Patrício (André Dias) é mordomo da Quinta e cúmplice “forçado” de Dom Pedro I (Caio Castro) em suas escapadelas. Controla todo o movimento do palácio e dos serviçais, principalmente de Dalva (Mariana Consoli) e Lurdes (Bia Guedes). Mas nos últimos capítulos da trama ele tem ficado mais tenso com a desconfiança de Leopoldina (Letícia Colin), apoiada por Nacisa (Márcia Cabrita), sobre a relação de Pedro com Domitila (Agatha Moreira).
Casada com Felício (Bruce Gomlevsky), um homem violento, Domitila tentou de todas as formas se livrar dele. Seu irmão Francisco (Alex Morenno) a apresentou para Chalaça (Romulo Estrela), que esteve em São Paulo a mando de Dom Pedro. Domitila pediu a ele que intercedesse junto a Dom Pedro para que a ajudasse na separação, mas o real desejo dela era conhecer e conquistar de vez o príncipe, para infelicidade de Leopoldina. E ela conseguiu.
Nos últimos capítulos da trama, já envolvidos, Pedro e Domitila mantém constantes encontros no Solar da família do príncipe, presente oferecido por ele à amante como prova de amor. No entanto, mesmo com a certeza de que Pedro está apaixonado, Domitila quer mais. Ela quer ser a titular. Para isso, faz questão de comparecer ao Paço Imperial e provocar Leopoldina. A partir desse encontro infeliz, Narcisa decide escrever uma carta anônima pra arquiduquesa, informando o local onde Domitila mora, e acaba com o mistério.
‘Novo Mundo’ é escrita por Thereza Falcão e Alessandro Marson, com Duba Elia, João Brandão e Renê Belmonte e tem direção artística de Vinícius Coimbra e direção de André Câmara, João Paulo Jabur, Bruno Safadi, Guto de Arruda Botelho e Pedro Brenelli.
ENTREVISTA COM ANDRÉ DIAS
Como você recebeu a notícia da volta da novela?
Foi um momento superoportuno pra gente trazer de volta uma novela que trata sobre a formação sociopolítica do nosso povo. Frente ao que estamos vivendo hoje em dia é muito importante que as pessoas entendam como a formação do Brasil aconteceu para que a gente possa ter uma noção mais ampla do que nós mesmos somos. Essa novela tem um lugar muito especial na minha vida especialmente pelas parcerias que eu estabeleci com Letícia Colin, Caio Castro, Mariana Consoli, Bia Guedes, que faziam parte do núcleo da cozinha. A gente sabe que o nosso trabalho é feito em conjunto com essas pessoas. O que vale é o carinho e cuidado, o talento dessas pessoas debruçados sobre fazermos juntos um trabalho como esse. Sem essa disponibilidade e generosidade das pessoas a gente não faz nada. Só tenho muita gratidão e carinho por todas essas pessoas que ainda fazem parte da minha vida. Felipe Camargo, foi superbacana, um privilégio assistir ao Felipe fazendo televisão, uma aula pra gente.
Qual a importância desse personagem na sua carreira?
Patrício foi o meu primeiro trabalho em TV, do início ao fim, e meu primeiro contrato. Costumo dizer que ‘Novo Mundo’ foi um aprendizado do veículo. Passei um ano dentro de um estúdio de televisão aprendendo a realizar esse veículo. Esse é o lugar que Patrício vai ter sempre na minha vida. Meu primeiro papel em televisão.
Qual cena gostaria de rever?
Tem uma cena muito bacana que eu adoro que é a da personagem Elvira (Ingrid Guimarães), disfarçada de madame Dalila, lendo a mão do Patrício na rua. Foi uma das poucas externas que fiz e eu adorei gravar a cena e o resultado dela.
Que momento das gravações você lembra com mais carinho?
Tem vários momentos porque essa novela realmente foi muito especial. Tivemos uma comunicação muito grande. Um dia inesquecível foi o final onde o elenco inteiro estava reunido com os autores da novela, Thereza Falcão e Alessandro Marson. Temos esses registros em vídeos e fotos que denotam o carinho que esse trabalho deixou em todos nós.
Tem alguma característica ou algo que você aprendeu com o personagem que ficou para a sua vida?
Aprendi a passar longe das características e do caráter do Patrício. Eu acho que existem muitos Patrícios pelo Brasil hoje em dia. Pessoas que são absolutamente privilegiadas e não tem noção nenhuma do próprio privilégio. Ele era uma pessoa inescrupulosa, de caráter duvidoso. E a gente vive um momento justamente onde as máscaras estão caindo e estamos vendo quem são os Patrícios do Brasil.
Como tem passado esses dias de isolamento?
Tenho tentado manter minha sanidade. O ator sem trabalho, sem o palco, não consegue respirar. Então nesse momento de pandemia com os teatros fechados, a gente só prospectando trabalho para daqui a praticamente um ano, é um momento realmente muito difícil. São tempos estranhos em que a gente tem que se voltar para dentro de si, pra dentro da nossa própria sanidade, da nossa cabeça. Eu passo os meus dias lendo, prospectando meus próprios trabalhos para daqui a algum tempo e faço muito yoga. Tento me manter ativo física e mentalmente para sair disso com um pouco mais de compreensão do que a gente está vivendo, do mundo que a gente está vivendo. Acho que as pessoas devem usar esse tempo para transformarem as suas vidas.
Estava com projetos em andamento antes da quarentena?
Todos os projetos foram adiados. Eu tenho um longa para rodar, uma minissérie pra fazer na Globo, mas foi tudo jogado pro segundo semestre, sem previsão de voltar a trabalhar. Todos os projetos de teatro foram adiados para 2021 e estamos aguardando como será essa abertura gradual da quarentena para que as pessoas possam manter sua saúde, sua sanidade e que a gente possa em breve estar junto novamente, fazendo os trabalhos que a gente ama. Fiquei de quarentena realmente com tudo meu adiado. Eu e quase todos os atores que têm esses projetos, mas bola para frente. Que as pessoas entendam a importância disso tudo, a importância vital dessa quarentena, e que a gente possa fomentar trabalhos e questões mais iluminadas para um futuro próximo.