Cunegundes ou dona Boca de Fogo (Elizabeth Savala) é sem dúvida um dos tipos mais marcantes de ‘Êta Mundo Bom!’. Nos momentos divertidos da trama, a matriarca da Fazenda Dom Pedro II quase sempre está presente. Seja assoprando o próprio cabelo, quando reclama do apelido – ‘Meu nome é Cu-ne-gun-des!’ virou um bordão da personagem -, ou durante uma dura em alguém. Interpretada com maestria por Elizabeth Savalla, que criou todos os trejeitos da personagem, Cunegundes sempre é motivo de comentários animados nas redes sociais. A poucos dias do final da reprise no Vale a Pena Ver de Novo, a atriz conta, em entrevista, que está revivendo o mesmo sucesso de 2016, quando a trama foi exibida pela primeira vez. Ela comenta a repercussão da personagem, as lembranças do trabalho, os bastidores das gravações e a importância da trama no momento atual.
Exibida no ‘Vale a Pena Ver de Novo’, ‘Êta Mundo Bom!’ é escrita por Walcyr Carrasco, com direção geral e de núcleo de Jorge Fernando.
Entrevista com Elizabeth Savala
A Cunegundes é uma personagem muito marcante em ‘Êta Mundo Bom!’. Como é reviver as cenas e resgatar memórias? E como tem sido o retorno do público nas redes sociais?
É maravilhoso rever as cenas da Cunegundes e sentir novamente o retorno do público. O sucesso da novela é impressionante. É muito divertido acompanhar as peripécias daquela família no núcleo da Fazenda Dom Pedro II, e as situações são sempre comandadas pela Cunegundes, um personagem fortíssimo. O retorno nas redes sociais é imenso, o que se formou de fã clubes é uma loucura. É interessante porque eles são jovens e adoram a personagem. E por isso vão atrás de tudo que eu fiz na carreira. A Cunegundes é um grande personagem, acho que Walcyr Carrasco foi muito feliz nessa novela, assim como foi em várias. Estou revendo a reprise de ‘Chocolate com Pimenta’ no canal Viva. São duas histórias bem diferentes e engraçadas, ele sabe lidar com o humor e ao mesmo tempo com o sentimento das pessoas de uma forma bem interessante.
Você também se divertia fazendo a personagem? Como foi o processo de construção?
A gente se divertia demais fazendo. Quando o Jorge Fernando me chamou para a novela e eu conheci a Cunegundes, me apaixonei imediatamente. Mas também fiquei com receio, porque era uma personagem muito forte, de certa forma malvada, e ao mesmo tempo descontraída. Tanto na forma física, quanto na forma de falar do Interior. Nós fizemos aula de preparação para termos o sotaque de todos parecidos, como se tivéssemos nascido naquele lugar. Eu também pedi a ajuda do meu filho Thiago Picchi, porque ele também é diretor e tem uma visão de direção que gosto muito. Ele me ajudou bastante na construção da Cunegundes. Às vezes, ele falava: “Olha lá, mãe, está exagerando. Não é para fazer humor nesse momento, ela é forte, as pessoas têm de acreditar”.
Todo o núcleo da Fazenda D Pedro II se destacou, cada um com a sua característica. Conte um pouco dos bastidores.
O Jorge Fernando estava muito criativo nesta novela, mais do que o comum (risos). Nós tivemos também outros ótimos diretores, como a Ana Paula Guimarães e o Marcelo Zambelli, e uma equipe maravilhosa que contribuiu muito para o sucesso. Era um cenário difícil de gravar, porque tinha muita gente em cena. Ao mesmo construímos uma relação muito boa. Todos se davam muito bem, tinha um clima muito bom entre nós. E não posso deixar de falar do nosso saudoso Flávio Migliaccio, que esteve comigo em vários trabalhos. Como foi divertido fazer essa novela. Os dias que tinham banho de lama, chiqueiro, era uma loucura (risos).
Além de divertida ‘Êta Mundo Bom!’ traz uma mensagem muito positiva, de esperança. Como você enxerga essa novela diante do momento que estamos vivendo?
Como o Candinho (Sergio Guizé) diz: “Tudo que acontece de ruim na vida da gente é para melhorar”. Eu acho que o Walcyr acertou em cheio nessa frase que está sempre nas falas do personagem e acho que tem tudo a ver com esse momento que a gente está passando. Fora isso e o humor da fazenda, as cenas na cidade são maravilhosas: é onde passam os bondes, as músicas são fantásticas, com muito jazz, Nelson Gonçalves.. O figurino de época é lindo. Há uma leveza nessa novela que a torna ainda melhor de assistir nesse momento.