A parceria de Tony Ramos com Manoel Carlos começou em 1981, quando o ator viveu os gêmeos João Victor e Quinzinho em ‘Baila Comigo’, e fez grande sucesso ao representar com perfeição duas personalidades bem diferentes. Depois ele atuou em mais quatro novelas do autor e cita ‘Laços Família’ como uma das melhores experiências. A paixão de Miguel por livros sem dúvida está entre as razões que tornaram o trabalho tão especial para o ator. “Miguel reforçou meu amor pelos livros, pela boa música e frequentar uma livraria. Sempre gostei desse universo. O público comentava comigo na época que foi muito importante o incentivo à leitura e as questões difíceis vividas pela família do Miguel na trama”, relembra o ator, que também integra o elenco de outro sucesso de Manoel Carlos, ‘Mulheres Apaixonadas’, atualmente exibida pelo canal Viva. Na entrevista abaixo, Tony Ramos relembra o trabalho em ‘Laços de Família’ e a importância dele em sua carreira.
Exibida no ‘Vale a Pena Ver de Novo’, ‘Laços de Família’ é escrita por Manoel Carlos, com direção geral e de núcleo de Ricardo Waddington.
Entrevista com Tony Ramos
O que o trabalho em ‘Laços de Família’ representa na sua tão bem-sucedida e extensa carreira?
Maneco é mestre da crônica urbana, um grande observador do cotidiano, leitor voraz, um poeta muitas vezes e, principalmente, um amante da palavra e da nossa linda língua portuguesa. Miguel representa sua essência, foi um prazer enorme interpretá-lo. A preparação para o papel se deu através de inúmeras conversas com Maneco e um mergulho intenso no universo livreiro. O público sempre comentou comigo que foi muito importante o incentivo à leitura, além das questões complexas vividas pela família do Miguel.
Como está sendo a experiência de rever ‘Laços de Família’?
É sempre bom rever nossos trabalhos. Mas quantas vezes me surpreendo dizendo: poxa, eu acho que tal cena, hoje, faria diferente. Isso é típico do ator, sempre. O que é bom, para mim sempre é mais um aprendizado.
Quais as principais lembranças que guarda do período de gravações?
A integração de uma equipe adorável, desde nossa ida ao Japão, pois o início das gravações foi lá. Me marcaram também a emoção das cenas entre as personagens de Carolina Dieckmann e Vera Fischer e a família de Miguel com várias situações inesquecíveis.
O que mais te atraiu na personalidade do Miguel e sua trajetória na trama?
Miguel sempre teve um comportamento de muita justiça e surpresas em suas decisões. A família era o centro fundamental de sua vida e as cenas com o Flávio Silvino sempre eram muito emocionantes.
O que mais o motiva para dar vida a um novo personagem?
Sempre o texto. Onde podemos e devemos inquietar o espectador. Sou grato a cada momento nesses 57 anos de televisão. Minha caminhada com 140 personagens em TV, teatro e cinema são frutos de muito trabalho e perseverança.