pela insólita experiência de um acidente aéreo e descobrirem que estão no céu, eles ganham da própria Morte (A Maia) uma segunda chance… E como só quem viveu a experiência de encará-la de frente e de forma inesperada sabe, eles retornam à terra loucos para viver o amor de suas vidas, ávidos para realizar sonhos, tentar fazer diferente, consertar o que parecia estar perdido… Sobretudo depois de a Morte advertir que, em um ano, um deles irá fazer sua passagem de forma definitiva.
“A novela é uma comédia romântica. Todos os personagens estão em busca do amor. A trama fala sobre a gente não ter certeza de nada, mas que, num piscar de olhos, tudo pode mudar. Esses quatro são os protagonistas, mas os outros personagens da novela também estão tentando se encontrar e procurando acertar o destino deles”, explica Mauro Wilson, roteirista de seriados e programas de humor que faz sua estreia como autor titular de novelas.
Para narrar esse novelão de encontros e desencontros da forma mais leve e descontraída possível, Allan Fiterman, diretor artístico da obra, lançou mão de diversos recursos e usou a criatividade na linguagem. Semanalmente, os protagonistas vão estrelar clipes musicais em que interpretam a mesma música, cada um com seu problema e em seu respectivo universo. Por diversas vezes, vão aparecer em cena com a tela dividida, para evidenciar o que sentem de forma simultânea. E quando a Morte tiver que aparecer, não será para dar susto em ninguém. Ela virá encarnada na figura de uma mulher linda e sedutora, mas que, graças a recursos de computação gráfica, terá uma superproporção em relação aos pobres mortais. “A aparição dela é uma inspiração no filme ‘Querida, encolhi as crianças’. E nessa novela vamos trabalhar num tripé: drama, comédia e romance. Tem comédia, mas tem muita humanidade, para trazer a emoção para o público. A ideia é, nesse momento, trazer leveza e refresco para os dias árduos”, defende Allan.
‘Quanto Mais Vida, Melhor!’ é um convite a uma viagem por um mundo divertido e lúdico, com estreia prevista para 22 de novembro. A próxima novela das sete é criada e escrita por Mauro Wilson, com direção artística de Allan Fiterman. Escrita com Marcelo Gonçalves, Mariana Torres e Rodrigo Salomão, com direção geral de Pedro Brenelli e direção de Ana Paula Guimarães, Natalia Warth, Dayse Amaral Dias e Bernardo Sá.
Um grande (e improvável) encontro
O aeroporto é o ponto de partida de ‘Quando Mais Vida, Melhor!’. Por lá, o destino cruza as vidas de Neném (Vladimir Brichta), Paula (Giovanna Antonelli), Guilherme (Mateus Solano) e Flávia (Valentina Herszage). Por motivos distintos, aleatórios e urgentes, os quatro precisam deixar o Rio de Janeiro e seguir para São Paulo, e se encontram no jatinho de Guilherme. Até aquele dia, nenhum deles imaginava que suas vidas já estavam interligadas. A viagem então põe em xeque o quanto é possível mudarmos nossas trajetórias e o quanto estamos predestinados a viver algumas experiências, amores, fracassos e alegrias.
Neném, jogador de futebol que viveu o auge da carreira no Flamengo, passou pela seleção brasileira, jogou na Europa, mas viu sua ascensão profissional ser abreviada por conta de uma rotina de boêmia e lesões no joelho, tenta voltar aos gramados, e precisa viajar para fazer um teste na Ponte Preta. Paula, uma bem-sucedida empresária, quer contratar um garoto-propaganda para a nova linha de produtos voltados para o público masculino, sua aposta para salvar sua empresa, a Terrare Cosméticos, de uma crise financeira iniciada na pandemia. Guilherme, médico renomado, proprietário da Clínica Monteiro Bragança, vai receber na capital paulista pela terceira vez o título de melhor cirurgião do país. E Flávia, dançarina de pole dance da boate Pulp Fiction, depois de se envolver em um assalto, se faz passar por aeromoça para não ser pega pela polícia com uma mala cheia de dólares.
Ao saber que o aeroporto está fechado pelo mau tempo e que o único avião a levantar voo será o jatinho de Guilherme, Paula pede ajuda ao médico para chegar a tempo de fechar o contrato com um modelo famoso, também cobiçado pela empresa de sua maior rival, Carmem Wollinger (Julia Lemmertz). Ele libera a entrada dela na aeronave, enquanto seu piloto, Jairo (Gillray Coutinho), torcedor fanático do Flamengo, reconhece o ídolo Neném, e também intercede junto ao patrão para que o jogador possa viajar com eles e conseguir fazer o teste para o novo clube. A contragosto, Guilherme é convencido pelo funcionário. Pressionado para decolar logo, Jairo vê Flávia uniformizada – ela acabara de roubar a roupa de uma aeromoça – e pergunta se ela topa fazer um voo extra para São Paulo. Ela aceita e parte antes de ser vista pelos policiais que a procuravam.
A aeronave ganha o céu. Perto de Ubatuba, o piloto se sente mal e apaga. Flávia, identificada pelo crachá como Thais, ainda tenta acordá-lo sem sucesso. Com o avião perdendo a altitude, Guilherme atesta que Jairo teve um infarto. Eles se desesperam até a queda, em meio a uma tempestade, na mata fechada. Sem contato com a aeronave, o controlador percebe a emergência e envia as equipes de salvamento para o local.
Enquanto isso, no Rio de Janeiro, as respectivas famílias começam a ser avisadas do acidente. Na Tijuca, o matriarcado que gira em torno de Neném se desespera com a possibilidade de perdê-lo. Na casa do jogador, além de sua mãe Nedda (Elizabeth Savala), vivem – na mais absoluta paz – as duas ex-mulheres dele, Jandira (Michele Machado) e Betina (Carol Garcia), e suas respectivas filhas com o jogador: Martina (Agnes Brichta) e Bianca (Sara Vidal). A turma, apoiada por Osvaldo (Marcos Caruso), agente do atleta, corre para o aeroporto em busca de notícias. Por lá, conhecem Rose (Bárbara Colen), ex-modelo e mulher de Guilherme, Celina (Ana Lúcia Torre), mãe do médico, e a Dra. Joana (Mariana Nunes), braço direito dele na clínica Monteiro Bragança. Por último chegam, Ingrid (Nina Tomsic) e Tuninha (Jussara Freire), filha de Paula e a governanta da casa da empresária na Barra da Tijuca, respectivamente.
O que eles – ainda sem saber se a tripulação do avião sobreviveu ao acidente – não imaginam é que os quatro entes amados estão em plena negociação com a Morte (Marcela Maia). A própria, em pessoa. Mas ela revela que, em um ano, um deles vai de fato fazer sua passagem de forma definitiva para um outro plano. Após a surpreendente revelação, os quatro então são encontrados vivos pelas equipes de emergência e retornam para suas famílias com muitas urgências.
Neném precisa voltar a jogar e ganhar dinheiro para recuperar o salão de beleza de sua mãe, despejada por falta de pagamento do aluguel, e ainda pagar o tratamento de Bianca, sua filha caçula, que sofre com um problema no coração. E para isso acontecer, promete para São Judas Tadeu a aposentar temporariamente sua versão mulherengo e não se envolver com mulher alguma até ser contratado por um novo time. E, claro, terá sua fé muito testada até ter a graça alcançada. Além disso, vai precisar da ajuda dele para se safar dar armações de seu irmão caçula, Roni (Felipe Abib), que está preso. Diferentemente do jogador, ele nunca quis suar a camisa para vencer na vida e se meteu em muitas confusões até ir para a cadeia.
Guilherme precisa se acertar com o filho Antônio (Mateus Abreu), com quem mantém uma relação distante, e com a mulher, Rose (Bárbara Colen), com quem o casamento está estremecido. Ela não aguenta mais o comportamento possessivo do marido, mas também sofre por um amor do passado, que é justamente Neném, com que ela namorou nos tempos de modelo na Europa. Guilherme também vai precisar controlar os ímpetos de sua mãe, Celina (). Tão controladora quanto ele, a psicanalista não vê com bons olhos o casamento do filho e é a primeira a suspeitar que a nora cultiva uma paixão mal resolvida. Ela vai se encarregar de fazer tudo para expulsá-la da mansão da família, situada no Leblon, zona sul carioca, sem que a ex-modelo leve nenhum tostão do seu herdeiro.
Além das dívidas da empresa, Paula também precisa melhorar sua relação com a filha Ingrid, que ela destrata por não aceitar o perfil descolado da jovem. Ao contrário da mãe, superfashionista, ela não se preocupa em se adequar a padrões estéticos. A empresária também volta determinada a derrubar Carmem Wollinger (Julia Lemmertz), sua concorrente nos negócios. O histórico de brigas entre as duas teve início no passado, quando Paula se casou com Celso Terrarre (Cândido Damm), ex-namorado da rival, que morreu em um acidente. Desde então, Carmem promete se vingar da viúva a quem atribui a culpa pela morte do grande amor de sua vida. Mas, além da louca experiência de encontrar com a Morte, o acidente de avião deixou mais uma marca em Paula: nasce ali uma incontrolável atração por Neném. A princípio, ela passa a persegui-lo para fazer dele o novo rosto do creme masculino da Terrarre, mas, com o passar do tempo, percebe que quer algo mais sério com o jogador do que um relacionamento profissional. E não medirá esforços para isso.
A família de Flávia sequer sabia que ela tinha embarcado em um avião. Juca (Fabio Herford) é surpreendido quando a polícia vai até sua casa para descobrir o paradeiro de sua filha, acusada de roubar cerca de 20 mil dólares. A jovem foi criada pelo pai, abandonado pela mulher assim que a criança nasceu. Apesar de ter refeito sua vida com Odete (Luciana Paes), ele vive oprimido pela mulher, que não suporta a enteada. E Flávia aceitou a proposta de Cora (Valentina Bandeira) para participar do assalto numa tentativa desesperada de conseguir sua independência financeira. Mas a vida vai cobrar caro essa sua desastrada entrada no mundo do crime. Mesmo presa, Cora conseguirá orquestrar várias tentativas de recuperar a mala de dinheiro que, após o acidente, foi parar na clínica de Guilherme. Depois de descobrir a verdadeira identidade da aeromoça, mas ainda assim, motivado pelo sentimento de fazer diferente com a sobrevida dada pela própria Morte, ele assumirá, junto de Neném, a função de anjo da guarda dela. Caberá ao médico operá-la clandestinamente em sua clínica, quando ela é atingida por uma bala numa das mil confusões em que se mete.
São esses os fios dos inúmeros nós que, de capítulo em capítulo, atam e desatam as vidas desses quatro protagonistas.
Empreendimento é com elas
Passada a pandemia de covid, grandes, médias e pequenas empresas tentam se recuperar da queda no faturamento. Na Tijuca, zona norte do Rio, quem sofreu com o afastamento da clientela foi a turma do Neném Coiffeur. É do mais tradicional salão de beleza do bairro, que, enquanto Neném não arranja um novo clube para jogar, vem o sustento para a família de Dona Nedda. Sem dinheiro para pagar inclusive o aluguel do local onde trabalham com a ex-sogra, as noras da matriarca vão à luta. Jandira (Michele Machado) resolve vender quentinhas pelas ruas da Tijuca e Betina (Carol Garcia) resolve procurar emprego na boate Pulp Fiction, e não tarda para descobrir seu talento para o pole dance.
A suculenta refeição preparada por Nedda não demora a fazer sucesso pelo bairro. Mas a chegada das ‘Quentinhas do Neném’ atinge diretamente Odete (Luciana Paes), que até então reinava absoluta no pedaço. Para não perder sua freguesia, ela lança mão de um recurso humilhante para o marido, Juca (Fabio Herford), que está desempregado. Exige que ele vista uma fantasia de pato para atrair a atenção dos consumidores e fazer com que eles comprem a quentinha dela. O que Odete não imagina é que a comida da concorrência é tão boa, que conquista inclusive o paladar de Juca. O fato é que as ruas da Tijuca vão servir de cenário para o embate dessas duas vendedoras que, eventualmente, precisam até de intervenção policial para serem separadas. É nessa hora que Jandira vai chamar a atenção do subdelegado Prado (Pedroca Monteiro), que passa a investir boa parte de seu tempo em conquistá-la.
Em briga também sempre acaba o encontro de Paula e Carmem (Julia Lemmertz). As duas megaempresárias do ramo de cosméticos se odeiam, mas se frequentam como que para acompanhar de perto, uma a estratégia da outra. Seus escritórios estão situados um de frente para o outro, na Barra, e cada uma fica de sua sala espiando, de binóculos, o movimento da outra. Mas, no atual momento, a pressão está em cima de Paula. Ela precisa urgentemente levantar as receitas da Terrare Cosméticos, que despencaram durante a pandemia. Para isso, acha que conta com Marcelo (Bruno Cabrerizo), mas seu vice-presidente e amante, na verdade, é aliado da Cascacu, apelido nada carinhoso com o qual ela se refere à rival Carmem.
Como tentativa de recuperação no mercado, Paula aposta no lançamento de um creme masculino de sua marca. Quer um modelo badalado para estrelar sua campanha. Mas Marcelo vaza a estratégia da empresa para Wollinger Comésticos, que se antecipa, e contrata o rosto sonhado por Paula. Quando retorna do acidente aéreo, o tino comercial aguçado da empresária aponta para uma nova possibilidade: usar Neném como garoto propaganda, tendo como mote a possível redenção e trajetória heroica de volta por cima do atleta. A ideia é boa e, claro, Carmem tentará copiar e essa disputa renderá ainda mais brigas entre as duas.
A medicina como ponte
A Clínica Monteiro Bragança é referência quando o assunto é doença cardíaca. Dr. Guilherme se orgulha profundamente de nunca ter perdido um paciente em sua mesa de cirurgia. Ao seu lado, trabalha Dra. Joana (Mariana Nunes), médica competente, que nutre uma admiração bem mais que profissional pelo chefe. Mas, sabendo da louca paixão que ele tem pela mulher, não chega a se declarar. Joana ainda tenta se afastar da família, mas acaba se aproximando justamente de Rose (Bárbara Colen), que, em crise no casamento, vai encontrar no trabalho voluntário um novo propósito para sua vida. A médica atua na ala infantil de um hospital público e sonha reproduzir na clínica de Guilherme um espaço semelhante, com foco em atendimento de casos mais graves. Ao conhecer o trabalho de Joana, Rose se entusiasma com o projeto, passa a frequentar o hospital e se compromete a ajudar a médica a tirá-lo do papel. Com a sobrevida após o acidente aéreo, Guilherme retorna louco para resolver a crise no seu casamento e promete às duas que a Clínica Monteiro Bragança vai ganhar uma ala de atendimento público.
Enquanto isso não acontece, é no hospital público que o destino aproxima novamente Neném e Rose. Ela nem imagina que Joana é a médica que passa a cuidar da frágil saúde de Bianca (Sara Vidal). A filha caçula do jogador tem recorrentes faltas de ar e, após uma crise, vai parar na emergência da unidade pública. Por lá, a médica detecta a malformação cardíaca da jovem e inicia seu tratamento. Ali nasce a esperança para que Bianca se recupere e possa levar uma vida normal, menos cercada de cuidados por parte de sua família.
A escola como interseção
Situado na Tijuca, o Colégio Estadual Albertina Correia é o point da juventude da novela. É lá que Bianca e sua irmã Martina (Agnes Brichta) estudam ao lado de Denis (Diego Francisco), Cabeça (Fabricio Assis) e Soraia (Camila Rocha). É na quadra da escola que Tina, como a filha mais velha de Neném gosta de ser chamada, joga futebol e mostra que herdou do pai o talento com a bola. Mas, estourada como ele, tem em Soraia a pedra de sua chuteira. Além das brigas dentro das quatro linhas, as duas vão se estranhar quando Tigrão (Matheus Abreu) chegar à escola e imediatamente despertar o interesse delas.
A relação distante com o pai, Guilherme, transformou Antônio em Tigrão, um jovem rebelde e problemático. Expulso de todos os colégios particulares por onde passou, o adolescente, morador do Leblon, frequenta a pista de skate da Quinta da Boa Vista e numa ida ao local, esbarra com Tina. Os dois se conhecem no dia do acidente aéreo com seus pais, quando ninguém sabia se eles sobreviveriam. A sintonia imediata os aproxima. O rapaz, depois de tanto pular a catraca do metrô para entrar sem pagar, por pura rebeldia, acaba sendo pego pelos policiais. Guilherme é então chamado às pressas para tirar o filho da delegacia, se compromete a colocá-lo para estudar novamente. Interessado em Tina, Tigrão então sugere aos pais que seja matriculado no Colégio Estadual Albertina Correia, em que ela estuda.
Onde o fervo acontece
‘Quanto Mais Vida, Melhor!’ possui alguns centros nervosos. A boate Pulp Fiction é onde certamente mais se mexe as cadeiras. Situado também na Tijuca, o espaço, administrado pela Chefe (Alessandro Brandão), é onde Murilo (Jaffar Bambirra) e Vanda (Ana Hikari) cantam e tocam juntos, e Flávia (Valentina Herszage) e Cora (Valentina Bandeira) se apresentam como dançarinas de pole dance, e os irmãos Leco (André Silberg) e Neco (Carlos Silberg) atuam como os atrapalhados seguranças. É para lá que Flávia retorna, ainda sem perspectivas imediatas de mudança de vida, após o acidente aéreo, e desta vez para cantar com Murilo e Vanda. O posto de dançarina vago então é ocupado por Betina (Carol Garcia), que passa a frequentar o local ainda sem revelar à família onde arranjou seu novo emprego. A Pulp Fiction também é a primeira parada para Roni (Felipe Abib) se estabelecer nos negócios assim que sai da cadeia.
Ainda no bairro, fica o Bar Karaokê, que dá voz aos personagens da novela. É por lá que Osvaldo (Marcos Caruso) abre seu coração e canta para tentar conquistar Dona Nedda (Elizabeth Savala), é onde Tetê (Zezeh Barbosa) joga charme para ele, e, paulatinamente, os personagens vão passar ao longo da trama para celebrar suas alegrias e falar de suas dores cantando hits do pop, brega, sertanejo, samba e da música popular brasileira.
E no motel Arriba Karakas, como era de se esperar, o fervo nunca para. Que o diga a funcionária do local (Nany People), que já se costumou com o movimento atribulado de lá. É para a suíte presidencial de lá que Deusa (Evelyn Castro) exige que Odaílson (Thardelly Lima) a leve, quando finalmente cede aos encantos do motorista da família Monteiro Bragança. É na casa de saliência made in Tijuca que Paula vai sonhar ardentemente em ter sua primeira noite de amor com Neném, assim como Prado (Pedroca Monteiro) desejará ter com Jandira (Michele Machado).
A arte de fazer cenário de novela
As equipes de cenografia e produção de arte, lideradas por Anne Bourgeois e Eduardo Feijó, respectivamente, traduziram os diferentes universos retratados em ‘Quanto Mais Vida, Melhor!’. Eles receberam da direção um briefing a respeito dos quatro protagonistas, que deveriam ter espaços bem marcados. “O Neném, por exemplo, tem uma coisa mais vintage, suburbana, com muita vivência, com cor. O Guilherme, uma estética mais limpa. A Paula é o mundo do display. É aquela pessoa que parece que produz tudo para uma foto no Instagram. A vida dela é assim. E a Flávia é aquela menina desmiolada, inconsequente, que vive num mundo colorido e perigoso”, explica Edu, acrescentando que a escrita de Mauro Wilson também encaminhou a produção desses espaços: “O estilo dele não é uma novela realista. Tem um pouco de linguagem dramática de história em quadrinhos. E a gente procurou achar um mundo meio estilizado dentro de um realismo da Tijuca”.
Coração da novela, como o coração de mãe, a casa de Nedda (Elizabeth Savala) é inspirada em casas antigas típicas das que são encontradas nas proximidades da Tijuca, bairro que eles visitaram na companhia do autor. É um lar que retrata a quantidade de gente que habita ali. Muita vivência. É uma casa que tem muita vida, muita gente morando ao mesmo tempo, e cozinhando, e comendo, e fazendo unha, lavando roupa… Uma casa com excesso de tudo. “Tem uma azulejaria dentro da casa, a presença do art déco, dentro da paleta de tons terrosos. Apesar de ter toda aquela coisa tão afetuosa da casa da mãe, ali dentro habita uma certa decadência, habita também a amargura das derrotas”, conta Anne.
O Neném Coiffeur, salão da Nedda, acaba sendo um apêndice da casa: tem o mesmo conceito, essa coisa com excesso de tudo, e com coisas que contam o tempo. Ela tem os aparelhos todos de uma época, misturados com itens mais modernos, uma vitrine do Neném, uma parede com troféus, fotos para mostrar como tudo naquela família gira em torno dele. “O salão é do Neném, depois vem a quentinha do Neném. O marketing deles é o Neném, que é o ídolo para aquela família”, sintetiza Eduardo.
Já a boate Pulp Fiction e o motel Arriba Karakas são todos trabalhados nos letreiros e iluminação em neon, têm um visual futurista, dos anos 70. Ainda na Tijuca cenográfica fica o cenário que se tornou o preferido da equipe da novela: o bar Karaokê. Feito com peças do acervo da Globo, ele tem um teto todo feito de sapatos tipo ‘Dancin’ Days, e uma pista de dança no meio, além de uma parede de capas de disco. “Ele acabou ficando um espaço muito mais bem construído do que as referências que a gente trazia. A primeira ideia era de que ele fosse meio muquifo, e ele acabou virando um espaço bem impactante, visualmente falando. Ali, temos referências desde Santa Teresa até Barcelona. Fomos misturando na nossa pesquisa coisas de Karaokês mundo afora”, revela Anne, para ser complementada por Eduardo: “Podia estar em Tóquio esse karaokê”.
De lá para a Zona Sul do Rio, mais exatamente para o Leblon, fica a mansão dos Monteiro Bragança. Seguindo para a Barra, (onde) fica a cobertura de Paula (Giovanna Antonelli). “O Guilherme (Mateus Solano) é um cara rico, bem-sucedido, narcisista. Ele tem o que é de melhor. A casa dele tem obras de arte, tem arquitetura, tem design brasileiro. Já a de Paula, que é uma nova rica, abusa nas cores e tudo”, comenta Eduardo. A casa dela é um acontecimento à parte: tem um paredão num tom rosa, um jardim de cactos grande, como se fosse um terrário enorme. “Essas são coisas bem cinematográficas, é quase que uma foto de revista de moda o tempo todo”, comenta Anne.
Como se diz hoje em dia, é uma casa ‘instagramável’. Principalmente, por conta da característica monocromática dela. “O cenário que eu mais me divirto é o cenário da Paula. Isso se deve ao fato de ela ser um pouco ‘color block’. Ela anda ou só de rosa, ou só de amarelo. Look total. Quando ela está de amarelo, a bolsa é amarela, o sapato é amarelo, o celular é amarelo. E aí, a gente começou a combinar a camisola que ela usa com a cor do suco que ela toma no café da manhã. Tudo nela tem esse jogo de cores. E a Terrare, a empresa, é também outra extensão da casa. Na sala de reuniões, a mesa com as cadeiras parece um estojo de canetinhas coloridas. Uma de cada cor, superbem definido, superbonito”, explica Eduardo.
O mundo de Carmem (Julia Lemmertz) também é sofisticado. A sala de presidente da Wollinger Comésticos tem mais madeira, cor de pinho, mais natural e menos plástico e colorido que o universo de Paula. A empresária também presenteia o filho, Gabriel (Caio Manhete), que era estudante de mixologia, com um bar com visual contemporâneo.
A falta de um lugar para chamar de seu se refletiu até na construção do lar de Flávia (Valentina Herszage). A casa de seu pai, Juca (Fabio Herford), e da madrasta, Odete (Luciana Paes), não tem nada que reflita a sua personalidade. Ela é um peixe fora d’água e não pertence àquele lugar. “Ela é meio nômade. Mas a opção pela estética e pela paleta dela está na boate. A casa é do pai e da madrasta e tem lá suas histórias, o universo dos dois, daquela depressão crônica dele, parecem coisas mais velhas, é uma miscelânea”, define Anne.
A moda dos personagens
Figurinos de novela retratam costumes de uma época. E em ‘Quanto Mais Vida, Melhor!’ não será diferente. Contemporâneo como a trama de Mauro Wilson, o figurino assinado por Natalia Duran decodifica costumes, tendências e personalidades bem típicas dos tempos atuais. “Nosso diretor, o Allan Fiterman, costuma falar que essa é uma novela com um colorido maior. E isso é possível por ser uma novela também das sete, que a gente pode ousar muito mais da moda”, comenta Natalia, que acrescenta sobre a encomenda que recebeu: “O Allan me deu uma paleta de cores para seguir com os protagonistas. A Paula Ferrari é look total. É meio anos oitenta, mas que está sempre voltando. Mas sugeri que em vez de ser só uma cor, trabalhássemos com cores muito vibrantes. Ela é luz, é positiva, e a Giovanna Antonelli carrega isso muito bem”.
Natalia e equipe usaram e abusaram das profissionais de costura da própria Globo. “A maioria das roupas da Giovanna são feitas na costura dos Estúdios Globo, porque a gente não conseguiu encontrar… não as cores, mas as formas”, explica. Já Neném é um esportista tijucano, aquele do chinelo slide, da calça de helanca, está sempre com uma camiseta de material mais sintético, de camiseta de esporte. “Ele usa muita roupa de esporte. Ele acorda e põe uma roupa como se estivesse indo a um treino. Só que tive dificuldade também, porque a maioria das roupas de esporte têm tons muito fortes. Eu tive que diminuir e abaixar o tom todo, porque o Allan o queria entre os marrons, ocres, mostardas; tons mais terrosos”, explica Natalia.
Ainda para a composição do figurino dele e do seu núcleo, foi preciso desenvolver camisas de futebol e comprar peças em leilão, como camisas da Copa de 2001 para poder vestir o elenco presente numa partida entre Brasil e Argentina. “Essas camisas são compradas de colecionadores, em leilão, porque elas têm de ser as camisas originais. Não temos o time inteiro. Isso vai ser replicado em computação gráfica”, completa.
Para montar o figurino de Guilherme, Natalia explica que fez uma extensa pesquisa pelo universo dos cardiologistas e usou como referência algumas séries americanas e levou para a novela um trench coat. Guilherme é todo trabalhado no preto, nos cinzas e azuis, de camisaria, até os azuis marinho. Usa sempre um casaco sete oitavos, que é um casaco mais longo, tipo uma capa, uma parca; camisa, gravata e colete. Anda com calças retas, com um tênis azul marinho ou um tênis branco.
“Descobri que vários médicos são de uma vaidade enorme, adoram se vestir bem. Esses medalhões vão de terno para o trabalho. Chegando lá, eles trocam e põem o jaleco. O Mateus, eu resolvi fazer diferente. Resolvi colocar um colete para empoderar ele. O personagem tem muita certeza de que ele é o melhor cirurgião do Brasil. Ele ganha todos os prêmios e então eu dei essa blindada com o colete, gravata. Ele fez um estilo ali. E esses médicos são meio estilosos, usam o relógio pra baixo, muitos usam tênis também”, pontua ela.
Natalia enxerga o figurino de Flávia como o de uma jovem de vanguarda. Seu guarda-roupa não é extenso, ela tem poucas peças e muita atitude de composição de roupa, usa meia arrastão e botas acima do joelho, de dia. Não tem opções de roupa para sair de dia ou de noite.
“É uma jovem garota do Rio de Janeiro, da Tijuca, que veste a camisa que era do namorado, com a meia arrastão que comprou na Saara, com o short que comprou no brechó, com o sutiã que comprou na loja de departamentos, e usa uma camiseta de festival de rock, por exemplo, cortada. Tem 19 anos, não sabe o que quer na vida ainda… Ao mesmo tempo, foi abandonada pela mãe, faz pole dance. É vanguardista. Uma menina que é a cara das jovens de hoje em dia, um jeito de que “tudo posso, ninguém me para! ”. Eu sinto que é a roupa que vai passar o dia inteiro com aquela mochila enorme. No meio do caminho, amarra a blusa na cintura e a camisa já vira um adereço. O sutiã que estava por baixo, passa a estar por cima da camiseta. Enfim, é muita atitude.”
Outra personagem feita para causar dos pés à cabeça com seu visual é Carmem (Julia Lemmertz). Para montar o figurino dela, Natalia desenvolveu várias peças de couro em parceira com marcas do Sul do país. “Quando o Mauro falou e escreveu que ela era uma mulher que andava de moto, na mesma hora fiquei imaginando uma mulher com muito couro, com cores meio metalizadas e eu amo preto e branco. A Julia embarcou na proposta que a gente tinha. Precisava que a Carmem fosse uma mulher que usasse jaquetas de couro, calça de couro, que usasse bota… Ela não é uma mulher de vestido de linho e sandalinha. Ela é bélica. Para o cabelo, a gente se inspirou na Tilda Swinton, mas eu queria esse clima meio Berlim nela, sabe? Eu queria essa coisa meio gélida, essa pessoa fria. Eu falei: ‘Julinha, você tem coragem de raspar o cabelo aqui? Vamos descolorir o seu cabelo?’, descreve ela, que contou com a adesão total da atriz para a criação de Carmem Wollinger.
Foco na figura humana
Assim como todas as áreas de produção de ‘Quanto Mais Vida, Melhor!’, a equipe de fotografia, liderada por Henrique Sales, recebeu a orientação de separar imageticamente o universo dos protagonistas da novela. A ideia de criar e marcar visualmente a identidade de cada um deles está sendo executada na forma de filmar Neném (Vladimir Brichta), Paula (Giovanna Antonelli), Guilherme (Mateus Solano) e Flávia (Valentina Herszage) para explorar a composição de cores feita para cada universo criado de acordo com a personalidade de cada um.
“Primeiro, fui entendendo com o Allan (Fiterman, diretor artístico) e com o Pedro Brenelli (diretor geral) o que eles estavam apostando como a imagem dessa novela. Como a maior parte dela contempla o universo da Tijuca, e eu por ter a sorte de ter vindo do Engenho de Dentro, bebi da fonte do Walter Firmo, um gigante no registro da vida no subúrbio carioca. Nesse mergulho, dei de cara com a foto de um neném deitado sobre uma bandeira do Flamengo, que é o meu ponto de partida: ele está sobre a grama e nosso Neném é um jogador de futebol. E o Allan também nos mostrou as referências dele, de séries, filmes e fotografias que tinham características específicas que traziam cores, brilhos e muita ousadia”, explica Henrique.
Além da separação das cores de cada protagonista, as cenas dos quatro evidenciam propositalmente que eles estão sempre na eminência de algo, de que a hora deles está chegando. “A cor é sensorial, é o que indica a temperatura da atmosfera filmada, do momento em que eles vivem. E a novela fala de valorizar o que não era valorizado. A vida agora, especialmente com a pandemia, tem mais valor, e a novela reflete sobre isso e traz isso nas suas imagens”, defende ele.
Entrevista Mauro Wilson
Carioca, com 63 anos, Mauro Wilson carrega a experiência de escrever sobre tudo e mais um pouco na TV. Criou programas infantis como a novela da Angélica – ‘Caça Talentos’ (1996) – e foi redator final da ‘TV Colosso’ (1993) e do ‘Gente Inocente’ (2000). Participou da criação do ‘Vídeo Show’ (1985) e do ‘Domingão do Faustão’ (1989). Na comédia, foi redator final do clássico ‘Os Trapalhões’, ainda com Didi, Dedé, Mussum e Zacarias. Passou por ‘Planeta & Casseta Urgente’ (1992), ‘Sai de Baixo’ (1996) e ‘Megatom’ (2000). Sendo ainda o último redator final de ‘A Grande Família’ (2001). Foi colaborador de novelas como ‘O Beijo do Vampiro’ (2002) e ‘Pé na Jaca’ (2006) e se destacou assinando seriados como ‘Sexo Frágil’ (2003), ‘Guerra & Paz’ (2008), ‘Os Amadores’ (2005) – duas vezes indicado ao Emmy de melhor comédia, ‘Aline’ (2008) e ‘A Mulher Invisível’ (2011), vencedora do Emmy de melhor comédia. Com Jorge Furtado, foi redator final do seriado ‘Doce de Mãe’ (2014), vencedor do Emmy de melhor comédia em 2015.
No cinema, assinou sete filmes de ‘Os Trapalhões’, além de ‘Zoando na TV’ (1999), ‘Apolônio Brasil’ (2003), e ‘Os Caras de Pau – O Filme’ (2013). Mauro Wilson foi também criador e supervisor de oficinas e workshops de roteiro da Globo e integrou a equipe de supervisores da Casa de Criação, onde criou o seriado ‘A Fórmula’ (2017), com Marcelo Saback, e a série policial ‘Cidade Proibida’ (2017), com Mauricio Farias. Foi supervisor de texto da série ‘Ilha de Ferro’ (2018), original Globoplay. E trabalhou no remake de ‘Os Trapalhões’ (2017) com Péricles Barros, no Canal Viva. ‘Quanto Mais Vida, Melhor!’ é a sua primeira novela como autor titular.
Como nasce a trama desses quatro protagonistas?
A referência é o especial ‘Os Amadores’, que seria sempre a ideia de uma segunda chance. Eram quatro homens de 40 anos, que se conheciam no CTI, com a morte clínica declarada. Mas, na volta deles do além, eles tentam ajudar um ao outro. Isso é um pouco do que tem na novela, mas como eu coloquei dois homens e duas mulheres, com idades diferentes, tenho um universo maior, muito mais rico. Também comecei a misturar os núcleos deles, vai virando um mundo só, o mundo dos quatro.
Teve outras referências para criar a novela?
Tem um pouco de tudo o que eu fiz. Tem um pouco de ‘Mulher Invisível’ naquela relação do Neném (Vladimir Brichta) e Paula (Giovanna Antonelli). Tem um pouco de ‘Aline’ no personagem da Flávia (Valentina Herszage). Na família do Neném tem um pouco de ‘A Grande Família’, que eu fiz por anos. Está bem misturado. Tem influência dos autores de novela das sete que eu adoro, como Silvio de Abreu, Cassiano Gabus Mendes, Carlos Lombardi e Antonio Calmon. A minha ideia era fazer uma novela das sete que tivesse leveza, que fosse engraçada e trazer um melodrama.
O que une esses quatro protagonistas?
São quatro pessoas que nunca se viram, que se encontram dentro de um mesmo lugar, morrem e voltam juntas. Mas, na verdade, eles não sabem que existe uma história, um mistério que vai os unindo. A morte é o cupido. Ela está ali, pontuando. Quatro pessoas que não se conhecem, que se envolvem e têm um segredo entre elas.
É uma novela com muitos acontecimentos, muito dinâmica…
Isso veio do seriado. A novela não para. Eu tenho quatro protagonistas, uma história com um, outra com outro. E eu posso fazer quatro histórias correndo paralelamente, e isso vai dando ritmo à novela. Aí quando eu junto os quatro, sempre funciona. Todos os outros personagens têm suas próprias histórias, não são só orelhas para ouvir o que os protagonistas falam. E não tenho um só vilão na novela, tenho vários: a Celina (Ana Lucia Torre), o Roni (Felipe Abib), a Odete (Luciana Paes), a Cora (Valentina Bandeira)… Isso também deu um ritmo legal. Não tem o grande vilão.
Por que abordar o universo do futebol? Qual o seu time de coração?Eu tenho uma relação profunda com o futebol. Acho que deveriam ter mais histórias sobre jogadores de futebol. Minha ideia foi contar a história de um jogador de futebol que está voltando, que foi muito famoso, teve muito dinheiro e um dia jogou tudo fora, e agora está tentando voltar da maneira mais humilde possível, no América. Meu time de coração é o Botafogo. Quando os meus amigos botafoguenses virem o jeito que eu estou tratando o Flamengo, eles vão querer me matar. Mas o Neném é popular, é tijucano, é da rua, cresceu na rua. Ele é Flamengo. E, para mim, o Vladimir Brichta sempre foi o Neném. Trabalhamos juntos em ‘Cidade Proibida’. Admiro demais o trabalho dele. Acho que é um ator que vai da comédia para o drama com uma facilidade incrível e possui um carisma enorme.
Entrevista Allan Fiterman
Nascido em São Paulo (SP), Allan Fiterman, de 49 anos, começou sua carreira em Los Angeles, nos EUA, trabalhando em vários setores da indústria cinematográfica. Trabalhou em curtas-metragens, como fotógrafo, até dirigir seu primeiro longa ‘Living the Dream’ (2006), filmado no exterior e estrelado por Sean Young e Danny Trejo. De volta ao Brasil, fez ‘Embarque Imediato’ (2009), com Marília Pêra e Jonathan Haagensen e se destacou pela direção de ‘Berenice Procura’ (2017). Na Globo, atuou como diretor do especial ‘Natal do Menino Imperador’ (2008), no remake de ‘O Astro’ (2011), nas novelas ‘Ciranda de Pedra’ (2008), ‘Tudo Novo de Novo’ (2009), ‘Cheias de Charme’ (2012), ‘Geração Brasil’ (2014), ‘Verdades Secretas’ (2015), produção consagrada com o Emmy Internacional de Melhor Novela, ‘A Força do Querer’ (2017), e no seriado ‘Louco por Elas’ (2012); e como diretor geral da série Mister Brau (2015) e da novela ‘Sétimo Guardião’ (2018). ‘Quanto Mais Vida, Melhor!’ marca a estreia de Allan Fiterman como diretor artístico.
Qual o conceito de ‘Quanto Mais Vida, Melhor!’? Qual sua expectativa para essa novela?
‘Quanto Mais Vida, Melhor!’ é despretensiosa, mas repleta de simbologias. O amor e desamor, afeto, compaixão, drama e humor são elementos que nos direcionam para contar uma história sobre erros e acertos. Podemos ser agentes transformadores das nossas próprias histórias, e quando nos colocamos no lugar do outro é quando genuinamente crescemos e aprendemos. Empatia pelo próximo não está no discurso, mas nas nossas ações diárias. E a ideia é que nossos quatro protagonistas aprendam e se transformem durante essa jornada. O certo é que vamos levar o mais puro entretenimento para o público através de uma narrativa leve, musical, com muito romance, humor e um pouco de drama… já que sem drama não tem novela.
Comente um pouco sobre a linguagem da obra e o uso da computação gráfica na finalização dos capítulos
Há um investimento nesse sentido. Há um acidente de avião no primeiro capítulo. Nosso set era um galpão todo de chroma, só com as cadeiras do avião. Então criamos esse avião todo em 3D, inclusive paredes e teto. Eu nunca poderia ter feito isso dentro do avião real porque a câmera precisa de uma movimentação em 360º. Usamos uma câmera robótica, que passa por todos os protagonistas, apresenta os quatro, em um plano sequência, rodando com eles, até a queda do avião. O cenário do céu, a Morte, e toda aquela ideia de fazer ela numa proporção muito maior é realizada plano a plano. Usamos também no futebol. A gente fez um estudo das cenas de futebol com o Vladimir usando uma bola virtual. Porque ele tem que ser um craque, e o Vladimir é um ótimo ator, mas não é um jogador de futebol. Ainda assim, teve aulas de futebol, em cena, veremos uma edição que reúne passes feitos por ele mesmo, alguns com dublês alguns e outros com a bola virtual. Além disso, muito da linguagem que vemos em ‘Euforia’ e em outros filmes de telas de celular e mensagem de texto nós resolvemos absorver na obra para deixar a tela dividida. Depois da pandemia, as pessoas se acostumaram com em ver a vida assim. Essa linguagem de colocar mensagens passando na tela, o que aparece no celular do personagem… Isso é parte também da linguagem da novela.
Como a música vai entrar na novela?
Essa é uma novela pop. Teremos uma novidade: toda semana vai ter um clipe diferente com os quatro protagonistas cantando. Toda semana vai ter uma música diferente, com os quatro em seus momentos distintos interpretando a mesma canção. Temos ainda o núcleo da boate Pulp Fiction, que conta com uma banda, em que o Jaffar Bambirra e a Ana Hikari cantam, depois a Valentina Herszage passa a cantar com eles também. Um karaokê por onde todo o elenco da novela vai passar ao longo dos capítulos. Além de uma dupla de irmãos gêmeos, o André e o Carlos Silberg, que está genial, fazendo muitas dancinhas.
Qual foi sua preocupação ao montar o elenco?
Você tocou no ponto mais importante para mim. Tirando o principal, que você tem que ter uma história boa, e nesse caso, temos, os capítulos são ágeis, são divertidos, tem comédia, romance, drama… Depois disso, para mim, o mais importante, independentemente da estética, de tudo, é o elenco que vai contar essa história. Então, fui muito específico e feliz junto com o Mauro escalando, mas fiz questão de contar com rostos não muito comuns na TV. Temos comediantes como Fabio Herford, Evelyn Castro, Tadeu Mello, e atores que vieram do cinema como Bárbara Colen, Thardelly Lima e Mariana Nunes. Além da Luciana Paes, que é do teatro, e não fez novela nunca. Temos também a Nany People, o Pedroca Monteiro… Trazer um elenco de comediantes para fazer essa novela realmente foi intencional, porque é uma novela das sete que conta com um humor refinado.
Quais são os maiores desafios de gravar uma novela na pandemia?
Eu nunca gravei uma novela, em 13 anos trabalhando aqui, que chegando no bloco 10, ou seja, capítulo 60, tivesse gravado praticamente todas as cenas de estúdios e não tinha começado a fazer as externas. Também diminuíram o número de figuração, gravamos com no máximo 20 figurantes. Os eventos da novela começaram a ser gravados a partir da melhora da pandemia. Após a segunda pausa das gravações, voltei gravando capítulos 3 e 40 no mesmo dia. Para a direção e para o elenco, foi muito desafiador! Além das adaptações de produção, com a diminuição de figuração, de produzir um roteiro, que é feito totalmente em função de cenas sensíveis ou não sensíveis. Quando paramos de gravar, foi porque eu não conseguiria fazer uma novela sem aproximação, sem beijo… Mas que fique claro: a novela não fala de pandemia. Foi uma decisão artística. No nosso mundo, é uma novela que já passou a pandemia.
Como foi construído o centro cirúrgico em que Guilherme (Mateus Solano) e equipe operam?
Contamos com uma consultoria médica que nos acompanha em todas as cenas, para sugestão e correção dos médicos, para mudarmos às vezes a movimentação de cena… E durante as cenas colocamos um corpo médico junto com o Mateus Solano, além da assessoria médica. Essa questão da credibilidade é importante para mim, de você olhar para aquele centro cirúrgico e acreditar que esse é o melhor médico do país, o melhor cardiologista. Tanto é que as cenas de plano aberto, a gente também vai fazer uma computação, vamos ampliar aquele cenário. Não seria possível cenografar tudo, especialmente, pela complexidade e modernidade desses equipamentos.
PERFIL DOS PERSONAGENS
Os protagonistas
Neném (Vladimir Brichta) – Nascido e criado na Tijuca, o ex-ídolo do Flamengo e da seleção brasileira, com passagens por times da Europa, tenta retomar sua carreira de jogador de futebol. A rotina de noitadas e bebedeiras contribuiu para o declínio de sua forma física e consequente aposentadoria precoce dos gramados. Os problemas financeiros o obrigaram a voltar a morar com a mãe, Nedda (Elizabeth Savala), as filhas e suas duas ex-mulheres: a primeira, Jandira (Micheli Machado), namorada de infância, com quem teve Martina (Agnes Brichta); e a segunda, Betina (Carol Garcia), com quem teve Bianca (Sara Vidal). Tem em seu empresário, Osvaldo (Marcos Caruso), um verdadeiro pai. Sofre um acidente aéreo que muda sua vida e faz sua trajetória cruzar com as vidas de Paula Terrare (Giovanna Antonelli), Guilherme Monteiro (Mateus Solano) e Flávia (Valentina Herszage).
Paula Terrare (Giovanna Antonelli) – Ambiciosa, não revela nem sob ameaça as histórias de seu passado. Ainda jovem, veio de Goiás para o Rio de Janeiro, onde conseguiu emprego como secretária na Terrare Cosméticos. Subiu na empresa e se casou com o Presidente, Celso (Cândido Damm). Com a morte dele, assume o comando da Terrare e logo se torna uma megaempresária acelerada, competente e mandona, do tipo que adora ser odiada pelos próprios funcionários. Nos negócios, tem uma disputa ferrenha com Carmem (Julia Lemmertz), proprietária da Wollinger Cosméticos. Mora numa cobertura na Barra da Tijuca com a filha Ingrid (Nina Tomsic) e a governanta da casa, Tuninha (Jussara Freire), mas implica com a jovem, por achar que ela precisa ter seu jeito. A mesma Paula, dona de si, também mergulha de cabeça quando está apaixonada e é capaz de realizar as maiores loucuras por amor. Sofre um acidente aéreo que muda sua vida e faz sua trajetória cruzar com as vidas de Neném (Vladimir Brichta), Guilherme Monteiro (Mateus Solano) e Flávia (Valentina Herszage).
Guilherme Monteiro (Mateus Solano) – Cirurgião renomado, eleito pela terceira vez o melhor do país, é herdeiro de uma família abastada. O filho único de Daniel (Tato Gabus Mendes) e de Celina (Ana Lucia Torre) tornou-se um adulto mimado e arrogante. Vive uma crise no casamento com a ex-modelo internacional Rose (Bárbara Colen). Além disso, mantém com o filho do casal, Antônio (Matheus Abreu), uma relação distante. Dono da Clínica Monteiro Bragança, divide a sala de operações com Dra. Joana (Mariana Nunes), que nutre por ele uma admiração mais do que profissional. Sofre um acidente aéreo que muda sua vida e faz sua trajetória cruzar com as vidas de Paula Terrare (Giovanna Antonelli), Neném (Vladimir Brichta) e Flávia (Valentina Herszage).
Flávia (Valentina Herszage) – Foi criada pelo pai, Juca (Fabio Herford), que foi abandonado pela mulher assim que ela nasceu. Não tolera a madrasta Odete (Luciana Paes). Dançarina de pole dance da boate Pulp Fiction, entra numa roubada ao participar de um golpe com Cora (Valentina Bandeira). Além de dançar, canta bem. Apesar dos dons artísticos, também tem um talento enorme para se meter em confusões. Sofre um acidente aéreo que muda sua vida e faz sua trajetória cruzar com as vidas de Neném (Vladimir Brichta), Guilherme Monteiro (Mateus Solano) e Paula Terrare (Giovanna Antonelli).
TIME DO NENÉM
Dona Nedda (Elizabeth Savala) – Matriarca forte e altiva, é o coração da família. Adora Neném (Vladimir Brichta) acima de tudo. Cabeleireira de mão cheia, deu o nome do filho ao seu tradicional salão de beleza, situado na Tijuca, o Neném Coiffeur. Com a crise financeira do filho, abraçou as noras Jandira (Micheli Machado) e Betina (Carol Garcia) como se fossem suas filhas. Também é louca pelas netas: Martina (Agnes Brichta) e Bianca (Sara Vidal). Apesar da beleza madura, carrega uma enorme tristeza por causa do sumiço do marido, Edson (Stepan Nercessian), mas ainda assim sonha com a sua volta. Também sofre pelo filho mais novo, Roni (Felipe Abib), que está preso. É a responsável por ter transformado todos da família em fiéis devotos de São Judas Tadeu.
Roni (Felipe Abib) – O irmão caçula de Neném (Vladimir Brichta) é o que na gíria se conhece como “chave de cadeia”. Invocado, cresceu com inveja do jogador e deseja ter tudo o que o ele tem, mas sem se esforçar para isso. Depois de tanta encrenca que se mete, vai preso. Na cadeia, encontra sua alma gêmea: Cora (Valentina Bandeira). A atração pela golpista de carteirinha é à primeira vista. E tem nela a parceira ideal para seguir perturbando a vida de Neném.
Jandira (Micheli Machado) – Primeira ex-namorada de Neném (Vladimir Brichta), é mãe de Martina (Agnes Brichta), a primogênita do jogador. Convive com Betina (Carol Garcia), outra ex-namorada de Neném, e Bianca (Sara Vidal), a filha caçula do ex, em clima de irmandade. A depiladora do salão Neném Coiffeur é uma mulher batalhadora. Quando ele entra em crise, arregaça as mangas e vai vender as ‘Quentinhas do Neném’ para ajudar no sustento da família. Pelas ruas da Tijuca, vai entrar em choque com Odete (Luciana Paes), que já comercializava suas quentinhas na região e começará a perder espaço para a concorrência.
Betina (Carol Garcia) – Segunda ex-namorada de Neném (Vladimir Brichta) a se instalar na casa da sogra, Nedda (Elizabeth Savala), que acolhe todo mundo em seu enorme coração de mãe. Fazia o tipo periguete e chegou por lá ainda grávida de Bianca (Sara Vidal). É mais emotiva do que Jandira (Michele Machado), principalmente, quando se dá conta da saúde frágil da filha. Entretanto, vai apostar no seu borogodó quando a crise financeira apertar a família, e deixará o serviço de manicure do Neném Coiffeur para se tornar dançarina de pole dance na boate Pulp Fiction.
Martina ou Tina (Agnes Brichta) – A primogênita de Neném (Vladimir Brichta) e Jandira (Micheli Machado) tem o pai como ídolo e sonha seguir a carreira dele. Além do talento para os gramados, a jovem também tem a personalidade estourada dele e não leva desaforo para casa. Basta receber uma entrada mais dura de Soraia (Camila Rocha) no futebol para revidar à altura. A rivalidade entre as duas aumenta com a chegada de Antonio (Matheus Abreu), vulgo Tigrão, no Colégio Estadual Albertina Correia, onde elas estudam.
Bianca (Sara Vidal) – É o xodó da família de Neném (Vladimir Brichta). Por conta de uma malformação congênita no coração, se cansa rápido e sente falta de ar. Com isso, preocupa a todos, principalmente, o pai, que sonha voltar a jogar futebol para conseguir pagar o tratamento médico da filha. Superprotegida, aos poucos vai conseguir contornar a redoma criada pelos próprios parentes para levar uma vida de adolescente normal, que se apaixona e conquista quem a interessa.
Osvaldo (Marcos Caruso) – O agente de Neném (Vladimir Brichta) é uma espécie de segundo pai para o jogador, já que o genitor biológico mesmo abandonou a família. Nunca se casou, vive dedicado à família do atleta e cultiva uma paixão platônica por Dona Nedda (Elizabeth Savala). Com muito custo, consegue se declarar, mas até abrir seu coração para ela, é assediado por Tetê (Zezeh Barbosa), que vai para cima dele com suas armas de sedução nada convencionais.
Tetê (Zezeh Barbosa) – É a vizinha fofoqueira e pão-dura. Sempre tenta pendurar o pagamento de seus serviços no já combalido Neném Coiffeur. Dona de comentários ácidos, também é apaixonada por Osvaldo (Marcos Caruso) e logo se mete entre ele e Nedda (Elizabeth Savala), quando percebe que os dois engatinham um romance. Extremamente vaidosa, ela se garante no seu borogodó.
Edson (Stepan Nercessian) – Quando Neném (Vladimir Brichta) tinha 14 anos, e Roni (Felipe Abib), 12, saiu de casa como quem ia comprar cigarros e nunca mais voltou, abandonando a mulher, Nedda (Elizabeth) e os filhos. Malandro, pouco afeito ao trabalho, retorna se fazendo de coitado, como se nada tivesse acontecido, justamente quando Osvaldo (Marcos Caruso) se declara para a mãe de Neném e sonha morar com ela. Apesar da benevolência de Nedda e da parceria com o caçula, reencontra o primogênito com ódio no coração.
Trombada (Marcelo Flores) – Jogador profissional contemporâneo de Neném (Vladimir Brichta), mas que já pendurou as chuteiras. Quando jogava, era zagueiro. Levou muitos dribles e bolas por debaixo das pernas dadas por Neném. Com uma entrada dura, quase abrevia precocemente a carreira do rival. Os dois vão se reencontrar, e como técnico do América, ele não perderá nenhuma chance de atrapalhar a vida do jogador.
Teca (Karina Dohme) – A noiva de Trombada (Marcelo Flores) vai atentar Neném (Vladimir Brichta) até dizer chega. Seu sonho é fazê-lo quebrar a promessa feita a São Judas Tadeu, de não se envolver com ninguém enquanto não voltar a jogar num time profissional e marcar um gol.
Chicão (Sérgio Menezes) – Jogador do América, vai se apaixonar por Betina (Carol Garcia).
EQUIPE DE GUILHERME MONTEIRO
Rose (Bárbara Colen) – Ex-modelo internacional, parou de trabalhar a pedido de Guilherme (Mateus Solano) logo que engravidou de Antônio (Matheus Abreu). Apesar da rebeldia do filho, consegue estabelecer com ele uma relação de mais confiança, melhor do que a que ele tem com o pai. Sofisticada e viajada, teve uma vida de luxo graças ao casamento, mas carrega um amor mal resolvido. Quando desfilava na Europa, conheceu e viveu uma paixão avassaladora com Neném (Vladimir Brichta), mas que também durou pouco, por conta da vida boêmia que ele levava. Quando se separaram, reencontrou Guilherme, que logo a pediu em casamento. O reencontro com o craque acontece da forma mais inesperada possível: ele e o marido dela sobrevivem a um acidente aéreo.
Antônio/Tigrão (Matheus Abreu) – Filho rebelde de Guilherme (Mateus Solano) e Rose (Bárbara Colen), vai estudar no Colégio Estadual Albertina Correia, na Tijuca, depois de ter sido expulso de todos os colégios que estudou na Zona Sul da cidade. Por lá, conhece Tina (Agnes Brichta), por quem se interessa, mas também desperta o interesse de Soraia (Camila Rocha). Skatista, encontra no esporte a válvula de escape para a relação conturbada que tem com sua família, principalmente, com o pai.
Celina Monteiro (Ana Lucia Torre) – Apesar de psicanalista, tudo que a mãe de Guilherme (Mateus Solano) não tem é uma relação saudável com o filho único. Controla seus passos, os da nora, e, aos poucos, vai ajudando a piorar a crise que se instala entre o casal. Não perde a mania de mimar o filho, mesmo depois dele ter se tornado adulto. E faz da vida da nora, Rose (Bárbara Colen), um verdadeiro inferno.
Daniel Monteiro (Tato Gabus Mendes) – Advogado aposentado, é casado com Celina (Ana Lucia Torre). Pelo temperamento pacífico, o pai de Guilherme (Mateus Solano) faz um contraponto à personalidade da mulher. É quem apazigua os ânimos da casa, tem bom diálogo com o filho, a nora e o neto.
Deusa (Evelyn Castro) – Empregada da mansão dos Monteiro Bragança, é divertida, e a cada refeição deixa escapar uma ‘verdade’ sobre a família. Tem uma voz poderosa e também encanta Odaílson (Thardelly Lima), motorista da casa. Gosta de pagode, de cerveja e de sair à noite, e espera um convite do pretendente.
Odaílson (Thardelly Lima) – Motorista da família, está arrastando asa para Deusa (Evelyn Castro). É o melhor amigo de Antônio/Tigrão (Matheus Abreu) na casa e conhece as pistas de skate onde ele se entoca na Tijuca.
Dra. Joana (Mariana Nunes) – Médica da Clínica de Guilherme (Mateus Solano), carrega no peito uma paixão platônica por ele. Sonha montar por lá uma ala para atendimento gratuito e tem apoio de Rose (Bárbara Colen) no projeto.
Soares (João Fenerich) – Médico da Clínica Monteiro Bragança.
Secretária Regina (Maria Silvia Radomille) – Trabalha na Clínica Monteiro Bragança.
PARCEIROS DE PAULA TERRARE
Ingrid (Nina Tomsic) – Filha de Paula (Giovanna Antonelli), é uma jovem solitária, que sofre com a pressão da mãe para agir e se vestir como ela. Tem uma relação maternal com a empregada Tuninha (Jussara Freire).
Tuninha (Jussara Freire) – Empregada da casa de Paula (Giovanna Antonelli), conhece a fundo os segredos da empresária, e é quem cuida de Ingrid (Nina Tomsic) com extremo amor e zelo.
Carmem (Julia Lemmertz) – Presidente da Wollinger Comésticos, sonha acabar com o império de Paula (Giovanna Antonelli), a quem culpa pela morte do grande amor de sua vida, Celso Terrare (Cândido Damm). É um vulcão à beira da erupção, enquanto não destruir sua arquirrival, cuja rotina vigia de sua própria sala, com o uso de binóculo. Tática que Paula repete do outro lado da trincheira imaginária, criada entre elas. Gabriel (Caio Manhete) é filho do seu primeiro casamento. O primeiro de vários. Mantém um caso de puro interesse com Marcelo (Bruno Cabrerizo).
Gabriel (Caio Manhete) – Filho de Carmem (Julia Lemmertz), retorna de Nova York, onde estudou nas melhores escolas de mixologia do mundo. De volta ao Brasil, ganha de presente da mãe um requintado bar para colocar seu conhecimento em prática.
Marcelo (Bruno Cabrerizo) – Vice-presidente da Terrare Cosméticos, mau caráter, oportunista, se faz amante de Paula (Giovanna Antonelli), mas na verdade é aliado de Carmem Wollinger (Julia Lemmertz), maior rival de Paula, que sonha destruí-la. Ainda assim, dependendo da situação, ele muda de lado, para ficar aonde for mais confortável.
Jabor (Gabriel Sanches) – Diretor de marketing da Terrare Cosméticos.
Alice (Carol Marra) – Diretora jurídica da Terrare Cosméticos.
Lorena (Val Abranches) – Diretora financeira da Terrare Cosméticos.
TURMA DA FLÁVIA
Juca (Fabio Herford) – Pai de Flávia (Valentina Herszage), casou-se com Odete (Luciana Paes), depois de ter sido abandonado pela mãe de sua filha. É manipulado pela atual mulher e não impõe suas vontades. Escondido dela, dá seu jeito de ajudar a filha e tentar salvá-la das confusões em que ela se mete.
Odete (Luciana Paes) – Casada com Juca (Fabio Herford), sustenta o lar vendendo quentinhas, já que o marido, bonachão, está desempregado. Expulsa Flávia (Valentina Herszage) de casa e vai rivalizar com Jandira (Michele Machado), quando ela começar a vender as ‘Quentinhas do Neném’.
Cora (Valentina Bandeira) – Dançarina da Pulp Fiction, convida Flávia a participar de um assalto no aeroporto. O golpe não dá certo e ela acaba presa, e louca para se vingar da parceira, que escapou da polícia. Na prisão, se envolve com Roni (Felipe Abib).
Conrado (Alex Nader) – Miliciano em quem Cora (Valentina Bandeira) e Flávia (Valentina Herszage) tentam aplicar um golpe. Da cadeia, segue pressionando as duas para resgatar todo o dinheiro que perdeu quando esteve com elas.
Murilo (Jaffar Bambirra) – Músico da boate Pulp Fiction, se apresenta ao lado de Vanda (Ana Hikari) e Flávia (Valentina Herszage), quando ela troca a barra de pole dance pelo palco. Logo, cai de amores por ela, mas não será correspondido.
Vanda (Ana Hikari) – Faz dupla com Murilo (Jaffar Bambirra), e sofre ao vê-lo se apaixonar e fazer tudo por Flavia (Valentina Herszage).
Chefe (Alessandro Brandão) – Administradora da boate Pulp Fiction, vai contratar Betina (Carol Garcia) para o lugar de Flávia (Valentina Herszage) no pole dance.
Leco (André Silberg) – Junto do irmão gêmeo Neco (Carlos Silberg), faz a segurança da boate Pulp Fiction, e fica responsável por tentar enquadrar Flávia (Valentina Herszage), a mando da irmã, Cora (Valentina Bandeira), quando ele for para a cadeia.
Neco (Carlos Silberg) – Marginal como o irmão gêmeo Leco (André Silberg), fica à espera das ordens da irmã, Cora (Valentina Herszage), para aplicar golpes enquanto ela está presa.
Outros personagens
Morte (A Maia) – Aparece para Guilherme (Mateus Solano), Paula (Giovanna Antonelli), Neném (Vladimir Brichta) e Flávia (Valentina Herszage) no acidente de avião e retorna, pontualmente, para lembrá-los que, em um ano, um deles irá fazer sua passagem de forma definitiva.
Funcionária do Motel (Nany People) – Ela é quem recebe os frequentadores do movimentado motel Arriba Karakas, point da pegação na Tijuca.
Delegado Nunes (Cridemar Aquino) – Responsável por investigar os golpes aplicados por Cora (Valentina Bandeira) e Flávia (Valentina Herszage).
Prado (Pedroca Monteiro) – Forma com o Delegado Nunes (Cridemar Aquino) uma atrapalhada dupla para investigar os crimes na área da delegacia em que atuam. Não demora a perceber os encantos de Jandira (Micheli Machado) e vai fazer de tudo para conquistá-la.
Rute (Séfora Rangel) – Diretora do Colégio Estadual Albertina Correia, onde estudam Tigrão (Matheus Abreu), Tina (Agnes Brichta), Bianca (Sara Vidal), Soraia (Camila Rocha), Denis (Diego Francisco) e Cabeça (Fabricio Assis).
Soraia (Camila Rocha) – Aluna do Colégio Estadual Albertina Correia, rivaliza com Tina (Agnes Brichta) no futebol e a rixa entre as duas aumenta com a chegada de Tigrão (Matheus Abreu) na escola.
Denis (Diego Francisco) – Aluno do Colégio Estadual Albertina Correia, colega de Cabeça (Fabricio Assis), Tigrão (Matheus Abreu), Tina (Agnes Brichta), Bianca (Sara Vidal) e Soraia (Camila Rocha).
Cabeça (Fabricio Assis) – Grafiteiro talentoso e aluno do Colégio Estadual Albertina Correia, colega de Denis (Diego Francisco), Tigrão (Matheus Abreu), Tina (Agnes Brichta), Bianca (Sara Vidal) e Soraia (Camila Rocha).
Flashback protagonistas
Neném (Leonardo Zanchin) – Jogador, no tempo em que jogava no Flamengo, seleção brasileira e times internacionais.
Rose (Carol Macedo) – Modelo internacional, que vivia pela Europa, onde conheceu e se apaixonou perdidamente por Neném (Leonardo Zanchin).
Guilherme (Nicolas Ahnert) – Médico jovem, no tempo em que conhece e se apaixona por Rose (Carol Macedo).