Indicada a vários prêmios por Angélica/Poderosa – sua personagem na novela “Amor Sem Igual” (de Cristianne Fridman) que, na verdade, é sua segunda protagonista – a atriz paranaense Day Mesquita (35) abriu mão de um contrato de exclusividade e deixou suas portas abertas com a Record TV em busca de novos desafios profissionais.
Para se enquadrar em perfis de personagens que, sem esforço, naturalmente não seriam designados para ela, visto que esse nicho de mercado é bastante concorrido e saturado, Day está aproveitando a pandemia do coronavírus para intensificar seus estudos e transformar essa oportunidade em um diferencial para seu currículo e desempenho.
Em entrevista exclusiva ao site Noticiasdetv.com, Day revela mais detalhes sobre os bastidores do retorno da novela “Amor Sem Igual”, o que está estudando, seus novos voos e, de quebra, também dá conselhos para os leitores que não andam conseguindo se concentrar em nada durante a quarentena, por preocupações pessoais/profissionais.
Confira!
1) Sua personagem na novela ‘Amor Sem Igual’ tinha toques de drama e comédia ao mesmo tempo, que foram fundamentais pra você concorrer com grandes nomes do mercado em premiações (merecidamente). Foi difícil fazer essa mistura ou você tinha alguma herança anterior do teatro?
— Acho que esse foi meu maior desafio quando comecei a estudar a Poderosa. Tinha feito comédia em poucos trabalhos no teatro anteriormente, mas ainda não tinha vivido isso na televisão. E, num primeiro momento, quando comecei a estudar a personagem, via muitas situações dramáticas em sua vida, então precisei de um tempo para entender, o que, na minha opinião, é uma das coisas mais bacanas que havia na Poderosa: esse humor sobre as coisas, mesmo, muitas vezes, sendo algo sério em sua vida. A novela era uma comédia romântica, tínhamos recebido referências de filmes nesse estilo para a construção das personagens, então a minha busca foi suavizar, trazer leveza para as cenas e o humor (que já estava bem explícito no texto muito bem costurado e escrito pela Cristianne Fridman). Acho que foi acontecendo aos poucos, quanto mais eu ia vivendo, interpretando a personagem, mais eu ia me apropriando disso e sou muito grata por ter tido essa experiência, que agora também me faz ter um pouco mais de conhecimento sobre a comédia, me fazendo sentir um pouco mais à vontade também em brincar nessa linguagem. E o melhor de tudo foi que eu me divertia muito nesse trabalho! Desde as leituras até as gravações! Me surpreendia e me divertia lendo cada cena, e o jogo de cena, a troca com os outros personagens era maravilhosa.
2) Recentemente, você saiu da Record TV em busca de novos desafios e há um movimento natural dos artistas em busca de filmes e séries, graças à expansão do mercado de streaming. Tem algum gênero, perfil de personagem ou tipo de trajetória que te encanta nesses projetos? Há algum trabalho em vista?
— Eu amo fazer novela e foi o que mais fiz até então, em termos de linguagem, em minha carreira até hoje. Tive 2 experiências no cinema e algumas em séries, mas foram participações mais breves, mas eu tenho muita vontade de mergulhar mais nessa linguagem, até porque também é algo que adoro consumir como telespectadora. Temos grandes séries e filmes nacionais e internacionais muito bem realizados e é muito bacana ver esse mercado se expandindo cada vez mais. Espero poder dividir em breve novidades sobre próximos trabalhos. ☺
3) Durante a pandemia, você está estudando idiomas com a escola com a qual o Guilherme Berenguer está envolvido. Como funciona esse curso? Como está sendo a experiência com essa parceria? E o que há de especial na Técnica Chubbuck, administrada pela Marina Rigueira?
— Em 2018, estava planejando estudar inglês em Los Angeles ou Nova York, quando um amigo em comum me falou que o Guilherme estava (na época) morando em LA e nos colocou em contato. Por indicação do Guilherme, escolhi a “Harvest Institute” para estudar e passei 2 meses em Los Angeles estudando inglês.
Desde o início da pandemia as aulas da “Harvest”, na Flórida, passaram a acontecer de forma online, o que me possibilitou retomar meus estudos na escola mesmo estando no Brasil, e está sendo incrível! Tenho 3 horas por dia de aulas de segunda a quinta com um professor nativo e isso ajuda muito na imersão da língua, então é como se estivesse lá fazendo um intercâmbio mesmo e isso tem me ajudado muito no aprendizado.
Sobre a técnica Chubbuck, já tinha ouvido falar um pouco sobre. Durante o início da quarentena, resolvi conhecer o método a partir do livro da Ivana “O poder do ator” e, então, isso me levou conhecer a Marina, que é habilitada pela Ivana para ministrar aulas da técnica aqui no Brasil. Desde então, comecei a estudar com a Marina e tem sido muito enriquecedor não só como atriz, mas também como pessoa. As ferramentas da técnica ajudam de forma direta, mostram caminhos para aprofundar cada vez mais as cenas e o trabalho de ator. Pude estudar algumas cenas da novela com a Marina através da técnica e foi um grande aprendizado, uma linda descoberta de uma nova forma de solidificar e ancorar cada vez mais o trabalho em cena.
4) Você tem algum conselho para quem não está conseguindo administrar a ansiedade e/ou a depressão durante a pandemia, a ponto de não conseguir fazer tarefas rotineiras e procurar novos hobbies?
— Esse momento que estamos vivendo está nos trazendo muitas questões à tona e, muitas delas, emocionais. Acredito que todos nós em algum aspecto da vida, durante esse período, nos deparamos ou estamos ainda nos deparando com algum momento, mesmo podendo ser pequeno, de incertezas, dúvidas, angústias, etc…
O que me ajudou e me ajuda muito é respeitar o momento que estou vivenciando, tentar não me cobrar tanto. A yoga, meditação, atividade física, leituras e busca por autoconhecimento são coisas que ajudam muito, mas sei que muitas vezes também é difícil tomar a iniciativa de se movimentar a fazer qualquer tipo de coisa, então uma boa saída pode ser buscar alguém ou um grupo de ajuda de pessoas que possam até estar passando pela mesma situação e, então, a ajuda se torna mútua também, boa para ambos os lados. O mais importante de tudo acho que é entender que esse é um momento passageiro, claro que não sabemos quanto tempo mais irá durar e como será exatamente após, mas tentar buscar algum entendimento e aprendizado dessa situação, isso acaba ajudando a buscar o lado positivo das coisas e lidar com a situação com mais leveza.
5) Como foi pra você conviver com beijo em bola cenográfica, retoque de tintura, teste de coronavírus e tirar a máscara para gravar? Está tendo algum problema com o novo terror das mulheres: mascne (acne causada pela máscara)?
— Foi uma experiência muito diferente, algo que nunca imaginei vivenciar. Mas, o resultado ficou muito bom! A pandemia trouxe desafios, em vários sentidos, e é muito legal ver como temos a capacidade de nos reinventar. E com a ajuda de uma equipe incrível de direção e efeitos, trazer resultados também muito bacanas com isso.
O retoque de tintura não foi algo que mudou muito, a única diferença era que eu usava máscara durante o processo: usá-la e tirá-la durante as gravações era algo que já estávamos um pouco acostumados a fazer, pois quando retomamos as gravações já estávamos vivendo essa experiência de pandemia por 5 meses.
Felizmente não tive problemas de acne por conta do uso de máscaras, o que acontecia era mais por uso constante de maquiagem. Mas, a parte do teste de coronavírus foi realmente a mais incômoda, embora extremamente necessária e indispensável. Fiz algumas vezes e é algo bem difícil de se acostumar, mas como falei, necessário para a segurança e saúde de todos e parte essencial dentro dos protocolos de segurança, então fez parte da nossa rotina de gravações durante todo o período.