Na próxima terça-feira, vai ao ar após ‘Fina Estampa’ o quarto e último episódio da série ‘Amor e Sorte’. Com direção artística de Patricia Pedrosa, ‘A Beleza Salvará o Mundo’ foi escrito por Caio Blat, Luisa Arraes e Jorge Furtado, protagonizado e dirigido também pelo casal. Caio e Luisa dão vida a Manoel e Teresa. Ele, um engenheiro químico que sonha em ser diretor de cinema e ela, uma atriz em plena ascensão, que precisa parar seus projetos por causa da pandemia. Manoel quer fazer um filme cuja atriz principal é Teresa.
Teresa só quer que tudo volte ao normal para que possa continuar trabalhando, mas enquanto isso, embarca nas ideias de Manoel.
No bate-papo abaixo, Caio e Luisa falam sobre os bastidores da gravação, que foi feita remotamente, assim como os dois últimos episódios, e sobre como estão passando este momento de quarentena.
Entrevista com Caio Blat e Luisa Arraes
Poderiam contar um pouco sobre os bastidores da gravação remota?
Luisa Arraes – A paixão pelo cinema amador, pelo cinema feito de todas as maneiras nos motivou a seguir nesse caminho que a gente não sabia no que ia dar. Chegou um monte de coisa na minha casa da direção de arte, várias plantas e cartazes, mudou a casa inteira. A gente acabou o trabalho pedindo estágio em várias áreas (risos). Eu acho que o Caio amou a direção de arte. Eu adorei esse negócio de achar o foco. Era uma verdadeira aula da equipe pra gente.
Caio Blat – Um momento muito incrível foi quando essa estação de trabalho chegou e quando a gente ligou aquilo e viu a carinha da equipe toda… Foi muito legal! Muito lindo! Realmente deu uma dimensão dos desafios que a gente estava enfrentando. Teve um dia em que tínhamos o dia inteiro do equipamento à nossa disposição e a gente achou que não ia dar para gravar nada. Acordamos e estava chovendo, e foi assim que nós conseguimos gravar cena do filme ‘Cantando na Chuva’, com chuva de verdade! A Luisa conseguiu descer a e fazer a cena na frente do prédio, eu filmando da janela.
Luisa Arraes – A gente gravou clipes inteiros de ‘Titanic’, ‘Cidade de Deus’, ‘Psicose’. A gente ficava vendo plano por plano, e gravando. O filme que eles gravam tem uma brincadeira com os gêneros de acordo com a realidade, eles não conseguem definir muito bem, ficam entre o drama, o documentário e o terror.
Como está sendo trabalhar junto na quarentena?
Luisa Arraes – A gente já trabalhou junto várias vezes, mas não desse jeito. A gente foi aprendendo a ter toda essa troca de opiniões. Acho que, para os casais que moram na mesma casa e passam o dia trabalhando fora, todo esse período foi mais difícil. Para gente não, já estávamos acostumados com essa troca de casas. A gente aproveitou muito, queríamos aproveitar cada minuto do equipamento em casa.
Caio Blat – A gente achava que era muito importante as pessoas que estão em casa poderem assistir pessoas que estão na mesma realidade que elas. Para saberem que não estão sozinhas nessa situação. Foi um grande desafio, eu a Luisa estávamos com tudo paralisado. A agenda estava repleta esse ano e, em um único fim de semana, tudo foi cancelado. E o nosso setor, que é feito da aglomeração humana, foi paralisado. Com as pessoas trancadas em casa, o que mais se precisa é de alívio e esperança, e a arte ajuda nisso.
O que mais destacaria desta experiência?
Luisa Arraes – A parte mais inusitada da quarentena foi fazer o episódio de uma série dentro de casa. Porque cada um vive na sua casa, e filmando foi engraçado, uma hora tinha só eu e Caio, outra hora tinha todo mundo, mesmo que pelo computador. Nós já trabalhamos juntos, mas não decidindo tudo junto, a gente foi aprendendo a ter essa troca. Eu estava meio preocupada com a casa, preocupada que ia perder a privacidade. A casa virou o trabalho. A gente dormia com várias fotos minhas no teatro na parede. E eu não tenho fotos minhas na parede (risos). E teve um dia que eu vi o Caio dormindo com a coberta da série, e tirei e falei: ‘Vamos pelo menos usar a coberta certa’. (Risos)
Caio Blat – Às vezes, eu estava ajeitando alguma coisa da cenografia, e a Luisa vinha aspirando. E eu era responsável pela comida. Eu sempre cozinho, mas a gente não se planejou para estar trabalhando 24h. O primeiro ‘bom dia’ para a equipe era da cama ainda, já acordávamos ao vivo. A gente lidava com essa ansiedade e ia se ajustando. É uma história de amor junto com o trabalho. ‘Amor e Sorte’ é a sorte que cada um tem de estar com o seu amor do lado para enfrentar tudo que estamos enfrentando.
‘Amor e Sorte’ é uma série em quatro episódios, criada por Jorge Furtado. O episódio ‘A Beleza Salvará o Mundo’ tem roteiro de Luisa Arraes, Caio Blat e Jorge Furtado, direção artística de Patricia Pedrosa e direção de Luisa Arraes e Caio Blat. Estão no episódio Luisa Arraes, Caio Blat, Drica Moraes, Johnny Massaro e Arlete Salles.