Murilo Benício considera ‘O Clone’ um fenômeno da teledramaturgia do qual tem muito orgulho de ter participado. Na novela que fez sucesso em diversos países, ele deu vida a três personagens – os gêmeos Lucas e Diogo, que morre no começo da trama, e o clone de Lucas, Léo. O desempenho neste trabalho o elevou a outro patamar na carreira. “Definitivamente foi uma novela importantíssima para eu assumir um outro lugar como ator”, revela.
Para Murilo, um dos melhores momentos ao longo do trabalho foi construir a personalidade de Léo, que por ter crescido em outro ambiente, nascido em outra família, era muito diferente de Lucas e Diogo. “O Léo foi o personagem com o qual eu consegui brincar mais. Para mim, a diferença entre o Lucas e o Diogo era praticamente nenhuma por eles terem o mesmo background, a mesma escola, os mesmos pais, moravam na mesma casa, fizeram as mesmas viagens, tinham a mesma condição financeira. Eu achava que a diferença tinha que ser muito pouca, mas eu sabia que quando o Léo – idêntico fisicamente, mas criado num ambiente completamente diferente – entrasse, eu poderia brincar muito com essa situação”, relembra Murilo, que enaltece também a parceria com Giovanna Antonelli para o sucesso do casal Jade e Lucas. “A história era muito centrada no amor deles e quando o Léo entrou virou quase um triângulo amoroso. Nossa química funcionou e isso foi muito importante para a novela”, acredita. Em entrevista, o ator conta mais sobre as lembranças do trabalho que marcou sua carreira.
De volta a partir desta semana, ‘O Clone’ é escrita por Gloria Perez, com direção de núcleo e geral de Jayme Monjardim, direção geral de Mário Márcio Bandarra e Marcos Schechtmann, e direção de Teresa Lampreia e Marcelo Travesso.
ENTREVISTA COM MURILO BENÍCIO
O que sentiu quando soube que ‘O Clone’ iria ao ar novamente 20 anos após a exibição original?
Eu acho maravilhoso porque ‘O Clone’ é um marco da televisão brasileira, um marco da Globo. Era uma época minha de começo de carreira e eu fico muito feliz com essa reexibição.
O que você recorda de todo o processo de construção dos gêmeos Lucas e Diogo, especialmente o Lucas que interpretou ao longo de toda a trama?
Eu lembro que foi difícil porque o Lucas era um personagem apagado – era para ser assim – e o Léo demorava para entrar na trama, então eu passei um tempo só fazendo o Lucas, que era um cara mais introspectivo. Era para ser assim porque o Diogo tinha que ser aquele cara solar que morreria num acidente e, por conta dessa perda, acendia no Albieri (Juca de Oliveira), que era um cientista, a vontade de trazer o afilhado de volta, de tão querido que ele era. A personalidade do Lucas fez com que ficasse mais pesado o fardo de ele ter sido o filho que ficou.
E o Léo, como foi construir outro personagem no decorrer da trama? Quais eram as principais diferenças entre Lucas e Léo?
O Léo foi o personagem com o qual eu consegui brincar mais. Para mim, a diferença entre o Lucas e o Diogo era praticamente nenhuma por eles terem o mesmo background, a mesma escola, os mesmos pais, moravam na mesma casa, fizeram as mesmas viagens, tinham a mesma condição financeira. Eu achava que a diferença tinha que ser muito pouca, mas eu sabia que quando o Léo – idêntico fisicamente, mas criado num ambiente completamente diferente – entrasse, eu poderia brincar muito com essa situação.
Essa novela é um de seus trabalhos mais marcantes na carreira. De que forma ‘O Clone’ impactou sua trajetória profissional?
É difícil a gente se enxergar dessa forma. Eu acho que a novela foi marcante. Todos os atores ficaram muito lembrados. Mas foi definitivamente uma novela importantíssima para eu assumir um outro lugar como ator.
Você acha que a sua sintonia com Giovanna Antonelli contribuiu para o sucesso da novela?
Sem dúvida. A história era muito centrada no amor deles e quando o Léo entrou virou quase um triângulo amoroso. Nossa química funcionou e isso foi muito importante para a novela
Com a venda de ‘O Clone’ para muitos países, em suas viagens você deve ter sido bastante reconhecido. Em quais países que visitou o público foi mais caloroso? Lembra o que diziam a você?
Eu sou muito querido em Portugal. Nunca fui para a Rússia, onde a novela foi um fenômeno, mas já encontrei russos que parecem que são mais fãs do que os próprios portugueses. Na África também senti a repercussão quando eu fui com os meus filhos fazer um safari. Tem muita língua portuguesa na África, então eles assistem muito nossas novelas. O público é sempre muito caloroso e isso é tão legal. É impressionante o quanto as pessoas de todo lugar do mundo nos veem, o alcance que temos. Isso sempre volta num tom de muito amor e carinho das pessoas. Principalmente em Portugal, para onde eu vou mais, eu sinto isso.
Você pretende assistir novamente à trama? É muito autocrítico ao rever um trabalho antigo?
Eu sou muito autocrítico com trabalho novo, não antigo. Parece que é ver outra pessoa quando eu assisto a um trabalho muito antigo meu. Então, dói menos. Mas eu não sou daqueles que curtem ver, não. Eu acho incrível as pessoas que acabam uma cena e correm para o monitor para ver como foi, para entender como podem melhorar. Eu fico meio sem graça com essa minha luta contra me ver, mas tenho certeza de que existem outros atores iguais a mim.
Quais as lembranças que você tem da viagem ao Marrocos? Guarda algum objeto como recordação?
Comprei uns chaveiros e até hoje eu encontro uns desses em casa. Comprei também uns panos que estão na minha fazenda. Trouxe muita coisa de lá e eu tenho muita recordação também. Imagina essa turma toda fazendo a novela no Marrocos, como a gente não se divertiu? Foi uma delícia, o elenco era uma delícia, todo mundo era legal. Enfim, só recordação boa.