A primeira temporada de ‘Aruanas’ chega ao fim nesta terça-feira, dia 30, logo após a novela ‘Fina Estampa’. O último episódio fecha o ciclo de dois meses nos quais a saga das destemidas ativistas ambientais ocupou semanalmente o lar dos brasileiros, levando uma mensagem de preservação do meio ambiente e da vida. Nesta reta final da série, os autores Marcos Nisti e Estela Renner fazem um balanço sobre ‘Aruanas’, desde a concepção dos personagens, o feedback do público e as expectativas para a próxima temporada.
No último episódio de ‘Aruanas’, a equipe planeja uma ação em um jantar com Miguel (Luiz Carlos Vasconcelos) e senadores para a assinatura do decreto que extingue a reserva de Cari. As ativistas levam imagens e informações do dossiê de denúncia contra a empresa de Miguel, e planejam ações que vão chocar o público presente. Mas elas terão que enfrentar a fúria do empresário e da ardilosa Olga (Camila Pitanga) para colocar o plano em ação. Escrito por Estela Renner e Marcos Nisti, o thriller ambiental foi ao ar às terças-feiras, logo após a novela “Fina estampa”. A série – uma produção original da Globo exclusiva para o Globoplay, em coprodução com a Maria Farinha Filmes – conta com direção artística de Carlos Manga Jr, direção geral de Estela Renner, parceria técnica do Greenpeace e colaboração de Pedro de Barros com o roteiro.
Vocês afirmaram, um pouco antes do lançamento, que ver ‘Aruanas’ na TV aberta era um sonho. Agora, na última semana, que balanço final fazem da exibição da série?
Foi uma experiência única. Em tempos de repensarmos o mundo, diante de tanto sofrimento e tanta busca, ‘Aruanas’, um projeto que nasceu em 2012, de repente estava na TV aberta, falando com milhões. Assistimos aos episódios com as redes sociais abertas, junto com a TV ligada. Os feedbacks vinham direto, em tempo real a cada cena. Ver esse movimento foi uma experiência tocante e divertida, e a receptividade do público foi maravilhosa.
O público se mostrou particularmente surpreso com a relação de Verônica (Taís Araujo) e Amir (Rômulo Braga), marido de Natalie (Débora Falabella). Foi o tipo de reação que vocês esperavam quando escreveram a série?
É uma tragédia. Sem esta relação, o drama se esvazia. Ela despertou grandes emoções em todos que participaram dela, até a audiência se incomodou. As pessoas odiaram e reprovaram a atitude de Verônica, tiveram raiva dela, mas não deixaram de reconhecer a importância dela como ativista. A Taís Araujo não se conformava com a atitude da Verônica, nas leituras de roteiro já era difícil. Até que um dia, em uma conversa entre Leandra Leal, Débora Falabella e Tais, elas lembraram que essa é uma situação que existe, e, se existe, pode acontecer na vida de qualquer um, inclusive de uma brilhante ativista.
A questão ambiental, pré e pós ‘Aruanas’, na opinião de vocês, recebeu uma atenção maior ou o caminho ainda é longo?
O caminho será sempre longo, mas acreditamos, como autores e ativistas que somos, que ‘Aruanas’ deu um passo bem grande na direção certa. Conseguimos mostrar para um volume enorme de pessoas o que fazem, os dilemas e as escolhas, como vivem, como trabalham, como amam e como lutam os ativistas. Só isso já irá ajudar a proteger seus caminhos, que é o caminho de quem luta pela vida. Os ativistas ambientais, em sua grande parte anônimos, estão por todo o Brasil, protegem um patrimônio comum, que é parte de todas as gerações. As ‘Aruanas’ da vida real são muitos e correm perigos diariamente por proteger um ecossistema sustentável.
O que as protagonistas, interpretadas pela Taís Araujo, Leandra Leal, Thainá Duarte, Débora Falabella e Camila Pitanga, ensinaram a vocês?
Nos ensinaram como é fazer um trabalho com comprometimento, competência e sensibilidade. A gente realmente acredita que cada personagem está lá, em ‘Aruanas’, representado em sua plenitude. Todas são extremamente profissionais e apaixonadas pelas suas personagens e ativistas no seu lugar de fala.