A partir da próxima segunda-feira, dia 30, o público vai poder matar a saudade dos personagens de ‘Novo Mundo’, que volta em uma edição especial. E quem não teve a oportunidade, em 2017, também irá embarcar em uma jornada de lutas e aventuras, que vai transformar vidas e interferir diretamente no rumo da história: a que está nos livros e a que ficou guardada no coração de quem viveu naquela época. Seja bem-vindo a esta viagem!
Há quase 200 anos, uma travessia grandiosa do Atlântico trouxe a arquiduquesa austríaca Leopoldina (Leticia Colin) ao Brasil para se tornar a esposa de Dom Pedro I (Caio Castro) e personagem fundamental no processo de independência do país. Nesta mesma viagem, dois jovens se apaixonam e despertam para o Brasil que encontram. Na trama, o romance ficcional entre a professora de português Anna Milmann (Isabelle Drummond) e o ator Joaquim Martinho (Chay Suede) se entrelaça à luta do Brasil pela construção de uma nação independente. ‘Novo Mundo’ é uma aventura romântica ambientada no Brasil do início do século XIX, entre 1817 e 1822, escrita por Thereza Falcão e Alessandro Marson, com direção artística de Vinícius Coimbra, juntos também na criação e no desenvolvimento de ‘Nos Tempos do Imperador’.
Anna é uma escritora inglesa que tem a missão de acompanhar Leopoldina e ensinar a nova língua para a futura princesa. Joaquim é um atrevido ator de commedia dell’arte, que embarcou no navio por acaso e se tornará o herói desta história por ter como principal missão na vida o bem comum. Ao cruzarem seus destinos, terão que lutar contra muitos obstáculos para ficarem juntos. No seu encalço, o oficial inglês Thomas Johnson (Gabriel Braga Nunes), que vê em Anna o melhor cartão de visitas para suas ambições. O casal se envolverá intensamente nos acontecimentos que culminam na separação do Brasil de Portugal, ao lado de Dom Pedro I e Leopoldina, em um período em que o Brasil já havia deixado de ser colônia para ser um Reino unido a Portugal.
Para os autores, a volta da novela no horário é uma oportunidade de trazer alegria para o público que está em casa e fazer uma ponte natural para a próxima trama que irá estrear. “As pessoas vão conhecer personagens que em ‘Novo Mundo’ eram crianças, cresceram e terão suas tramas desenvolvidas em ‘Nos Tempos do Imperador’. Vão poder entender melhor Dom Pedro II, criado para ser tão diferente do pai, e ver a diferença entre o Brasil de 1820 e o de 1860”, declara Alessandro. “Temos um amor enorme por essa novela, que, além de ter sido nossa estreia como autores titulares, foi muito bem recebida pelo público. É uma oportunidade de refrescar a memória de quem já assistiu e cativar um público futuro para a próxima. ‘Novo Mundo’ é uma novela cheia de aventura, romance, muito humor e personagens que ficaram muito queridos de todos. E ainda fala de um herói, Joaquim, que luta pelo bem coletivo, tudo que esse momento de pandemia pede”, complementa Thereza.
Os autores lembram também dos personagens que são campeões nas lembranças deles e do público, como Elvira (Ingrid Guimarães), Germana (Vivianne Pasmanter), Licurgo (Guilherme Piva), Leopoldina (Leticia Colin) e citam com carinho os núcleos da trama. “Adorávamos escrever para o trio Germana, Licurgo e Elvira porque podíamos fazer quase tudo com eles. Leopoldina cativou demais o coração das pessoas e, nesse sentido, sabemos que foi muito importante para ela ter sua história conhecida por milhões de brasileiros. Deixou saudades também o jeito impulsivo de Pedro, tão novelesco! Além de Anna e Joaquim, casal mais que querido, romântico e responsável, assim como os piratas, Miss Liu (Luana Tanaka), os índios, o núcleo de empregados da Quinta, Amália (Vanessa Gerbelli), Dr. Peter (Caco Ciocler), Cecília (Isabella Dragão), Libério (Felipe Silcler), Diara (Sheron Mennexes), Wolfgang (Jonas Bloch) e todos que fizeram parte dessa história”, lembram Thereza e Alessandro.
Já Vinícius Coimbra ressalta o quanto foi importante levar a história do Brasil para o povo brasileiro. “Vivemos tempos marcados pela descrença, pelo desânimo com os rumos do país, e a novela retratava o nascimento dessa grande nação, tentando resgatar o orgulho de ser brasileiro. Levar isso para as pessoas foi especial”, ressalta o diretor artístico.
‘Novo Mundo’ é escrita por Thereza Falcão e Alessandro Marson, com Duba Elia, João Brandão e Renê Belmonte e tem direção artística de Vinícius Coimbra e direção de André Câmara, João Paulo Jabur, Bruno Safadi, Guto de Arruda Botelho e Pedro Brenelli.
ENTREVISTA COM LETICIA COLIN
Fale um pouco sobre a experiência de interpretar Leopoldina em ‘Novo Mundo’. O que você destaca na personagem?
Leopoldina é uma personagem complexa, tinha um pensamento avançado para o tempo. Foi uma governante admirável. Na novela, vamos poder acompanhar o quanto ela foi importante para o desenvolvimento do país e o quanto sua conduta é inspiradora. Era muito voltada para educação, cultura e ciência, uma humanista. É lindo ter esse exemplo. Estamos falando de 1817, essa personagem é muito rica em todos os sentidos. Era uma princesa, totalmente subjugada aos costumes da época, de subserviência ao marido e à cultura machista do patriarcado. A função dela era ter filhos e dar continuidade à família. Tem também esse lado todo conservador. Era amante de cavalos e de cavalgadas. Uma figura histórica muito interessante, forte e, ao mesmo tempo, frágil. Ela abre mão do convívio com a família dela, na Áustria, e vem para um país muito distante.
Quais cenas mais te marcaram?
Eu adoro as cenas da Leopoldina jogando bilha. Foi uma surpresa descobrir que o esporte do bilhar era uma coisa da realeza. Tivemos uma cena na novela da gente tentando jogar sinuca no navio. Foi muito curioso! Porque como se joga em um navio? As cenas com a filha também eram lindas, assim como as com os funcionários da casa, a Dalva (Mariana Consoli), a Lurdes (Bia Guedes), quando ela desabafava. Achava bonita essa relação. Ela conseguia se abrir.
O que achou do anúncio sobre a edição especial da novela?
Achei muito pertinente. Precisamos conhecer muito mais a história do nosso país, e a figura de Leopoldina é inspiradora nesse tempo em que as referências de governantes são tão decadentes. Ela era realmente uma mulher notável, com muitas qualidades e aspectos positivos para gente se espelhar.
Você estava ansiosa pela estreia de ‘Nos Tempos do Imperador’? Afinal, Dom Pedro II é filho de Leopoldina, sua personagem, com Dom Pedro I (Caio Castro).
Estava muito ansiosa para a estreia de ‘Nos Tempos do Imperador’ porque adoro novelas de época e que contam a história do Brasil. Adoro o elenco que está lá, sou amiga da maioria deles, fiquei muito amiga dos diretores e criadores, Thereza Falcão e Alessandro Marson, que são dessa nossa equipe de ‘Novo Mundo’. Sempre vou assistir a tudo o que fizerem, ainda mais sendo uma continuidade com o filho da Leopoldina, o Dom Pedro II, que o Selton Mello deve estar fazendo brilhantemente. É um dos atores que mais admiro. Somos amigos também. Tem muitas coisas que acho encantadoras em ‘Nos Tempos do Imperador’. E tenho muito interesse em conhecer a história desse homem, né? Vai ser muito bacana a gente poder fazer essa revisão histórica com ‘Novo Mundo’ para depois receber a nova novela tendo compreendido o que aconteceu antes.
Qual foi o maior desafio ao fazer a novela?
É sempre muito desafiador fazer novela de época, porque tem um rigor e um cuidado com os signos e códigos todos da época. Então estudamos desde boas maneiras para entender aquele gestual, os pratos na hora do jantar. Tivemos aulas de montaria, de espada. Era uma novela feita com muita leveza e muito amor. Um bastidor muito agradável. Eu tenho as melhores memórias do mundo dessa época. Fomos muito felizes fazendo a novela.
Como será rever ‘Novo Mundo’?
Estou feliz porque agora vou pode assistir. Tenho um carinho enorme pela Isabelle Drummond, uma atriz que admiro desde sempre. Então, vou poder rever esse trabalho dela, que está muito bem como a Anna Millman. O meu parceiro, Caio Castro, que faz um brilhante Dom Pedro I. Fomos muito felizes fazendo essa novela. Tem ainda o Chay Suede e a Ingrid Guimarães, que é uma pessoa que também conheci por causa da novela. O personagem que ela faz, a Elvira, é uma coisa inesquecível. Qualquer cena dela eu adoraria rever, acho muito bem humorado, divertido e bem feito. Também adorava as cenas do Quinzinho (Theo de Almeida). O Theo era muito jovem e talentoso. Ficávamos muito comovidos com o trabalho dele, o envolvimento, a dedicação, a paixão que ele tinha para ir gravar todos os dias. Tem um monte de coisa boa nessa novela pra gente curtir.
Como acha que a novela vai contribuir nesse momento do país?
Nesse momento, a gente precisa ser responsável e amoroso acima de tudo. Temos que ter esperança e cuidar das pessoas mais vulneráveis dos nossos grupos de risco. A novela vem como um presente, pois vamos poder assistir, se entreter e passar um tempo com essas figuras e histórias inspiradoras de superação. Histórias de vida e outras reais, né? Sempre gostei e acho estimulante poder assistir coisas que estão retratando um período que aconteceu aqui, para conscientizar. E temos que aproveitar para nos transformar e fortalecer nessa quarentena. Conectar com o que é essencial, exercitar nossa compaixão, nossa simpatia, para voltarmos mais fortes e melhores depois disso. Acho que esse é um grande momento de evolução. Que a gente tire disso tudo um aprendizado sobre a nossa coletividade e vulnerabilidade aqui no planeta Terra.
ENTREVISTA COM ISABELLE DRUMMOND
O que você achou de Novo Mundo ter sido escolhida para ser exibida neste momento?
Adorei essa notícia. Apesar do momento difícil, a arte nos cura muito. Acho que, no que pudermos nos ajudar nesse momento, melhor. ‘Novo Mundo’ é uma novela especial. A personagem Anna Millman foi muito importante dramaticamente, e seu diário, muito poético. É o olhar dela sobre toda essa história. Ela é muito forte. E a história do Brasil precisa ser contada. É lindo esse enredo.
Qual cena gostaria de rever? E que lembranças você guarda da época?
Quero rever algumas cenas como a do tiro em Joaquim (Chay Suede) no barco e as nossas lutas, pois foram muitas madrugadas gravando naquele barco. O barco é uma dessas lembranças com certeza. O elenco se uniu muito para todas aquelas lutas. Fizemos quase tudo, mas nos treinaram muito antes. Foi a melhor preparação de novela que já fiz.
A novela estreou em 2017. Como acha que o público vai recebê-la agora?
Acho que muito bem. Estamos vivendo um momento difícil no país e no mundo. É bom falar sobre nossa cultura. Entender de novo o porquê de sermos quem somos.
O que aprendeu com sua personagem?
Ah, muitas coisas! Anna é arte pura. Gostava de poesia, pintura e contemplava a natureza, obra de Deus. E além disso, tirava uma lição de tudo o que vivia. Aprendi muito com ela.
Como foi a experiência de trabalhar com esse elenco e equipe?
Foram muitos encontros lindos. Dhu Moraes, Rodrigo Simas, meu querido irmão, Leticia Colin, Chay Suede. Todos uns queridos, além dos diretores que adoro, Vinícius Coimbra, Bruno Safadi. Só tinha gente do bem.