Os dias de José Lucas (Irandhir Santos) na tapera estão contados, e quem vai buscá-lo é seu próprio irmão, Joventino (Jesuita Barbosa). Quem está esperando por um embate daqueles entre os dois vai continuar esperando. O marido de Juma (Alanis Guillen) não o tira de lá para contestar seu lugar ao lado da esposa. Ele vai a pedido de José Leôncio (Marcos Palmeira) quando este é surpreendido pelo retorno de Érica (Marcela Fetter) à fazenda, ao lado do pai, o deputado Ibraim (Dan Stulbach), que diz estar ali para resolver uma questão criada pelo filho mais velho do fazendeiro.
Ibraim é deputado federal. Um homem charmoso, vaidoso, mas também inescrupuloso. Decide ir ao Pantanal ao saber que sua filha Érica está grávida de José Lucas. Ela é noiva de um político de seu partido e Ibraim acredita que a notícia da traição e da gravidez afetaria sua imagem diante de seus eleitores. Embora chegue empenhado em convencer José Lucas a persuadir sua filha para interromper a gravidez, muda seus planos ao conhecer mais de perto a família Leôncio. As cenas vão ao ar a partir desta quinta-feira, dia 4.
Na entrevista abaixo, Dan comenta sua participação na novela e fala sobre os bastidores e o seu personagem.
Como foi receber o convite para esta participação em Pantanal?
Foi maravilhoso receber esse convite. Primeiro porque a novela é um grande sucesso, tem tido esse alcance formidável. E pelo o que ela diz também, pela maneira como ela é escrita, muito humana, verdadeira e bonita. Pelo personagem, que traz questionamentos e tem desafios. Reencontros com pessoas que admiro e gosto, como o Marcos Palmeira, com quem eu fiz ‘Esperança’; com a Bel Teixeira, com quem fiz temporada de teatro; Dira Paes, com quem também estive no teatro; com Loreto, que já foi meu filho. E encontrar com pessoas que eu não conhecia pessoalmente, mas que eu já admirava, como o Irandhir, com quem eu tenho muitas cenas. Então, você quer fazer parte disso, de algo que está acontecendo, que é tão forte, poderoso, e artisticamente tão interessante. A gente se move por desafios, projetos e ideias assim.
Você já assistia à novela? Tinha conhecimento sobre a trama?
Sim. Eu lembrava da outra versão, de algumas cenas, atores, eu lembro do impacto do que ela dizia. E agora da mesma maneira, tem essa força, esse poder, mobiliza tanta gente. Você quer entender, ver e ser impactado por isso também. E fui. Por diversas cenas, diversos momentos da novela me emocionaram, sem saber que eu trabalharia nela ainda. E também pela equipe, pelas pessoas envolvidas. Eu conheço especialmente a equipe de direção, com quem eu já trabalhei. Eu conhecia bem a trama, lembro bem, sei bem, mas especificamente não me lembrava do Ibraim. Ainda bem, vi uma ceninha só da primeira versão quando fui chamado, mas parei de ver para não ser influenciado.
Como estão sendo as gravações? Algo curioso a relatar dos bastidores?
Tem sido muito legais e positivas, eu fui muito bem recebido. Minhas primeiras cenas foram no Pantanal. Eu brinco que fui recebido pelo prefeito, que é o Marquinhos Palmeira. Talvez não seja uma curiosidade, mas uma característica de trabalho assim. Trabalhos de sucesso são feitos por pessoas e é muito bonito quando elas são merecedoras desse sucesso. E você entende que esse sucesso é construído no trabalho, pela qualidade do texto, da direção, da atuação, mas também pelo relacionamento e pela questão humana. Fui recebido pelo Marquinhos de braços abertos e vi esse cara, que é o protagonista da novela, querendo que as pessoas fiquem bem, que a energia flua de modo positivo. Depois disso, a Bel Teixeira. Conheço a Bel há tanto tempo, estou tão feliz pelo sucesso merecido que ela está tendo de forma mais popular, porque o sucesso na crítica ela sempre teve. Conhecia o Almir, que já fui em show, e encontrei Gabriel tocando num canto, ele é de uma gentileza. Tem essa alegria nos bastidores. É um clima verdadeiro, que passa para quem está assistindo em casa.
Quem é Ibraim? O que o público pode esperar com sua chegada?
É um homem inteligente, capaz, autocentrado, egoísta, que vê o mundo e as pessoas através das lentes da política, que é sua profissão, que ele escolheu não para mudar o mundo, mas para satisfazer seu ego, melhorar seu capital, suas relações. É muito vaidoso, insensível ao outro, muito sensível às suas carências. Um homem que sabe articular, charmoso e sabe cativar. Uma das coisas mais interessantes de fazer um personagem assim é deixar suas críticas de lado. Fazer com que ele não tenha culpa de seus defeitos, que ele chegue inteiro, forte, cativante, ambíguo para quem ver. Porque aí sim o público vai ter seu juízo sobre o que ele faz. Não importa se eu votaria nele ou não, mas as questões que esse personagem pode provocar. Ter a coragem de mostrá-lo como ele é.
‘Pantanal’ é escrita por Bruno Luperi, baseada na novela original escrita por Benedito Ruy Barbosa. A direção artística é de Rogério Gomes e Gustavo Fernandez, direção de Walter Carvalho, Davi Alves, Beta Richard, Cristiano Marques e Noa Bressane. A produção é de Luciana Monteiro e Andrea Kelly, e a direção de gênero é de José Luiz Villamarim.