Em 2016, guando gravavam ‘Êta Mundo Bom!’, Bianca Bin e Rainer Cadete se surpreenderam com a repercussão gerada pelos personagens Maria e Celso. Depois de um início conturbado, em que o sobrinho de Anastácia (Eliane Giardini) chegava a ser agressivo com a jovem, a relação entre eles se transformou aos poucos e ganhou uma enorme torcida do público. Agora, com a reprise no Vale a Pena Ver de Novo chegando ao fim, os atores ainda recebem uma enxurrada de mensagens nas redes sociais, comprovando que o casal caiu novamente nas graças do público.
Amigos há muitos anos, Bianca e Rainer creditam boa parte do sucesso à sintonia que conseguiram estabelecer juntos em cena. Abaixo, em entrevista, os atores comentam a parceria na construção do casal, a repercussão dos personagens, as lembranças que guardam do trabalho e a importância da mensagem positiva da novela .
Exibida no ‘Vale a Pena Ver de Novo’, ‘Êta Mundo Bom!’ é escrita por Walcyr Carrasco, com direção geral e de núcleo de Jorge Fernando.
Entrevista com Bianca Bin
Como foi a construção do casal, que começou com uma relação complicada e conquistou a torcida do público?
Poder contar com a parceria do Rainer foi fundamentável para o sucesso do casal. Ele, além de um excelente ator, é o meu melhor amigo. Uma parceria melhor do que essa não poderia haver, né? É muito mais fácil construir uma boa parceria se temos liberdade e nos sentimos à vontade com o outro. Confiamos um no outro, nos entregarmos inteiramente aos personagens, criamos juntos, rimos de nós mesmos.
Como tem sido a experiência de rever a novela, agora sem a cobrança de estar no meio do trabalho?
Deliciosa. Agora sinto que as críticas já não se fazem mais necessárias, o meu olhar está menos julgador e muito mais carinhoso. Esse é um trabalho que tenho muito orgulho de ter feito. Assistir agora é como uma celebração, lembrar das histórias com o Jorginho (Fernando), e de todos os amigos e parceiros queridos que fizeram parte da minha vida naquela época.
Quais as lembranças que ficaram desse trabalho?
Só guardo boas lembranças. Foi uma escola estar diariamente com Eliane Giardini e Marco Nanini. Trocar em cena com eles foi muito agregador, a experiência e o talento deles são provocação e inspiração a todo o tempo. Mas, ainda mais legal do que isso, foi ter tido a oportunidade de conviver com o lado humano deles, atrás das câmeras. São pessoas incríveis! Sinto muitas saudades. Falando por todo o elenco, fomos muito felizes durante o trabalho e acho que esse também é um dos grandes motivos do sucesso de ‘Êta Mundo Bom!’
A reprise da novela tem sido um alento para muita gente, principalmente pelas mensagens positivas que a trama traz. Qual foi o grande ensinamento que este trabalho trouxe para você?
Acredito que o de sempre voltar o meu olhar para a metade do copo que está cheia. O otimismo, a alegria, as músicas, os cenários de época que nos remetem aquele tempo bom, onde o valor das coisas mora na simplicidade, ensinam e ajudam muito a todos nós, principalmente num momento triste e de tantas perdas como esse que estamos vivendo agora. ‘Êta Mundo Bom!’ é mesmo um grande alento para tempos difíceis.
Entrevista com Rainer Cadete
O casal Maria e Celso está fazendo tanto ou mais sucesso do que na exibição original. Como tem sentido o retorno nas redes sociais?
Estou recebendo uma enxurrada de mensagens de pessoas que estão assistindo à novela e não perdem um capítulo. Sentir esse carinho tem sido tão prazeroso quanto da primeira vez que a trama foi exibida. Eu gosto de acompanhar tudo o que estão falando e postando a respeito da novela. Fico muito feliz com os comentários de que a novela proporciona um alívio para quem assiste, um respiro das notícias sobre a pandemia, tão tristes de se acompanhar.
Ao longo da trama, Celso e Maria ganharam cada vez mais espaço e foram se tornando o casal queridinho do público da novela. Isso te surpreendeu na época?
Sim, bastante. Acredito que texto do Walcyr Carrasco, a direção do Jorge Fernando e a sintonia entre os personagens caíram no gosto de quem acompanhou a trama e torceu pelo amor do casal #maricel. Minha relação com a Bianca sem dúvida também fez bastante diferença. Estar em cena com ela foi um deleite, é uma atriz talentosa e uma amiga muito querida. Esse trabalho também foi uma celebração dos nossos muitos anos de amizade.
O Celso começa a história como vilão ao lado de Sandra (Flávia Alessandra) e é transformado pela relação com a Maria. Acredita no poder transformador do amor?
Celso tinha uma personalidade flácida e era influenciado pela irmã, mas viveu um lindo processo de transformação a partir do momento em que descobriu o amor. Eu acredito plenamente nisso, no poder revolucionário que o amor nos proporciona em todos os aspectos da vida.
A mensagem principal da novela é “tudo o que acontece de ruim é para melhorar”, que ganha mais importância nesses tempos difíceis. Como você enxerga isso diante da realidade que estamos vivendo?
‘Êta Mundo Bom!’, além de entreter, transmite uma mensagem de otimismo. O otimismo na trama fala sobre ter a consciência de que tudo passa, que a vida é transitória. Eu tenho muito orgulho de fazer parte desse projeto que tem levado alegria para tantas pessoas nesse momento.
Você participou de algumas novelas do Walcyr Carrasco, sempre com papéis memoráveis. Conte um pouco sobre essa parceria.
Minha primeira novela foi ‘Caras e Bocas’, também escrita pelo Walcyr e dirigida pelo Jorginho, onde fiz o protagonista na fase jovem, mas que, durante toda a trama, voltava em flashbacks. Cada personagem que o Walcyr escreveu para mim tem um sentido que vai além do entretenimento, existe uma mensagem bonita em cada um deles. Como o Rafael, de ‘Amor à Vida’, que estava presente na trama sobre o autismo com a personagem da Bruna Linzmeyer. O último, que foi o Téo de ‘A Dona do Pedaço’, que tratou sobre relacionamento abusivo. Isso me orgulha muito nos meus trabalhos com o Walcyr.