Samuel (Juca de Oliveira) é pai de Ester (Grazi Massafera) e marido de Lindaura (Angela Vieira). Nascido na Holanda, de família judia, aos cinco anos foi separado dos pais, mas se interessou desde cedo pela arte de sua família, o design e fabricação de joias. Chegou ao Rio Grande do Norte para comprar as mais belas pedras do mundo e, na Vila dos Ventos, se apaixonou pela jovem cabocla da região, Lindaura.
Inquieto e aventureiro, acha que já sabe tudo sobre Dionísio (Sérgio Mamberti), dono do Grupo Albuquerque, mas, nos capítulos recentes da trama, descobriu que o empresário possui uma de medalha de condecoração do governo alemão, o que o deixa intrigado.
Durante a Segunda Guerra Mundial, Dionísio forneceu ilegalmente tungstênio de suas minas para a fabricação de munição, fonte de sofrimento de várias famílias. E Samuel carrega até hoje as consequências da guerra. Após a tragédia que se abateu sobre sua família, não superou o trauma e sofre com os pesadelos frequentes. A partir disso, começa a investigar o passado de Dionísio, que parece guardar um enorme segredo, mas essa atitude pode colocá-lo em risco. Na entrevista abaixo, Juca de Oliveira comenta sobre a experiência de interpretar o personagem.
‘Flor do Caribe’ é escrita por Walther Negrão e tem a direção artística de Jayme Monjardim, direção geral de Leonardo Nogueira e direção de Teresa Lampreia e Thiago Teitelroit.
ENTREVISTA COM JUCA DE OLIVEIRA
O que você achou da escolha de ‘Flor do Caribe’ para ser exibida em edição especial neste momento?
Achei muito positiva a escolha de ‘Flor do Caribe’ para ser reexibida agora. Ela é uma obra perfeita sobre o homem brasileiro, suas fraquezas, ambições, paixões e, com certeza, nos ajudará a cruzar essa trágica pandemia que continua nos abalando.
Qual a importância de Samuel na sua carreira? Como se preparou para a personagem?
O Samuel, criado pelo excelente dramaturgo e grande amigo Walther Negrão, foi uma das personagens mais complexas que representei. Tive que fazer um trabalho de pesquisa e adaptação a um personagem pouco parecido comigo. Quando ainda criança, ele foi uma vítima da violência nazista na Segunda Guerra Mundial. Li bastante sobre esse período, conversei com imigrantes que viveram em campos de concentração na Alemanha e cheguei a pesquisar com um médico psiquiatra o efeito daquela tragédia sobre a personalidade de um ser humano. Valeu muito a pena.
Qual cena gostaria de rever?
Gostaria de rever todas as cenas que fiz com a queridíssima Angela Vieira, minha mulher na trama, e com Grazi Massafera, minha filha, ambas excepcionais atrizes.
Qual a cena mais difícil?
Há um momento em que Samuel vem caminhando tranquilo pela praia, num dia ensolarado. De repente, vê no céu três aviões da FAB e os confunde imediatamente com aviões nazistas em ação de extermínio na Alemanha, durante sua infância. Ele volta ao passado e passa a se comportar como uma criança em pânico, tentando salvar sua mulher Lindaura (Angela Vieira) e sua filha Ester (Grazi Massafera).
Como foi trabalhar com Jayme Monjardim e Walther Negrão?
Trabalhar com Jayme Monjardim e Walther Negrão é o céu! Tenho imensa admiração por ambos, profundamente ligados à história da televisão brasileira. A Walther Negrão, com quem trabalhei várias vezes, devo o primeiro grande sucesso da minha carreira, que foi Nino, o Italianinho, que ele escreveu com Geraldo Vietri. A Jayme Monjardim devo boa parte da minha carreira de ator, destacando-se o excepcional sucesso de ‘O Clone’, de Glória Perez, e a magistral direção de ‘Flor do Caribe’.