Mesmo depois de seis anos da exibição original de ‘Império’, o Comendador José Alfredo ainda está na memória e no coração do público. Além de a trama ter sido um grande sucesso, vencedora do Emmy Internacional de Melhor novela em 2015, marcou a carreira de Alexandre Nero. “As pessoas se encantaram com o Comendador. Mais do que um divisor de águas na minha carreira, ele provocou um verdadeiro tsunami”, afirma o ator.
Agora que a novela estará de volta, a partir do dia 12 de abril, em edição especial, Nero está na expectativa para rever o trabalho. “Vai ser interessante assisti-la agora em outro momento, em outro contexto de vida. Ainda hoje, não tem um dia sequer que eu não seja chamado de Comendador”, conta.
Na entrevista abaixo, Nero relembra um pouco mais do trabalho na novela escrita por Aguinaldo Silva. A trama tem direção artística de Rogério Gomes e direção geral de Pedro Vasconcelos e André Felipe Binder.
Como você recebeu a notícia da volta de Império?
Foi uma surpresa para mim. Tanto tempo depois do sucesso avassalador que foi a primeira exibição de Império, vai ser interessante assisti-la agora em outro momento, em outro contexto de vida. Ainda hoje, não tem um dia sequer que eu não seja chamado de Comendador. A novela teve uma repercussão espetacular, inclusive internacional com o Prêmio Emmy, e para mim foi um marco. Me deu a oportunidade de fazer o meu primeiro protagonista, logo no horário nobre!
José Alfredo é um personagem querido pelo público, que marcou sua carreira. Conte um pouco como foi dar vida a ele.
As pessoas se encantaram com o Comendador. Mais do que um divisor de águas na minha carreira, ele provocou um verdadeiro tsunami! (risos). O José Alfredo é um anti-herói, capaz de atitudes no mínimo duvidosas, mas que também sabe proteger, ser solidário. É um “casca grossa” de bom coração, eu diria, com os seus defeitos, e talvez isso tenha ajudado a aproximá-lo do público. Tivemos tempo para o processo de transmutar o papel em carne e osso; o olhar, o falar, o andar. Como ele era um homem bem mais velho do que eu, havia também um processo de envelhecimento através da maquiagem, aquele cabelo, o bigode que virou a marca do José Alfredo. Foi uma construção minuciosa até chegarmos ao tom que o personagem ganhou. E a sorte de trabalhar com um elenco maravilhoso, de artistas grandiosos, o que foi fundamental para o sucesso do personagem.
Tem alguma característica ou algo que você aprendeu com José Alfredo que levou para a vida ou para outros trabalhos?
Na verdade, é ao contrário, apesar de muitas pessoas acharem que eu levei comigo algumas características do José Alfredo. Isso é engraçado. Se eu estou de bigode, acham que veio do Comendador, mas o bigode é meu, eu é que emprestei para o personagem. Quando estou de preto é a mesma coisa, mas eu sempre usei preto. Agora, tem uma coisa que eu definitivamente não aprendi – e nem pretendo – com o José Alfredo: ele tinha aquela mania de arrumar a cama minuciosamente e eu continuo não arrumando! (risos)
Quais são suas lembranças mais marcantes da época da gravação?
Foi marcante o alto astral das gravações. O ambiente era de muita afetividade. Foi muito bacana e divertido estar e contracenar com aquelas pessoas.
Atualmente, as novelas são muito comentadas nas redes sociais. Você pretende acompanhar e interagir com o público durante a exibição da edição especial de Império?
Frequento menos as redes sociais hoje em dia, mas acredito, e é apenas uma suposição minha, que o público que acompanha as novelas na TV vai receber com entusiasmo a volta de Império. Nas redes sociais é diferente: a gente sabe que ali é território livre para críticas, brincadeiras, memes, e eu adoro essa liberdade, esse bom humor. Como eu estou gravando a novela Nos Tempos do Imperador, além da criançada de casa, que a gente tem que botar pra dormir e tudo mais, quando der tempo com certeza eu vou assistir e comentar. Quero poder participar das brincadeiras, dessa zoação da internet.