Em cenas previstas para irem ao ar a partir de hoje, dia 15, em ‘Terra e Paixão’, Agatha (Eliane Giardini) reaparece viva. Angelina (Inez Viana) viaja para o Rio de Janeiro com a desculpa de que vai visitar uma amiga em Campo Grande e recebe Agatha na porta de um presídio. No encontro, a amiga diz que precisa ver o mar e afirma que quer voltar para Nova Primavera para acertar as contas com o passado. A presença da personagem na cidade vai agitar a vida de todos.
Até o momento, apenas Angelina e Gentil (Flávio Bauraqui) sabem que ela está viva. E o primeiro encontro será com o filho, Caio (Cauã Reymond). Ao longo de todos esses anos, ele foi culpado pela morte da mãe, afinal, seu pai, Antônio (Tony Ramos), acreditava que ela tinha morrido no parto do menino. Agatha explica o motivo pelo qual ficou tanto tempo sem dar notícias, e Caio, enfim, pode tirar o peso que carrega. Ela alega ter ficado 20 anos presa por um crime que não cometeu. Além disso, explica a simulação de sua própria morte para fugir de Antônio, pois não aguentava mais viver em uma relação abusiva. O encontro promete! Confira abaixo a entrevista com Eliane Giardini:
Fale um pouco sobre a personagem.
É difícil por enquanto definir a Agatha. Eu acho que eu só vou conseguir ter essa definição no último capítulo. Ela chega como uma mulher muito boa querendo pedir desculpas a todas as pessoas que ela magoou no passado, querendo se explicar, querendo ser aceita por essas pessoas dessa cidade, principalmente pelos filhos. Isso em um primeiro momento. Em um segundo momento, acho que ela começa a mostrar os seus verdadeiros interesses e eu não acredito que seja só dinheiro, porque se fosse só dinheiro ela não teria se separado do Antônio. Acho que ela busca algo mais que a gente não sabe exatamente o que, e vai usar de meios ilícitos para conseguir as coisas dela.
Como se preparou para o papel?
Na primeira conversa que eu tive com o Walcyr quando ele me convidou para fazer essa personagem, ele me passou um filme que eu amei, que se chama “Minha Prima Raquel”, um filme de 1952, com Richard Burton e Olivia de Havilland. No filme, a personagem é bastante dúbia, tem os dois lados muito aflorados: ela é muito boa e muito interesseira ao mesmo tempo, mas a gente não sabe exatamente se ela é uma coisa ou se ela é outra. É uma personagem bem complexa, e eu estou com ela mais ou menos na cabeça. E tem as preparações todas que a gente faz na vida para se manter bem, preparada sempre para qualquer desafio.
Quais os desafios dessa personagem?
O desafiador nessa personagem é justamente isso: ela tem tintas fortes para os dois lados, não é uma pessoa totalmente boa, não é uma pessoa totalmente má, pelo menos nos capítulos que eu li até agora. Não sei para onde vai esse personagem, mas nesse momento ela é uma pessoa que tem emoções verdadeiras de carinho, de amor pelos filhos e ódios também verdadeiros. Enfim, uma personagem de tintas fortes, de emoções fortes. Isso é bem desafiador.
Que conflitos Agatha enfrentará na trama?
Os conflitos que eu tenho agora nesses dois primeiros blocos são os conflitos, basicamente, com os filhos, onde ela vai tentar se explicar e ser aceita por eles, convencê-los das reais motivações que fizeram com que ela abandonasse esses dois filhos, Caio e Jonatas. Ela também vai ter uma conversa muito séria com Antônio. Me parece que serão esses os primeiros conflitos dela, com os filhos e com o Antônio.
Como foi recebida pela equipe da novela?
Eu estou sendo extremamente bem acolhida pela direção, pelos colegas. É um elenco que está todo muito empolgado, é muito gostoso você trabalhar em um ambiente assim, onde todo mundo está querendo dar o seu melhor, está querendo fazer acontecer, está querendo que essa novela seja o maior sucesso. Então é gostoso, essa energia é muito boa e são extremamente carinhosos comigo, extremamente cuidadosos. E estou bem feliz.
Qual a expectativa para a entrada da personagem na novela?
A expectativa é sempre a melhor possível. Gosto muito da minha profissão, eu amo fazer o que eu faço. Então a minha expectativa é gigantesca, eu quero muito que dê certo, que o público entenda a personagem, se emocione com ela e que fique com ódio dela também. Enfim, que todas as propostas que forem julgadas pelo texto, pela direção e por mim sejam compreendidas, aceitas e amadas. Essa é a minha expectativa.
Fale um pouco sobre as relações de Agatha com os personagens Angelina, Antônio e Gentil.
A relação da Agatha com a Angelina me parece ser uma das melhores coisas tem para a personagem nesse momento. Inez Viana é uma atriz excepcional, uma mulher carinhosíssima, afetuosa e eu estou achando uma delícia iniciar esse trabalho com ela, ela acolhe muito a Agatha, entende a Agatha, ama a Agatha, então a Agatha se sente muito à vontade com ela. É claro que ela vai cometer já de cara alguns abusos com a personagem, mas, enfim, está sendo muito bom, acho que elas têm uma parceria boa. E com Antônio e com Gentil são coisas bem diversas. O Antônio é uma pessoa que ela tem uma relação complexa. Uma pessoa que ela amou muito no passado e que fugiu dele pelo caráter que ele foi adquirindo ao longo do tempo. Ele foi ficando muito ciumento, fechava ela no quarto, enfim, pelo que ela descreve era uma relação de abuso, uma relação muito grave e que ela fugiu disso, dessa violência do Antônio. O Gentil é exatamente o oposto, como o nome diz, o Gentil é um doce, é um mar de calmaria para ela, onde ela se sente muito acolhida também. Então são personagens bem diversos. Acho que o Gentil e a Angelina são os personagens que apoiam ela emocionalmente, pelo menos a princípio.
Quais foram seus últimos trabalhos?
Desde que a gente voltou da pandemia eu fiz uma participação em ‘Amor de Mãe’, depois eu fui para Portugal estrear um espetáculo, fiquei três meses lá fazendo Lisboa e depois excursionando pelo país e continuo com a peça ‘Intimidade Indecente’. Então, desde janeiro do ano passado eu estou com essa peça. Nós já fizemos duas temporadas no Rio, duas temporadas em São Paulo, é um êxito muito grande. Estamos reestreando e não têm data para terminar. É um espetáculo que eu faço com Marcos Caruso. E fiz ‘Encantado’s’, que eu fiquei realmente encantada. Uma delícia de série. Assisti à primeira temporada e fiquei superfeliz quando fui convidada para fazer a segunda, porque eu tinha amado a temporada, acho um humor muito inteligente, muito moderno, muito sagaz, muito bem dirigida, os atores são maravilhosos, um elenco delicioso. Enfim, foi também uma paixão fazer essa série, foi muito bom.
Como foi o convite para a participação na novela?
Eu recebi o convite para fazer a novela há uns meses e já foi um exercício de manter isso a sete chaves porque eu sabia que não podia falar para ninguém que eu ia fazer essa personagem porque era um spoiler total. Até então ninguém desconfiava que a Agatha pudesse estar viva. Estava superfeliz com o convite, mas realmente mantive o supersegredo até o momento certo para divulgar.
Como tem sido trabalhar novamente com um texto do Walcyr Carrasco, e como tem sido a experiência com o diretor artístico Luiz Henrique Rios?
Esse acho que é o quarto trabalho que eu faço com o Walcyr. É muito divertido fazer os trabalhos dele porque ele não tem pudor nenhum e vai da farsa ao drama, ao melodrama, passeia por todos os estilos, por todos os gêneros e é um desafio muito grande para os atores fazer tudo isso. É muito bom, eu gosto bastante. Acho que o Luiz Henrique também é de uma doçura, de uma inteligência, então é muito bom porque ele vai ajudando a gente a fazer as curvas, não abrir tanto para cá, não abrir tanto para lá e ir com calma, vai te dirigindo sussurrando no seu ouvido com a maior doçura. Está sendo muito bom.
Como foi gravar o momento mais esperado pelo público? O encontro entre Agatha e Caio, mãe e filho.
São duas cenas importantes, entre Caio e Agatha. Uma é mais o susto, o assombro que ele tem quando descobre que a mãe está viva. Não dá muito espaço para ela falar e já bota ela para fora. E em um segundo momento, quando ele vai procurar por ela na pousada, aí sim é um grande encontro. Eu fiz a primeira (até o momento dessa entrevista), só que foi bem intenso, bem forte. A gente se preparou bastante, ficamos um tempo no estúdio muito concentrados e muito focados. O Cauã, eu e a Inez em um silêncio, criando uma atmosfera propícia para que a gente fizesse a cena da melhor forma possível.
‘Terra e Paixão’ é uma novela criada por Walcyr Carrasco, escrita por Walcyr Carrasco e Thelma Guedes. A obra é escrita com Márcio Haiduck, Vinícius Vianna, Nelson Nadotti e Cleissa Regina. A direção artística é de Luiz Henrique Rios com direção geral de João Paulo Jabur e direção de Tande Bressane, Jeferson De, Joana Clark, Felipe Herzog e Juliana Vicente. A direção de gênero é de José Luiz Villamarim e a produção é de Raphael Cavaco e Mauricio Quaresma.