Ana Júlia Dorigon tem se tornado íntima da cultura medieval. A atriz interpreta Dulcineia, personagem que passará por fortes emoções em Belaventura, próxima trama das 19h30 e assinada por Gustavo Reiz, o mesmo autor de Escrava Mãe. Faltando pouco para a grande estreia da nova novela da Record TV, Ana Júlia comemora a possibilidade de trabalhar pela primeira vez com esse período da história em sua carreira e ainda explica como tem sido abordar sobre abuso sexual, assunto delicado de sua personagem.
Os telespectadores têm tudo para se emocionar com a trajetória de Dulcineia, uma plebeia que se depara com muito sofrimento, segundo a atriz.
— Ela sempre chora. Ela teve que sair muito cedo do lugar onde cresceu e vive como escrava e uma das mulheres que trabalham na caverna de Falstaff [André Mattos], tida como o tesouro dele. Ele é o único homem que pode tocá-la, tem total e completo poder sobre ela. Ao longo da trama, ela sofre muito nas mãos dele, muitos abusos emocionais, até conhecer o Acalon [Pedro Lessa]. Os dois começam uma linda história de amor juntos e desvendam todos os mistérios da vida dela, que tem tudo a ver com os mistérios da trama. Muita coisa acontece.
Em meio ao processo de gravação do folhetim, que conta com a direção Ivan Zettel, Ana Júlia brinca ao falar sobre os vários momentos de choro e muita emoção de sua personagem.
— Vou te falar que tem semanas que eu chego a tomar litros de água por dia porque senão a gente não dá conta não.
Por meio de Dulcineia, Gustavo Reiz traz aos telespectadores a questão do abuso sexual, um tema delicado, dolorido e repleto de polêmica. Ana Júlia acredita tratar-se de uma atitude oportuna por parte da novela e um assunto que deve ser abordado.
— É absolutamente necessário porque, primeiro, faz parte da história, de como ela foi. Segundo porque, por mais que seja uma trama medieval, ela é atemporal, os temas são completamente atuais: brigas por poder, histórias de amor, de abuso, de sofrimento, de separação de famílias. Tudo se aplica hoje. Para mim, é um tema muito forte, mas, é muito importante mostrar como era, como é, o que ainda existe, o que graças a Deus já se perdeu e o quanto se conseguiu evoluir, por mais que a gente ainda tenha um longo caminho pela frente.
Para dar veracidade a Dulcineia, a atriz conta com se prepara para encarar as cenas tensas que precisa realizar.
— Cada trabalho é um trabalho, cada personagem é um método que a gente usa. Dependendo da cena, adota um método diferente do que está sendo usado em todo resto da obra. Além de entender a história dela do começo ao fim, sentir, uso muita música que me ajuda a conectar e desconectar rápido. É importante a gente ter essa chavinha para virar, ainda mais quando se trata de uma personagem que sofre, muito sensível e tudo pelo que ela sofre são motivos muito fortes.
Belaventura tem sido um momento singular na carreira da atriz. Esta é a primeira vez que Ana Júlia contracena neste período histórico em especial.
— Trabalhar com esse tema é ter uma dadiva nas mãos, para mergulhar em um mundo onde a gente tenha uma grande liberdade, já que não tem comparações com obras anteriores, e onde a gente pode explorar porque é algo que eu acredito que quase ninguém ali teve o contato com isso. É muito bonito poder gravar esse tema, eu estou apaixonada.
Além disso, a trama é sinônimo de comemoração. A atriz revelou que tem realizado o sonho de trabalhar com Gustavo Reiz pela primeira vez.
— É magnífico. Na verdade, fui fã aficionada de Escrava Mãe. No segundo ou terceiro capítulo, eu virei para minha mãe e falei: “Quero trabalhar com esse autor”. O convite veio e tem sido mil vezes mais incrível do que eu podia imaginar. É um texto maravilhoso. Gustavo tem algo que hoje em dia faz muita falta: é um texto no qual ele não está só te informando, como a maioria dos textos de folhetim tem o costume, mas é um texto que conta uma história, é tudo muito bem costurado. É mais que um texto de época, muito mais diferente de como a gente está acostumado a falar, ele encaixa, é um texto delicioso. Às vezes, eu estou lendo os capítulos e suspiro porque é uma história que te puxa. Ele tem uma narrativa que é só dele.
Escrita por Gustavo Reiz e com direção geral de Ivan Zettel, Belaventura estreia nesta terça-feira (25), a partir das 19h30, na Record TV. Não perca!
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