Com doze anos de carreira, Marianna Armellini (40) está tendo a oportunidade de provar seu talento, pela primeira vez sem passar por testes, na televisão aberta. Confira uma entrevista exclusiva com a atriz, que fala sobre seus atuais projetos, “Malhação – Vidas Brasileiras” (de Patrícia Moretzsohn) e “Pérola” (de Murilo Benício).
— “Malhação – Vidas Brasileiras” foi um convite da diretora Natália Grimberg e da autora Patrícia Moretzsohn. Eu já havia feito uma novela do Daniel Ortiz, supervisor de texto dessa temporada de “Malhação”. Ele achou que a Brigitte era a minha cara, sugeriu meu nome para elas e elas confiaram.
Você assistiu “30 Vies” (de Fabienne Larouche) para fazer a composição da sua personagem ou foi orientada a construí-la do zero? Como foi esse processo?
— Fomos incentivados a não assistir à série, exatamente para não nos influenciarmos, pois muita coisa seria diferente. Eu sempre me baseio bastante no texto que me é entregue para compôr minhas personagens. Não adianta nada criar algo na minha cabeça, se essa pessoa está sendo imaginada por outras tantas: autores, diretores, figurinistas, etc. É um trabalho a muitas mãos. Eu trago minha visao sobre ela e as experiências que eu imagino serem agregadoras ao trabalho, trago ideias para as cenas, claro, mas no fim, é um conjunto de pensamentos que vai resultar nessa personagem.
Na história, sua personagem canta muito mal. Você canta de forma amadora ou profissional?
— Não canto. Já precisei cantar com meu grupo de teatro, As Olívias, em diversas ocasiões, mas realmente não é um talento. Mas não é tão ruim quanto a Brigitte. Ali eu forço bastante a barra, chega a ser difícil desafinar tanto.
Apesar de ter forçado um pouco a barra com Marcelo (Bukassa Kabengele), sua personagem possui uma amizade bonita com Gabriela (Camila Morgado) e tenta fazer Getúlio (Arlindo Lopes) provar que é honesto. Como você é na vida real quando tem empatia com alguém e quais tipos de comportamentos te tiram do sério?
— Eu sou uma típica pisciana: sinto todas as dores do mundo. Tenho mesmo muita empatia, costumo querer ouvir os lados de todas as pessoas, raramente julgo a partir da vida que eu tive – que eu sei que foi muito privilegiada. Por isso, talvez esse seja um comportamento que me tira muito do sério: gente que acha que o mundo gira em torno do seu umbigo, que vive em uma bolha e que só se importa com o seu (e com os seus), incapaz de olhar a realidade de outro ser humano. E arrogância. Tenho pavor de gente arrogante. Não valorizo a “humildade”, mas sim a ideia de que há sempre mais a se aprender e conhecer.
Você também gravou o filme “Pérola”, uma parceria com Murilo Benício, recentemente. Você já pode adiantar alguma coisa sobre sua personagem?
— O filme é baseado no espetáculo “Pérola”, de Mauro Rasi, sucesso nos anos 90 no Brasil, e traz a história da relação do Mauro com sua mãe, Pérola, uma figura muito peculiar. Eu faço uma das tias do Mauro, que também eram figuras interessantíssimas – e também ganharam texto dramatúrgico na época do Mauro. Foi uma experiência maravilhosa, trabalhei com atores que eu adoro e admiro (Drica Moraes, Rodolfo Vaz, Cláudia Missura, Lavínia Pannunzio) e sob a batuta do Murilo, que eu já admirava como ator e agora também conheço como talentoso diretor.