Uma das principais referências da teledramaturgia brasileira, ‘O Rei do Gado’ está de volta no ‘Vale a Pena Ver de Novo’. Enquanto comemora o retorno de um de seus trabalhos de maior sucesso na TV, Patricia Pillar se despede de ‘A Favorita’, que termina na próxima sexta, dia 11, outro trabalho que marcou a carreira da atriz. “‘O Rei do Gado’ é uma novela lindíssima, um marco para a televisão e não poderia deixar de ter impacto semelhante na minha carreira. Além de toda a trama Mezenga x Berdinazzi, a questão dos trabalhadores sem-terra foi tratada de forma inédita e abriu os olhos de muita gente sobre a importância da reforma agrária. Acho que a novela contribui até hoje para esse debate”, pontua a atriz.
Sobre esta reexibição de ‘A Favorita’, Patricia conta que acompanhou de perto a repercussão nas redes sociais. “Foi uma delícia acompanhar uma nova geração conhecendo a Flora. O texto magistral do João Emanuel Carneiro trouxe uma ironia, uma graça para uma personagem tão má, e isso tem tudo a ver com a linguagem da internet atual. Hoje, a Flora é tema de diversos memes”, revela.
Em ‘O Rei do Gado’, Patricia vive a bóia-fria Luana, uma sobrevivente de um acidente que matou sua família, e que desconhece a própria origem. Ela desperta o amor do pecuarista Bruno Mezenga (Antonio Fagundes), que a emprega em uma de suas fazendas. Tratada com a dignidade e o carinho que nunca teve, Luana se encanta por Bruno, e os dois se envolvem numa forte história de amor.
Em entrevista, Patricia comenta mais sobre o trabalho em ‘O Rei do Gado’.
ENTREVISTA COM PATRICIA PILLAR
A Luana foi uma de suas personagens que mais repercutiram com o público. Até hoje você sente a repercussão desse trabalho?
Foi uma obra muito marcante. Benedito Ruy Barbosa, um autor com quem tive o prazer de fazer várias novelas, tem um texto brilhante, que me comove. Até hoje as pessoas me abordam para falar da novela e da personagem.
Relembre um pouco a trajetória da Luana e suas relações na trama, especialmente com o Bruno Mezenga (Antonio Fagundes).
Luana era uma mulher de poucas palavras e poucos amigos. Antes de conhecer o Bruno Mezenga, era mais próxima do casal sem-terra Regino (Jackson Antunes) e Jacira (Ana Beatriz Nogueira). Com o Bruno, vive um amor improvável, que a surpreende e a desperta para o seu próprio passado.
Como foi a construção para viver uma trabalhadora do campo?
Durante 15 dias morei em uma casa bem simples e convivi de perto com os boias-frias. Era preciso acordar por volta das 4h da manhã para ir trabalhar. Com eles aprendi a cortar cana e acompanhei toda uma rotina de luta e muito trabalho em condições precárias. Quando nos aproximamos de uma realidade diferente da nossa, a gente aprende a amar e a respeitar aquelas pessoas, criando a empatia necessária para compreender e construir a personagem.
Qual a cena ou sequência mais te marcou em ‘O Rei do Gado”?
A cena em que a Luana encontra o Bruno, que estava desaparecido. Foi emocionante para todos os atores que estavam envolvidos: Stênio (Garcia), Fabio Assunção e para o próprio Fagundes.
De que forma essa novela marcou sua carreira e também o que ela representou para o país na época – com todas as questões que levantou – na sua opinião?
‘O Rei do Gado’ é uma novela lindíssima, uma referência até hoje. Foi um marco para a televisão e não poderia deixar de ter impacto semelhante na minha carreira. Além de toda a trama Mezenga x Berdinazzi, a questão dos trabalhadores sem-terra foi tratada de forma inédita e abriu os olhos de muita gente sobre a importância da reforma agrária. Acho que a novela contribui até hoje para esse debate.
‘A Favorita’ está chegando ao fim no ‘Vale a Pena Ver de Novo’. Como sentiu a repercussão agora?
Foi uma delícia acompanhar uma nova geração conhecendo a Flora. O texto magistral do João Emanuel Carneiro trouxe uma ironia, uma graça para uma personagem tão má, e isso tem tudo a ver com a linguagem da internet atual. Hoje, a Flora é tema de diversos memes.
De volta a partir desta segunda, 07 de novembro, no ‘Vale a Pena Ver de Novo’, ‘O Rei do Gado’ tem autoria de Benedito Ruy Barbosa, com colaboração de Edmara Barbosa e Edilene Barbosa, e direção geral e de núcleo de Luiz Fernando Carvalho. Direção de Luiz Fernando Carvalho, Carlos Araújo, Emilio Di Biasi e José Luiz Villamarim.