Ao mesmo tempo em que as gravações da novela “Amor de Mãe” (de Manuela Dias) corriam antes de março, o ator Murilo Benício e o diretor José Luiz Villamarim estavam negociando o projeto de uma série, chamada “Tudo É Rio”, que precisou ser adiado por causa da pandemia do coronavírus.
Com adaptação de Murilo Benício e direção de José Luiz Villamarim, a série “Tudo É Rio” é uma adaptação do livro homônimo da escritora Carla Madeira, que se trata de uma obra de gênero de romance.
Sinopse
Por este livro passa um rio. Em sua correnteza, a obsessão de três personagens que não sabem desistir. É preciso seguir o fluxo, viver a travessia. Não há volta, leitor. Ódio e amor, sofrimento e alegria, um não existe sem o outro. Com uma narrativa profundamente sensível, Carla Madeira nos convida para uma aventura corajosa pela natureza humana, em toda a sua complexidade.
Trecho do livro: “O cansaço não prostrou Lucy, a humilhação de todas as noites não diminuiu o furacão nela. Ao contrário, deu ganas de arrancar as pedras no caminho com as unhas, com os dentes, nada a perder. Queria se despedaçar. Lembrou de Duca, reconheceu o ódio que sentia vivo de novo. O corpo pedia intensidade de prazer ou dor. Alguma coisa ela arranjaria. Esperou Dalva com a boca amarga. Ela apareceu inabalável. Que mulher era aquela que não mudava de rua? Queria o duelo, provocava, a vaca. Lucy saiu do alpendre e parou na frente de Dalva, segurou delicada nas mãos dela e levou seus dedos magros e sofridos à boca como se fosse tratá-los bem. Mordeu. Mordeu para arrancar”.
É a história de Dalva e Venâncio, um casal apaixonado que passa por uma perda que transfigura o seu destino, e de Lucy, a prostituta mais despudorada da cidade, que se intromete no caminho desta dupla, formando um triângulo que poderia ser clichê, não fosse a habilidade de Carla em conduzir a trama para longe do lugar-comum e de dominar o erotismo — ela narra o explícito sem ser vulgar, ela perturba e fascina, é atrevida e lírica, louca, lúcida.