Barbara Reis começou a carreira aos 12 anos com peças teatrais. Formada em artes cênicas pela Casa das Artes de Laranjeiras (CAL), estreou nas novelas em 2016, com a personagem Doninha, em ‘Velho Chico’, na primeira fase da trama. De lá para cá, foram diversos papeis até sua primeira protagonista, Aline, de ‘Terra e Paixão’. Na trama, ela é uma professora de matemática, casada com Samuel (Ítalo Martins) e mãe de João (Matheus Assis). Após um atentado em sua casa, se vê sozinha com o menino diante das terras deixadas pelo marido. Mulher forte, batalhadora e corajosa, aprenderá a plantar e a lidar com as máquinas e com o mercado de agronegócios. Tem em Jonatas (Paulo Lessa), primo de Samuel, um amigo fiel nas horas difíceis. Vai se aproximar dos irmãos Caio (Cauã Reymond) e Daniel (Johnny Massaro), filhos do poderoso fazendeiro Antônio (Tony Ramos), com quem precisará brigar para manter suas terras e, com eles, descobrirá sentimentos novos. A atriz fala sobre sua personagem. “Aline é uma mulher simples, mas nobre em seus ideais. Ela é a força através da ação. Aline é uma seta que só vai para frente, não retrocede e não desiste. Ela é a justiça”.
Atualmente, Bárbara pode se vista ainda em ‘Todas as Flores’, que estreou sua segunda fase no Globoplay. Ainda na televisão, fez a Cátia em ‘Os dias Eram assim’ e uma dobradinha com Gloria Pires em ‘Éramos Seis’, repetindo a parceria em lados opostos, afinal, a personagem amargurada Shirley era antagonista de Lola (Gloria Pires). Participou do especial ‘Falas Negras’, onde representava a ativista Rosa Parks, trabalho que promoveu o primeiro encontro com a atriz Tatiana Tiburcio, intérprete de Mirtes, a mãe do menino Miguel no especial, e que em ‘Terra e Paixão’ vai interpretar sua mãe Jussara. O último trabalho da atriz na Globo foi nas últimas duas últimas temporadas da premiada série ‘Sob Pressão’, como a enfermeira Livia, produção da Globo e da Conspiração Filmes
Abaixo confira a entrevista com Barbara Reis:
Em quem se inspirou para interpretá-la? Como se preparou?
Aline é como eu. Eu e ela estamos em momentos parecidos, excluindo a parte trágica. A preparação ficou muito para o ao vivo, para o momento que cheguei no Mato Grosso do Sul, para as primeiras cenas. Quando pisei na terra, eu entendi quem era a Aline. Fora isso, foquei em aprender o sotaque, neutralizar o meu e colocar o R sutil da região.
O que ela traz de novo e de mais desafiador para você?
O contexto rural é a novidade. Ouvi muitos podcasts de tecnologia e inovação sobre o universo. O desafio é contar essa história juntando tudo o que ouvi sobre o assunto e torná-lo natural nessa jornada.
Quais são as principais questões que a Aline vai enfrentar na trama?
A constante sede de justiça que ela tem. Transformar o sonho do marido em legado para o seu filho. E o amor puro que ela sente por Daniel, filho do seu algoz.
E como estão sendo as gravações, o convívio com o elenco, o que você destaca que está sendo mais interessante nesse começo do trabalho?
Todo trabalho que começa com uma viagem já une toda a equipe. O clima não poderia ser melhor. Estamos empolgados e com amor nos olhos. O mais interessante para mim foi perceber a grandiosidade que é o “mar do soja” e como ela se transforma no decorrer dos dias: verde vender, depois amarela, e depois seca. Um ambiente mutável.
Qual a sua expectativa para este trabalho? Como você acha que o público vai receber sua personagem?
Como em todo trabalho vivo um dia de cada vez. Mas não posso negar que esse é o de maior relevância até hoje, e que carrego uma enorme expectativa no meu coração. Mas a Aline que vou entregar é uma mulher de verdade, simples, com sua vaidade, reta, sonhadora, e que tem a esperança como a fagulha de continuar a viver. Uma mulher que luta pelo seu, humana, e que vive as suas vontades.
Comente sobre a relação de Aline com Caio, Daniel e Jonatas.
Aline e Caio é aquela relação onde os limites são estabelecidos com muita tensão. Como se fosse um ímã com seu campo magnético, e partes atrativas se repelindo, mas no momento em que as partes atrativas se conectarem, ninguém solta mais. “Eu não quero, mas não consigo” A relação dos dois habita o campo sexual.Aline e Daniel é o amor escrito nas estrelas. O que aconteceu e não avisou que chegaria. Quando viu, já estava ali. Não passa pelo racional. É o coração quem fala. Construído na sinceridade, na verdade e na honestidade. Pureza. Aline e Jonatas é uma relação que permeia o fraternal, o racional. Aquela relação que você pode contar para tudo, sem esperar nada e está tudo bem. É o aprendizado. A gratidão profunda por quem sempre esteve ao lado, na alegria e na tristeza. Um possível amor, baseado na reconstrução e parceria .
Como foi o convite para atuar na novela?
Foi através de teste. Quando o produtor de elenco me ligou nem acreditei que seria um teste para a protagonista. Demorou a cair a ficha. Me preparei e fui. Senti que naquele dia estava potente, preparada, e sai muito confiante.
Como está sendo trabalhar o texto do Walcyr Carrasco e como tem sido a direção do Luiz Henrique Rios?
Está sendo incrível! O texto do Walcyr é direto. Não tem rubricas que indicam como devemos falar o texto. O que dá muita liberdade. Me sinto livre. O Luiz tem um olhar sensível para todos os atores. E sempre dá ricas indicações, que potencializam a cena em lugares fantásticos. Tem sido uma experiência diária muito enriquecedora, onde me sinto à vontade.
Qual o maior desafio desse trabalho?
Encarar o volume de cenas diário…estudar 20 cenas para o dia seguinte, filmar, voltar para casa e estudar mais 20 cenas para o dia seguinte, conciliar isso com a rotina, os exercícios físicos, a família…equilibrar esses tópicos é o maior desafio.
Como está sendo essa nova etapa profissional, como protagonista do horário nobre na Globo?
Eu estou extremamente feliz, segura. Me sinto preparada, com meus pés no chão. Cheguei até aqui através de muito trabalho, foco, determinação e esperança também. Mas sigo vivendo um dia após o outro e lembrando sempre de quem sou. É uma realização não só minha como da minha família, da minha mãe, de amigos que me acompanham desde criança fazendo teatro. Estou muito feliz.
‘Terra e Paixão’ é uma novela criada e escrita por Walcyr Carrasco. A obra é escrita com Márcio Haiduck, Vinícius Vianna, Nelson Nadotti e Cleissa Regina. A direção artística é de Luiz Henrique Rios com direção geral de João Paulo Jabur e direção de Tande Bressane, Jeferson De, Joana Clark, Felipe Herzog e Juliana Vicente. A direção de gênero é de José Luiz Villamarim e a produção é de Raphael Cavaco e Mauricio Quaresma.