Vida de adolescente parece fácil, mas não é. Assimilar os sentimentos, compreender regras e interpretar o coração são alguns dos aprendizados que fazem parte desta fase da vida. Em ‘Malhação: Viva a Diferença’ não é diferente, e os questionamentos são muitos, principalmente no que diz respeito aos relacionamentos amorosos.
Felipe (Gabriel Calamari), por exemplo, era namorado de Clara (Isabella Scherer), mas, recentemente, seu coração passou a bater mais forte por Lica (Manoela Aliperti), que era melhor amiga de sua antiga namorada. As duas eram inseparáveis, e ver Lica e Felipe juntos era algo inimaginável para os três.
Foi após descobrirem que são irmãs que a relação das duas estremeceu. Não que o romance entre Lica e Felipe seja uma forma de atingir Clara, mas o amor entre os dois jovens só se tornou possível com esses distanciamento entre as duas. Para Gabriel Calamari, que dá vida ao Felipe, havia tempero e dramaturgia explosiva na relação entre de seu personagem com Lica.
Já Lica namorava MB (Vinicius Wester), com quem tinha um relacionamento aberto. Apesar do acordo, ele também não vai gostar nada de ver a jovem com Felipe e vai partir pra outra, nem que seja por um tempo.
‘Malhação: Viva a Diferença’ tem autoria de Cao Hamburger e direção artística de Paulo Silvestrini e vai ao ar logo após o ‘Vale a Pena Ver de Novo’.
Entrevista com Gabriel Calamari:
Qual é o sentimento que essa reprise te desperta?
Nostalgia. Saudade de um tempo bom, de uma boa fase da carreira. Me faz lembrar as histórias que vivi com alguns grandes amigos do elenco, as risadas. É bom olhar para trás e ter feito ‘Malhação’.
O que esse personagem representou na sua carreira?
Muita coisa. Posso dizer que o Felipe é completamente diferente de mim, então isso foi um desafio. O contexto e o produto em que o personagem estava inserido também tiveram muito peso, representaram uma mudança radical na vida: trabalhar em uma grande empresa, numa novela de grande alcance, ter responsabilidade com o discurso, etc.
Como você avalia a relação do Felipe com a Clara e a dele com a Lica?
Acredito que tudo não passa de uma relação natural de quem experimenta o amor na adolescência, ou seja, só confusão. Até hoje não sei ao certo o que sinto. Nesta época da vida você sente coisas novas o tempo todo, está com os hormônios à flor da pele, é natural que seja uma grande confusão deliciosa. Relações são aventuras, com Clara e Lica não seria diferente. O Felipe viveu essa aventura, tenho certeza que foi verdadeiro e fiel ao que sentia e, no final, só isso importa.
Para qual casal você torceu na época?
Isso não me preocupava muito, não era como torcer para um time de futebol, ainda mais sabendo que vários fatores determinam qual casal termina junto numa dramaturgia, mas gostava mais de Lica e Felipe, havia tempero e dramaturgia explosiva ali. Se não interpretasse Felipe, se apenas assistisse a esta história, com certeza gostaria de ver mais aventuras dos dois.
Como têm sido seus dias de quarentena?
Suportáveis, com altos e baixos. Dentro do privilégio que temos, é suportável ficar em casa, fazer sacrifícios e esperar passar a maré brava. Fico pensando nesse país tão desigual, onde pessoas não podem poupar-se em casa como nós. Olhar os noticiários tem sido mais triste, sinto um asco completo da política nacional e como estamos passando por isso. Por isso, foco no trabalho e desenvolvo etapas dos meus projetos que podem ser feitas em casa. Adaptei minhas atividades, dentro das medidas de segurança. Continuo correndo, fazendo boxe, exercícios funcionais, leitura, filmes, trabalho… tudo como manda o protocolo (risos). Os cachorros e a família ajudam a suportar qualquer coisa. Sobreviveremos.
Como está o momento atual de trabalho e os próximos passos na carreira?
Há tempos estou no processo de criar meu próprio olhar, contar minhas próprias histórias. Venho produzindo filmes e projetos jovens para o cinema há mais de três anos. Desde o fim de ‘Malhação’, pude escolher os trabalhos que faria como ator até pará-los completamente. Hoje lanço meu primeiro curta-metragem como diretor, além de assinar o roteiro de dois longas que estão em produção, um com minha direção, ao lado de Maurício Eça, e outro que co-produzo. Nunca planejei atuar, mas aconteceu. Após tanto tempo da faculdade de cinema, me lancei no escuro e encaro alguns festivais com meu curta, além dos desafios de produzir meus outros projetos.