Candoca (Isadora Cruz) traz toda a doçura da juventude, mas também carrega a força do Sertão dentro de si. Criada pela mãe, Dodôca, a professora de Canta Pedra está sempre atenta ao que acontece na cidade e pronta para defender qualquer injustiça. Essa personalidade marcante gera, é claro, alguns conflitos. Um de seus desafetos é o prefeito Sabá Bodó (Welder Rodrigues), que vive tendo suas ações questionadas pela professora.
Mas o amor também está presente na vida de Candoca. Noiva de Zé Paulino (Sérgio Guizé), por quem é completamente apaixonada, ela sonha com o dia em que os dois finalmente subirão ao altar. No incío da trama, os preparativos para o grande momento ocupam a vida da professora. Ao lado dela, acompanhando toda essa felicidade, estão suas amigas inseparáveis Lorena (Mariana Sena) e Labibe (Theresa Fonseca).
As três estão sempre juntas, nas alegrias e nas tristezas. Lorena e Labibe também serão o alicerce da jovem quando Zé Paulinho sofrer um acidente e for dado como morto. Lorena é sobrinha do Padre de Canta Pedra, Zezo (Nanego Lira). Ela já foi casada e vive sonhando com um novo marido. Já Labibe aguarda sem muita fé o seu príncipe encantado. Ela foi prometida pelo pai, Zahym (César Ferrario), a um sheik, o que considera uma grande esquisitice.
‘Mar do Sertão’ é uma novela criada e escrita por Mario Teixeira com direção artística de Allan Fiterman. A obra é escrita com Marcos Lazarini, Claudia Gomes e Dino Cantelli, e com colaboração de Carol Santos. A direção geral é de Pedro Brenelli com Bernardo Sá, Natália Warth e Rogério Sagui. A produção é de Silvana Feu e a direção de gênero de José Luiz Villamarim.
ENTREVISTA COM ISADORA CRUZ
Como você definiria a Candoca?
Candoca é uma “paraibana arretada da peste” que não espera por ninguém, que segue seu coração e seus instintos, independente, livre, feminista, corajosa, que vive para ajudar as pessoas, que ama e protege os animais e a natureza. Ela traz questionamentos sociais importantes, como a displicência com a natureza e com o próximo e as desigualdades desse país que são ainda mais evidentes no Sertão. Candoca começa na primeira fase da novela como professora, uma profissão tão honrável que prepara os jovens, o futuro de um país, e na segunda fase da novela, vira médica, que literalmente salva vidas o tempo inteiro. Ela é caridosa e justa, movida pelo amor, pela humildade e pela solidariedade. Sua narrativa não depende dos homens, ela trilha sua própria história. Ela é uma mulher de ação, que não pensa nem pondera muito, só faz, só sente e age – às vezes até por puro impulso e, por isso, vive em constante movimento e transformação.
Como você construiu a personagem?
É um trabalho constante, diário, de grandes transformações. Assisto a muitos filmes como referência, estou lendo alguns livros que me inspiram e tentando encontrá-la no meu íntimo e nas minhas próprias vivências, porque Candoca é muito parecida comigo, eu dou muito de Isadora pra Candoca e ela me ensina muito também sobre mim. É uma relação simbiótica que vou vivendo com muita intensidade, verdade e entrega. Renovo o olhar e a minha percepção da personagem a cada dia. Cada cena é uma peça do quebra-cabeça que vai se montando, e vou mergulhando cada vez mais nesse universo que está sendo construído.
Você passou um tempo gravando a novela no sertão e agora os trabalhos seguem no Rio de Janeiro. O que você destaca das gravações até agora?
Foi muito especial começar pela viagem no Nordeste porque nos imbuímos da energia mágica do Vale do Catimbau e de Piranhas, que nos inspirou muito e me ajudou na chegada da personagem. Tomei banho no Rio São Francisco e me senti “batizada” de Candoca pelas águas. Todos nós, do elenco e da equipe, ficamos mais íntimos e unidos, foi super importante para nosso entrosamento em geral. É essencial que a gente crie esse vínculo porque acabamos passando mais tempo com os nossos colegas de trabalho do que com os nossos amigos e família, então, eles viram sua família pelo período da novela. A nossa cidade cenográfica vai ser inspirada no centro histórico de Piranhas, foi emocionante chegar lá e ver tudo aquilo vivo e funcionando, ver que Canta Pedra realmente existe no Brasil.
Como é para você, paraibana, ver o nordeste tão representado em uma novela – na trama e no elenco?
Fico cheia de esperança ao ver essa celebração da diversidade do povo brasileiro que é a nossa maior riqueza! Para mim é uma honra poder representar o Nordeste, a Paraíba, João Pessoa, através de uma personagem tão forte. Sempre tive muito orgulho de ser paraibana. Sempre soube que é da Paraíba, das minhas origens, da minha raiz, que vem a minha força e é a base de quem eu sou verdadeiramente.
Que mensagem você espera que a história de Candoca traga para o público?
Eu espero poder passar uma mensagem de amor através de Candoca. Amor ao próximo, ao planeta, aos animais, à natureza. Ela salva a vida de uma cabra e de um cavalo que vão ser mortos, ela exige um estudo do impacto ambiental quando vão construir uma represa na cidade… ela defende causas que são muito importantes pra mim, Isadora, e que ao meu ver, são cruciais para que a gente possa viver em harmonia e evoluir juntos. Apesar de viver uma história de amor linda, o que move a vida dela é a caridade, é contribuir para uma realidade melhor e ajudar as pessoas a terem uma vida mais digna apesar das condições tão precárias do Sertão. Mas, embora o sertão esteja sempre ligado à seca, gostaria de deixar registrado que os corações dos sertanejos transbordam de vida, acolhimento e carinho.