Débora (Olívia Torres), a irmã estudiosa de Cassandra (Juliana Paiva) e filha de Hugo (Orã Figueiredo), segue firme no sonho de completar a faculdade de Química. Dedicada, a estudante conseguirá muito em breve um estágio no laboratório da Bastille. É na empresa de cosméticos que Débora conhece Fabinho (Daniel Blanco) e se encantará pelo filho de Lili (Vivianne Pasmanter).
Assim como sua personagem, Olívia Torres também é do tipo ‘caxias’ e está aproveitando a quarentena para estudar, escrever roteiros, e fazer cursos on-lines. A pausa nos estudos acontece geralmente no período da noite quando ela relembra as cenas e os momentos descontraídos das gravações de ‘Totalmente Demais’, novela que marcou sua trajetória profissional. “A Débora era engraçada, profunda, doce, e ainda tratava de questões de família. Eu amei fazer esse trabalho. Estou revendo as cenas agora também sob outra ótica”, explica a atriz de 25 anos.
‘Totalmente Demais’ é criada e escrita por Rosane Svartman e Paulo Halm, com direção-geral de Luiz Henrique Rios e direção de Marcus Figueiredo, Noa Bressane, Luis Felipe Sá, Thiago Teitelroi.
Entrevista com Olívia Torres
Como está sendo para você reviver aqueles momentos?
Fiquei bastante assustada quando falaram que as gravações das novelas seriam suspensas. Foi na mesma época em que a minha peça ‘Lazarus’, inspirada na obra de David Bowie, também teve a temporada interrompida. A ficha foi caindo aos poucos sobre essa situação que estamos enfrentando e vivendo com a quarentena. Este trabalho foi bastante especial para mim. E lembro o quanto de felicidade essa obra levou para as pessoas na época em que foi exibida. Agora fiquei feliz de contribuir para dar um pouco de acalento para o público de casa neste momento.
O que significou ‘Totalmente Demais’ em sua carreira? Como a encaixa em seu hall de bons trabalhos? Você está acompanhando a novela?
Significou o reencontro com a Rosane Svartman (autora da novela ao lado de Paulo Halm), que foi a pessoa quem dirigiu o meu primeiro longa, “Desenrola”, na época eu tinha 15 anos. A Juliana Paiva também trabalhou comigo neste filme. Foi uma das novelas em que eu mais me diverti trabalhando. Especialmente com o nosso núcleo, que tinha um pé na comédia. Todos muito entrosados e amigos. Além do sucesso de público. A personagem Débora era engraçada, profunda, doce, e ainda tratava de questões de família. Eu amei fazer esse trabalho. Estou acompanhando sim e revendo as cenas agora também com outra ótica. Apesar de ser sempre desafiador porque a gente acaba julgando ao rever uma ou outra cena…
Tem alguma lembrança marcante ou divertida da época?
Ah, sim, muitas. Quando a gente gravava e se divertia muito no set do ‘Flor do Lacio’. E revendo a novela lembrei do processo de criação e de aprofundar as relações pessoais com o restante do elenco. Saudades daquela ‘muvuca’ boa, dos ensaios, da experimentação…
Como está sendo a sua rotina em tempos de quarentena? Em qual cidade e com quem está passando?
Eu nunca fui boa de rotina (risos). Não consigo organizar horários e agora eu tento demarcar o que eu vou fazer durante a semana e organizar os horários. Tenho feito ioga, que descobri nesse período, e está sendo bem importante para “respirar”. Na verdade, tem sido fundamental. Estou cozinhado muito também. Almoço e jantar são sempre por minha conta. Além de estudar, assistir a filmes, também converso virtualmente com as amigas e a família. Eu estou no Rio de Janeiro e na companhia do meu pai, que vive em São Paulo. Fiquei um mês sozinha somente com a minha gata, Catita, e agora estamos nós três juntos.
Há algo que você redescobriu ou habilidades adquiridas nesses tempos de quarentena?
Estou estudando roteiros e trabalhando nos meus projetos pessoais especialmente num roteiro de um filme que quero fazer, mas isso será bem mais para frente. Sempre fui uma ótima cozinheira e agora estou expandindo meu cardápio de receitas. Estou arrasando, modéstia parte. (risos) Meu cardápio é variado e inclui nhoque, bobó. Também estou fazendo cursos on-lines sobre a teoria Queer, que foca no estudo de identidade de gênero e orientação sexual. De alguma forma, estamos redescobrindo coisas novas através das redes, da internet. Descobrindo novas possibilidades e expandindo nossa noção de comunidade. Antes, eu via as redes mais como um meio de observação e agora a gente pensa mais em como produzir e estudar usando a essa ferramenta a nosso favor. Isso tem sido bem especial.