O trabalho em ‘Ti Ti Ti’ marcou a carreira de Armando Babaioff. Ele classifica a novela como uma das mais especiais em que já atuou e diz que o público nunca esqueceu o surfista Thalles. “Esse trabalho foi um divisor de águas na minha carreira, foi um personagem que entrou na trama em um capítulo alto e com uma responsabilidade muito bem definida. Eu precisava acertar, não existia outra possibilidade. A novela já era um sucesso, o elenco estava totalmente entrosado e de repente entra um personagem na história que daria uma reviravolta na vida de vários personagens. Foi um trabalho que me deu a oportunidade de mostrar uma maturidade de cena. E principalmente, acertar as escolhas. Sempre me preocupei em não estereotipar a relação de Thales e Julinho, eu queria que o público conseguisse enxergar as dores do ser humano, que olhassem por esse viés de humanidade e acho que consegui”, acredita o ator.
Em entrevista, Babaioff relembra mais sobre sua chegada na novela, os bastidores, a relação com o elenco, e a repercussão com o público. Exibida no ‘Vale a Pena Ver de Novo’, ‘Ti Ti Ti’ é escrita por Maria Adelaide Amaral, com direção de núcleo de Jorge Fernando e direção de Marcelo Zambelli, Maria de Médicis e Ary Coslov.
ENTREVISTA COM ARMANDO BABAIOFF
Como está sendo a experiência de rever sua participação em ‘Ti Ti Ti’?
Estava curioso em me assistir depois de tanto tempo, ver as minhas escolhas na época. É sempre bom se rever em um trabalho, um registro no tempo e olhar. Agora com distanciamento consigo ter uma real dimensão do que esse trabalho representou para mim. Tem um público que me escreve desde que a reexibição começou e que está atento a esse momento da novela em que meu personagem aparece, nem que eu quisesse esquecer seria possível.
Qual a importância desse trabalho na sua carreira?
Esse trabalho foi um divisor de águas na minha carreira. Um personagem que entrou na trama em um capítulo alto e com uma responsabilidade muito bem definida. Eu precisava acertar, não existia outra possibilidade. A novela já era um sucesso, o elenco estava totalmente entrosado e de repente entra um personagem na história que daria uma reviravolta na vida de vários personagens. Precisei entender muito tecnicamente qual era o objetivo dele e a partir daí, comecei a investir de que forma faria isso. Foi um trabalho que me deu a oportunidade de mostrar uma maturidade de cena. E principalmente, acertar as escolhas. Sempre me preocupei em não estereotipar a relação de Thales e Julinho, eu queria que o público conseguisse enxergar as dores do ser humano, que olhassem por esse viés de humanidade e acho que consegui.
Como eram as abordagens do público a você na época da exibição?
As mais variadas. Mas as mais marcantes foram as de jovens que me paravam pra dizer em como a novela e a trama do personagem ajudaram na discussão sobre sexualidade dentro de casa. Foi a primeira vez que entendi o tamanho que uma novela pode ter na educação de um país, em quebrar preconceitos, em se discutir temas que são caros para a sociedade. Com esse personagem eu entendi o que é ser visto por milhões de brasileiros que estavam felizes por se verem representados.
Como analisa o seu personagem e o que te atraiu nele ao interpretá-lo?
Thales é um personagem solar, que chega na trama para trazer luz e com ela possibilidades de novos rumos. Um personagem que se deixa influenciar e experimentar. Isso me atraiu. A possibilidade de contar a história de um personagem real, sem estereotipá-lo.
Conte um pouco como foi a experiência nos bastidores e o contato com o elenco, especialmente a Claudia Raia, com quem você contracenou bastante.
Como eu entrei na trama em um capítulo muito avançado, eu fiquei longe do set por muitos meses, não participei de preparação alguma, nem aprendi a surfar. Quando finalmente cheguei, encontrei, como disse, um elenco extremamente afinado e por um momento me acanhei. Por sorte, comecei a gravar as primeiras cenas em Saquarema, no litoral do Rio, e isso foi muito bom por que saímos todos do estúdio e fomos para o meio da natureza, da praia. Era como se estivéssemos começando do início. Minha primeira cena foi com a Claudia Raia. Ela sempre com um astral maravilhoso, me pegou pelo braço e me chamou para dar uma volta na areia. Ela conversou muito comigo me contando as possibilidades da entrada do personagem na novela, o que poderia acontecer entre os nossos personagens… uma conversa franca entre uma colega e seu parceiro de cena, com uma generosidade, técnica, conhecedora do ofício, algo que só existe entre grandes atrizes. Claudia é uma das maiores contracenas que já tive, aprendi e aprendo muito com ela. Tanto que quando a novela terminou eu dediquei a ela esse personagem.
Quais são seus planos e projetos?
Teatro! Teatro! Teatro! Não vejo a hora de ppder viajar com ‘Tom na Fazenda’ por todo o Brasil e retomando a agenda internacional interrompida pela pandemia.