Na próxima semana, ‘Pantanal’ chega ao seu capítulo 100 e inúmeros acontecimentos inesperados terão início com o casamento de Juma (Alanis Guillen) e Jove (Jesuita Barbosa), e Muda (Bella Campos) e Tibério (Guito). A celebração em si, aliás, já vai trazer muitas surpresas. Tudo começa quando o padre (Cacá Amaral) chega antecipadamente à fazenda de José Leôncio (Marcos Palmeira) para conhecer os noivos, e descobre que Juma não é sequer batizada. Apesar de toda a confusão que encontra por lá, o padre fica muito tocado com o amor que enxerga nos quatro noivos, o que faz com que ele se sinta à vontade para realizar a cerimônia.
Acontece que, embora ame de verdade Jove, Juma não entende bem o porquê de toda aquela festança. Assustada, já maquiada e com seu vestido de noiva, ela foge bem na hora que todos já estão no altar. No rio, ela encontra com o Velho (Osmar Prado), que a convence a voltar dizendo que Jove nunca quis prendê-la e que ele, o Velho, estará ao seu lado o tempo todo. Na hora da cerimônia, todos ouvem um som forte de berrante. Trata-se do Velho do Rio, mostrando não só a Juma, mas também ao filho, José Leôncio, que está presente.
Há ainda outras curiosidades, até mesmo sobre o vestido de Juma e Muda, e quem conta sobre elas é a figurinista de Pantanal, Marie Salles.
Como se deu a escolha do vestido de noiva de Juma? O que levou em consideração?
Eu queria um vestido que remetesse a algo da natureza, que fosse mais rústico. Conheci a Jacqueline Chiabay, que faz um trabalho de tricô com fitas de sobra de couro. E aí nós, juntas, desenvolvemos esse vestido, que é todo feito em crochê de couro, com fitas de couro natural. É uma trama de tricô e crochê intercaladas , feitas com as tiras dos retalhos de couro cortadas manualmente. Essa sobra de couro vem de um projeto social de áreas rurais, que é bem interessante. Assim como tantos outros produtos desenvolvidos a partir do reuso de couro proveniente da indústria brasileira do vestuário, o vestido da Juma faz parte de um projeto de produção coletiva e cooperada envolvendo mulheres artesãs de comunidades rurais do entorno do ateliê de Jacqueline e de várias outras localidades do Espírito Santo. Parte dessa produção no corte manual das tiras das aparas de couro também é destinada a trabalho e renda como forma de ressocialização a mulheres egressas do sistema prisional, que fazem parte de um projeto chamado Novas Marias. O propósito desse projeto é a sustentabilidade do início ao fim do processo: além da Jacqueline e sua equipe prolongarem a vida útil desta matéria-prima, o couro de caprino de abate – que é descartada erroneamente, podendo ser muito prejudicial para o meio ambiente –, elas o transformam em objetos de decoração e de moda, cheios de conteúdo e com a verdadeira humanização do vestir e do usar, através do fazer artesanal. Este projeto eco social foi idealizado e é coordenado há mais de 30 anos pela Designer e Estilista Jacqueline Chiabay.
Ela usará que acessórios no dia do casamento?
O único acessório que ela usa e que vai deixar de lado depois, por querer estar o mais livre possível, é um arranjo de flores secas. A gente quis faze-la toda com flores secas, com sobras de couros, mas no dia do casamento ela não usa porque vai tirar o arranjo, tirar os sapatos e casar descalça.
O traje do Jove vai combinar com o dela de alguma forma? O que o dele irá mostrar?
Ele vai casar a caráter, como um pantaneiro, com guaiaca e faixa pantaneira. A diferença é que ele vai casar todo de ocre, que são as cores do avô Joventino, e de brim, com uma jaqueta. Eles vão dar um para o outro uma pena de uma ave que nós achamos no chão, no Pantanal, e levamos para as gravações.
Sobre o vestido da Muda, o que você poderia nos contar?
Quanto à Muda, eu queria que fosse feito por costureira, que desse a impressão de um vestido feito manualmente. Então fiz tudo na costura, com a contramestra e as costureiras dos Estúdios Globo, da produção de figurino. São dois tecidos, um transparente com textura, e um tecido floral, embaixo. Quando ela anda, esse tecido floral aparece, com estampas bem miúdas. E na cabeça ela tem também uma guirlanda de flores secas, nas cores rosa, lilás, que acompanham a estampa do vestido. Ela só usa essa guirlanda como acessório. Importante falar que o vestido da Muda e a guirlanda foram feitos nos Estúdios, pela produção de figurinos, que é a costura, e pela equipe de adereços.
‘Pantanal’ é escrita por Bruno Luperi, baseada na novela original escrita por Benedito Ruy Barbosa. A direção artística é de Rogério Gomes e Gustavo Fernandez, direção de Walter Carvalho, Davi Alves, Beta Richard, Cristiano Marques e Noa Bressane. A produção é de Luciana Monteiro e Andrea Kelly, e a direção de gênero é de José Luiz Villamarim.