Flávia Alessandra teve grande oportunidade de mostrar seu talento quando interpretou a vilã Cristina em ‘Alma Gêmea’. O desempenho de destaque alçou a atriz para outro patamar em sua carreira na TV e seis anos depois ela ganhou uma nova vilã de Walcyr Carrasco, também numa novela dirigida por Jorge Fernando. Na pele de Sandra em ‘Êta Mundo Bom!’ o desafio era não se repetir, já que, embora tenham personalidades diferentes, as personagens são más e transitam no mesmo universo lúdico e de época. Flávia usou sua maturidade e as nuances entre as personagens para mais uma vez construir uma vilã de sucesso. “A Sandra, apesar de ser do mal, tinha uma leveza. Ela queria se dar bem na vida, mas sabia dar uma risada, aproveitar uma situação para usufruir dela. Amo as vilãs que o Walcyr escreveu para mim e Jorginho novamente foi um mestre. Tentei aproveitar ao máximo essa segunda experiência, já estava mais madura e sabia o valor que era trabalhar com essa dupla”, conta a atriz.
Na entrevista abaixo, Flávia relembra o processo de construção da personagem, as cenas mais marcantes e a rotina de gravação.
Entrevista com Flávia Alessandra
Como construiu a Sandra de ‘Êta Mundo Bom!’ para diferenciá-la da Cristina de ‘Alma Gêmea’, que fez tanto sucesso e alavancou sua carreira?
Apesar de as duas serem vilãs, Cristina e Sandra têm energias bem diferentes. Cristina era uma personagem mais carregada, amargurada… Ela só tinha um objetivo na vida: que era o Rafael (Eduardo Moscovis). E isso a cegava de todos os jeitos. Toda a energia dela era canalizada. A Sandra, apesar de ser do mal também, tinha uma leveza, sabia aproveitar as situações. As vilãs do Walcyr são muito interessantes. Ele é um autor muito criativo, com uma mente sagaz, sou muito grata por ele ter me confiado essas duas personagens.
Qual foi a cena mais difícil de gravar durante ‘Êta Mundo Bom!’? E a mais divertida?
A novela tem muitas cenas boas. Entre as mais divertidas, o casamento falso da Sandra com Candinho (Sergio Guizé), que teve uma guerra de comida. Foi uma mega sequência, maravilhosa e deliciosa de fazer. A mais difícil foi uma cena final que Sandra rasgava um colchão antigo, recheado de feno, e comia comida do chão. Foi difícil, e ao mesmo tempo, maravilhosa. Qualquer atriz gostaria de fazer aquela cena. Ela fica louca, depois desmaia… Foi muito marcante.
Qual a pior maldade da Sandra? Você chegou a acreditar que a personagem poderia se redimir?
Ela deu um golpe na Anastácia (Eliane Giardini), a tia dela, roubou toda a fortuna. Isso foi muito ruim, muita ingratidão. Mas, em determinado momento, ela sequestra o filho do Candinho e da Filomena (Débora Nascimento). Acho que não existe nada pior do que você mexer com uma criança indefesa. Não cheguei a pensar que ela iria se redimir. Sandra tinha atitudes muito coerentes com a falta de caráter dela. Não existia um remorso em suas ações.
A novela fez muito sucesso. Como era a repercussão da personagem? O público a odiava ou se divertia com as maldades de Sandra?
Apesar de ter tanto tempo de carreira, as pessoas ainda me confundem muito com as personagens. Sandra falava sempre “titia” de um jeito irritante. E eu via as titias me olhando torto, me encarando (risos). E ainda hoje sempre tem alguém que vem comentar ou brincar como eu era malvada na novela. Adoro isso. É sinal de que o público comprou o trabalho.
Quais as principais lembranças que guarda desse trabalho e da rotina de gravação?
Foi a minha última novela com o Jorge Fernando. Eu estava mais madura quando fiz ‘Êta Mundo Bom!’. E estava mais consciente da dupla que eu tinha no comando ali, que era o Jorge e o Walcyr. Eu fiquei muito em estado de alerta para tentar sugar o máximo daquela experiência. O Jorginho foi um grande mestre para mim. Foi um daqueles trabalhos que, quando chegou na reta final, já estava sofrendo que ia acabar. Sem falar na própria história, que era muito instigante para nós. Amava receber os roteiros e saber o que a Sandra iria aprontar.
De volta no ‘Vale a Pena Ver de Novo’ ‘Êta Mundo Bom!’ é escrita por Walcyr Carrasco, com direção geral e de núcleo de Jorge Fernando.