Marcelo, personagem de Bruno Cabrerizo em ‘Quanto Mais Vida, Melhor!’, é um sujeito de caráter duvidoso. Vice-presidente da Cosméticos Terrare, foi amante de Paula (Giovanna Antonelli) e Carmem (Julia Lemmertz) ao mesmo tempo. E, depois que a primeira se apaixonou por Neném (Vladimir Brichta), com orgulho ferido, ajudou a concorrente a sabotar o lançamento da própria empresa em que trabalha, por achar que pode ter seu cargo mantido caso ela seja comprada pela Cosméticos Wollinger.
Mas sua armação com a megera não vai passar batida. No capítulo que vai ao ar nesta quinta-feira, dia 27, Neném vai tirar satisfações com Marcelo. Depois de conversar com Flávia (Valentina Herszage), que culpa o vice-presidente da Terrare pelo desastre no lançamento do creme masculino da empresa, ele vai atrás do executivo, com sangue nos olhos. Sem ser visto, entra na sala de Marcelo, que leva um soco assim que abre a porta. Ele o acusa de ter sabotado o creme, e corre atrás dele dentro da sala. Os dois ficam rondando em volta da mesa. E apesar do soco, Marcelo diz que Neném e Paula se merecem porque são dois fracassados. O jogador ainda pega Marcelo pelo pescoço, ameaça dar outro soco no executivo, que se encolhe todo, mas desiste.
Além de escapar de levar uma surra do jogador, novos acontecimentos vão transformar a vida de Marcelo. A obsessão por ser pai vai levá-lo a se apaixonar por Joana (Mariana Nunes). Depois de terem se esbarrado numa clínica de inseminação artificial, a médica vai atendê-lo em uma emergência. Ele vai se lembrar de tê-la visto, a conversa dará início a um flerte, que termina com uma proposta cretina da parte dele: economizarem o dinheiro da inseminação e fazerem um filho à moda antiga. Proposta prontamente recusada por Joana, que vai levar adiante o seu projeto de uma gravidez solo, mas tendo agora Marcelo como um teimoso e insistente candidato ao posto de pai do filho dela.
Como está sendo a repercussão da novela?
Acompanho as cenas, consigo ver o que eu faço, vejo cena dos colegas, eu gosto muito da novela. Eu acho que o Allan Fiterman, que é o nosso condutor, nosso diretor artístico, é muito bom. Ele conseguiu nos guiar durante esse ano difícil e presenteou o público com esse produto maravilhoso. Então, eu sou suspeito, gosto muito da novela e do meu personagem.
Como foi abordar a temática de doação de sêmen que em breve estará no ar? Como foi sua preparação para viver essa fase do seu personagem? Você chegou a conhecer ou conversar com alguém que fez essa opção na vida real?
Não, a minha preparação não teve nada específico. Não cheguei a conversar com ninguém, eu procurei entender a lógica dentro da cabeça do Marcelo. Ele é um cara muito sozinho, egocêntrico, vaidoso e que, de repente, começa a sentir essa mudança interna. E por achar que realmente todo mundo chama ele de “pastel de vento” e essa situação começa a mexer com a autoestima dele, então ele quer deixar um legado. Eu procurei entender essa parte do Marcelo, essa psicologia dele, até que depois ele vai se apaixonar pela primeira vez verdadeiramente e vai pagar todos os pecados dele.
Como vê essa virada da personagem? Marcelo é um homem de caráter duvidoso, e, do nada, resolve se tornar doador? Você diria que foi uma opção para atender a um capricho, uma vaidade? E isso vai se tornar uma intenção real de ser pai?
Sim, ele é um cara de caráter duvidoso, ele rema para onde está a maré, só vê o lado dele, mas essa situação de ir ao banco de sêmen vai levá-lo a conhecer uma pessoa e ele realmente vai se apaixonar e querer ser pai, não só por deixar um legado por vaidade, mas sim, por começar a sentir aquele espírito paternal e de poder criar uma família que ele não tem, com alguém que ele ama e que é verdadeiro.
Mexeu com sua cabeça de alguma forma ser identificado como o número 427? Você é pai de dois, mas essa trama de alguma forma te fez refletir sobre paternidade?
Sobre o número 427, não. Era da maneira como ele se expressava, era a maneira como ele tinha até mesmo para tentar algo com a Joana a partir do momento que ele a conhece e começa a sentir algo por ela, claro que ele usava o número até mesmo de maneira cafona e grosseira às vezes, mas é o jeito dele, não é por mal. Não mexeu com a minha cabeça até porque quem se identificava com o número era o Marcelo, não o Bruno. O fato de eu ser pai, claro que o fato de eu ter dois filhos já me ajuda naquela coisa do cara que começa a ter a vontade de ser pai, eu sei o que é isso porque eu tive isso com o nascimento dos meus filhos e da minha filha, principalmente, que é a minha primogênita. Então, esse sentimento, essa vontade de ser pai, de ter uma criança que seja do seu sangue ou adotada, eu sei o que é isso e eu levei isso para o Marcelo, foi o que eu pude emprestar de mim para ele, sobre essa situação específica.
O público vai poder acreditar nos sentimentos dele em relação a Joana? O que ela traz para ele?
O público tem que acreditar nos sentimentos dele pela Joana porque são verdadeiros. Ela vai trazer paz a ele, ela é o oposto dele completamente, mas trará paz, um prumo que ele até então nunca teve, essa vontade de se aquietar, de parar de ciscar de um lado para o outro e, principalmente, de ser uma pessoa melhor, correta, respeitosa, porque ela é assim e ele vê nela o que ele gostaria de ser nessa nova fase.
‘Quanto Mais Vida, Melhor!’ é criada e escrita por Mauro Wilson, com direção artística de Allan Fiterman. Escrita com Marcelo Gonçalves, Mariana Torres e Rodrigo Salomão, direção geral de Pedro Brenelli e direção de Ana Paula Guimarães, Natalia Warth, Dayse Amaral Dias e Bernardo Sá. A produção é de Raphael Cavaco e a direção de gênero é de José Luiz Villamarim.