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Marjorie Estiano vai interpretar ‘uma fantasma’ na série “Noturnos”

by Priscila Martz
28/01/2020 - 09:24 AM
Marjorie Estiano (Foto: Reprodução)

Marjorie Estiano (Foto: Reprodução)

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Marjorie Estiano (Foto: Reprodução)

Já reservada para “Fim” (de Fernanda Torres e Lucas Paraizo), a atriz paranaense Marjorie Estiano vai interpretar ‘uma fantasma’ na série “Noturnos” (de Caetano Gotardo, Marco Dutra e Renato Fagundes), que vai ser exibida pelo Canal Brasil, sob direção geral de Caetano Gotardo e Marco Dutra, da produtora A Fábrica.

As cenas da colega de cena de Ícaro Silva e Rafael Losso são inspiradas em dois textos de Vinícius de Moraes, “ Conto Carioca” e “Conto Rápido”.

CONTO CARIOCA

O rapaz vinha passando num Cadillac novo pela avenida Atlântica. Vinha despreocupado, assoviando um blue, os olhos esquecidos no asfalto em retração. A noite era longa, alta e esférica, cheia de uma paz talvez macabra, mas o rapaz nada sentia. Ganhara o bastante na roleta para resolver a despesa do cassino, o que lhe dava essa sensação de comando do homem que paga: porque tratava-se de um “duro”, e era o automóvel o carro paterno, obtido depois de uma promessa de fazer força nos estudos. O show estivera agradável e ele flertara com quase todas as mulheres da sua mesa. A lua imobilizava-se no céu, imparticipante, clareando a cabeleira das ondas que rugiam, mas como que em silêncio.

De súbito, em frente ao Lido, uma mulher sentada num banco. Uma mulher de branco, o rosto envolto num véu branco, e tão elegante e bonita, meu Deus, que parecia também, em sua claridade, um luar dormente. O freio de pé agiu quase automaticamente e a borracha deslizou, levando o carro maneiroso até o meio-fio, onde estacou num rincho ousado. Depois ele deu ré, até junto da dama branca.

– Sozinha a essas horas?

Ela não respondeu. Limitou-se a olhar serenamente o rapaz do Cadillac, com seu olhar extraordinariamente fluido, enquanto o vento sul agitava-lhe docemente os cabelos cor de cinza.

– Sabe que é muito perigoso ficar aqui até estas horas, uma mulher tão bonita?

A voz veio de longe, uma voz branca, branca como a mulher, e ao mesmo tempo crestada por um ligeiro sotaque nórdico:

– Perdi a condução… Não sei… é tão dificil arranjar condução…

O rapaz examinou-a já com olhos de cobiça. Que criatura fascinante! Tão branca… Devia ser uma coisa branca, um mar de leite, um amor pálido. Suas pernas tinham uma alvura de marfim e suas mãos pareciam porcelanas brancas. Veio-lhe uma sensação estranha, um arrepio percorreu-lhe todo o corpo e ele se sentiu entregar a um sono triste, onde a volúpia cantava baixinho. Teve um gesto para ela:

– Vem… Eu levo você…

Ela foi. Abriu a porta do carro e sentou-se a seu lado. Fosse porque a madrugada avançasse, a noite se fizera mais fria e, ao tê-la aconchegada – talvez emoção – o rapaz tiritou. Seus braços eram frios como o mármore e sua boca gelada como o éter. Vinha dela um suave perfume de flores que o levou para longe. Ela se deixou, passiva, em seus braços, entregue a um mundo de beijos mansos.

Quando a madrugada rompeu, ele acordou do seu letargo amoroso. A moça branca parecia mais branca ainda, e agora olhava o mar, de onde vinha um vento branco. Ele disse:

– Amor, vou levar você agora.

Ela deu-lhe seus olhos quase inexistentes, de tão claros:

– Em Botafogo, por favor.

Tocou o carro. A aventura dera-lhe um delírio de velocidade. Entrou pelo túnel como um louco e fez, a pedido dela, a curva da General Polidoro num ângulo quase absurdo.

– É aqui – disse ela em voz baixa.

Ele parou. Olhou para ela espantado:

– Por que aqui?

– Eu moro aqui. Venha me ver quando quiser. Muito obrigada por tudo.

E dando-lhe um último longo beijo, frio como o éter, abriu a porta do carro, passou através do portão fechado do cemitério e desapareceu.

Tags: Noturnos
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