Dóris (Ana Flavia Cavalcanti) é durona, exigente, disciplinada e disciplinadora. Sem deixar de ser atenciosa e, quando preciso, afetuosa. Diretora da escola pública Cora Coralina, Dóris muitas vezes acaba se dedicando demais. Vive uma situação cômoda com Bóris (Mouhamed Harfouch) há muito anos, já que casar de véu e grinalda nunca foi seu sonho.
Filhos nunca estiveram nos seus planos. Ela e Bóris combinaram logo no começo do relacionamento que seriam sempre só os dois e Sócrates, o cachorro que Bóris insistiu para que adotassem.
Apesar de não ter filhos, de certa maneira, Dóris acaba exercendo a maternidade com as centenas de alunos que tem. E mesmo com problemas intrínsecos ao sistema público de educação, a instituição mantém um nível elevado pelo esforço e competência da obstinada diretora.
Muito apaixonado por Dóris, Bóris admira imensamente a mulher. No entanto, o ponto de atrito do casal fica claro quando se trata de filhos. Ele vai começar a pressionar Dóris a mudar de ideia e isso vai gerar muita tensão e desgaste entre os dois.
‘Malhação: Viva a Diferença’ tem autoria de Cao Hamburger e direção artística de Paulo Silvestrini e vai ao ar logo após o ‘Vale a Pena Ver de Novo’.
Entrevista com Ana Flavia Cavalcanti:
Você está revendo Malhação? Qual o sentimento que essa reprise te desperta?
Eu fiquei muito feliz quando soube que a Globo reprisaria ‘Malhação’, e de alguma forma, isso me alegrou muito já que tivemos que parar com as gravações de ‘Amor de Mãe’. Eu amo essa malhação e principalmente a Dóris.
A personagem marcou sua vida profissional? De que forma?
Marcou muito. A Dóris foi a personagem que me deu mais destaque na TV, mais desafios e complexidades dentro da narrativa e, principalmente, porque eu me identifico muito com as pautas dela e com a luta pela educação pública de qualidade. Foi muito bom poder me emprestar pra essa personagem que dizia coisas muito importantes na construção de uma sociedade mais equânime.
Você tem alguma lembrança da época de gravação? Qual a mais marcante?
Lembro muito do dia que vimos juntos o primeiro capítulo e foi emocionante. Também do dia que gravamos o discurso da Dóris, na abertura do Cora Coralina, reformado com fundos arrecadados pelos alunos. Esse dia foi muito especial e inesquecível. Eu me emocionei de verdade e isso coube muito pra cena. O colégio estava cheio de alunos/figuração, e que nesse momento já eram íntimos e meus parceiros de cena. Dia lindo!
Como foi a parceria com o elenco jovem? E com Mouhamed?
Eu amo trabalhar com jovens e quero poder trabalhar ainda mais. O elenco jovem de ‘Malhação’ deu um show. O Guilherme Gobbi, produtor de elenco, foi muito preciso nessa escalação. O Mouhamed foi meu primeiro par romântico (risos), acho que deu muito certo. Fico vendo no Twitter os comentários de que Boris e Dóris são o maior casalzão. Eu adoro. Foi um prazer poder trocar em cena e na vida com ele.
Como é para você ter dado vida a uma orientadora, uma profissional extremamente importante na formação de jovens?
A Dóris foi uma honra. Agradeço ao Cao Hamburger e equipe pela construção dessa personagem que foi muito inspirada na mãe do Cao, que também era educadora. Agradeço ao Paulo Silvestrini, que nos conduziu tão bem e tão precisamente enquanto diretor, e ao produtor de elenco, que fez um trabalho minucioso na pesquisa desse elenco. Só tenho a agradecer.
Como tem sido seus dias de quarentena? Criou alguma rotina específica ou tem feito alguma atividade extra, diferente do que está habituada a fazer?
Estou em casa como a maioria das pessoas, tentando ficar com a cabeça boa, rezando muito e pedindo saúde para todos nós. Eu moro numa vila de casas e aqui tem escadas por onde tenho feito corridas, o que me ajuda a manter a saúde física e mental, além de queimar as calorias extras, porque eu to comendo mais. Acho que tem a ver com o confinamento.