Quando o resgate de uma fórmula secreta e uma morte inesperada entrelaçam os destinos dos dublês Pat (Paolla Oliveira) e Moa (Marcelo Serrado), da empresária Clarice Gusmão (Taís Araujo) e do instrutor de parkour Ítalo (Paulo Lessa), a coragem de todos é posta à prova. Em todos os sentidos. Superar obstáculos e desvendar os mistérios que estão por vir é o fio condutor da história que será apresentada em ‘Cara e Coragem’, próxima novela das sete da TV Globo, que estreia dia 30 de maio.
Coragem é coração em ação. E quando o assunto é coragem, Pat e Moa são referências dentro e fora dos sets de filmagem. “O universo da novela é o dos dublês, mas a temática é a da coragem em todos os campos das nossas vidas”, explica a autora Claudia Souto. “Desde a micro coragem, como romper uma relação na sua vida particular, a coragem para mudar de emprego; até a macro coragem que é fazer do risco a sua profissão, no caso dos dublês”, finaliza Claudia. “É uma comédia romântica de ação. Assim como o dublê é a outra face do ator, os personagens da história também têm dois lados”, completa a diretora artística Natalia Grimberg.
A adrenalina provocada pelas cenas de saltos, rapel, pulos e alta velocidade não costuma intimidar a dupla, que corta um dobrado para garantir o pagamento dos boletos no final do mês. São heróis também na vida real. Além de tudo, a parceria entre eles ultrapassa a ficção. Uma paixão velada e recíproca os une ainda mais, apesar de nenhum dos dois admitir.
Se nas telas nem tudo é o que parece, essa dualidade também está presente na trama por meio de personagens como Clarice Gusmão (Taís Araujo), diretora da SG, a Companhia Siderúrgica Gusmão. Entusiasta dos avanços científicos, Clarice é a maior incentivadora do departamento da empresa dedicado à pesquisa, comandado por Jonathan Azevedo (Guilherme Weber), que desenvolveu uma fórmula secreta à base de magnésio.
A descoberta revolucionária pode ser adotada tanto na medicina avançada para salvar vidas, quanto na indústria bélica para beneficiar a produção de armas, dependendo apenas de uma pequena modificação. Empresária bem-sucedida, Clarice tem um lado que pouca gente conhece e sequer imagina. Ela mantém um romance secreto com Ítalo (Paulo Lessa), seu ex-segurança e grande amor de sua vida, que hoje trabalha como instrutor de parkour. A coragem para assumir uma paixão muitas vezes é posta à prova para alguém que sempre agiu com discrição na vida pessoal. Segredos bem guardados e a existência de uma sósia permeiam a trajetória da empresária. Apesar da semelhança física com Clarice, a massoterapeuta Anita (Taís Araujo) é bem diferente no seu jeito popular e despachada de ser. E sua aparição pode ser a chave para decifrar inúmeras questões.
Os caminhos de Pat, Moa e Clarice se cruzam quando a empresária contrata os dublês para a missão de encontrar a pasta que contém a pesquisa sobre a fórmula secreta criada por Jonathan. Apesar do perigo da vida real, a dupla vê nessa proposta a chance de sair do aperto financeiro e conseguir conforto maior para suas famílias. Pat é casada com Alfredo (Carmo Dalla Vecchia) e mãe de Gui (Diogo Caruso) e Sossô (Alice Camargo). Já Moa é pai solo de Chiquinho (Guilherme Tavares) desde quando Rebeca (Mariana Santos) deixou a criança após a separação do casal.
Objeto desejado por muitos, a fórmula secreta mobiliza também o ambicioso Leonardo (Ícaro Silva), irmão de Clarice, que conta com a ajuda da amante Regina (Mel Lisboa), assessora de Clarice na SG, e com a parceria do empresário Danilo (Ricardo Pereira), todos com grande interesse comercial na descoberta e suspeitos de terem hackeado parte dos arquivos.
Mas, para Pat e Moa, missão dada é missão cumprida. Não tem tempo ruim para eles. Após enfrentarem uma verdadeira jornada, os dois encontram a pasta, mas logo em seguida descobrem que Clarice está morta. Sem conseguir a recompensa pelo trabalho e tendo em mãos a pesquisa que vale milhões, a dupla inicia uma investigação paralela para saber o que de fato aconteceu com Clarice e quem teria interesse na fórmula. Ítalo se junta a Pat e Moa para investigar a morte da empresária. Ele também entra na sociedade da Coragem.com, uma nova agência de dublês, que ainda terá Rico (André Luiz Frambach) como um dos sócios. E nessa caminhada, que exige coragem e determinação, eles descobrirão muitos outros segredos.
‘Cara e Coragem’ é uma comédia romântica de ação embalada por aventura e mistérios. Criada e escrita por Claudia Souto com direção artística de Natalia Grimberg, a obra é escrita com Isadora Wilkinson, Julia Laks e Zé Dassilva. A direção geral é de Adriano Melo com direção de Oscar Francisco, Cadu França, Mayara Aguiar e Matheus Malafaia. A produção é de Mônica Fernandes e a direção de gênero é de José Luiz Villamarim.
Ação e coragem em sintonia com a vida real
Equilibrar trabalho e família é missão árdua para muitas pessoas. Com Pat (Paolla Oliveira) e Moa (Marcelo Serrado) não é diferente. No começo da história, os dois dão expediente na Êxito Dublês, de propriedade de Armandinho (Rodrigo Fagundes). Na agência, também atuam Kaká Bezerra (Kaysar Dadour), dublê que gosta de disputar com Moa a escalação nos trabalhos de publicidade e comerciais, e Batata (Diogo Savala), assistente de Armandinho, que sabe que pode contar com Moa e Pat para os trabalhos mais arriscados, já que tem em sua equipe a melhor dupla de dublês do mercado, mas é ‘mão fechada’, o que acaba criando vários embates entre eles.
Casada com Alfredo (Carmo Dalla Vecchia), um talentoso ilustrador e desenhista, Pat se dedica aos trabalhos como dublê, enquanto Alfredo é o dono de casa, que alterna os afazeres domésticos com o trabalho home-office. É ele quem cozinha, leva os filhos do casal, Gui (Diogo Caruso) e Sossô (Alice Camargo), para a escola, e arruma a casa. Pat nutre verdadeira admiração pelo marido e os dois se dão muito bem. Alfredo tem uma doença desconhecida, o que causa grande preocupação em todos da família. Sempre atenta aos cuidados com a saúde do marido, Pat se empenha para conseguir acompanhá-lo nas consultas médicas e receber um diagnóstico mais preciso para que ele fique curado.
Da mesma forma que a dublê é dedicada à família, Moa também se mostra um verdadeiro paizão de Chiquinho (Guilherme Tavares). Ele é apaixonado por Pat, mas não tem coragem de trair a amizade de Alfredo. Prefere não se declarar para a parceira e foca suas energias no trabalho e na criação do filho, desde quando Rebeca (Mariana Santos), a ex-mulher, deixou a criança com Moa após a separação do casal. A relação conturbada com Rebeca tem um motivo a mais: Moa foi duplamente traído pela ex-mulher, que o trocou por Danilo (Ricardo Pereira), seu ex-melhor amigo, e sumiu. Rebeca e Danilo foram morar no exterior e, agora de volta ao Rio de Janeiro, ela está disposta a recuperar o tempo perdido. Quer se reaproximar do filho, iniciar uma relação com Chiquinho e lutar pela guarda da criança por acreditar que sua ótima condição financeira pode proporcionar uma vida melhor para o menino.
A possibilidade de perder a guarda de Chiquinho é uma das poucas coisas que desestabilizam Moa. O dublê ainda conta com uma rede de apoio nos cuidados com o filho. O pai, Milton (Anselmo Vasconcelos), dono de uma padaria em Paquetá, e a tia Adélia (Ivone Hoffmann), guia de turismo também na ilha, dão suporte quando Moa precisa trabalhar. E é para tentar dar um alívio nas finanças e levantar uma boa grana, que Pat e Moa aceitam a proposta da empresária Clarice Gusmão (Taís Araujo).
Uma fórmula secreta e a missão ‘quase’ impossível
Clarice Gusmão (Taís Araujo) é uma empresária bem-sucedida e presidente da Siderúrgica Gusmão, a SG, que leva o sobrenome de sua família. Desde a morte do pai há alguns anos, ela assumiu o posto e comanda com competência o bem maior do clã Gusmão. A mãe, Martha (Claudia Di Moura), sempre foi avessa aos negócios e passa longas temporadas no exterior curtindo a vida na companhia do namorado, o bon vivant Vini (Sergio Loroza). Martha tem confiança absoluta na competência de Clarice, mas o sucesso da empresária acaba despertando a inveja de Leonardo (Ícaro Silva), o irmão caçula de Clarice.
Ambicioso, Leonardo quer bem mais do que o cargo de diretor da siderúrgica e sonha em ocupar a presidência da empresa. A interesseira Regina (Mel Lisboa), assessora de Clarice na siderúrgica, é sua maior incentivadora. Os dois mantêm um caso amoroso que chega a ser descoberto pela empresária. Os embates entre os irmãos Gusmão são inúmeros.
Por diversas vezes, Leonardo já traiu a confiança da empresária e mais que isso: colocou em risco o patrimônio da família. Ele vê na oportunidade de comercializar a fórmula secreta, desenvolvida por Jonathan Azevedo (Guilherme Weber), um meio de enriquecer sem precisar da boa vontade de Clarice. Para isso, ele resolve se aliar a Danilo (Ricardo Pereira).
Os dois conseguem hackear parte da fórmula à base de magnésio dos arquivos da empresa, mas a operação é suspensa quando a invasão cibernética é identificada. Em mãos erradas, a fórmula com pequenos ajustes pode ser fatal, gerando grande destruição. A ameaça faz Clarice redobrar os cuidados. Ela manda apagar todos os arquivos de nuvens e HDs e opta por guardar a fórmula da forma mais tradicional: os documentos são impressos e conservados numa pasta com sensor de localização. Após um incidente provocado propositalmente por Leonardo, a pasta com a fórmula fica perdida numa caverna, num lugar inóspito. Depois de comprovar as habilidades de Pat (Paolla Oliveira) e Moa (Marcelo Serrado) durante a gravação de um comercial para a SG, Clarice tem a ideia de contratar a dupla de dublês para resgatar a pasta com a fórmula. Ela exige sigilo total e oferece uma alta recompensa compatível com o risco que os dois vão correr. A missão ‘quase’ impossível é o que ligará os destinos de Clarice a Pat e Moa.
O trágico fim da paixão de Clarice e Ítalo
Clarice (Taís Araujo) sempre foi destemida nos negócios. Enfrentou barreiras por assumir muito jovem a Siderúrgica Gusmão, mas soube conduzir os trabalhos com muita autoridade. A coragem que lhe sobra como empresária, faltou na vida pessoal ao se apaixonar por seu segurança, Ítalo (Paulo Lessa). A atração entre os dois começou quando o profissional foi contratado para atender exclusivamente à empresária. O excesso de zelo e comprometimento com a segurança de Clarice por parte de Ítalo resultou em muitos desentendimentos, crises de ciúmes e na demissão do profissional. Mas o tempo não foi capaz de amenizar a paixão que um sentia pelo outro e, desde que Clarice decidiu dar uma segunda chance a esse relacionamento, os dois voltaram a ficar juntos, se encontrando às escondidas.
Clarice e Ítalo nunca assumiram o romance. Após a demissão como segurança, Ítalo mudou de ramo e passou a se dedicar ao parkour, atuando como instrutor e direcionando a sua capacidade para ensinar aos alunos técnicas de treinamento, que permitem ultrapassar obstáculos de forma rápida e segura através de saltos e manobras de velocidade apenas com as habilidades do corpo. Ainda assim sempre demonstrou preocupação com a segurança de Clarice, que desde então se recusou a contratar outro profissional para substituí-lo.
Mas é justamente quando os dois decidem que é o momento de assumir o relacionamento, que uma tragédia põe fim ao sonho do casal: Clarice aparece morta na Lagoa Rodrigo de Freitas, Zona Sul do Rio. Destruído emocionalmente, Ítalo reúne forças para iniciar uma investigação por conta própria e descobrir o que ou quem provocou a morte de seu grande amor. Ao lado de Pat (Paolla Oliveira) e Moa (Marcelo Serrado), ele terá de demonstrar coragem para encarar verdades e desvendar os mistérios que rondam Clarice Gusmão.
Anita: a sósia que surge para confundir
O mistério em torno da morte de Clarice (Taís Araujo) não é o único ponto de interrogação na vida da empresária. Independente e discreta, Clarice costumava ter hábitos e destinos desconhecidos. Era comum, por exemplo, escapar no meio da tarde durante o expediente na Siderúrgica Gusmão e usar, com frequência, o mesmo terninho cor laranja com sua calça estilo ‘pantacourt’, modelo em que o comprimento midi, entre o joelho e a canela, deixava à mostra uma tatuagem tribal no tornozelo esquerdo.
Após a sua morte, nas investigações comandadas pelo inspetor Paulo (Fernando Caruso) e, mais tarde, pela delegada Marcela (Julia Lund), que assume o caso, começam a surgir relatos incoerentes sobre lugares frequentados por Clarice e um estilo de vida que não correspondia aos hábitos da empresária. Há, desde imagens de câmeras do elevador do prédio de Clarice até registros da filha de Martha (Claudia Di Moura) numa colônia de pescadores no entorno da Lagoa durante uma discussão acalorada com o pescador Samuel (Alejandro Claveaux).
A confusão é causada pela existência de Anita (Taís Araujo), uma sósia de Clarice. Massoterapeuta, ela é popular e despachada. Fala alto, gesticula muito e gosta de frequentar as rodas de samba da cidade. Sua beleza chama a atenção por onde passa. Anita tem um passado misterioso e esconde segredos sobre a noite da morte da empresária. E quando os noticiários da TV e internet repercutem a morte de Clarice, a figura de Anita fica ainda mais em evidência. Pessoas que conheciam ou conviviam com a empresária se assustam com a semelhança física num primeiro momento, mas logo concluem que é um caso de sósias. Apesar dos pontos em comum, há diferenças reais como o tipo de cabelo, cor dos olhos, além do próprio jeito de ser, completamente diverso. O fato é que Anita guarda o principal segredo da história. Ele será desvendado ao longo da trama tanto pelos personagens quanto pelo público, num quebra-cabeça coletivo.
O trio de vilões e a fórmula como alvo
A ambição é o que move Leonardo (Ícaro Silva), o irmão mais novo de Clarice (Taís Araujo). Emocionalmente instável, ele não aceita ser contrariado e muito menos receber ordens da empresária. Quando Clarice descobre atitudes suspeitas e falhas de conduta de Leonardo dentro da Siderúrgica Gusmão, a relação entre os irmãos azeda de vez. A rivalidade entre os dois na condução dos negócios é incentivada por Regina (Mel Lisboa), assessora de Clarice e amante de Leonardo. É ela quem abastece Leo com informações privilegiadas e sobre os passos de Clarice dentro e fora da empresa. Ambiciosa, Regina vê nesta relação a oportunidade de dar uma guinada na vida e deixar para trás a origem humilde.
O terceiro vértice deste triângulo é Danilo (Ricardo Pereira). Igualmente ambicioso e extremamente estrategista, é ele quem dá as cartas e assume o papel de líder do grupo. Coragem para planejar a recuperação da pasta ele tem de sobra. Os três já conseguiram hackear parte da fórmula de magnésio, mas precisam do estudo completo para seguir com a negociação com empresários estrangeiros. Apesar da origem abastada, Danilo quer sempre mais. É o grande vilão da história. Sabe que a fórmula desenvolvida por Jonathan (Guilherme Weber) na SG pode ser o maior negócio de sua vida e vai investir na empreitada. Ao descobrir que Clarice contratou justamente Moa (Marcelo Serrado) e Pat (Paolla Oliveira) para resgatar a pasta com os documentos, Danilo acredita que não é apenas coincidência. O dublê é seu ex-melhor amigo e ex-marido de Rebeca (Mariana Santos), sua atual mulher e grande amor. Ela não se envolve nos negócios obscuros do marido, mas algumas vezes desconfia de que há algo estranho. Rebeca não dispensa a boa vida proporcionada pelo empresário, que tem prazer em realizar os pedidos da amada e vai apoiá-la na decisão de lutar na justiça contra Moa pela guarda de seu filho, Chiquinho (Guilherme Tavares).
Uma diva para Moa: o amor entre a atriz e o dublê
Incapaz de viver o amor que sente por Pat (Paolla Oliveira), Moa (Marcelo Serrado) resolve dar uma chance a um novo relacionamento, depois que Andréa Pratini (Maria Eduarda de Carvalho) se mostra interessada no dublê. Os dois se conhecem durante as gravações de um comercial para TV. Andréa Pratini é uma conhecida atriz de televisão e idolatrada por seus fãs. Diva, está sempre impecável e tem fama de dispensar dublês para ela própria fazer suas cenas de ação, o que acaba provocando embates com Pat. Ao observar a performance de Moa, Pratini se encanta e o convida para sair. Além da oportunidade de engatar um romance, Moa também tem interesse em estreitar o relacionamento com a atriz depois que ele e Pat descobrem que há uma ligação entre Andréa Pratini e Clarice (Taís Araujo). É a oportunidade de conseguir alguma pista sobre o que teria acontecido com a empresária na noite de sua morte. Mas o namoro com uma famosa diva não será fácil.
Acostumada com o glamour e com a agenda de compromissos, Pratini vai surpreender o melhor amigo, Hugo Sá (Rafael Theophilo), ao confidenciar que está apaixonada pelo dublê. Hugo aconselha Pratini a ir com calma antes de tornar público o relacionamento temendo que a amiga queira viver apenas uma aventura amorosa. Mas à medida que o tempo passa, Andréa fica cada vez mais interessada por Moa, e Pat já não consegue disfarçar o ciúme de seu parceiro de trabalho.
Nem tudo é o que parece: a vida dupla de Duarte
Viver uma vida distante da própria realidade, experimentar o luxo e o prazer de frequentar as melhores festas e restaurantes mais badalados da cidade mesmo sem ter um tostão no bolso. É possível? Para Duarte/Bob Wright (Kiko Mascarenhas) significa a arte de desfrutar do bom e do melhor na prática. O dia a dia dele é como ‘faz-tudo’ na companhia de dança vertical de Olívia (Paula Braun). No local, ele é faxineiro, atendente e ainda quebra um galho quando alguém precisa de serviço extra. Faz diariamente o trajeto Paquetá/Rio de barca e vive a quilômetros de distância da Zona Sul do Rio.
Duarte já foi um falso ex-professor de inglês e na infância começou a ter contato com a história da arte, etiqueta e boas maneiras quando sua mãe passou a trabalhar na casa de um embaixador americano. A persona Bob Wright criada por Duarte surgiu por acaso há alguns anos, em Buenos Aires. Foi lá que ele conheceu Gustavo (Marcelo Valle), empresário brasileiro, e os dois tornaram-se grandes amigos. Para Gustavo, marido da artista plástica Teca (Raquel Rocha) e pai de Rico (André Luiz Frambach), Bob Wright é um investidor, americano legítimo, e apaixonado pelo Brasil.
Grandes anfitriões, Gustavo e Teca apresentam Bob Wright para seu círculo de amigos e isso inclui o casal Danilo (Ricardo Pereira) e Rebeca (Mariana Santos). Desde o primeiro instante em que bate o olho naquele excêntrico americano, o faro de Danilo identifica que ali há algo estranho no ar. Como se um pilantra logo reconhecesse outro. E o segredo de Bob Wright começa a ficar ameaçado. Jéssica (Jeniffer Nascimento) é a única que conhece a vida dupla de Duarte. Melhor amiga e confidente, ela ‘atua’ como motorista particular do americano, um trabalho extra, e usa um dos carros da loja de locação do tio Robson (Zecarlos Moreno) para transportar o falso americano. Assim como Duarte, ela e o tio também vivem na ilha de Paquetá.
Jéssica se desdobra para que o tio não perceba os sumiços dela à noite, já que seu trabalho oficial é fazer o atendimento na agência de veículos, especialmente das noivas em busca do modelo ideal para o grande dia. Ela insiste para que Duarte acabe com a persona Bob Wright. Mas à medida em que o amigo se aproxima ainda mais do mundo dos ricos, fica mais difícil convencê-lo a se conformar com a dura realidade de Duarte, o faxineiro.
Jéssica e Duarte também estarão às voltas com o mistério da noite da morte de Clarice (Taís Araujo). Tudo porque os dois passavam pela Avenida Brasil, voltando para casa, e viram uma mulher com um carro popular no acostamento com o pneu furado. Jéssica decide ajudar a mulher. E quando o noticiário exibe fotos de Clarice Gusmão, Duarte tem a certeza de que a empresária era a pessoa em apuros na noite anterior. Será mesmo?
Coragem e beleza pelos ares com a dança vertical
O corpo na arquitetura e no espaço. A definição da dança vertical é sinônimo de muita técnica, força e equilíbrio. A rotina intensa de treinos na companhia de dança, que inclui técnicas de rapel, dança e acrobacias, é dirigida por Olívia (Paula Braun). Ex-bailarina, Olívia há anos se dedica a administrar a escola de dança localizada na Zona Sul do Rio de Janeiro. Ela sonha em deixar esse legado para a filha, Lou (Vitória Bohn), a principal bailarina da companhia. A carreira profissional de Lou se mistura à vida pessoal já que o relacionamento da jovem com Renan (Bruno Fagundes), o coreógrafo da companhia, interfere em todos os campos. Exigente com a disciplina dos bailarinos, ele também é autoritário e possessivo com a namorada, criando situações constrangedoras e incompatíveis para um ambiente de trabalho que lida com arte e alegria. Lou guarda um segredo: é irmã de Pat (Paolla Oliveira) por parte de pai.
A bailarina é fruto de um relacionamento extraconjugal de Olívia com Joca (Leopoldo Pacheco), pai de Pat e marido de Nadir (Stella Maria Rodrigues). Ainda assim, Lou admira Pat e as duas se tornarão grandes amigas. A bailarina acaba se aproximando por acaso da dublê, mas sem revelar o parentesco. Com o passar do tempo, ela desiste de contar a verdade e avalia melhor as consequências de expor esse segredo de família. A relação péssima e às escondidas com o pai, Joca, segue paralelamente. Batalhadora e corajosa, ela sente-se preterida por nunca ter sido reconhecida como filha.
Se não bastasse a situação com Joca, Lou ainda precisa contornar as brigas e as exigências de Renan, que é linha-dura também com os alunos. Ísis (Mika Makino) e Lucas (Igor Fernandez) compõem o time. Ísis, inclusive admira Renan e sonha em conquistar o lugar de Lou como solista principal. O coreógrafo ainda tem outra fã: Jéssica (Jeniffer Nascimento), que tem um amor platônico pelo coreógrafo. Para tentar uma aproximação com o rapaz, ela planeja se matricular na companhia mesmo que a dança não seja a sua maior motivação.
Novos caminhos com a Coragem.com
Se o coração de Moa (Marcelo Serrado) está buscando uma direção de pouso seguro, os negócios também começam a andar na mesma direção. Depois de muitos anos como empregado, Moa e Pat (Paolla Oliveira) finalmente conseguem pôr em prática um antigo sonho: abrir a própria agência de dublês. E quando encontram um sócio investidor com a mesma garra, eles decidem que o momento é agora. Rico (André Luiz Frambach) é um ex-campeão de surfe e conhecido atleta de esportes radicais. Já ganhou diversos títulos e notoriedade na carreira, mas com o passar dos anos, o esporte não representa mais a grande paixão. Sempre incentivado pelos pais, Gustavo (Marcelo Valle) e Teca (Raquel Rocha), Rico nunca teve grandes dificuldades para conseguir patrocínio para investir em seus projetos. Mas quando ele avisa que quer mudar os rumos de sua vida, os pais são contra a ideia.
Desde que conhece Pat e Moa, Rico sente que a profissão de dublê é o seu futuro profissional. Como já tem habilidades com esportes radicais, entre eles o flyboard, o rapaz é convocado para substituir Moa na gravação de um comercial, depois que o nosso veterano dublê desloca o ombro. É o teste final que ele precisava para provar que tem a garra e a juventude que Pat e Moa buscam para formar uma equipe completa.
Ítalo (Paulo Lessa), instrutor de parkour e ex-segurança de Clarice (Taís Araujo), forma o quarteto da Coragem.com, a agência de dublês que entra no mercado para concorrer, principalmente, com a Êxito Dublês, de Armandinho (Rodrigo Fagundes). A aposta de Moa, Pat, Rico e Ítalo reúne sonhos e coragem para tocarem um negócio próprio pela primeira vez. Eles também estão unidos para investigar paralelamente a morte de Clarice. Apesar da confiança e do bom relacionamento entre os quatro, Ítalo prefere manter seu segredo e não revela aos sócios que ele era o amor secreto da empresária.
Dublês da ficção x dublês reais
Por dentro da caracterização e figurino de quem vive em ação na frente e por trás das câmeras
Apresentar o universo dos dublês ao público requer muita produção. Em dobro ou até mesmo triplicada. Uma infinidade de perucas, figurinos, sapatos e assessórios compõe o vasto acervo à disposição da figurinista Tereza Nabuco, da caracterizadora Dayse Teixeira e do conceituador Brenno Melo. Como a ideia é tornar público quem nunca é revelado pelas lentes das câmeras, há que se destacar os trabalhos dos dublês reais que executam as cenas mais arriscadas na novela.
No caso de Paolla Oliveira, os trabalhos ficam por conta da dublê Roberta Felipe, que atua profissionalmente há 17 anos, enquanto Max Gabriel é o experiente dublê de ação de Marcelo Serrado. Eles utilizam exatamente os mesmos figurinos e perucas que os intérpretes de Pat e Moa, quando estão em ação no trabalho de gravação de comerciais, por exemplo, ou participando de uma cena na TV. Já os dublês reais de Rico (André Luiz Frambach) e de Ítalo (Paulo Lessa) são representados pelos profissionais Pedro Henrique Tostes e Alexandre Roque, respectivamente.
“Que eu me lembre, é a primeira vez em uma dramaturgia que uma dublê está usando megahair igual ao da atriz. Também colocamos dreads no dublê de Ítalo para as cenas de ação que são bem realistas. Foram produzidas durante a pré-produção cerca de 300 perucas”, detalha a caracterizadora Dayse Teixeira.
Os efeitos especiais, as cenas de ação e correria exigem cuidados extras com a maquiagem do elenco como conta o conceituador Brenno Melo. “Foi-se o tempo em que maquiagem servia exclusivamente para cobrir ou mascarar algo. Hoje em dia, pelas longas horas de filmagem e o tipo de captação, a maquiagem necessita de uma série de produtos para um cuidado especial com a pele como hidratantes, séruns, filtros solares, lip balms e outros produtos que também fazem com que a maquiagem dure por mais tempo”.
A figurinista Tereza Nabuco aproveitou a referência de dualidade na história para levar para os figurinos a mesma ideia de ‘pessoa comum x herói’ para compor principalmente o estilo dos dublês Pat e Moa. “Tenho tentado marcar os personagens com características fortes: tecidos tecnológicos, acessórios mais gráficos e roupas mais recortadas quando estão em ação, no trabalho de dublê, e à paisana, no dia a dia, são pessoas comuns, pode ser qualquer um de nós, então prevalece um estilo mais casual”, compara.
Já para as sósias Clarice e Anita, interpretadas por Taís Araujo, a composição difere em várias características e, principalmente, nos cabelos e figurino. “Enquanto Clarice é chique e minimalista, Anita é antenada nas tendências, moderna e abusa de laces, que são versões contemporâneas das perucas confeccionadas em telas específicas e que imitam com perfeição o couro cabeludo”, explicam Dayse Teixeira e Brenno Melo. Os irmãos Gusmão, Clarice e Leonardo (Ícaro Silva), usam peças modernas com cortes impecáveis. As lentes de contato na tonalidade castanho claro complementam a caracterização estilosa dos filhos de Martha (Claudia Di Moura).
Com Duarte e Bob Wright, os dois mundos vividos pelo personagem de Kiko Mascarenhas, são completamente diferentes, o figurino e caracterização também são elementos-chave para marcar bem os universos de cada um. “Duarte, um pobretão, cria essa figura de um rico empresário para frequentar festas badaladas e viver por alguns momentos a vida que gostaria de ter”, explica a autora Claudia Souto sobre a dupla vida de Duarte que finge ser Bob. “Eles precisam ser reais para contarem e viverem a própria história”, ressalta a figurinista Tereza Nabuco.
A produtora de arte Danielle Oliveira ressalta detalhes sobre um ‘personagem’ importante na trama: a pasta que carrega a disputada fórmula de magnésio. “Fizemos três pastas idênticas para serem usadas ao longo da novela. Usamos um material que imita o policarbonato de carbono. É bem resistente, porém não é rígida. Desta forma entendemos que seria possível preservar os papeis e o rastreador em seu interior já que a pasta passará por várias mãos, grandes quedas, e lugares inóspitos’, conta.
A tranquilidade de Paquetá e a agitação da Zona Sul do Rio na cidade cenográfica
Se por um lado a vida dos dublês é ação no dia a dia, e até quando não estão a trabalho, em Paquetá o clima bucólico é o que paira no ar. Um dos cenários da novela, a famosa ilha localizada na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, é conhecida por não ter circulação de automóveis e gozar de um clima de cidade do interior. Seu principal acesso são as barcas que partem da Praça XV, no Centro do Rio. Na Paquetá de ‘Cara e Coragem’, Duarte (Kiko Mascarenhas) é um dos moradores. Diariamente, ele faz o percurso na barca para dar expediente como faz-tudo na Companhia de Dança Vertical, no Rio. Jéssica (Jeniffer Nascimento) e seu tio Robson (Zecarlos Moreno) também moram na ilha, assim como Milton (Anselmo Vasconcelos), pai de Moa (Marcelo Serrado), dono de uma padaria no local, e sua irmã Adélia (Ivone Hoffmann), que é guia de turismo em Paquetá. Parte da ilha será reproduzida na cidade cenográfica, nos Estúdios Globo, especialmente os cenários da padaria e a fachada da casa de Milton. “A atmosfera de Paquetá está presente nos estilos das casas e construções. A padaria de Milton representa bem essa característica acolhedora da ilha, já que muitos personagens passarão por lá”, explicam os cenógrafos May Martins e Claudiney Barino.
Já a representação da Zona Sul do Rio através do bairro do Humaitá tem como um dos maiores cenários na cidade cenográfica, a Coragem.Com. A futura empresa de Moa (Marcelo Serrado), Pat (Paolla Oliveira), Ítalo (Paulo Lessa) e Rico (André Luiz Frambach) ocupa uma ampla área. São dois andares e uma quadra poliesportiva anexa que servirá como base para treinamentos e aulas de parkour. Outro destaque é a Companhia de Dança Vertical de Olívia (Paula Braun). A fachada da companhia conta com uma parede de 12 metros de altura e nove metros de largura e foi projetada para as apresentações e treinos dos bailarinos, que praticam a dança ao ar livre. “Buscamos a inspiração em companhias reais de dança aérea e que nos deram consultoria para adequar para a ficção os elementos e características focadas neste segmento de dança”, detalham os cenógrafos May e Barino.
Entrevista com a autora Claudia Souto
Claudia Souto é autora de novelas, escritora e roteirista. Começou a carreira no teatro, onde escreveu, dirigiu e atuou em peças no Brasil e no exterior. Em 1992, ingressou na TV Globo como roteirista do humorístico ‘Casseta & Planeta: Urgente’. Seguiu como colaboradora e depois redatora final em diversos formatos de programas infantis, de humor, reality shows, séries dramáticas e sitcoms. Migrou para a dramaturgia diária colaborando nas novelas ‘Sete Pecados’ (2007), ‘Caras & Bocas’ (2009) e ‘Morde & Assopra’ (2011), de Walcyr Carrasco, e em ‘Alto Astral’ (2014), de Daniel Ortiz. A estreia como autora titular foi com ‘Pega Pega’ (2017), reprisada em edição especial em 2021. ‘Cara e Coragem’ é a sua segunda novela no horário das sete. Em 2022, também estreou no cinema, assinando o roteiro do longa ‘Eduardo e Mônica’, ao lado de Matheus Souza, Michele Frantz e Jéssica Candal, no filme inspirado na clássica canção de Renato Russo; e no teatro, assinando com Wendell Bendelack, a tradução e adaptação de ‘Misery’, texto de William Goldman baseado na obra de Stephen King.
Como surgiu a ideia de escrever ‘Cara e Coragem’?
Sempre que começo a pensar numa novela, antes de começar a escrever, penso em quais assuntos quero colocar na roda. Porque novela é isso: as pessoas que vão assistir e discutir os temas com a família, os amigos, na rua, no trabalho. E, desta vez, o assunto que eu quis trazer foi a coragem. Quando escrevi a sinopse, em 2018, nem sequer podia imaginar uma pandemia ou a situação que estamos vivendo atualmente no Brasil. Resolvi abordar a coragem de vários aspectos. Desde a micro coragem para romper uma relação na sua vida particular, coragem para mudar de emprego, sempre é um ato de coragem você se expor; até a macro coragem que é fazer do risco a sua profissão como é o caso dos dublês. Eles se arriscam mesmo por uma paixão, assim como vários outros personagens da história. O universo é dos dubles, mas a temática é da coragem em todos os campos das nossas vidas. E esse universo dos dublês me atrai há muito tempo. Desde a época em que eu escrevia ‘Bambuluá’, eu gosto de ir até o set acompanhar as gravações. Havia, naquela época, uma equipe de dublês profissionais bem ativa, que trabalhava no programa, e aquilo me fascinava. Havia muita luta, movimentação e eu ficava ali só de olho. Quando surgiu a oportunidade de criar uma sinopse novamente para o horário das sete, e eu quis abordar o conceito da coragem, me lembrei desse universo. São pessoas que têm essa profissão tão extraordinária, fora da nossa realidade, e que, ao mesmo tempo, levam os filhos para a escola, pagam as contas do mês, têm seus amores, seus desencontros, suas angústias… Então, embarquei nesse universo. Em ‘Cara e Coragem’, a ideia é mostrar o dia a dia desses profissionais que dão o sangue, mas que não aparecem em cena. Que fazem da coragem a sua profissão e que amam o que fazem.
Como você resumiria essa história e gostaria que ela fosse entendida pelo público?
Patrícia Lima e Moacyr Figueira são dublês de ação reconhecidos e respeitados no meio, onde são conhecidos como Pat e Moa. Para Pat, a doença do marido, e para Moa a falta de trabalho que começa a afetá-lo por conta da idade, os levam a topar uma aventura na vida real em troca de muita grana. Isso porque Clarice Gusmão, presidente de uma siderúrgica, propõe que eles trabalhem para ela no resgate de uma pasta que caiu num lugar de difícil acesso. Esse é o ponto de partida para uma história em que tudo é consequência das relações afetivas, sejam elas amorosas, familiares ou de amizade. A pasta caiu neste local porque Leonardo, irmão de Clarice, jogou do helicóptero em que eles estavam. Leo, que sempre disputou o amor dos pais com ela, vai colocar a vida da irmã em risco por essa rivalidade e se tornará um dos suspeitos por sua morte, logo nos primeiros capítulos. E é quando a tragédia se dá que Ítalo, ex-segurança e amor de Clarice, encontra em Pat e Moa a parceria ideal para desvendar o crime que vitimou sua amada. O que posso adiantar para o público é que a trama é como um grande quebra-cabeças onde as peças desta investigação vão se encaixando à medida que conhecemos aspectos novos dos personagens. E, como é uma trama de suspense, não posso dar mais spoilers!
Qual a relação das personagens Clarice e Anita, vividas por Taís Araujo? Como o público perceberá a diferença entre elas?
Clarice e Anita são sósias. Na caracterização da Taís foram pensados detalhes para diferenciá-las. Elas terão cor de olhos diferentes, truques de maquiagem que deixam diferenças na boca, por exemplo. Eu já vivi uma situação na adolescência. Sou natural do Rio, tijucana, e sempre que eu estava andando pelo bairro da Tijuca, alguém me chamava: ‘fulana’. Quando eu virara, a pessoa me olhava e depois pedia desculpas. Aconteceu várias vezes. Uma certa ocasião, eu estava na Praça Xavier de Brito com uma prima e passou uma menina na garupa de uma moto. Minha prima, que estava ao meu lado, falou: ‘Onde é que a Claudia está indo?’. Eu estava ali, caramba! Percebi, então, que a menina era igual a mim. Deve ser a tal sósia com quem todo mundo me confundia na rua. Hoje em dia, talvez, nem sejamos mais parecidas, mas naquele momento das nossas vidas, éramos. Pesquisei bastante sobre o assunto, vi casos incríveis de semelhanças absurdas entre pessoas sem nenhum grau de parentesco. E isso me inspirou a criar uma personagem que fosse sósia de outra. Só que Anita é uma sósia que se complica porque se mete em situações que geram consequências pesadas.
Quais temáticas você destacaria como importantes na trama?
A coragem que todos nós, brasileiros, temos que ter para levantar de manhã da cama e dizer “vamos lá, hoje vai dar! Hoje vai ser melhor, vou dar conta!” está representada na trama. Outro tema é o amor em suas mais variadas formas: amor entre amigos, amor familiar, amor impossível, amor não correspondido, o amor como desafio a ser conquistado, desfeito ou mantido. E quanto de amor não compreendido pode haver também? Entre pais e filhos, irmãos, amigos… O terceiro tema que eu destacaria é sobre o duplo, que está atrelado ao universo dos dublês, que são exatamente o ‘duplo’ de alguém que precisa fazer uma ação, mas não tem preparo e conhecimento técnico para isso. Temos ainda as sósias Clarice e Anita, que se conhecem e passam a usufruir dessa semelhança – de uma forma que o público vai saber mais na frente – e a cara de pau de Duarte que inventa outra persona para ter alguns “momentos de patrão”. Indo além nesse tema, a novela também mostra que ninguém é uma coisa só. Ninguém é só bom ou só mau, por exemplo. Todos os personagens têm vários lados.
Como foi o processo de escalação?
Geralmente não imagino o elenco quando estou escrevendo. Mas, no caso do Moa, realmente pensei no Marcelo Serrado para interpretá-lo. O Moa é um dublê que está na casa dos 50 anos e é referência no que faz, só que está começando a sentir as dores da idade. O personagem também tem um humor irônico característico do Serrado. Já a Paolla Oliveira é a Pat encarnada! Além de ser uma atriz linda, carismática e talentosa, ela traz todo o componente da ação em seus trabalhos e se jogou na preparação fazendo rapel, dança vertical e muito mais. Foi uma escalação super certeira. Ela e Marcelo estão muito alinhados. É um modelo de protagonistas incomuns em novelas, porque geralmente há um casal que tem um impedimento para ficar junto. Com Pat e Moa, não: eles não são um casal. Eles vão levando a vida e esse amor que sentem um pelo outro e que está guardado em algum lugar. Eles acabam optando por esconder o que sentem. Paulo Lessa é um ator incrível. Fez um teste primoroso, emocionante. Ele vem com tudo. Eu e Natalia (Grimberg) costumamos brincar que o personagem escolhe o ator e o Ítalo escolheu o Paulo Lessa de forma direta. Paulo chega em ‘Cara e Coragem’ com a bagagem de uma vida dedicada à arte. É uma potência! E temos Taís Araujo, que me deixou tão feliz quando aceitou dar vida à Clarice e Anita. Duas personagens que são sósias, porém completamente diferentes não só em aparência, mas de universos bem distintos: um tremendo desafio que ela está tendo a força e a generosidade de encarar com brilhantismo. Ficaria horas falando da escalação de cada personagem, um elenco de atores e atrizes maravilhosos, e eu agradeço a cada um por estar na novela.
E a escolha por Paquetá ambientar um núcleo na novela. Alguma razão em especial?
Paquetá faz parte do meu imaginário desde menina. As minhas referências novelescas são infinitas. Eu, quando criança, era muito fascinada pela novela ‘A Moreninha’, protagonizada pela Nivea Maria e Mario Cardoso como casal principal, e que tinha Paquetá como cenário inesquecível. E era a hora em que meu pai chegava do trabalho trazendo um pãozinho quente e tomávamos café assistindo ‘A Moreninha’. Também fui à ilha de Paquetá quando criança e ficou essa lembrança. Na verdade, Paquetá ocupa em ‘Cara e Coragem’ o lugar que a Tijuca ocupava em ‘Pega Pega’. É um lugar de acolhimento, da vida simples, da família, do ar bucólico, de relaxamento e de calma. É um convite ao afeto.
Como está sendo a parceria com a Natalia Grimberg?
Esse reencontro com a Natalia é a coroação de uma amizade de muitos anos, que nunca perdemos. Nos conhecemos no teatro quando Natalia era adolescente. Ela era atriz e eu era a supervisora de direção. O diretor da peça era o Zecarlos Moreno, que hoje está no elenco da novela. De lá para cá, sempre mantivemos contato, nós três. É uma amizade muito verdadeira, rara e que nós preservamos ao longo de todos esses anos. Agora nós duas conseguimos nos reencontrar profissionalmente e isso tem um valor afetivo imenso. Outro aspecto que eu preciso ressaltar nessa parceria é o respeito. Tenho meu texto absolutamente respeitado pela direção e pelos atores. Qualquer modificação, questionamento ou sugestão é bem-vinda e acolhida, mas tudo passa por uma aprovação aqui. Não se escreve tantos capítulos de forma coletiva, mas a alma de uma novela é coletiva, sim! E eu quero ouvir todo mundo e enriquecer o texto. Tudo é conversado, muitas vezes antes mesmo de ser escrito, quando é ainda uma ideia na minha cabeça. Minha querida mãe dizia “combinado não sai caro” e seguimos assim, texto, direção e produção juntos.
Uma novela liderada por uma dupla de mulheres: você como autora e Natalia como diretora artística. Há um significado especial para você? Ter esse olhar feminino à frente dos trabalhos é um diferencial em quais aspectos?
Acho que esse lugar feminino olha para as coisas com bastante generosidade. Eu já fui atriz, iluminadora, diretora, e ela já foi atriz e fez milhares de outras coisas no teatro e na TV, então temos uma escuta aberta neste sentido. As decisões artísticas de texto e realização passam por esse lugar de envolvimento, porque, antes de mais nada eu sou uma artista. A Natalia é uma artista. E o trabalho artístico nasce dentro da gente, na alma da gente. A minha imaginação e o poder de realização da Natalia é que tornam tudo possível dentro de uma empresa produtora de conteúdo como a Globo.
‘Cara e Coragem’ é a sua segunda novela como titular e novamente para o horário das sete. Após o sucesso de ‘Pega Pega’ e da reprise na pandemia, qual a sua expectativa agora de estrear novamente nesta faixa?
A minha expectativa é que o público se divirta e se emocione. É sempre o meu desejo para esse horário das sete. ‘Cara e Coragem’ é uma história com muita emoção, alguns momentos de tensão, mas sobretudo de divertimento. Ela é uma novela com mais mistério e suspense que ‘Pega Pega’, um pouco mais sombria, mas também muito solar em sua proposta.
Se pudesse definir, qual seria o estilo ‘Claudia Souto’ de fazer novelas?
O meu estilo vem da minha observação do mundo, não só de hoje, mas desde sempre. Eu estudei em escola pública, me formei em teatro, que é um lugar inclusivo por excelência. Acho que as minhas novelas espelham muito o mundo como eu vejo, que para mim é diverso, inclusivo, o mundo é de todo mundo. Enquanto eu puder contar histórias que sejam minhas e de todo mundo, vou continuar contando.
Entrevista com a diretora artística Natalia Grimberg
Escritora e diretora artística de teatro e televisão, Natalia Grimberg iniciou a carreira na Globo em 1998, como autora e assistente de direção. Em 2002, migrou para área de direção em dramaturgia e dirigiu novelas como ‘Belíssima’, ‘Eterna Magia’, ‘Passione’, ‘Cordel Encantado’, ‘Ciranda de Pedra’, ‘Cheias de Charme’, ‘Saramandaia’, além da série ‘Tudo Novo de Novo’. Em 2013, já como diretora geral, assinou as produções ‘Geração Brasil’ e ‘A Lei Do Amor’. Em 2018, atuou como diretora artística de ‘Malhação – Vidas Brasileiras’. Ganhadora do Emmy Awards Internacional como diretora geral por melhor novela com ‘Verdades Secretas’, em 2016. Também foi indicada em duas categorias no Emmy Awards Kids por ‘Malhação – Vidas Brasileiras’, como diretora artística em 2018. ‘Cara e Coragem’ é a primeira novela do horário das sete em que assina a direção artística. Natalia também é diretora da companhia teatral ArteGrimberg, fundada há 25 anos, por onde já passaram mais de cinco mil alunos. Como autora escreveu mais de trinta peças infantis e juvenis. No cinema, roteirizou dois filmes para Renato Aragão e em 2022 lançou seu primeiro romance, ‘Cuidado’, pela editora Labrador.
Fale um pouco sobre ‘Cara e Coragem’. Que novela é essa?
Eu acho que é uma comédia romântica de ação. É uma novela de aventura, mas que vem sempre ligada à emoção, não é uma aventura por si só. Eu acredito que estamos precisando de coragem e é legal falarmos disso. Coragem em todos os sentidos: não apenas física, como é o caso dos protagonistas, que são dublês, mas a coragem de tentar, de mudar de vida, de ser quem você é. Também tem a dualidade, que é muito presente. A novela, os personagens e as situações sempre têm dois lados; o dublê é a outra face do ator. Temos por exemplo a Clarice (Taís Araujo) e a massoterapeuta Anita (Taís Araujo), que é a sósia de Clarice. Também temos o Duarte/Bob Wright, interpretados pelo Kiko Mascarenhas. Acho que na vida, nenhum de nós é uma coisa só. Nós somos múltiplos e isso é muito legal. E tem a ação o tempo todo. Costumo dizer que quero provocar uns “sustos” no público com as cenas dos nossos dublês, sempre com muita aventura.
Há também uma faceta de heroísmo em Pat e Moa, certo?
A novela é leve, cômica, ágil e tem também o lado que mostra o dia a dia na vida real. E quando eles levam para a vida real a adrenalina que vivem no trabalho e aceitam a missão de resgatar a pasta com a fórmula de magnésio, eles usam suas próprias habilidades. Acho que o tempo todo a novela tem esse clima de aventura com mistura de romance, porque tem sempre essa faísca entre eles (Pat e Moa).
O que você destacaria sobre a parte técnica da direção para esta novela em termos de efeitos e tecnologia?
Historicamente, nós gravamos com dublês e, em qualquer novela, escondemos esses profissionais. Aqui, eu tenho que mostrar, o que já me obriga a fazer uma decupagem diferente. Além disso, nosso elenco se empenhou muito durante a preparação com uma garra impressionante. Temos muitas cenas que foram feitas pelos próprios atores. Teremos um diferencial na edição, porque vamos vê-los de fato fazendo as sequências, além de contarmos com a computação gráfica e com a pós-produção para ‘apagar’ os cabos de segurança, por exemplo. As sequências de ação dos primeiros capítulos foram estudadas por meses até chegarmos na melhor forma de execução.
Como foi o processo de escalação do elenco para esta novela que trata especialmente sobre ação?
Eu acho que é muito importante falar sobre esse elenco. Estão todos muito empenhados. Todos excelentes atores. Montamos um grande time. Eles podem realmente trazer isso que as personagens precisam, essa dualidade, essas mil possibilidades que fazem a novela ficar rica. É um privilégio poder contar com Taís Araujo, Paulo Lessa, Paolla Oliveira, Marcelo Serrado, Ícaro Silva, Mel Lisboa e tantos outros. Eles vão do humor ao drama, traduzem os conflitos internos e externos, então é muito envolvente essa parceria.
Onde você está buscando referências estéticas e como será a linguagem de direção em ‘Cara e Coragem’?
Assisti a muitos making ofs de filmes famosos de ação, mas minhas principais referências foram as pesquisas que fizemos na publicidade. Comerciais de diferentes lugares do mundo que trouxeram a ação atrelada a alguma emoção. A intenção sempre buscando o inusitado, o divertido e o surpreendente. Além das cenas de ação com os nossos dublês da história, temos o núcleo da companhia de dança vertical, que é algo pouco conhecido no Brasil. É uma técnica que mistura balé nas cordas e que geralmente é feita ao ar livre, em fachadas de prédios, podendo chegar a 40 metros de altura. Também temos a prática do parkour, o que resulta em muitas cenas de movimento de forma ágil.
Apesar de a história não ser ambientada em Minas Gerais, o primeiro capítulo tem cenas gravadas lá. Como foi a escolha da locação?
Eu queria um lugar inóspito, que a gente não tivesse ido. Escolhemos o Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, na região norte de Minas Gerais. É a primeira vez que uma produção da Globo gravou lá. Foi incrível! Gravamos também na Gruta da Lapinha, dentro do Parque Nacional do Sumidouro, Cachoeira do Tabuleiro, Ponte do Pinguela, Serra do Cipó e na Lapinha da Serra. É a sequência de ação dos primeiros capítulos.
E a parceria com a Claudia Souto? É a primeira vez que vocês estão trabalhando juntas?
Na verdade, eu entrei na Globo junto com a Claudia na época do programa ‘Angel Mix’. Mas Claudia e eu nos conhecemos desde a adolescência. Fazíamos teatro juntas. Depois disso, desde que eu entrei na Globo, em 1998, nunca mais havíamos trabalhado juntas e o reencontro tem sido maravilhoso.
Você está há 24 anos na Globo, e desde 2002 como diretora. Agora em ‘Cara e Coragem’ é a sua estreia no horário das 19h como diretora artística. Qual a sua expectativa com a estreia da novela?
Estou muito animada. São dois anos de expectativa! Assumir a direção de uma novela de ação e aventura me dá diversas oportunidades e também me tira do lugar comum, já que é a primeira vez que eu estou à frente de um projeto deste porte, e sendo uma diretora mulher neste posto me dá ainda mais orgulho.
Perfil dos personagens
Os protagonistas
Pat (Paolla Oliveira) – Dublê de ação, Patrícia Lima, a Pat, é racional, pé no chão, divertida e corajosa. É casada com Alfredo (Carmo Dalla Vecchia), por quem tem grande afeto. Mãe de Sossô (Alice Camargo) e Gui (Diogo Caruso), ela mantém uma paixão secreta pelo amigo Moa (Marcelo Serrado), sua dupla nos trabalhos como dublê e que também se tornará seu sócio na futura agência de dublês, a Coragem.com. Juntos, Pat e Moa aceitam a missão proposta por Clarice (Taís Araujo) para resgatar de um lugar inóspito a pasta com a fórmula secreta à base de magnésio produzida no laboratório da Siderúrgica Gusmão, a SG. Ao retornarem da missão, eles descobrem que a empresária está morta e iniciam uma investigação por conta própria.
Moa (Marcelo Serrado) – Dublê de ação, Moacyr Figueira, o Moa, é impetuoso, otimista e referência para os dublês profissionais. Em função da idade, o esforço físico no trabalho às vezes deixa dores pelo corpo, mas ele adora impressionar a sócia Pat (Paolla Oliveira), seu amor platônico. Ex-marido de Rebeca (Mariana Santos) e pai solo de Chiquinho (Guilherme Tavares), fará de tudo para manter a guarda do filho. Ao lado de Pat, vai investigar a morte misteriosa de Clarice. Ele também vai criar com Pat a própria empresa de dublês, a Coragem.com, que terá ainda Rico (André Luiz Frambach) e Ítalo (Paulo Lessa) como sócios. Ao longo da trama, Moa vai se envolver com Andrea Pratini (Maria Eduarda de Carvalho), uma famosa atriz, que se apaixonará pelo dublê de ação.
Clarice Gusmão (Taís Araujo) – Presidente da siderúrgica da família, a SG, é justa e comprometida. Irmã de Leonardo (Ícaro Silva) e filha de Martha (Cláudia Di Moura), mantém um romance secreto com Ítalo (Paulo Lessa), seu ex-segurança. Ela contrata Pat (Paolla Oliveira) e Moa (Marcelo Serrado), após conferir a performance da dupla durante a gravação de um comercial para a SG. Os dois têm a missão de resgatar a pasta com a fórmula secreta, que está perdida dentro de uma caverna. Produzida por Jonathan (Guilherme Weber), o chefe do departamento de pesquisa da SG e ex-marido de Clarice, a fórmula pode ser usada tanto a favor da medicina ou, com uma pequena modificação, beneficiar a produção da indústria bélica. Sua morte abre caminho para desvendar outras facetas da empresária, até então desconhecidas, e a revelação de uma sósia, a massoterapeuta Anita (Tais Araujo), que pode ser a chave para inúmeros mistérios.
Ítalo (Paulo Lessa) – Ítalo Santana é instrutor de parkour experiente e ex-segurança de Clarice (Taís Araujo), com quem viveu um romance secreto. Conhecido pela habilidade física e inteligência, une-se à Pat (Paolla Oliveira), Moa (Marcelo Serrado) e Rico (André Luiz Frambach) na Coragem.com, uma empresa de dublês, onde unem forças para tentar desvendar o mistério sobre a morte da mulher por quem era apaixonado. Bem-sucedido financeiramente graças à carreira que construiu nos EUA, onde coordenou equipes de segurança de mega empresários, artistas e políticos, é o principal aporte financeiro da Coragem.com.
Anita (Taís Araujo) – Massoterapeuta, é popular e despachada. Gosta de frequentar as rodas de samba da cidade e chama a atenção por onde passa principalmente pela semelhança física com Clarice (Taís Araujo), de quem é sósia. Tem um passado misterioso e esconde segredos sobre a noite da morte da empresária.
Os vilões
Leonardo Gusmão (Ícaro Silva) – Ambicioso, sonha com o controle da siderúrgica da família. Sempre invejou a posição da irmã Clarice (Taís Araujo), e é instável emocionalmente. Alterna momentos de humor e tem uma relação conflituosa com a mãe, Martha (Cláudia Di Moura). Com a ajuda da amante Regina (Mel Lisboa) e com a parceria de Danilo (Ricardo Pereira) tentará recuperar a fórmula secreta para negociá-la em benefício próprio com empresários no exterior. A morte prematura de Clarice mexe com Leonardo, uma vez que ele está envolvido de alguma forma nos acontecimentos da fatídica noite e suas consequências.
Regina (Mel Lisboa) – Assessora de Clarice (Taís Araujo) na SG, é alpinista social e manipuladora. Amante de Leonardo (Ícaro Silva), ela sonha que o empresário assuma a relação dos dois. É grande incentivadora de Leonardo e vai ajudá-lo na tentativa de assumir a presidência da siderúrgica após a morte de Clarice. Regina tem uma origem humilde que ela despreza. Quase não visita a mãe, Dagmar (Guida Vianna), e vê na relação com Leonardo a possibilidade de ter a vida que merece. No entanto, essa não é uma relação apenas utilitária para Regina que é verdadeiramente apaixonada pelo herdeiro da SG e capaz de tudo para seguir ao seu lado.
Danilo (Ricardo Pereira) – Empresário sem escrúpulos e ambicioso, é casado com Rebeca (Mariana Santos), por quem é apaixonado. Ex-melhor amigo de Moa (Marcelo Serrado), está em busca da pasta com a fórmula secreta e mantém negócios com Leonardo (Ícaro Silva). Atento, vai desconfiar do ‘americano’ Duarte/Bob Wright (Kiko Mascarenhas) assim que o conhece. Danilo só não coloca a ambição acima de seu amor por Rebeca e por tudo o que é importante para a amada. Vai apoiar a esposa no que for preciso para que ela recupere a guarda do filho.
Protagonistas jovens
Rico (André Luiz Frambach) – Heitor Gabriel tem o apelido de Rico por ser mesmo de família abastada. Ex-atleta e campeão de surfe, Rico começa a trabalhar como dublê depois de conhecer Pat (Paolla Oliveira) e Moa (Marcelo Serrado). Enfrentará a resistência dos pais Teca (Raquel Rocha) e Gustavo (Marcelo Valle) pelo sonho de virar dublê profissional e se tornará sócio de Moa, Pat e Ítalo (Paulo Lessa) na Coragem.com, a futura empresa de dublês. Não se prende a nenhuma relação no início da trama, só curtindo a vida sem responsabilidades reais, e vai se apaixonar verdadeiramente por Lou (Vitória Bohn) quando a conhecer. Conhece a família Gusmão desde menino e tem acesso a informações que ajudarão seus sócios na investigação da morte de Clarice.
Lou (Vitória Bohn) – Bailarina de dança vertical, Lou é filha de Olívia (Paula Braun) e meia-irmã de Pat (Paolla Oliveira), de quem se aproxima sem revelar sua identidade. Fruto de um relacionamento extraconjugal de Olívia com Joca (Leopoldo Pacheco), ela não se conforma com a situação e sente-se preterida por nunca ter sido reconhecida publicamente como filha. Batalhadora e corajosa, Lou se tornará grande amiga de Pat. Ela vive um relacionamento abusivo com Renan (Bruno Fagundes), coreógrafo da companhia, e vai se interessar por Rico (André Luiz Frambach).
Núcleo Família Gusmão
Martha Gusmão (Claudia Di Moura) – Mãe de Clarice (Taís Araujo) e de Leonardo (Ícaro Silva), ela volta ao Brasil após a morte da filha para comandar a SG, a siderúrgica da família. É apaixonada pelo namorado Vini (Sérgio Loroza). Se sente culpada pelos anos que passou longe dos filhos e quer reparar o erro com Leonardo, mas a relação com o caçula é conturbada. Sem ter outra saída, assume a presidência da empresa, para desapontamento do seu caçula, que pretendia ocupar o posto vago com a morte de Clarice.
Dona Lia (Dja Marthins) – Governanta da família Gusmão, é a referência de família de Clarice (Taís Araujo) e Leonardo (Ícaro Silva), que praticamente criou os irmãos desde pequenos. Observa mais do que fala e pode guardar segredos da família Gusmão.
Vini (Sérgio Loroza) – Bon vivant e apaixonado por Martha (Cláudia Di Moura), dá suporte a Martha no momento mais difícil, na perda da filha, e no retorno da amada para o Brasil. Mas a liberdade e a vida são preciosas demais para que Vini permaneça à sombra de Martha e ele decide voltar para o exterior depois que ela assume a presidência da SG e não tem mais tanto tempo disponível para a relação deles.
Núcleo de Pat
Alfredo (Carmo Dalla Vecchia) – Marido de Pat (Paolla Oliveira), pai de Sossô (Alice Camargo) e Gui (Diogo Caruso), Alfredo é ilustrador e alterna o trabalho home-office com os afazeres de casa. É ele quem cozinha, arruma a casa e leva as crianças para escola enquanto Pat trabalha como dublê. Alfredo tem uma doença desconhecida o que causa grande preocupação em Pat. É apaixonado pela mulher e se dá bem com Moa (Marcelo Serrado).
Sossô (Alice Camargo) – Filha de Pat (Paolla Oliveira) e Alfredo (Carmo Dalla Vecchia), irmã de Gui (Diogo Caruso). Melhor amiga de Chiquinho (Guilherme Tavares), filho de Moa (Marcelo Serrado).
Gui (Diogo Caruso) – Filho de Pat (Paolla Oliveira) e Alfredo (Carmo Dalla Vecchia), é irmão mais velho de Sossô (Alice Camargo).
Joca (Leopoldo Pacheco) – Pai de Pat (Paolla Oliveira) e marido de Nadir (Stella Maria Rodrigues), João Carlos, o Joca, é instrutor de tênis e mulherengo. Esconde de todos a sua outra família: Olívia (Paula Braun) e a filha Lou (Vitória Bohn).
Nadir (Stella Maria Rodrigues) – Mãe de Pat (Paolla Oliveira) e mulher de Joca (Leopoldo Pacheco), é caseira e dedicada à família. Companheira e prestativa, Nadir socorre Pat e Alfredo (Carmo Dalla Vecchia) nos cuidados com os netos.
Núcleo de Moa
Chiquinho (Guilherme Tavares) – Filho de Moa (Marcelo Serrado) e de Rebeca (Mariana Santos), ex-mulher de Moa, o menino é o melhor amigo de Sossô (Alice Camargo), filha de Pat (Paolla Oliveira) e Alfredo (Carmo Dalla Vechia). Chiquinho e o pai têm uma relação de cumplicidade e parceria. É neto de Milton (Anselmo Vasconcelos) e sobrinho de Adélia (Ivone Hoffmann).
Rebeca (Mariana Santos) – Ex-mulher de Moa (Marcelo Serrado), atual de Danilo (Ricardo Pereira), e mãe de Chiquinho (Guilherme Tavares), ela gosta de viver no luxo proporcionado pelo marido. Depois de abandonar o filho quando bebê, retorna ao Brasil disposta a lutar contra Moa pela guarda da criança. Tem uma relação conturbada com o ex que não a perdoa por ter sido deixado com o filho pequeno e trocado pelo melhor amigo, Danilo.
Milton (Anselmo Vasconcelos) – Dono de uma padaria em Paquetá, é pai de Moa (Marcelo Serrado) e irmão de Adélia (Ivone Hoffmann), com quem mora. Amigão do filho, boa praça, tem sempre um conselho e um abraço para as pessoas que o procuram.
Adélia (Ivone Hoffmann) – Guia de turismo em Paquetá, mora com o irmão Milton (Anselmo Vasconcelos). Tia de Moa (Marcelo Serrado), ajuda a cuidar de Chiquinho (Guilherme Tavares) quando Moa precisa trabalhar.
Núcleo Siderúrgica Gusmão, SG
Jonathan (Guilherme Weber) – Pesquisador-chefe da Siderúrgica Gusmão. É o responsável pela descoberta da fórmula de magnésio e grande parceiro de Clarice (Taís Araujo), sua chefe e ex-mulher. Com a morte da empresária, Jonathan também teme pela própria vida e desaparece por um tempo. Será alvo de Leonardo (Ícaro Silva) e Danilo (Ricardo Pereira), que estão em busca da pasta com a fórmula secreta. E de Pat (Paolla Oliveira), Moa (Marcelo Serrado) e Ítalo (Paulo Lessa) que após sua fuga, desconfiam que ele possa ter algum envolvimento da morte da empresária. Jonathan foi, é e sempre será apaixonado por Clarice. Será impactado pela semelhança de Anita quando a conhecer.
Margareth (Ariane Souza) – Pesquisadora e assistente de Jonathan (Guilherme Weber), ela é ex-esposa de Armandinho (Rodrigo Fagundes), dono da Êxito Dublês e chefe de Moa (Marcelo Serrado), Pat (Paolla Oliveira), até eles montarem o negócio próprio, a Coragem.com.
Luana (Gabriela Loran) – Secretária na Siderúrgica Gusmão, a SG. Sua história se desenvolverá com foco maior na segunda metade da trama.
Núcleo de Rico
Teca (Raquel Rocha) – Esposa de Gustavo (Marcelo Valle) e mãe de Rico (André Luiz Frambach), Teca é uma artista plástica de sucesso. Ela também costuma ser a anfitriã de grandes festas frequentadas por Duarte/Bob Wright (Kiko Mascarenhas), Danilo (Ricardo Pereira) e Rebeca (Mariana Santos).
Gustavo (Marcelo Valle) – Herdeiro de empresas e negócios, Gus, como é conhecido, é marido de Teca (Raquel Rocha) e pai de Rico (André Luiz Frambach). Se tornou amigo de Bob Wright (Kiko Mascarenhas) durante uma viagem e mantém uma amizade sincera com o falso americano. É grande anfitrião e costuma receber Danilo (Ricardo Pereira) e Rebeca (Mariana Santos) em seus eventos.
Núcleo Companhia de Dança Vertical
Olivia (Paula Braun) – Bailarina e dona da companhia de dança vertical, é mãe de Lou (Vitória Bohn) e vive há anos um relacionamento às escondidas com o pai de Pat, Joca (Leopoldo Pacheco). A situação desgasta a relação com Lou, que não se dá bem com o pai exatamente pela condição de “escondidas” em que Joca as coloca em sua vida. Lou incentiva a mãe a tomar outros rumos na vida pessoal. Olívia, no entanto, ainda está muito ligada ao pai de sua filha.
Renan (Bruno Fagundes) – Coreógrafo, vaidoso, perfeccionista, é namorado de Lou (Vitória Bohn), de quem exige muito na dança e nos ensaios. Explosivo, Renan mantém um relacionamento abusivo com a bailarina e costuma protagonizar cenas constrangedoras por causa do ciúme doentio.
Duarte / Bob Wright (Kiko Mascarenhas) – Faz-tudo da companhia de dança vertical e morador de Paquetá, Duarte finge ser o rico americano Bob Wright para desfrutar das festas e das altas rodas cariocas. A amiga e cúmplice Jéssica (Jeniffer Nascimento) é a única que conhece seu segredo e a vida dupla. Para não ter sua identidade revelada para os amigos Gustavo (Marcello Vale) e Teca (Raquel Rocha), ele aceita virar ‘laranja’ de Danilo (Ricardo Pereira), que vai desconfiar do ‘americano’ assim que o conhece.
Jéssica (Jeniffer Nascimento) – Melhor amiga e confidente de Duarte/Bob Wright (Kiko Mascarenhas), é a única que conhece o segredo dele. Trabalha na loja de aluguel de carros para casamentos do tio Robson (Zecarlos Moreno) e finge ser motorista particular de Bob Wright como forma de ganhar um extra. Tem um ‘crush’ no coreógrafo Renan (Bruno Fagundes), mas não é notada por ele.
Ísis (Mika Makino) – Bailarina da companhia de dança vertical, invejosa, quer ser solista na companhia de dança, posto ocupado por Lou (Vitória Bohn). É apaixonada por Renan (Bruno Fagundes) e torce para o fim do namoro entre o coreógrafo e Lou.
Lucas (Igor Fernandez) – Bailarino da companhia de dança vertical, se interessa pela massoterapeuta Anita (Taís Araujo) assim que a conhece e fará de tudo para conquistá-la.
Cleide (Amanda Mirásci) – Dona da cantina da companhia de dança vertical. É cliente de Anita (Taís Araujo) e ex-esposa de Armandinho (Rodrigo Fagundes).
Márcia (Alana Ferri) – Bailarina e professora da companhia de dança vertical, Márcia é doce e atenciosa com os amigos. Ela irá se envolver com Rico apesar dele, desde o início, demonstrar que sente algo especial por Lou.
Enzo (Alessandro Brandão) – Bailarino, amigo de longa data de Olívia (Paula Braun). Volta para o Rio de Janeiro após anos fora e logo passa a dar aulas e dançar na companhia de dança vertical da amiga. Aproxima-se de Hugo Sá (Rafael Theophilo), conhecido ator de TV e desenvolve por ele algo mais que uma amizade.
Núcleo Andrea Pratini
Andrea Pratini (Maria Eduarda de Carvalho) – Atriz famosa e diva, é conhecida por dispensar dublês nas cenas de ação. Vai se apaixonar pela simplicidade de Moa (Marcelo Serrado), mas manterá o romance longe dos holofotes. Era amiga de Clarice (Taís Araujo) e guarda segredos do passado da empresária. Seu melhor amigo é o também ator Hugo Sá (Rafael Theophilo), com quem costuma fazer par romântico na ficção.
Hugo Sá (Rafael Theophilo) – Melhor amigo de Andrea Pratini (Maria Eduarda de Carvalho). Ator conhecido, mostra-se garanhão para os fãs e imprensa, mas é o oposto na intimidade. Gay não assumido, Hugo se mantém “no armário” em nome da sua bem-sucedida carreira de galã.
Núcleo Êxito Dublês
Armandinho (Rodrigo Fagundes) – Dono da Êxito Dublês, é carismático e malandro. Mantém uma rixa pessoal com Moa (Marcelo Serrado) e Pat (Paolla Oliveira), seus ex-funcionários, quando estes se tornam seus rivais disputando o mercado de dublês com a Coragem.com. Primo de Jonathan (Guilherme Weber), ele tem três ex-mulheres: Cleide (Amanda Mirasci), Dalva (Carol Portes) e Margareth (Ariane Souza), com quem terá atritos e recaídas ao longo da história.
Kaká Bezerra (Kaysar Dadour) – Dublê de ação. Empolgado e destemido, mantém uma rivalidade com Moa (Marcelo Serrado) no trabalho. Para tentar provar destreza e superioridade, acaba se acidentando algumas vezes nas cenas de ação. É que Kaká tem paixão pelo que faz mas lhe falta concentração ou talento, ou os dois. Compensa isso sendo super dedicado, e está sempre ponto para a próxima ação.
Batata (Diogo Savala) – Assistente de Armandinho (Rodrigo Fagundes) na Êxito Dublês. É braço-direito do chefe e faz tudo na agência. O que Armandinho não sabe é que ele secretamente ambiciona ser como o patrão.
Núcleo Anita
Dalva (Carol Portes) – Dona do brechó frequentado por Anita (Taís Araujo) e amiga da massoterapeuta e também ex-esposa de Armandinho (Rodrigo Fagundes). Se envolverá com Ítalo quando o conhecer.
Rose (Suzie Thompson) – Recepcionista na clínica de fisioterapia onde Anita trabalha.
Núcleo delegacia
Marcela (Júlia Lund) – Delegada, justa e determinada, reabre as investigações da morte de Clarice (Taís Araujo) ao assumir a delegacia. É ex-namorada e chefe de Paulo (Fernando Caruso), com quem vive brigando.
Paulo (Fernando Caruso) – Investigador na Polícia, não desiste do caso de Clarice (Taís Araujo). Quando a ex-namorada Marcela (Julia Lund) assume a delegacia, ele tem de lidar com as ordens da chefe, o que causa atritos entre os dois.
Jarbas (Sérgio Kauffmann) – Investigador, é informante de Ítalo (Paulo Lessa) na delegacia. É também confidente de Paulo (Fernando Caruso) para assuntos sentimentais.
Peixoto (Othon Bastos) – Delegado responsável pelo caso Clarice (Taís Araujo), se aposenta da função com a chegada da delegada Marcela (Julia Lund).
Outros personagens
Samuel (Alejandro Claveaux) – Pescador, é apaixonado por Clarice (Taís Araujo). Visto discutindo com ela na noite de sua morte, torna-se suspeito para a polícia. É irmão de Ângelo (João Campos) e primo de Regina (Mel Lisboa).
Ângelo (João Campos) – Pescador, protetor, irmão mais velho de Samuel (Alejandro Claveaux). É primo de Regina (Mel Lisboa), com quem tem uma relação servil.
Dagmar (Guida Vianna) – Mulher simples, ela é mãe de Regina (Mel Lisboa) e tia de Samuel (Alejandro Claveaux) e Ângelo (João Campos). Vive em Guaratiba, numa casa humilde e se ressente da filha ter vergonha de suas origens. Mesmo assim, ajuda Regina em situações que a comprometeriam e guarda seus segredos.
Baby (Fabio Alavez) – Aluno fortão de Ítalo (Paulo Lessa) no parkour, torna-se espião de Danilo (Ricardo Pereira) no núcleo dos dublês.
Robson (Zecarlos Moreno) – Dono de agência de aluguel de carros para casamentos, ele é tio de Jéssica (Jeniffer Nascimento).